quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 49

Neste capítulo, Aniceto, André Luiz e Vicente visitam um irmão que está desencarnando devido a uma leucemia. André tem então a oportunidade de observar a separação gradativa entre o corpo físico e o corpo espiritual.
"Os órgãos, como os pulmões, o fígado e os rins, estavam sendo assaltados irremediavelmente, por incalculável quantidade de sabotadores infinitesimais. E à medida que se consolidavam os micróbios invasores, em determinadas regiões celulares, alguma coisa se destacava, lentamente, da zona atacada, como se um molde sempre novo fosse expulso da forma gasta e envelhecida, reconhecendo eu, desse modo, que a desencarnação se operava através de processo parcial, facultando-me ilações preciosas. Reparei que algumas glândulas faziam desesperado esforço para enviar aos centros invadidos determinadas porções de hormônios, que eram incontinenti absorvidos pelos elementos letais. O plasma sanguíneo figurava-se líquido estranho e gangrenoso."
Sabemos que o corpo espiritual se liga ao corpo físico célula-a-célula. Portanto, podemos interpretar o texto acima da seguinte forma: à medida que as células do corpo físico vão morrendo devido a falta de alimentação, há a ruptura da ligação entre as células mortas do corpo físico com as células do corpo espiritual. Logo, esta parte do corpo espiritual se desprende do corpo físico e é projetada para fora (imagine um quebra-cabeça onde as peças são motadas aos poucos). Quando a morte física se completar, o corpo espiritual poderá ser visto ao lado do corpo físico, embora ainda possa existir ligação fluídica entre os dois corpos (a desencarnação ainda não está concluída).

Hermínio Miranda em um dos seus livros (não me lembro qual) diz que a morte física pode ocorrer em um determinado instante e a desencarnação (separação total entre o corpo físico e o corpo espiritual) pode ocorrer meses ou anos depois. É o que ocorre, por exemplo, no caso dos suicidas.

Aniceto completa a observação de André falando que a morte poderia se apresentar de forma diferente se o irmão tivesse tido uma melhor educação religiosa.
"Vemos aqui um irmão no momento da retirada. Repare a incapacidade dele para governar as células em conflito. A corrente sanguínea transformou-se em veículo de invasores mortíferos, que não encontraram qualquer fortificação na defensiva. Observe e identificará milhões de unidades da tuberculose, da lepra, da difteria, do câncer, que até agora estavam contidos nos porões da atividade fisiológica, pela defesa organizada, e que se multiplicam assustadoramente, de par com outros micróbios tão prolíferos quão terríveis. A nutrição foi interrompida. Não há possibilidade de novos suprimentos hormonais. O agonizante retrai-se aos poucos e ainda não abandonou totalmente a carne, por falta de educação mental. Vê-se pelo excesso de intemperança das células, sobre as quais não exerce nem mesmo um controle parcial, que este homem viveu bem distante da disciplina de si mesmo. Seus elementos fisiológicos são demasiadamente impulsivos, atendendo muito mais ao instinto que ao movimento da razão concentrada. A falar verdade, este nosso amigo não se está desencarnando, está sendo expulso da divina máquina, onde, pelo que vemos, não parece ter prezado bastante os sublimes dons de Deus."
Mais uma vez a Espiritualidade Maior nos lembra que uma atitude menos materialista pode nos ajudar na hora da nossa passagem. Quem tem fé que a vida continua, pode até ter medo, mas confia que Deus não o abandonará.


Carmem Bezerra

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