domingo, 24 de outubro de 2010

Psicofonia consciente

No Capítulo 6 do livro "Nos Domínios da Mediunidade", André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, fala da psicofonia consciente.

"Ruminando as indagações que nos esfervilhavam na alma, Hilário objetou:
- Consciente a médium, qual se encontra, e ouvindo as frases do comunicante, que lhe utiliza a boca assim vigiado por ela, é possível que Dona Eugênia seja assaltada por grandes dúvidas... Não poderá ser induzida a admitir que as palavras proferidas pertençam a ela mesma? Não sofrerá vacilações?
- Isso é possível – concordou o assistente -; no entanto, nossa irmã está habilitada a perceber que as comoções e as palavras desta hora não lhe dizem respeito.
- Mas... e se a dúvida a invadisse? – insistiu meu colega.
- Então – disse Áulus, cortês -, emitiria da própria mente positiva recusa, expulsando o comunicante e anulando preciosa oportunidade de serviço. A dúvida, nesse caso, seria congelante faixa de forças negativas
..."

Não me lembrava mais deste trecho do livro. Quando o reli, me senti tocada por ele. Pessoas que, como eu, possuem mediunidade consciente, precisam acrescentar fé e confiança no trabalho que fazem. É dificil não questionar se as manifestações não são frutos do animismo. Sempre que volto da reunião mediúnica, revejo passo a passo o que fiz e tento achar algo que reproduzi da minha vida. Talvez uma frase ouvida, talvez um filme assistido, qualquer coisa. Até agora, as comunicações passaram pela minha análise. Mas não deixo de pensar o quanto eu as influencio. Mesmo que não tenha explicação para algumas coisas que me aconteceram.

Perto de onde moro, existia uma moradora de rua com quem eu sempre conversava. Normalmente, ela dormia no mesmo local. As vezes desaparecia por 15 dias, mas depois retornava. Fazia cerca de uma semana que eu não a via quando recebi na mesa mediúnica a comunicação do espírito de uma moradora de rua. A imagem que me chegou a mente foi a da moradora de rua que eu conhecia. Na hora, eu pensei apenas que a espiritualidade tinha utilizado a imagem dela para me ajudar a entender a situação. Não me passou na cabeça que poderia ser a mesma pessoa. Entretanto, já se passaram dois meses e nunca mais voltei a vê-la. Começo a achar que foi ela mesma que eu recebi e encaminhei para ser ajudada pelos mentores da casa espírita.

Carmem Bezerra