domingo, 27 de maio de 2012

Nosso Lar - prefácio de Emmanuel

Muitos deixam de lado os prefácios dos livros espíritas na hora do estudo. Entretanto, os prefácios espíritas são guias seguros para se entender os livros.

No prefácio de Nosso Lar, Emmanuel apresenta um novo amigo: André Luiz. No texto, Emmanuel informa que a verdadeira identidade do autor espiritual não será revelada para "não ferir corações amados, envolvidos ainda nos velhos mantos da ilusão".

Lendo o prefácio com todo o cuidado e senso crítico, é possível fazer duas observações.


A pimeira observação é sobre a identidade dos espíritos. Uma pesquisa no Google com as palavras "identidade de André Luiz" fornece 469.000 resultados. Portanto, descobrir quem é André Luiz se tornou uma questão de honra para muitos espíritas. Ainda bem que os espíritos não podem nos processar por invasão de privacidade!

Eu me pergunto como me sentiria no lugar de André Luiz nesta situação. Minha família é católica, sou umas das poucas pessoas que abandonou a religião romana e abraçou os ensinamentos dos Espíritos. Se eu tivesse a oportunidade de voltar e contar o que aconteceu comigo, será que eles acreditariam? E se essa narração mostrasse o meu sofrimento depois da morte, como a minha família se sentiria? E se as pessoas que eu amo se tornassem centro de discussão e polêmicas, como eu reagiria?

Na realidade, quem foi André Luiz não nos importa. A mensagem dele é que deve ficar em nossos corações. Eu considero que ela nos fala principalmente do amor de Deus por nós. Não importa os nossos erros, não importa a nossa falta de fé. Nunca somos abandonados e sempre somos ouvidos em nossas orações.

Esta discussão me faz lembrar de Emmanuel. Já ouvi de várias pessoas que ele reencarnou em SP e que agora já é um adolescente de 15 anos. Rezo para que tão cedo ninguém descubra sua atual identidade. Já pensaram o que vai acontecer? Imagino filas na porta da casa dele para vê-lo e tocâ-lo. Infelizmente, nós espíritas ainda estamos muito ligados ao culto das personalidades. O ideal é deixar Emannuel em paz para que ele cumpra a sua missão e quando chegar a hora, se for o caso, saberemos quem ele é.

A segunda observação é quanto à veracidade dos fatos narrados no livro. Podemos acreditar que eles realmente aconteceram como informados por André Luiz?

Acredito que os livros espíritas não são cópias da realidade, mas adaptações. É preciso entender que eles têm o objetivo de educar, não de ser uma narrativa fiel dos acontecimentos. Isto não quer dizer que a Espiritualidade invente fatos. Mas para ensinar é preciso fornecer texto que possam ser compreendidos. Jesus fez isto quando usou parábolas para falar do reino de Deus para a população sofrida e sem grandes conhecimentos.

Assim, um texto pode trazer em uma mesma estória acontecimentos passados em lugares distintos ou narrar um fato de forma mais simples eliminando detalhes que nada acrescenta ao que está sendo narrado. Além disso, é possível que fatos sejam alterados para evitar ofender crenças ou para proteger pessoas. É o que acontece no livro "Perdôo-te" psicografado por Amalia Soler. O Espírito que narra a estória, embora não afirme isto, é o espírito que em uma vida foi Maria de Magdala e em outra foi Teresa de Ávila. O livro foi psicografado no início do século XX em uma Espanha muito católica. Seria impossível a médium afirmar a identidade do espírito sem sofrer pesadas consequências.

Quanto ao livro de André Luiz, entendo que é uma narração bem próxima da realidade. Mas, provavelmente, evita contar fatos que ajudem a identificar ele ou qualquer membro da família. Além, é claro, de evitar contar detalhes que não contribuem para a compreensão do que aconteceu depois do seu desencarne.


Carmem Bezerra






quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mensagem de Eurípedes Barsanulfo

Recebi e-mail de uma amiga sobre mensagem mediúnica do nosso benfeitor espiritual Eurípedes Barsanulfo. Repasso  a vocês com todo o meu carinho.




Irmãos Queridos.

Diante dessa crise que se abate sobre o nosso povo, face a essa onda de pessimismo que toma conta dos brasileiros, frente aos embates que o país atravessa, nós, os seus companheiros, trazemos na noite de hoje a nossa mensagem de fé, de coragem e de estímulo. Estamos irradiando-a para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo realizadas neste instante, de norte a sul do Brasil. Durante vários dias estaremos repetindo a nossa palavra, a fim de que maior número de médiuns possa captá-la. Cada um destes que sintonizar nesta faixa vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o entendimento e a gradação que lhe forem peculiares.

Estamos convidando todos os espíritas para se engajarem nesta campanha. Há urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações. A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível, veem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis.

É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança conseguiremos, de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado.

Os espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé! Ah! a fé no nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável.

O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo, andam juntos e contagiam muito sutilmente, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade. São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta. Diante desse quadro de forças negativas, tornam-se muito difíceis quaisquer reações. Portanto, cabe aos espíritas o dever de lutar pela transformação deste estado geral.

Que cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que haja uma renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente sofredoras e abatidas pelas provações, encontrem em nossas Casas um clima de paz, de otimismo e de esperança! Que vocês levem a nossa palavra a toda parte. Aqueles que possam fazê-lo, transmitam-na através dos meios de comunicação. Precisamos contagiar o nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país a crescer e a caminhar no rumo do progresso.

São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor. Meus irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que “Jesus está no leme!” e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho. Sejamos solidários, sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo, sobretudo transmitindo o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas também, que a solidariedade exista em nossas fileiras, para que prossigamos no trabalho abençoado, unidos e confiantes na preparação do futuro de paz por todos almejado. E não esqueçamos de que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será a “pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós”.

Eurípedes Barsanulfo

Mensagem recebida no Centro Espirita “Jesus no Lar” - Medium: Suely Caldas Schuber.

Carmem Bezerra

terça-feira, 22 de maio de 2012

Estudando Nosso Lar

Decidi rever os livros de André Luiz. Li todos os livros quando entrei no Espiritismo há mais de dez anos. Está na hora de estudar os livros novamente. Tenho hoje um conhecimento mais sólido da doutrina e a participação na mesa mediúnica me trouxe uma melhor compreensão do que acontece na Espiritualidade.

Decidi estudar os livros na ordem em que foram psicografados por Chico Xavier. Portanto, vou começar por Nosso Lar. Compartilharei com vocês as descobertas que eu imagino que terei com esta tarefa.

 

Carmem Bezerra

domingo, 20 de maio de 2012

Anencéfalos e abortamento

O Dr. Ricardo Di Bernardi escreveu sobre a encarnação de um anencéfalo em

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/bernardi/anencefalo-e-abortamento.html

Não deixem de ler. É uma mensagem belíssima da espiritualidade sobre este assunto doloroso.

domingo, 13 de maio de 2012

Joana d´Arc

A França comemora hoje, segundo domingo de maio, a sua santa padroeira: Joana d´Arc. Ela nasceu em 1412, foi condenada à fogueira pela  Inquisição em 1431 e canonizada pela Igreja Católica em 1920.


Em 1855, Ermance Dufaux psicografou, quando tinha 14 anos, o livro "JOANA D'ARC POR ELA MESMA". Neste trabalho mediúnico, Joana d´Arc conta a sua estória desde o momento em que as vozes começaram a lhe dizer para lutar pela libertação da França até o momento do seu desencarne doloroso. É um livro belíssimo que merece ser lido por todos os espíritas. Para quem não sabe, Ermance Dufaux colaborou com Kardec na segunda edição do Livro dos Espíritos em 1860.


Joana d´Arc é a reencarnação de Judas Iscariotes, discípulo que traiu Jesus por trinta moedas de prata.  Joana foi vendida aos ingleses por 10 mil libras.

"Depois da minha morte trágica submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da felonia e da traição deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV. Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentido na fronte o ósculo de perdão da minha própria consciência... "
Crônicas de além tumulo, por Chico Xavier/ Humberto de Campos


Quem também escreveu sobre Joana d´Arc foi Leon Denis (Joana D’Arc, Médium - 1911). Na realidade, a mártir francesa foi um dos espíritos que orientou o mestre francês conterrâneo de Kardec.


Quando me lembro da estória de Judas/Joana, vejo a perfeição da justiça divina. Ninguém é condenado a penas eternas. O trabalho no bem e a fé no Pai Amado nos permite resgatar os nossos débitos. Se temos uma condenação pesando sobre nós é a que um dia seremos felizes no reino de amor preparado para nós pelo Divino Mestre Jesus.

“Quando todos os meus esforços e todas as tentativas se mostravam inúteis, Deus então me pegava pela mão e me fazia transpor a uns e superar a outros.” - Espírito de Joana d´Arc.

Carmem Bezerra

terça-feira, 1 de maio de 2012

Divaldo Franco

No domingo passado, fui com amigas assistir à palestra de Divaldo no Citibank Hall. Estavam presentes mais de 4 mil pessoas. Foi um dia maravilhoso. As horas passaram voando.


Seria impossível contar toda a palestra aqui, mas teve uma estória contada pelo médium que me tocou em especial. Ele ainda era jovem quando começou a dar passes em uma pessoa que sofria de câncer e que não tinha muitas esperanças de sobreviver à doença. O doente tinha filhos pequenos e uma esposa devotada. Divaldo se envolveu emocionalmente com o paciente e pedia incessantemente à Deus para que curasse o doente. Um dia Dr. Bezerra de Menezes apareceu e disse para o Divaldo que ele deveria pedia a Deus o que fosse melhor para o doente e que não necessariamente a cura era o melhor remédio para o caso em questão. Apesar do conselho do bondoso médico, Divaldo preferiu continuar a pedir pela cura do amigo.

Os tempos passaram e o doente recuperou a saúde. Inicialmente, já como pessoa saudável, o amigo passou a frequentar o Centro Espírita todos os dias. Com a passagem do tempo, ele passou a frequentar apenas alguns dias. Não demorou muito para desaparecer de vez do Centro e nunca mais dar notícias ao Divaldo.

Passou o tempo e Divaldo encontrou o antigo doente na rua por acaso. Ele parecia bem e disposto. Abraçou o Divaldo e disse que pretendia em breve voltar a frequentar o Centro. Que agora não podia, pois estava muito ocupado, mas que pretendia voltar. Divaldo então perguntou pela mulher e pelos filhos. O amigo então falou que tinha se separado da mulher. Que se sentia forte e disposto, que precisava de alguém parecido para continuar a viver. Divaldo ficou triste com a notícia, mas não disse nada.

Tempos depois, ao abrir o jornal, Divaldo viu a foto do antigo amigo nas páginas policiais. Ele havia matado a primeira mulher, pois esta se recusava a lhe dar o divórcio.

Divaldo então se lembrou do conselho de Dr. Bezerra de Menezes. Para aquele irmão a cura da doença não tinha sido o melhor remédio.


Carmem Bezerra