domingo, 30 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 11

Neste capítulo, Alexandre recebe pedido de notícias sobre a situação espiritual de um homem que morreu em circunstâncias estranhas. O pedido é feito pela esposa do recém-desencarnado durante o sono físico. O texto mostra o trabalho de Alexandre e André Luiz para conhecer a real situação do irmão desencarnado e de sua família e, assim, conseguir ajudá-los.

O capítulo é longo e belíssimo. Merece ser lido com cuidado e meditado. Entretanto, gostaria de chamar atenção para algumas partes.
  • Na casa da família, André nota a presença de seis entidades desencarnadas fazendo as refeições junto com os encarnados. Alexandre esclarece a situação.
"- Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantêm ligados a casa, às situações domésticas aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico."
  • A morte não muda as pessoas e nem as torna mais sábias. Vale a pena meditar na palavras de Alexandre sobre isto.
"A morte física não é banho milagroso, que converta maus em bons e ignorantes em sábios, dum instante para outro. Há desencarnados que se apegam aos ambientes domésticos, à maneira da hera às paredes. Outros, contudo, e em vultoso número, revoltam-se nos círculos da ignorância que lhes é própria e constituem as chamadas legiões das trevas, que afrontaram o próprio Jesus, por intermédio de obsidiados diversos. Organizam-se diabolicamente, formam cooperativas criminosas e ai daqueles que se transformam em seus companheiros! Os que caem na senda evolutiva, pelo descaso das oportunidades divinas, são escravos sofredores desses transitórios, mas terríveis poderes das sombras, em cativeiro que pode caracterizar-se por longa duração."
  • No matadouro visitado por Alexandre e por André, era possível ver grande número de desencarnados em lastimável condição tentando beber o sangue dos animais mortos. Notando o assombro de André com a cena, Alexandre faz o esclarecimento necessário.
"- Está observando, André? Estes infelizes irmãos que nos não podem ver, pela deplorável situação de embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais. São famintos que causam piedade."
  • O irmão desencarnado é levado a um hospital na própria crosta. Alexandre mais uma vez explica a situação.
"- No circulo de vibrações antagônicas dos habitantes da Crosta, não se pode localizar uma instituição completa de auxílio. O trabalho de socorro, desse modo, há de sofrer incontestável deficiência. Esta casa, porém, é um hospital volante que conta com a abnegação de muitos companheiros."
  • A irmã encarnada recebe ajuda para conseguir emprego e, assim, poder sustentar a família. André se admira com a preocupação do grupo espiritual em conseguir auxílio material para ela.
"- Quando os companheiros terrestres se fazem merecedores, podemos colaborar em benefício deles, com todos os recursos ao nosso alcance, desde que a nossa cooperação não lhes tolha a liberdade de consciência."
Note que a estória contada por André começa com um simples pedido de notícias sobre uma pessoa desencarnada. Para atender o pedido, inúmeros trabalhadores da Espiritualidade são envolvidos no atendimento do desencarnado e da família do desencarnado. Afinal nenhuma oração sincera fica sem resposta.


Carmem Bezerra

sábado, 29 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 10

Neste capítulo, André Luiz e Alexandre participam de uma sessão de materialização em um Centro Espírita. Ele inicialmente descreve as inúmeras medidas tomadas pelos Espíritos presentes para a higienização do ambiente e para a harmonização do grupo de irmãos encarnados.

André observa que a médium recebe auxílio magnético intenso por parte da equipe espiritual. Alexandre então explica a André em que consiste esta assistência.

"- O aparelho mediúnico foi submetido a operações magnéticas destinadas a socorrer-lhe o organismo nos processos de nutrição, circulação, metabolismo e ações protoplásmicas, a fim de que o seu equilíbrio fisiológico seja mantido acima de qualquer surpresa desagradável."
Notando que os irmãos presentes estavam mais preocupados com os problemas pessoais que com o trabalho sendo desenvolvido, é solicitado que Alexandre improvise com o material disponibilizado pela médium uma garganta ectoplásmica e fale com a plateia.

"- Meus amigos, a paz de Jesus seja convosco! Ajudem-nos, cantando! Façam música e evitem a concentração!..."
Com a mudança de sintonia, finalmente a materialização do Mentor da médium torna-se possível e ele pode então conversar com os companheiros terrestres. André fica impressionado com o fenômeno mediúnico e quer saber se apenas alguns privilegiados possuem este tipo de mediunidade.

"Todos os homens a possuem com maior ou menor intensidade; entretanto, é preciso compreender que não nos encontramos, ainda, no tempo de generalizar as realizações. Você sabe que este domínio exige santificação. O homem não abusará no setor do progresso espiritual, como vem fazendo nas linhas de evolução material, onde se transformam prodigiosas dádivas divinas em forças de destruição e miséria. Meu amigo: neste campo de realizações sublimes, a que nos sentimos ligados, a ignorância, a vaidade e a má-fé permanecem incapacitadas por si próprias, traçando fronteiras de limitação para si mesmas."
Eu nunca estive presente em uma sessão de materialização. Sei que existem sessões de cura com materializações no Rio de Janeiro.  Tenho amigos que já participaram e contam emocionados o que viram.

O texto de André mostra a dificuldade enfrentada pela Espiritualidade para que as materializações ocorram e a pouca compreensão dos presentes quanto à importância do que estava acontecendo. Quando li a primeira vez este texto, eu me perguntei a razão da Espiritualidade perder tempo com este tipo de trabalho já que as pessoas não lhe dão a devida importância. Esta também foi a dúvida de André Luiz. A resposta de Alexandre é perfeita e merece ser aqui reproduzida.

"- E Jesus? Considera você que Ele tenha trabalhado somente para os galileus que o não compreendiam? Julga que tenha ensinado tão-só no templo de Jerusalém? Não, meu amigo: convença-se de que todos os nossos atos, no bem ou no mal, estão sendo praticados para a Humanidade inteira. Por agora, os nossos companheiros terrestres não nos entendem, nem cresceram devidamente para a completa consagração a Jesus, mas a semeadura é viva e produzirá a seu tempo. Nada se perde."


Carmem Diniz

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 9

Neste capítulo, André Luiz assiste a palestra de Alexandre para mais de cem pessoas, sendo que a maioria dos presentes ainda está encarnada na Terra e está provisoriamente liberta do corpo físico através do sono. O assunto abordado pelo Mentor é "Mediunidade e fenômenos".

Alexandre começa criticando a dependência de muitos médiuns aos fenômenos mediúnicos.

"Reúnem-se aqui muitos irmãos que pretendem desenvolver as percepções mediúnicas; entretanto, aguardam simples expressões fenomênicas, supondo erroneamente que as forças espirituais permanecem circunscritas a puro mecanismo de forças cegas e fatais, sem qualquer ascendente de preparação, disciplina e construtividade. Requerem a clarividência, a clariaudiência, o serviço completo de intercâmbio com os planos mais elevados; no entanto, terão aprendido a ver, a ouvir e, sobretudo, a servir, na esfera de trabalho cotidiano?"
Em seguida, ele lembra o orgulho de muitos médiuns que se consideram como enviados especiais do Pai para executar grandes obras. Apesar de mais de meio século ter passado, como isto ainda é atual! O sonho de muito médium iniciante é ser o novo Chico Xavier.

"Urge, porém, estimar o trabalho antes do repouso, aceitar o dever sem exigências, desenvolver as tarefas aparentemente pequeninas, antes de vos inquietardes pelas grandes obras, e colocar os desígnios do Senhor acima de todas as preocupações individuais! Urge fugir da apropriação indébita no comércio com as forças invisíveis, furtar-se ao encantamento temporário e à obsessão sutil e perversa! Coletivamente, não somos duas raças antagônicas ou dois grandes exércitos, rigorosamente separados através das linhas da vida e da morte, e, sim, a grande e infinita comunidade dos vivos, tão somente diferenciados uns dos outros pelos impositivos da vibração, mas quase sempre unidos para a mesma tarefa de redenção final"
Alexandre chama a atenção que não existe outra porta, além de Jesus, para se obter a mediunidade celeste. É interessante que ultimamente muitos Espíritos como Doutor Bezerra de Menezes e Joana de Ângelis voltaram a insistir neste ponto: mediunidade com Jesus.

"Sem o Cristo, a mediunidade é simples "meio de comunicação" e nada mais, mera possibilidade de informação, como tantas outras, da qual poderão assenhorear-se também os interessados em perturbações, multiplicando presas infelizes. Lembrai-vos, contudo, de que a lei divina jamais endossou o cativeiro e nunca sancionou a escravidão! Esquecestes a palavra divina que pronunciou: <<vós sois deuses>> ?"
Finalizando a palestra, Alexandre alerta que não se deve procurar o simples desenvolvimento das faculdades mediúnicas. A mediunidade virá normalmente sem atropelos para todos. Seguir os ensinamentos do Mestre é a forma segura e equilibrada de progredir como seres humanos e como médiuns.

"Não provoqueis o desenvolvimento prematuro de vossas faculdades psíquicas! Ver sem compreender ou ouvir sem discernir pode ocasionar desastres vultosos ao coração. Buscai, acima de tudo, progredir na virtude e aprimorar sentimentos. Acentuai o próprio equilíbrio e o Senhor vos abrirá a porta dos novos conhecimentos!"
O texto de André Luiz que reproduz a palestra é belíssimo, mas não é possível reproduzi-lo totalmente aqui. Vale a pena ser lido e meditado.


Carmem Bezerra

sábado, 22 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 8

Neste capítulo, vemos os preparativos para uma palestra que terá a participação de irmãos encarnados.

"Quando encarnados, na Crosta, não temos bastante consciência dos serviços realizados durante o sono físico; contudo, esses trabalhos são inexprimíveis e imensos. Se todos os homens prezassem seriamente o valor da preparação espiritual, diante de semelhante gênero de tarefa, certo efetuariam as conquistas mais brilhantes, nos domínios psíquicos, ainda mesmo quando ligados aos envoltórios inferiores. Infelizmente, porém, a maioria se vale, inconscientemente, do repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas. Relaxam-se as defesas próprias, e certos impulsos, longamente sopitados durante a vigília, extravasam em todas as direções, por falta de educação espiritual, verdadeiramente sentida e vivida."
Alexandre é informado que dois companheiros encarnados, Vieira e Marcondes, ainda não chegaram para a palestra e pede a um dos trabalhadores de nome Sertório para verificar o que aconteceu com eles. Notando o interesse de André Luiz, Alexandre autoriza que vá com Sertório em busca dos dois irmãos.


Ao chegar na casa do primeiro irmão, eles encontram Vieira sendo atormentado em seu sono físico por uma entidade que se achava ao lado da sua cama. Este irmão não se fez de rogado e explica o que estava acontecendo.

"Hoje, à noite, Vieira me chamou com as suas reiteradas lembranças e acusou-me de faltas que não cometi, conversando levianamente com a família. Isso, como é natural, desgostou-me. Não bastará o que tenho sofrido, depois da morte? Ainda precisarei ouvir falsos testemunhos de amigos maledicentes? Não poderia esperar dele semelhante procedimento, em virtude das relações afetivas que nos uniam as famílias, desde alguns anos. Vieira foi sempre pessoa de minha confiança. Em razão da surpresa, deliberei esperá-lo nos momentos de sono, a fim de prestar-lhe os necessários esclarecimentos."
Vendo que Vieira não tinha condição de comparecer à reunião da noite, Sertório o acorda antes de partir.

O segundo irmão, Marcondes, é encontrado na companhia de 3 entidades das sombras. Ele reconhece Sertório e fica envergonhado.

"O' Sertório, como é difícil manter o coração nos caminhos retos! Perdoe-me... Não sei como isto aconteceu... Não posso explicar-me!"
No texto, André descreve a posição do corpo físico de Marcondes semelhante a de um viciado em ópio. Portanto, pode-se deduzir que o irmão fez uso de drogas naquela noite e atraiu entidades que se identificavam com a substância. Ele também não teria condição de participar da reunião da noite.

Ao voltar para a via pública, André mostra preocupação com a situação de Vieira e Marcondes e pergunta como eles poderiam ajudá-los.

"Esteja tranquilo quanto à assistência, que não lhes faltará no momento oportuno; não se esqueça, porém, de que, se eles mesmos algemaram o coração em semelhantes cárceres, é natural que adquiram alguma experiência proveitosa à custa do próprio desapontamento."
Nos dois casos presenciados por André Luiz, podemos notar que atitudes tomadas durante o dia influenciaram o sono físico e impediram os irmãos de participar de atividades proveitosas junto à Espiritualidade.

Mais uma vez podemos lembrar a sábia advertência do Divino Mestre: "orai e vigiai".



Carmem Bezerra

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 7

Neste capítulo, André Luiz e Alexandre são chamados para ajudar um irmão que está preste a desencarnar por causa de um AVC.

"Antônio vive no círculo de pensamentos muito desregrados, apesar do bom coração. E hoje trouxe para o leito de repouso tantas preocupações descabidas, tanta angústia desnecessária, que as suas criações mentais se transformaram em verdadeiras torturas. Embalde, auxiliei-o com os meus humildes recursos; infelizmente, é tão grande o seu desequilíbrio interior, que toda a minha colaboração resultou inútil, permanecendo-lhe o cérebro sob a ameaça dum derramamento mortífero."
Vendo a gravidade da situação, Alexandre solicita ajuda ao grupo de trabalhadores liderado por Francisco. Este grupo é especializado neste tipo de atendimento e conta com a participação de um médium encarnado (em desdobramento), doador de fluidos vitais.

"À medida que o instrutor movimentava as mãos sobre o cérebro de Antônio, este revelava sinais crescentes de melhoras. Verificava, sob forte assombro, que a sua forma perispiritual reunia-se devagarzinho à forma física, integrando-se, harmoniosamente, uma com a outra, como se estivessem, de novo, em processo de reajustamento, célula por célula."
Ao terminar o atendimento, André aproveita a oportunidade para conversar com o irmão Francisco. Ele quer saber se há tarefas especializadas para cada grupo dessa natureza.
"- Perfeitamente. O nosso, por exemplo, destina- se ao reconforto de doentes graves e agonizantes. De modo geral, as condições de luta para os enfermos são mais difíceis à noite. Os raios solares, nas horas diurnas, destroem grande parte das criações mentais inferiores dos doentes em estado melindroso, não acontecendo o mesmo à noite, quando o magnetismo lunar favorece as criações de qualquer espécie, boas ou más. Em vista disso, o nosso esforço há de ser vigilante. Quase ninguém no círculo de nossos irmãos encarnados conhece a extensão de nossas tarefas de socorro. Permanecem eles num campo de vibrações muito diferentes das nossas e não podem apreender ou discriminar nosso auxílio. Isto, porém, não importa. Outros benfeitores, muito mais elevados que aqueles dos quais podemos guardar conhecimento direto, velam por nós e inspiram-nos, devotadamente, no campo das obrigações comuns, sem que vejamos a sua forma de expressão nos trabalhos referentes aos divinos desígnios."
Os livros de André Luiz nos motram claramente que a vida após a morte é de intenso aprendizado e trabalho. A nossa passagem pela Terra é temporária e serve apenas para avançarmos no nosso conhecimento das Leis Divinas. Esta ideia de "descanse em paz" é sem sentido. Estamos em constante evolução. Não há nada na criação que seja estático e sem uma finalidade.


Carmem Bezerra

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 6

André Luiz e o Instrutor Alexandre seguem o médium em desequilíbrio até a sua casa. André observa que o corpo físico do irmão é vampirizado no caminho por duas entidades.

"Cada célula física é instrumento de determinada vibração mental. Todos somos herdeiros do Pai que cria, conserva, aperfeiçoa, transforma ou destrói e, diariamente, como nosso potencial gerador de energias latentes, estamos criando, renovando, aprimorando ou destruindo alguma coisa. Justifico a surpresa de seus raciocínios ante a paisagem nova que se desdobra à sua vista. A luta do aperfeiçoamento é vastíssima. Quanto ao combate sistemático ao vampirismo, nas múltiplas moléstias da alma, aqui também, no plano de nossas atividades, não faltam processos saneadores e curativos de natureza exterior; no entanto, examinando o assunto na essência, somos compelidos a reconhecer que cada filho de Deus deve ser o médico de si mesmo e, até à plena aceitação desta verdade com as aplicações de seus princípios, a criatura estará sujeita a incessantes desequilíbrios."
Quando o médium entra no seu lar, as duas entidades contrariadas não conseguem acompanhá-lo. Alexandre explica a André a razão.

"O lar não é somente a moradia dos corpos, mas, acima de tudo, a residência das almas. O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados, converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais. Nosso amigo não se equilibrou ainda nas bases legítimas da vida, depois de extremas vacilações e levianas experiências da primeira mocidade; no entanto, sua companheira, mulher jovem e cristã, garante- lhe a casa tranquila, com a sua presença, pela abundante e permanente emissão de forças purificadoras e luminosas, de que o seu Espírito se nutre."
Portanto, o que Alexandre explicou foi que a prece sincera da esposa criava fronteiras vibratórias que impediam o acesso dos vampiros.
"Não tenha dúvida, a oração é o mais eficiente antídoto do vampirismo. A prece não é movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação. Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contacto com as fontes superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder."

Podemos então resumir o ensinamento deste texto da seguinte forma: a origem e a cura das doenças do corpo físico estão em nós mesmos. Com as nossas atitudes de orgulho, vaidade e egoísmo ferimos nosso corpo espiritual. Com a reeducação da mente e a mudança do nosso modo de viver, cicatrizamos as feridas. O corpo físico é apenas um reflexo do nosso corpo espiritual.

Carmem Bezerra

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 5

Neste capítulo, Andre Luiz é convidado pelo Instrutor Alexandre a acompanhar 3 médiuns de uma mesma família até a casa deles. Ao sair da Casa Espírita, ele sente logo a diferença de ambiente.
"A modificação, evidentemente, é inexprimível. Entre as vibrações harmoniosas da paisagem interior, iluminada pela oração, e a via pública, repleta de emanações inferiores, há diferenças singulares. O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar. A rua, no entanto, é avelhantado repositório de vibrações antagônicas, em meio de som brios materiais psíquicos e perigosas bactérias de varia da procedência, em vista de a maioria dos transeuntes lançar em circulação, incessantemente, não só as colônias imensas de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem."
André observa que os três médiuns mantêm uma conversa edificante sobre o Espiritismo. Ele fica então se questionando como é possível que dois desses médiuns sejam perseguidos por irmãos infelizes. A explicação de Alexandre não se faz esperar.
"Prometem excessivamente com as palavras; todavia, operam pouco no campo dos sentimentos. Com exceções, irritam-se ao primeiro contato com a luta mais áspera, após reafirmarem os mais sadios propósitos de renovação e, comumente, voltando cada semana ao núcleo de preces, estão nas mesmas condições, requisitando conforto e auxílio exterior. Não é com facilidade que cumprem a promessa de cooperação com o Cristo, em si próprios, base fundamental da verdadeira iluminação."
André pergunta ao Mentor se não seria possível afastar os espíritos infelizes que obsediam os médiuns.
"Os interessados - explicou Alexandre, a sorrir - forçariam, por sua vez, à volta deles. Já se fez a tentativa que você lembrou, no propósito de beneficiá-los. De modo indireto, mas a nossa irmã se declarou demasiadamente saudosa do companheiro e o nosso amigo afirmou, intimamente, sentir-se menos homem, levando humildade à conta de covardia e tomando o desapego aos impulsos inferiores por tédio destruidor. Tanto expediram reclamações mentais que as suas atividades interiores constituíram verdadeiras invocações, e, em vista do vigoroso magnetismo do desejo constantemente alimentado, agregaram-se-lhes, de novo, os companheiros infelizes."
Nesta passagem, Alexandre chama atenção para o fato que os encarnados podem também obsidiar os desencarnados. Por isso, não adianta retirar os obsessores usando a força. É preciso que os irmãos encarnados eduquem os próprios pensamentos e trabalhem no bem de acordo com a lei de amor de Jesus.



Carmem Bezerra



domingo, 9 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 4

Neste capítulo, André Luiz tenta conseguir do Instrutor Alexandre mais informações sobre os estranhos barcilos de natureza psíquica que notara nos médiuns que participavam da reunião.
"A patogênese da alma está dividida em quadros dolorosos. A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima. Quase sempre o corpo doente assinala a mente enfermiça. A organização fisiológica, segundo conhecemos no campo de cogitações terrestres, não vai além do vaso de barro, dentro do mol de preexistente do corpo espiritual. Atingido o molde em sua estrutura pelos golpes das vibrações inferiores, o vaso refletira imediatamente."
Na explicação de Alexandre é possível entender que o pensamento de ordem inferior gera o ambiente propício para o surgimento e o desenvolvimento de larvas psíquicas. Estas larvas ou barcilos são formas-pensamento que ganham vida e passam a se alimentar da energia vital de quem as criou.
"Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afecção existe o ambiente. As ações produzem efeitos, os sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a formas e consequências de infinitas expressões. E, em virtude de cada Espírito representar um universo por si, cada um de nós é responsável pela emissão das forças que lançamos em circulação nas correntes da vida."
Como estes vermes mentais se alimentam da energia vital dos seus criadores, eles são portadores de vigoroso magnetismo animal. Por isso, essas larvas são alimentos para os irmãos desencarnados em sintonia com os irmãos encarnados. É como os desencarnados conseguem se sentir "vivos" novamente. Esse "roubo" de energia é conhecido por vampirismo.
"Naturalmente que a fauna microbiana, em análise, não será servida em pratos; bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital."
Vendo que André ficara chocado com a informação da existência de vampiros no mundo espiritual, o Mentor lembra a ele a situação dos animais no planeta Terra.
"Se temos sido vampiros insaciáveis dos seres frágeis que nos cercam, entre as formas terrenas, abusando de nosso poder racional ante a fraqueza da inteligência deles, não é demais que, por força da animalidade que conserva desveladamente, venha a cair à maioria das criaturas em situações enfermiças pelo vampirismo das entidades que lhes são afins, na esfera invisível."
Depois desta belíssima lição apresentada por André Luiz neste texto, é impossível não se lembrar das palavras do divino Mestre: "orai e vigiai".


Carmem Bezerra 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 3

Neste capítulo, André Luiz acompanha o Instrutor Alexandre em uma reunião de desenvolvimento mediúnico. O grupo é composto por 18 pessoas que tentam desenvolver a mediunidade de psicografia ou de psicofonia.


Antes do início da reunião, os irmãos encarnados comentam que se sentem abandonados pela Espiritualidade, pois não há visível progresso na comunicação com o mundo invisível.
"Parece-me que nada merecemos, no setor do estímulo, por parte dos benfeitores invisíveis! - acrescentava uma senhora de boa idade - há quantos meses procuro em vão desenvolver-me? Em certos momentos, sinto vibrações espirituais intensas, junto de mim, contudo, não passo das manifestações iniciais."
Para que André entenda a razão da pouca evolução no desenvolvimento da mediunidade, Alexandre  faz com que ele observe o organismo físico de alguns dos candidatos a médium. O primeiro a ser observado é um rapaz que tem o aparelho genital comprometido pela sede febril dos prazeres inferiores.
"O pobrezinho ainda não pôde compreender que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, não se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida e, recebendo as nossas advertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspecto dogmático, exclusivo, no exame da fé religiosa."
Em seguida, André observa o organismo de um senhor cujo aparelho gastrintestinal está totalmente ensopado em aguardente.
"Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilíbrio vital. Todo o sistema endocrínico foi atingido pela atuação tóxica. Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação."
E, por último, André observa uma senhora cujo aparelho digestivo parece um alambique cheio de pastas de carne e caldos gordurosos.
"Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição."
Alexandre então comenta com André a importância da preparação física dos médiuns antes da reunião.
"A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da Verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras."
O aviso do Mentor é bem claro: não adianta apenas a presença física do médium na reunião. É preciso que o candidato ao trabalho mediúnico se prepare mentalmente (através da oração e dos bons pensamentos) e fisicamente (através da abstinência de determinados alimentos e do excesso de alimentação). Só assim seremos instrumentos úteis na seara de amor e fraternidade que é o trabalho mediúnico.


Carmem Bezerra

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 2


Neste capítulo, André Luiz apresenta uma longa discussão sobre a glândula pineal (ou epífise). Li mais de uma vez o texto, mas fiquei com a sensação de não ter captado tudo que o autor espiritual quis transmitir. De qualquer forma, vou tentar resumir o que entendi.

  • A epífise é o canal de ligação entre o corpo espiritual e o corpo físico. Para alguns autores espiritualistas, é o local de onde sai o cordão de prata que liga o corpo físico ao corpo espiritual. Portanto, a glândula é responsável por transmitir as vontades, conscientes e inconscientes, do Espírito para a matéria.
"Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade."
  • No início da vida física, a pienal inibe a influência das vidas passadas. Isto significa que mantém diversas emoções sob controle (principalmente as relacionadas ao sexo).
"Aos catorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às suas atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que representava controle é fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional."
  • pineal é responsável pela distribuição de energias pelo corpo físico de acordo com as necessidades. Nosso comportamento influencia na distribuição dessa energia.
"Segregando «unidades-força» pode ser comparada a poderosa usina, que deve ser aproveitada e controlada, no serviço de iluminação, refinamento e benefício da personalidade e não relaxada em gasto excessivo do suprimento psíquico, nas emoções de baixa classe."
  • É preciso educar os nossos pensamentos. Basta lembrar que pensamento é energia que é matéria. Portanto, ao abrigarmos em nós o ódio e a inveja, estamos usando a nossa energia para desarmonizar o nosso próprio corpo. Afinal, somos os primeiros a receber a energia, e a qualidade desta energia é definida pelos nossos pensamentos.
"São muito raros ainda, na Terra, os que reconhecem a necessidade de preservação das energias psíquicas para engrandecimento do Espírito eterno."
Para fechar o estudo (por enquanto, pois não estou satisfeita), fiz uma pesquisa na Internet e encontrei um blog bem interessante que fala da pineal e do cordão de prata. Vejam em:

http://renascerespiritual.blogspot.com.br/2011/01/cordao-de-prata-e-cordao-de-ouro.html

 Carmem Bezerra

 
 
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Missionários da Luz - Capítulo 1


Neste capítulo, André Luiz visita uma reunião em um Centro Espírita. Ao chegar, ele observa o grande número de irmãos desencarnados presentes e a harmonia existentes entre os trabalhadores encarnados.
"Reparei que fios luminosos dividiam os assistentes da região espiritual em turmas diferentes. Cada grupo exibia características próprias. Em torno das zonas de acesso, postavam-se corpos de guarda, e compreendi, pelo vozerio do exterior, que, também ali, a entrada dos desencarnados obedecia a controle significativo. As entidades necessitadas, admitidas ao interior, mantinham discrição e silêncio."
O Instrutor Alexandre explica para André como é difícil a comunicação entre as duas esferas da vida. Ele deixa bem claro que não basta o médium estar presente à reunião mediúnica. É necessário esforço contínuo do trabalhador para se aperfeiçoar e para se manter em sintonia com a Espiritualidade Maior.
"Transmitir mensagens de uma esfera para outra, no serviço de edificação humana - continuou -, demanda esforço, boa vontade, cooperação e propósito consistente. É natural que o treinamento e a colaboração espontânea do médium facilitem o trabalho; entretanto, de qualquer modo, o serviço não é automático... Requer muita compreensão, oportunidade e consciência."
Em seguida, o Mentor define para André a grândula pineal como a glândula da vida espiritual.
"No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária."

 
Por último, André descreve todo o trabalho da Espiritualidade para sustentar o médium e não permitir que a reunião abale a sua saúde física. Um ponto interessante é a descrição de como se processa a psicografia.
"Depois de cumprimentar-nos ligeiramente, Calixto postou-se ao lado do médium, que o recebeu com evidente sinal de alegria. Enlaçou-o com o braço esquerdo e, alçando a mão até ao cérebro do rapaz, tocava-lhe o centro da memória com a ponta dos dedos, como a recolher o material de lembranças do companheiro. Pouco a pouco, vi que a luz mental do comunicante se misturava às irradiações do trabalhador encarnado. A zona motora do médium adquiriu outra cor e outra luminosidade. Alexandre aproximou-se da dupla em serviço e colocou a destra sobre o lobo frontal do colaborador humano, como a controlar as fibras inibidoras, evitando, quanto possível, as interferências do aparelho mediúnico."
Notem que o Espírito comunicante busca na mente do médium as informações que precisa para transmitir a mensagem. Por isso, Ivone Pereira, Chico Xavier e Divaldo Franco narram que foram levados em desdobramento para conhecer o que iriam narrar em seus livros. É preciso lembrar que a comunicação entre os dois mundos é feita principalmente por pensamento. O médium capta a imagem e usa as palavras que conhece. A outra forma é a psicografia mecânica onde o Espírito movimenta a mão do médium e este não tem ideia do que está escrevendo. Este tipo de comunicação está cada vez mais rara. A tendência é que as comunicações sejam feitas mente a mente.


Carmem Bezerra



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Depois da Vida

Acabei de ler "Depois da Vida". O livro, psicografado por Divaldo Franco,  apresenta 30 depoimentos de irmãos desercanados falando o que encontraram no Mundo Maior.


O livro está dividido em três partes. Na primeira parte, temos 10 depoimentos de Espíritos sofredores. Na segunda parte, são 10 depoimentos de Espíritos em recuperação. E na parte final, temos mais 10 depoimentos, mas desta vez de Espíritos felizes.

Cada estória me tocou profundamente. Nos erros confessados, eu me perguntei se teria agido de forma diferente. Provavelmente eu teria cometido os mesmos erros. Nas estórias dos Espíritos felizes, eu senti o quanto ainda preciso progredir. Em especial, me emocionei com a estória da mãe de oito filhos com diversos problemas (idiotia, mongolismo, alcolismo, tuberculose, etc) e que nunca se revoltou. Sempre acreditou que Deus a amparava em cada momento. Que fé esta irmã tem!

Entretanto, a estória que me mostrou a necessidade de alterar o meu caminho foi a de um Espírito feliz que, em determinado momento da sua vida, optou por não dar grande importância às lutas políticas do mundo e investir a sua força na divulgação do Espiritismo.
"... (Doutrina Espírita) demonstrando-me que havia um outro campo de batalha e um outro mundo promissor, para os quais me deveria voltar, canalizando as forças do coração despedaçado e da mente irrigada por ideias revolucionárias, por filosofias arbitrárias, mediante cuja diretriz poderia encontrar a paz."
Nos últimos 15 dias, eu tenho me estressado com problemas no trabalho devido à inércia de algumas pessoas, em especial, de uma pessoa com cargo de chefia. Na minha busca pela produtividade e pela solução dos problemas, pisei em alguns calos e fui repreendida. Senti o meu orgulho ferido e pensei em responder a altura. O texto acima me trouxe a paz e a certeza que não devo dar tanta importância às lutas efêmeras. Existem lutas mais importantes como a divulgação da nossa Doutrina. Vamos deixar que César cuide das suas coisas, eu prefiro cuidar das coisas de Deus.

Carmem Bezerra

domingo, 18 de novembro de 2012

A Vida Além do Véu

Terminei de ler o livro "A Vida Além do Véu" do Reverendo George Vale Owen e gostaria de tecer alguns comentários. Especialmente, gostaria de fazer uma comparação com o livro "Nosso Lar" de André Luiz.


O livro "A Vida Além do Véu" foi psicografado por um sacerdote da Igreja Anglicana no ano de 1913 que nada (ou pouco) conhecia do Espiritismo. O principal autor espiritual é a mãe do médium: mulher simples, sem muita instrução, mas de muita fé nos ensinamentos da Igreja que frequentava quando encarnada. A transmissão da obra foi feita por psicografia mecânica. No livro, o médium duvida e muitas vezes questiona se as informações são verdadeiras, pois não entende como é possível este tipo de comunicação. Enquanto, a autora espiritual várias vezes se desculpa em não conseguir explicar direito o que acontece no Mundo Maior. Ela argumenta que não possui conhecimento científico para entender tudo o que ver e ouve na Espiritualidade.


O livro "Nosso Lar" foi psicografado na década de 40 pelo médium espírita Chico Xavier. O autor espiritual usa o nome de André Luiz e informa que foi médico e pesquisador famoso no Brasil. Portanto, alguém com conhecimento e curiosidade científica.

Lembrando as diferenças acima comentadas, é interessante observar:

  1. Cidades espirituais - a autora espiritual do primeiro livro não fala no Umbral, ela parece não ter passado pela região. Entretanto, ela comenta que há uma ponte que liga a região onde ela fica e a região onde ficam irmãos sofredores. Ela ajudou alguns desses irmãos depois que eles cruzaram a ponte, mas nunca esteve no outro lado.
  2. Crianças, animais e plantas - temos uma descrição bem parecida nos dois livros.
  3. Escolas de aprendizado - a autora fala em várias palestras que assistiu e em vários cursos que frequentou. Normalmente, há alguma apresentação lúdica para facilitar a compreensão do que é falado. Mas ela muitas vezes enfatiza que não conseguiu entender tudo.
  4. Pensamento e vontade - a autora comenta que um dos estudos foi a materialização de objetos/animais. O objetivo era entender a força criativa do pensamento.
  5. Simbolismo - em várias passagens, ela narra acontecimentos que lembram passagens do Velho e do Novo Testamento. São rituais que estão na Bíblia e que são repetidos na Erraticidade. As pessoas que estão no grupo dela de estudo e que presenciam tais acontecimentos possuem formação religiosa semelhante. Portanto, é preciso entender tais eventos como necessidades destes Espíritos. 
  6. Reencarnação - em uma oportunidade, ela é informada da necessidade de alguns espíritos de voltarem a Terra para completar a instrução. Entretanto, ela não questiona como será este retorno. Ela parece acreditar que será apenas uma visita aos encarnados como ela costuma fazer.
  7. Locomoção - a autora usa a volitação ou outros meios de transporte como carruagem.
  8. Esferas espirituais - ela obteve autorização para visitar esferas superiores a que morava. O objetivo era aprendizado. Fala em especial de uma cidade da música, onde todos os cidadãos trabalhavam com música (letras, instrumentos, arranjos, etc).

A conclusão que tirei é que os dois livros falam a mesma coisa, mas usam linguagens diferentes, pois os autores espirituais têm níveis intelectuais distintos.

A autora do primeiro livro parece não entender a profundidade de tudo que presencia. É uma criança que ainda está percorrendo os primeiros degraus do conhecimento, mas que possui muita fé e confiança na mensagem do Divino Mestre. Nela o desenvolvimento moral é maior que o desenvolvimento intelectual.

Por outro lado, André Luiz questionou e quis entender o funcionamento das coisas no Mundo Maior. Portanto, ele nos presenteou com uma obra mais completa. E, por isso, os seus livros são considerados como um complemento à Codificação de Kardec.

Concluindo: não vi qualquer sinal de plágio de Chico Xavier com o livro "Nosso Lar" como querem alguns inimigos do Espiritismo. Para responder a essas pessoas, basta reproduzir uma frase de Sir Artur Conan Doyle que está no prefácio do livro "Vida Além do Véu":
"Como poderia dar-se essa concordância nas ideias gerais, se não fosse inspirada de verdade?"

Carmem Bezerra


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Alquimia da Mente

Antes de iniciar o estudo do terceiro livro de André Luiz, eu decidi ler outros livros que me ajudassem a entender um pouco mais o que o nosso irmão de Nosso Lar narra. Há algum tempo eu tinha comprado o livro "Alquimia da Mente" de Hermínio Miranda, mas não tinha tido tempo de lê-lo ainda. Decidi então começar por ele.


Logo no primeiro capítulo, eu pude notar o pouco que eu conheço a Doutrina Espírita. O autor levanta várias questões que eu nunca tinha parado para pensar:

  • por que os Espíritos enfatizam que alma e Espírito não são a mesma coisa (questão 134 do LE)?
  • por que os Espíritos falaram ser necessária a união do espírito à matéria para intelectualizar a matéria (questão 25 do LE)?
  • por que várias pessoas relatam flashes de memória (um filme que mostra toda a vida passando) no desencarne?
  • seria a matéria dotada de um psiquismo específico ainda que inconsciente?
  • para que serve o lado direito do cérebro?
  • como funciona a mediunidade?

As perguntas acima são apenas uma pequena amostra das questões levantadas pelo pesquisador espírita. Não achei um livro fácil de ler, mas é um livro apaixonante. Em várias passagens, o autor usa "Evolução em Dois Mundos" de Chico Xavier e André Luiz para fundamentar as suas opiniões. Além disso, ele discute a teoria de Jung sobre inconsciente e sonhos. Eu não tinha ideia que o psiquiatra suiço tinha se aproximado tanto das ideias espíritas.

Agora eu vou ler "A Vida Além do Véu" do Reverendo inglês Vale Owen. O livro fala da vida espiritual da mãe do autor após a sua morte. O pastor psicografou este livro em 1920, mais de 10 anos antes de Chico Xavier ter psicografado "Nosso Lar". Por isso, algumas pessoas acusam o nosso Chico de ter cometido plágio. Ou seja, fatos similares narrados nos dois livros não são usados para confirmar a veracidade do que é narrado, mas para acusar o nosso Chico de plágio. O engraçado é que essas pessoas não citam os outros 15 livros de André Luiz, Chico teria plagiado eles de onde?




Carmem Bezerra








quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 51

Neste capítulo, Aniceto, André Luiz e Vicente se despedem dos trabalhadores do posto de atendimento que fica na casa de Dona Isabel. É hora de retornar a Nosso Lar para novas tarefas.

Neste momento de reflexão, André nota o quanto aprendeu ao acompanhar o querido mentor nas suas atividades de socorro aos irmãos encarnados e desencarnados da Crosta terrestre.
"Compreendi, então, que a fé não constitui uma afirmativa de lábios, nem uma adesão de ordem estatística. Procurá-la-ia, em vão, na esfera sectária, nas disputas vulgares, nos cultos exteriores alteráveis todos os dias. Era, sim, uma fonte dágua viva, nascendo espontaneamente em minha alma. Traduzia-se em reverência profunda, aliada ao mais alto conceito de serviço e responsabilidade, diante das sublimes concessões do eterno Pai. Encontrara um tesouro inacessível à destruição e um bem intransferível, por nascido e consolidado em mim mesmo."
Mais um vez, André nos lembra: não adianta apenas seguir determinadas formalidades religiosas, é preciso ter a fé viva, a fé operante. É como costuma dizer um amigo meu: não basta entrar no Espiritismo, é preciso que o Espiritismo entre em você.


Carmem Bezerra

Os Mensageiros - Capítulo 50

Neste capítulo, André Luiz nota que os parentes emitiam recursos magnéticos em favor do moribundo: uma rede de fios cinzentos e fracamente iluminados parecia ligar os encarnados. Aniceto então esclarece:
"A aflição dos familiares encarnados, aqui presentes, poderá dificultar-nos a ação. Observem como todos eles emitem recursos magnéticos em benefício do moribundo."
Para facilitar o desligamento, Aniceto provoca uma melhora aparente no doente e os parentes se afastam para descansar um pouco.
"Aproveitou Aniceto a serenidade ambiente e começou a retirar o corpo espiritual de Fernando, desligando-o dos despojos, reparando eu que iniciava a operação pelos calcanhares, terminando na cabeça, à qual, por fim, parecia estar preso o moribundo por extenso cordão, tal como se dá com os nascituros terrenos. Aniceto cortou-o com esforço. O corpo de Fernando deu um estremeção, chamando o médico humano ao novo quadro, a operação não fora curta e fácil. Demorara-se longos minutos, durante os quais vi o nosso instrutor empregar todo o cabedal de sua atenção e talvez de suas energias magnéticas."
André nos narra no texto acima como Aniceto faz o desligamento de Fernando. A dificuldade se deve a falta de preparação espiritual e o apego à vida material do moribundo. Notem que o último liame cortado é o que liga a cabeça do corpo físico com a cabeça do corpo espiritual, ou seja, a ligação do centro de força coronário.

Fiquei pensando como podemos interpretar este capítulo e o capítulo anterior. Voltando à definição de Hermínio Miranda, podemos dizer que temos duas fases onde a duração de cada fase depende do adiantamento moral do Espírito desencarnando.
  1. Morte física - os órgãos do corpo físico vão morrendo por falta de alimentação e os órgãos correspondentes no corpo espiritual vão se desprendendo do corpo físico (as ligações célula-a-célula são rompidas). O corpo espiritual é então projetado aos pedaços para fora do corpo físico.
  2. Desencarnação - os liames que ligam o corpo físico ao corpo espiritual através dos centros de força são cortados. Enquanto esta fase não é completada, o Espírito ainda está ligado à matéria, embora o corpo físico esteja morto. Isto significa que, se esta fase se prolongar por muito tempo, o Espírito irá sentir a decomposição do corpo.
Não tenho a certeza da divisão que coloquei acima. Apenas me parece lógica diante do que eu li até agora. Sei que, nos próximos livros, André Luiz se aprofunda no tema. Assim eu terei então oportunidade de tirar as minhas dúvidas e aprofundar os meus conhecimentos.

 
Carmem Bezerra

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 49

Neste capítulo, Aniceto, André Luiz e Vicente visitam um irmão que está desencarnando devido a uma leucemia. André tem então a oportunidade de observar a separação gradativa entre o corpo físico e o corpo espiritual.
"Os órgãos, como os pulmões, o fígado e os rins, estavam sendo assaltados irremediavelmente, por incalculável quantidade de sabotadores infinitesimais. E à medida que se consolidavam os micróbios invasores, em determinadas regiões celulares, alguma coisa se destacava, lentamente, da zona atacada, como se um molde sempre novo fosse expulso da forma gasta e envelhecida, reconhecendo eu, desse modo, que a desencarnação se operava através de processo parcial, facultando-me ilações preciosas. Reparei que algumas glândulas faziam desesperado esforço para enviar aos centros invadidos determinadas porções de hormônios, que eram incontinenti absorvidos pelos elementos letais. O plasma sanguíneo figurava-se líquido estranho e gangrenoso."
Sabemos que o corpo espiritual se liga ao corpo físico célula-a-célula. Portanto, podemos interpretar o texto acima da seguinte forma: à medida que as células do corpo físico vão morrendo devido a falta de alimentação, há a ruptura da ligação entre as células mortas do corpo físico com as células do corpo espiritual. Logo, esta parte do corpo espiritual se desprende do corpo físico e é projetada para fora (imagine um quebra-cabeça onde as peças são motadas aos poucos). Quando a morte física se completar, o corpo espiritual poderá ser visto ao lado do corpo físico, embora ainda possa existir ligação fluídica entre os dois corpos (a desencarnação ainda não está concluída).

Hermínio Miranda em um dos seus livros (não me lembro qual) diz que a morte física pode ocorrer em um determinado instante e a desencarnação (separação total entre o corpo físico e o corpo espiritual) pode ocorrer meses ou anos depois. É o que ocorre, por exemplo, no caso dos suicidas.

Aniceto completa a observação de André falando que a morte poderia se apresentar de forma diferente se o irmão tivesse tido uma melhor educação religiosa.
"Vemos aqui um irmão no momento da retirada. Repare a incapacidade dele para governar as células em conflito. A corrente sanguínea transformou-se em veículo de invasores mortíferos, que não encontraram qualquer fortificação na defensiva. Observe e identificará milhões de unidades da tuberculose, da lepra, da difteria, do câncer, que até agora estavam contidos nos porões da atividade fisiológica, pela defesa organizada, e que se multiplicam assustadoramente, de par com outros micróbios tão prolíferos quão terríveis. A nutrição foi interrompida. Não há possibilidade de novos suprimentos hormonais. O agonizante retrai-se aos poucos e ainda não abandonou totalmente a carne, por falta de educação mental. Vê-se pelo excesso de intemperança das células, sobre as quais não exerce nem mesmo um controle parcial, que este homem viveu bem distante da disciplina de si mesmo. Seus elementos fisiológicos são demasiadamente impulsivos, atendendo muito mais ao instinto que ao movimento da razão concentrada. A falar verdade, este nosso amigo não se está desencarnando, está sendo expulso da divina máquina, onde, pelo que vemos, não parece ter prezado bastante os sublimes dons de Deus."
Mais uma vez a Espiritualidade Maior nos lembra que uma atitude menos materialista pode nos ajudar na hora da nossa passagem. Quem tem fé que a vida continua, pode até ter medo, mas confia que Deus não o abandonará.


Carmem Bezerra

Os Mensageiros - Capítulo 48

Este capítulo tem duas passagens interessantes que merecem ser comentadas.

Na primeira passagem, ainda na reunião espírita na casa de Dona Isabel, André Luiz pergunta a Aniceto por que os irmãos desencarnados não são levados a alguma colônia espiritual para o tratamento.
"De fato, André, a maioria dos desencarnados recebe esclarecimentos justos em nossa esfera de ação. Você mesmo, nos primórdios da nova experiência espiritual, não foi conduzido ao ambiente de nossos amigos corporificados para o necessário encaminhamento. Grande número de criaturas, porém, na passagem para cá, sentem-se possuídas de “doentia saudade do agrupamento”, como acontece, noutro plano de evolução, aos animais, quando sentem a mortal "saudade do rebanho”. Para fortalecer as possibilidades de adaptação dos desencarnados dessa ordem ao novo “habitat”, o serviço de socorro é mais eficiente, ao contato das forças magnéticas dos irmãos que ainda se encontram envolvidos nos círculos carnais. Esta sala, em momentos como este, funciona como grande incubadora de energias psíquicas, para os serviços de aclimação de certas organizações espirituais à vida nova."
Podemos entender, pelas palavras de Aniceto, que os irmãos infelizes não conseguiriam se adaptar ao ambiente de alguma colônia espiritual. A necessidade deles da proximidade do fluido animal (corpo físico dos encarnados) ainda é muito forte. Mas chegará o momento em que eles mesmos pedirão para acompanhar os trabalhadores do bem.

Esta passagem nos leva a questionar a estória de André Luiz. Por que André Luiz não teve esta escolha? Por que ele foi para o Umbral e depois para Nosso Lar? Por que ele teve de esperar quase 10 anos para visitar os seus familiares? Acredito que a resposta esteja no nível de evolução intelectual e moral de André Luiz. Ele já era um Espírito com condição de entender a situação pela qual passava e aprender com ela. Não se poderia se dizer o mesmo dessas entidades sofredoras. Cada um recebe conforme as suas obras e as suas necessidades.

Na segunda passagem, Aniceto ajuda uma irmã que desencarnou e que se mostra amedrontada com o que ver. Ela não teve na última encarnação qualquer preparação espiritual. O mentor então lhe aplica passe para que adormeça e a entrega para ser levada para uma cidade espiritual.
"Pela bondade natural do coração e pelo espontâneo cultivo da virtude, não precisará ela de provas purgatoriais. É de lamentar, contudo, não se tivesse preparado na educação religiosa dos pensamentos. Em breve, porém, ter-se-á adaptado à vida nova. Os bons não encontram obstáculos insuperáveis."
Notem que ela é uma pessoa sem religião (teria sido atéia?). Entretanto, é uma pessoa bondosa e virtuosa. Por isso, não precisará passar pelo Umbral. Isto me faz lembrar a máxima dita por Kardec: "Fora da caridade não há salvação".


Carmem Bezerra

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 47

Enquanto o expositor discorria sobre o texto evangélico na reunião espírita, André Luiz observou que as entidades desencarnadas prestavam bastante atenção no que era dito, enquanto a maioria dos irmãos encarnados tinha o pensamento bem longe do que estava sendo falado.

Aniceto então comenta com André e Vicente a importância do pensamento dentro da casa espírita.
"Muitos estudiosos do Espiritismo se preocupam com o problema da concentração, em trabalhos de natureza espiritual. Não são poucos os que estabelecem padrão ao aspecto exterior da pessoa concentrada, os que exigem determinada atitude corporal e os que esperam resultados rápidos nas atividades dessa ordem. Entretanto, quem diz concentrar, forçosamente se refere ao ato de congregar alguma coisa. Ora, se os amigos encarnados não tomam a sério as responsabilidades que lhes dizem respeito, fora dos recintos de prática espiritista, se porventura, são cultores da leviandade, da indiferença, do erro deliberado e incessante, da teimosia, da inobservância interna dos conselhos de perfeição cedidos a outrem, que poderão concentrar nos momentos fugazes de serviço espiritual? Boa concentração exige vida reta. Para que os nossos pensamentos se congreguem uns aos outros, fornecendo o potencial de nobre união para o bem,é indispensável o trabalho preparatório de atividades mentais na meditação de ordem superior. A atitude íntima de relaxamento, ante as lições evangélicas recebidas, não pode conferir ao crente, ou ao cooperador, a concentração de forças espirituais no serviço de elevação, tão só porque estes se entreguem, apenas por alguns minutos na semana, a pensamentos compulsórios de amor cristão. Como veem, o assunto é complexo e demanda longas considerações e ensinamentos."
Podemos usar os comentários do nobre mentor para a mesa mediúnica. Muitas vezes o médium vem para o trabalho preocupado com algum assunto externo. Ele não consegue mudar o foco e a Espiritualidade precisa isolá-lo fluidicamente para que o trabalho mediúnico não seja prejudicado.

O grupo da mesa mediúnica que eu participo tem tido ultimamente problemas de harmonização. Noto que não conseguimos voltar ao padrão de concentração e de dedicação que tínhamos há algum tempo. O coordenador está ciente e tem sempre nos chamado a atenção para a necessidade de orar e vigiar. O problema é que se criou uma espécie de animosidade silenciosa entre alguns membros e enquanto isto não for resolvido, nós não conseguiremos nos harmonizar novamente.


Carmem Bezerra

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 46

Neste capítulo, André observa o grande número de irmãos infelizes que acompanha os irmãos encarnados.
"Reuniam-se ali, para olhos humanos, trinta e cinco individualidades terrestres e, no entanto, em nosso círculo, o número de necessitados excedia de duas centenas, porquanto, agora, a assembleia estava acrescida de muitas entidades que formavam o séquito perturbador da maioria dos aprendizes ali congregados. Para elas, organizou-se uma divisão especial, que me pareceu constituída por elementos de maior vigilância, visto chegarem, quase obrigatoriamente, acompanhando os que buscavam o socorro espiritual, sem a indicação dos orientadores em serviço nas vias públicas."
Era possível impedir a entrada desses irmãos pertubadores, mas a Espiritualidade lhes permitiu o ingresso para que eles também tivessem a oportunidade de se esclarecer. Entretanto, objetivando impedir que eles pertubassem os trabalhos de assistência, eles foram isolados em uma área limitada por faixas fluídicas.

Vicente pergunta a Aniceto se os encarnados recebem tudo que pedem aos bons Espíritos.
"Recebem o que precisam. Muitos solicitam a cura do corpo, mas somos forçados a estudar até que ponto lhes podemos ser úteis, no particularismo dos seus desejos; outros reclamam orientações várias, obrigando-nos a equilibrar nossa cooperação, de modo a lhes não tolher a liberdade individual."
Resumindo, não sabemos pedir o que é melhor para nós. Infelizmente, os pedidos muitas vezes estão relacionados com as tarefas do dia-a-dia. Queremos que nos digam o que fazer, pois não desejamos a responsabilidade das próprias decisões. Aniceto claramente lembra que quem responde a este tipo de questão não é a Espiritualidade superior, são os Espíritos que ainda estão presos aos valores da carne.
"Muitas entidades desencarnadas estimam o fornecimento de palpites para as diversas situações e dificuldades terrestres, mas esses pobres amigos estacionam desastradamente em questões subalternas, incapazes de uma visão mais alta, em face dos horizontes infinitos da vida eterna, convertendo-se em meros escravos de mentalidades inferiores, encarnadas na Terra. Esquecem que o nosso interesse imediato, agora, deve ser, acima de todos, aquele que se refira à espiritualidade superior. Nossos irmãos inquietos, que forneçam palpites a preguiçosas mentes encarnadas, sobre assuntos referentes à responsabilidade justa e necessária do homem, devem fazê-lo de própria conta."
Notem que Aniceto enfatiza o fato que, neste caso, os desencarnados se transformam em escravos dos encarnados. Sabemos que toda escravidão necessita de resgate. Portanto, os que usam os irmãos infelizes serão responsabilizados por isto.


Carmem Bezerra

domingo, 28 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 45

Aniceto chama a atenção de André Luiz e de Vicente para um irmão encarnado que conversa com um participante do grupo espírita coordenado por Dona Isabel. Ele é uma pessoa elegante com nível intelectual elevado, mas que estava rodeado de sombras.

André ouve parte da conversa e nota que o irmão exige provas para acreditar na comunicação com os Espíritos. Ele argumenta que tem lido muito e que a ciência tem explicado de forma adequada os fenômenos mediúnicos e provado em vários casos a existência de fraude.

Aniceto fala então para os seus companheiros de viagem:
"Repararam como este homem traz a mente enfermiça? É um dos curiosos doentes, encarnados. Tem vasta cultura e, todavia, como traz o sentimento envenenado, tudo quanto lhe cai nos raciocínios participa da geral intoxicação. É pesquisador de superfície, como ocorre a muita gente. Tudo espera dos outros, examina seu semelhante, mas não ausculta a si mesmo. Quer a realização divina sem o esforço humano; reclama a graça, formulando a exigência; quer o trigo da verdade, sem participar da semeadura; espera a tranquilidade pela fé, sem dar-se ao trabalho das obras; estima a ciência, sem consultar a consciência; prefere a facilidade, sem filiar-se à responsabilidade, e, vivendo no torvelinho de continuadas libações, agarrado aos interesses inferiores e à satisfação dos sentidos físicos, em caráter absoluto, está aguardando mensagens espirituais..."
Eu completaria, usando a liguagem atual, que este irmão é um turista acidental na Doutrina Espírita. Chegou para visitar, não sabe quanto tempo vai ficar e nem porque veio, mas como não tem planos para outros lugares, vai ficando. Quando ouvir falar de outro lugar com características mais excitantes, ele partirá sem olhar para trás.

Carmem Bezerra

sábado, 27 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 44

Neste capítulo, André Luiz e Vicente são chamados por Aniceto para ajudar os irmãos sofredores trazidos para a reunião espírita. André se aproxima de uma irmã que ainda não recuperara a visão depois do desencarne e lhe aplica um passe. Como resultado do tratamento magnético, ela volta a enxergar. Maravilhada, a irmã elogia a bondade de André que fica deslumbrado com a cura. Notando o que estava acontecendo, Aniceto chama a atenção de André.
"André, a excessiva contemplação dos resultados pode prejudicar o trabalhador. Em ocasiões como esta, a vaidade costuma acordar dentro de nós, fazendo-nos esquecer o Senhor. Não olvides que todo o bem procede dEle, que é a luz de nossos corações. Somos seus instrumentos nas tarefas de amor. O servo fiel não é aquele que se inquieta pelos resultados, nem o que permanece enlevado na contemplação deles, mas justamente o que cumpre a vontade divina do Senhor e passa adiante."
Terminada a tarefa, André e Vicente observam para Aniceto que poucos irmãos apresentaram melhoras. O mentor lhes diz para não dar importância ao fato.
"As atividades de assistência se processam conforme observam aqui. Alguns se sentem curados, outros acusam melhoras, e a maioria parece continuar impermeável ao serviço de auxílio. O que nos deve interessar, todavia, é a semeadura do bem. A germinação, o desenvolvimento, a flor e o fruto pertencem ao Senhor."
Vicente faz um comentário sobre a grande quantidade de entidades pertubadoras que existem nas diversas esferas espirituais visitadas. De forma clara e direta, Aniceto diagnostica a causa.
"Devemos esmagadora percentagem desses padecimentos à falta de educação religiosa. Não me refiro, porém, àquela que vem do sacerdócio ou que parte da boca de uma criatura para os ouvidos de outra. Refiro-me à educação religiosa, íntima e profunda, que o homem nega sistematicamente a si mesmo."
Infelizmente, a falta de educação religiosa também pode ser encontrada dentro do movimento espírita. Muitas pessoas são espíritas apenas 2 horas por semana: tempo suficiente para assistir uma palestra e tomar o passe. Nunca há tempo para o estudo em grupo e nem para ajudar as atividades desenvolvidas dentro da casa espírita. Fazem o que consideram a "obrigação" semanal e vão embora.

Sabemos que nada levamos deste mundo, além de nós mesmos. Portanto, o estudo e o trabalho no bem são os nossos passaportes para o reino de Jesus.


Carmem Bezerra

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 43

Quando os três viajores retornam à casa de Dona Isabel, André Luiz nota o grande movimento de trabalhadores desencarnados preparando o ambiente para a reunião espírita que ocorreria mais tarde. Em especial, ele observa perplexo que alguns irmãos dividiam a sala utilizando faixas fluídicas. Aniceto então vem em seu socorro e lhe fornece uma explicação.
“Estes amigos estão promovendo a obra de preservação e vigilância. Serão trazidas aos trabalhos de hoje algumas dezenas de sofredores e torna-se imprescindível limitar-lhes a zona de influenciação neste templo familiar. Para isso, nossos companheiros preparam as necessárias divisões magnéticas.”
Portanto, as faixas fluídicas são usadas para impedir que as formas-pensamento dos sofredores invadam o ambiente doméstico provocando pertubações e doenças.

André nota que os tarefereiros estão magnetizando o próprio ar. O esclarecimento de Aniceto não se demora.
"Não se impressione, André. Em nossos serviços, o magnetismo é força preponderante. Somos compelidos a movimenta-lo em grande escala."
Não me sinto muito confortável em falar de magnetismo. É um assunto que estou tentando entender melhor. Mas vou tentar colocar alguns pontos do meu entendimento aqui.

O magnetismo está relacionado aos fenômenos naturais de atração ou repulsão entre objetos materiais. A Física nos ensina que a corrente elétrica é capaz de gerar efeitos magnéticos. Sabemos que a matéria é energia condesada e que nossos corpos (físico e espiritual) são matérias. Além disso, o fluido cósmico universal que está na origem de toda a matéria é também matéria (pois não é Espírito).  Logo, o magnetismo existe (em diversos níveis) em toda matéria (depende da corrente elétrica).

Portanto, entendo que os tarefeiros manipulavam a matéria sutil para montar barreiras (invisíveis para muitos dos desencarnados presentes) e assim impedir que os fluidos doentios (que também são matérias) atravessassem determinados limites da casa.

Em seguida, André Luiz nota a chegada de irmãos sofredores, muitos com dificuldades de locomoção. Alguns apresentavam ataduras no corpo espiritual. Aniceto explica a André e a Vicente quem são esses irmãos.
"Muitos não concordam ainda com as realidades da morte corporal. E toda essa gente, de modo geral, está prisioneira da idéia de enfermidade. Existem pessoas, e vocês, como médicos, as terão conhecido largamente, que cultivam as moléstias com verdadeira volúpia. Apaixonam-se pelos diagnósticos exatos, acompanham no corpo, com indefinível ardor, a manifestação dos indícios mórbidos, estudam a teoria da doença de que são portadoras, como jamais analisam um dever justo no quadro das obrigações diárias, e quando não dispõem das informações nos livros, estimam a longa atenção dos médicos, os minuciosos cuidados da enfermagem e as compridas dissertações sobre a enfermidades de que se constituem voluntárias prisioneiras. Sobrevindo a desencarnação, é muito difícil o acordo entre elas e a verdade, porquanto prosseguem mantendo a ideia dominante. Às vezes, no fundo, são boas almas, dedicadas aos parentes do sangue e aproveitáveis na esfera restrita de entendimento a que se recolhem, mas, no entanto, carregadas de viciação mental por muitos séculos consecutivos."
Mais uma vez, somos lembrados do valor do pensamento positivo, da necessidade da higiene mental. É preciso reprogramar o corpo mental para que este reprograme o corpo espiritual e que, numa encarnação próxima, possamos ter um corpo físico mais saudável.


Carmem Bezerra