quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 48

Este capítulo tem duas passagens interessantes que merecem ser comentadas.

Na primeira passagem, ainda na reunião espírita na casa de Dona Isabel, André Luiz pergunta a Aniceto por que os irmãos desencarnados não são levados a alguma colônia espiritual para o tratamento.
"De fato, André, a maioria dos desencarnados recebe esclarecimentos justos em nossa esfera de ação. Você mesmo, nos primórdios da nova experiência espiritual, não foi conduzido ao ambiente de nossos amigos corporificados para o necessário encaminhamento. Grande número de criaturas, porém, na passagem para cá, sentem-se possuídas de “doentia saudade do agrupamento”, como acontece, noutro plano de evolução, aos animais, quando sentem a mortal "saudade do rebanho”. Para fortalecer as possibilidades de adaptação dos desencarnados dessa ordem ao novo “habitat”, o serviço de socorro é mais eficiente, ao contato das forças magnéticas dos irmãos que ainda se encontram envolvidos nos círculos carnais. Esta sala, em momentos como este, funciona como grande incubadora de energias psíquicas, para os serviços de aclimação de certas organizações espirituais à vida nova."
Podemos entender, pelas palavras de Aniceto, que os irmãos infelizes não conseguiriam se adaptar ao ambiente de alguma colônia espiritual. A necessidade deles da proximidade do fluido animal (corpo físico dos encarnados) ainda é muito forte. Mas chegará o momento em que eles mesmos pedirão para acompanhar os trabalhadores do bem.

Esta passagem nos leva a questionar a estória de André Luiz. Por que André Luiz não teve esta escolha? Por que ele foi para o Umbral e depois para Nosso Lar? Por que ele teve de esperar quase 10 anos para visitar os seus familiares? Acredito que a resposta esteja no nível de evolução intelectual e moral de André Luiz. Ele já era um Espírito com condição de entender a situação pela qual passava e aprender com ela. Não se poderia se dizer o mesmo dessas entidades sofredoras. Cada um recebe conforme as suas obras e as suas necessidades.

Na segunda passagem, Aniceto ajuda uma irmã que desencarnou e que se mostra amedrontada com o que ver. Ela não teve na última encarnação qualquer preparação espiritual. O mentor então lhe aplica passe para que adormeça e a entrega para ser levada para uma cidade espiritual.
"Pela bondade natural do coração e pelo espontâneo cultivo da virtude, não precisará ela de provas purgatoriais. É de lamentar, contudo, não se tivesse preparado na educação religiosa dos pensamentos. Em breve, porém, ter-se-á adaptado à vida nova. Os bons não encontram obstáculos insuperáveis."
Notem que ela é uma pessoa sem religião (teria sido atéia?). Entretanto, é uma pessoa bondosa e virtuosa. Por isso, não precisará passar pelo Umbral. Isto me faz lembrar a máxima dita por Kardec: "Fora da caridade não há salvação".


Carmem Bezerra

Nenhum comentário:

Postar um comentário