segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 3

Neste capítulo Tobias explica para André Luiz as tarefas desenvolvidas no Centro de Mensageiros do Ministério da Comunicação.
"— Não suponha se encontre aqui localizado o serviço de correio, simplesmente. O Centro prepara entidades a fim de que se transformem em cartas vivas de socorro e auxílio aos que sofrem no Umbral, na Crosta e nas Trevas. Acreditaria, porventura, que tanto trabalho se destinasse apenas a mera movimentação de noticiário? Amplie suas vistas. Este serviço é a cópia de quantos se vêm fazendo nas mais diversas cidades espirituais dos planos superiores. Preparam-se aqui numerosos companheiros para a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores da evolução planetária. Não me refiro tão só a emissários invisíveis. Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente. Tarefeiros do conforto espiritual encaminham-se para os círculos carnais, em quantidade considerável, habilitados pelo nosso Centro de Mensageiros."

Mais uma vez, o texto nos chama a atenção para a organização nas tarefas desenvolvidas em Nosso Lar. Nada é deixado para o acaso. Irmãos que vão reencarnar na Terra na função de médium ou de doutrinador são capacitados antes do retorno à carne. Notem que Tobias não está se referindo apenas aos médiuns ostensivos e aos doutrinadores em missão. Todos os que se prontificam para a tarefa são treinados.

Enquanto lia este texto, eu me lembrei o quanto relutei em aceitar o Espiritismo. Na minha infância, tive um vizinho espírita que vivia oferecendo livros da Doutrina para eu ler. Nunca aceitei. E quando uma vez, por insistência dele, fiquei com um livro, devolvi-o depois sem ler. Como católica, eu tinha vários preconceitos contra a doutrina. Não a conhecia e nem a queria conhecer.

Muitos anos depois, me ofereci para acompanhar uma amiga espírita a uma palestra. Senti-me em um ambiente familiar. Tudo o que eu ouvia soava natural. Deixei de ser católica no mesmo dia. Nunca mais voltei à Igreja Católica como seguidora, apenas como amiga (tenho muitos amigos católicos e a minha família é quase toda católica).

Fico me perguntando se estive em um grupo de estudo similar ao Centro de Mensageiros em algum lugar da Espiritualidade. Se estive, qual teria sido a minha promessa? Afinal as palavras de Tobias para André Luiz neste texto calam fundo em qualquer tarefeiro de Casa Espírita.

"— Você não ponderou, todavia, meu caro André, que essa preparação não constitui, ainda, a realização propriamente dita. Saem milhares de mensageiros aptos para o Serviço, mas são muito raros os que triunfam. Alguns conseguem execução parcial da tarefa, outros muitos fracassam de todo. O serviço legítimo não é fantasia. É esforço sem o qual a obra não pode aparecer nem prevalecer. Longas fileiras de médiuns e doutrinadores para o mundo carnal partem daqui, com as necessárias instruções, porque os benfeitores da Espiritualidade Superior, para intensificarem a redenção humana, precisam de renúncia e de altruísmo. Quando os mensageiros se esquecem do espírito missionário e da dedicação aos semelhantes, costumam transformar-se em instrumentos inúteis. Há médiuns e mediunidade, doutrinadores e doutrina, como existem a enxada e os trabalhadores. Pode a enxada ser excelente, mas, se falta espírito de serviço no cultivador, o ganho da enxada será inevitavelmente a ferrugem. Assim acontece com as faculdades psíquicas e com os grandes conhecimentos. A expressão mediúnica pode ser riquíssima; entretanto, se o dono não consegue olhar além dos interesses próprios, fracassará fatalmente na tarefa que lhe foi conferida. Acredite, meu caro, que todo trabalho construtivo tem as batalhas que lhe dizem respeito. São muito escassos os servidores que toleram as dificuldades e reveses das linhas de frente. Esmagadora percentagem permanece a distância do fogo forte. Trabalhadores sem conta recuam quando a tarefa abre oportunidades mais valiosas."


Carmem Bezerra

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