domingo, 28 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 45

Aniceto chama a atenção de André Luiz e de Vicente para um irmão encarnado que conversa com um participante do grupo espírita coordenado por Dona Isabel. Ele é uma pessoa elegante com nível intelectual elevado, mas que estava rodeado de sombras.

André ouve parte da conversa e nota que o irmão exige provas para acreditar na comunicação com os Espíritos. Ele argumenta que tem lido muito e que a ciência tem explicado de forma adequada os fenômenos mediúnicos e provado em vários casos a existência de fraude.

Aniceto fala então para os seus companheiros de viagem:
"Repararam como este homem traz a mente enfermiça? É um dos curiosos doentes, encarnados. Tem vasta cultura e, todavia, como traz o sentimento envenenado, tudo quanto lhe cai nos raciocínios participa da geral intoxicação. É pesquisador de superfície, como ocorre a muita gente. Tudo espera dos outros, examina seu semelhante, mas não ausculta a si mesmo. Quer a realização divina sem o esforço humano; reclama a graça, formulando a exigência; quer o trigo da verdade, sem participar da semeadura; espera a tranquilidade pela fé, sem dar-se ao trabalho das obras; estima a ciência, sem consultar a consciência; prefere a facilidade, sem filiar-se à responsabilidade, e, vivendo no torvelinho de continuadas libações, agarrado aos interesses inferiores e à satisfação dos sentidos físicos, em caráter absoluto, está aguardando mensagens espirituais..."
Eu completaria, usando a liguagem atual, que este irmão é um turista acidental na Doutrina Espírita. Chegou para visitar, não sabe quanto tempo vai ficar e nem porque veio, mas como não tem planos para outros lugares, vai ficando. Quando ouvir falar de outro lugar com características mais excitantes, ele partirá sem olhar para trás.

Carmem Bezerra

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