quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 27

Neste capítulo, Aniceto leva André Luiz e Vicente para conhecer um paciente que estava em uma câmara isolada. Ao avistá-lo, André o classificou como um louco profundamente irritado. Entretanto, o irmão sofredor se acalmou às primeiras palavras de carinho de Aniceto.
"Veem a diferença entre os que dormem, os que estão loucos e os que sofrem? Em “Nosso Lar”, não temos dos primeiros, e os que se encontrem desequilibrados, nos serviços da Regeneração, sentem, na maioria, angústias cruéis. É necessário reconheçamos que os que gemem e sofrem, em qualquer parte, estão melhorando. Toda lágrima sincera é bendito sintoma de renovação. Os escarnecedores, os ironistas e os perturbados que não registram a dor são mais dignos de piedade, por permanecerem embotados em estranha rigidez de entendimento."
Eu me lembrei que, no capítulo 27 de Nosso Lar, André nos fala de uma Câmara de Retificação onde "trinta e dois homens de semblante patibular (aspecto de criminoso) permaneciam inertes em leitos muito baixos, evidenciando apenas leves movimentos de respiração". Portanto, existe uma grande diferença entre os pacientes inertes de Nosso Lar e os pacientes adormecidos do Posto de Socorro: a falta de qualquer movimento que indique vida no segundo grupo (são por isso chamados de múmias).
 
Aniceto então explica quem é o irmão que eles estão visitando.
"Lembram-se da história de Alfredo? Temos diante de nós o falso amigo que lhe arruinou o lar. Paulo, contudo, não somente cometeu a ingratidão, como envenenou o espírito doutras senhoras, traiu outros amigos e destruiu a alegria e a paz doutros santuários domésticos. Observando Ismália aflita e Alfredo desesperado, nas recordações dele, vemos as imagens criadas pelo caluniador, para seus próprios olhos. Nossos amigos deste Posto evoluíram, transpuseram a fronteira da mágoa, escaparam aos monstros do ódio, vestem-se hoje de luz; no entanto, Paulo os vê como imagina, para escarmento de suas culpas. O criminoso nunca consegue fugir da verdadeira justiça universal, porque carrega o crime cometido, em qualquer parte. Tanto nos círculos carnais, como aqui, a paisagem real do Espírito é a do campo interior. Viveremos, de fato, com as criações mais íntimas de nossas almas."
Neste trecho do capítulo, somos mais uma vez lembrados que criamos na Terra a paisagem que veremos no Mundo Maior. Por isso, os Espíritos nos falam que o Umbral é criação das mentes enfermiças encarnadas e desencarnadas.
 
Aniceto então explica que Alfredo e Ismália velam agora pelo irmão e que conseguiram para ele uma nova oportunidade na carne. Este texto de André nos faz recordar as palavras do Mestre sobre a necessidade de reconciliação com o irmão. É preciso saber perdoar e amar incondicionalmente. Estas não são apenas palavras vazias. Basta lembrar que Jesus perdoou os que o crucificaram.

"Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta. (Mateus 5:23-24)"
Carmem Bezerra

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