terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XVIII

Neste Capítulo, André Luiz nos fala da mediunidade de efeitos intelectuais.
"Médiuns de efeitos intelectuais (ou inteligentes) – os que são mais especialmente aptos a receber e a transmitir as comunicações inteligentes."
Cap.16, II-Manifestações Espíritas, Livro dos Médiuns
Este tipo de mediunidade nem sempre é ostensiva. Por isso, é comum aparecer dúvidas nos que trabalham na mesa mediúnica.
"Decerto que, nos serviços de intercâmbio, experimentará largo período de vacilações e dúvidas, porquanto, morando no centro das próprias emanações e recolhendo a influenciação do plano espiritual – com que, muitas vezes, já se encontra inconscientemente automatizada –, a princípio supõe que as ondas mentais alheias incorporadas ao campo de seu Espírito não sejam mais que pensamentos arrojados do próprio cérebro."
Entretanto, muitos médiuns não conseguem vencer a fase inicial das dúvidas e acabam por desistir do trabalho mediúnico.
"Se o médium consegue transpor, valoroso, a faixa de hesitações pueris, entendendo que importa, acima de tudo, o bem a fazer, procura ofertar a reta conduta, no reflexo condicionado específico da prece, à Espiritualidade Superior, e passa, então, a ser objeto da confiança dos Benfeitores desencarnados que lhe aproveitam as capacidades no amparo aos semelhantes, dentro do qual assimila o amparo a si mesmo."
A Espiritualidade não abandona o médium inexperiente. Mas este precisa fazer a sua parte: estudo e trabalho. Afinal, é preciso criar em si campo propício para receber as sementes de vida do Mundo Maior
"É natural, dessa forma, que as dificuldades da filtragem mediúnica se façam, às vezes, extremamente preponderantes, porquanto, se não há riqueza de material interpretativo no fulcro receptor, as mais vivas fulgurações angélicas passarão despercebidas para quem as procura, com sede da luz do Além."


Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XVII

Neste Capítulo, André Luiz explica a mediunidade de efeitos físicos. Os médiuns com esta característica são doadores de fluido magnético (também chamado de ectoplasma) que possui dupla natureza: tanto atua no mundo espiritual quanto no mundo material. Por isto, ao usar este fluido os Espíritos podem se manifestar diretamente na matéria (movendo objetos, provocando barulhos, etc).
"Se a personalidade encarnada acusa possibilidades de larga desarticulação das próprias forças anímicas, encontramos aí a mediunidade de efeitos físicos, suscetível de exteriorizar-se em graus diversos."
Nem sempre a pessoa tem ciência que possui mediunidade de efeitos físicos. Mas quando a pessoa não só sabe que é portadora deste tipo de mediunidade como quer utilizá-la para o bem, a Espiritualidade monta uma equipe para trabalhar com ela. Em especial, seleciona um Espírito com a função de proteger o médium contra os ataques dos irmãos infelizes (naturalmente, o médium terá de fazer a sua parte, mantendo a sintonia com as forças do bem).
"Chegada a esse ponto, se a criatura deseja cooperar na obra do esclarecimento humano, recebe do Plano Espiritual um guarda vigilante – mais comumente chamado “o guia”, segundo a apreciação terrestre –, guarda esse, porém, que, diante da esfera extrafísica tem as funções de um zelador ou de um mordomo responsável pelas energias do medianeiro, sempre de posição evolutiva semelhante."
O médium terá a assistência dos Espíritos superiores enquanto mantiver seu propósito de usar a mediunidade na Seara do Senhor.
"Basta leve modificação de propósito na personalidade medianímica, seja em matéria de interesse econômico ou de conduta afetiva, para que se lhe alterem os raios mentais. Verificada semelhante metamorfose, esboçam-se-lhe, na aura ou fulcro energético, formas-pensamentos, por vezes em completo desacordo com o programa traçado no Plano Superior, ao mesmo tempo que perigos consideráveis assomam na esfera do serviço a fazer, de vez que a transformação das ondas mediúnicas imprime novo rumo à força exteriorizada, que, desse modo, em certas ocasiões, pode ser manuseada por entidades desencarnadas, positivamente inferiores, famintas de sensações do campo físico."

Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XVI

Neste Capítulo, André Luiz discute a influência psíquica que exercemos uns sobre os outros: somos influenciados e influenciamos.
"Na vida comum, todos praticamos espontaneamente a sugestão, em que a obediência maquinal se gradua, em cada um de nós, através de vários graus de rendição à influência alheia."
Quando uma pessoa encarna, ela esquece de tudo e, pela fragilidade do corpo físico inicial, se torna mais suscetível de ser induzida a um determinado comportamento. Por isso, o lar é o primeiro e mais vigoroso centro de indução na Terra.
"À maneira de alguém que recebe esse ou aquele tipo de educação em estado de sonolência, o Espírito reencarnado, no período infantil, recolhe dos pais os mapas de inclinação e conduta que lhe nortearão a existência, em processo análogo ao da escola primária, pelo qual a criança é impelida a contemplar ou mentalizar certos quadros, para refleti-los no desenvolvimento natural da instrução."

Após a primeira infância, a influência dos companheiros (encarnados e desencarnados) pode se tornar mais forte que a recebida no meio familiar. A escola deve então completar o aprendizado do lar e ratificar os ensinamentos recebidos.
"Todavia, a escola edificante espera-os, nas linhas da civilização, para restaurar-lhes, desde cedo, as noções de ordem superior, diante da vida, exalçando os conceitos de elevação moral, imprescindíveis ao aprimoramento da alma."
Como já discutido nos capítulos anteriores deste livro, nós emitimos ondas mentais. De acordo com o teor destas ondas, nós atraímos ou repelimos determinados tipos de Espíritos e a influência que eles podem ter sobre nós.
"Somos todos, assim, médiuns, a cada passo refletores das forças que assimilamos, por força de nossa vontade, na focalização da energia mental."
Portanto, escolhemos por vontade própria que são os nossos companheiros de viagem e por quanto tempo estes companheiros ficam ao nosso lado nos ajudando (ou nos atrapalhando). Cabe só a nós esta escolha, não dá para culpar outra pessoa.
"É assim que somos, por vezes, loucos temporários, grandes obsidiados de alguns minutos, alienados mentais em marcadas circunstâncias de lugar ou de tempo, ou, ainda, doentes do raciocínio em crises periódicas, médiuns lastimáveis da desarmonia, pela nossa permanência longa em reflexos condicionados viciosos, adquirindo compromissos de grave teor nos atos menos felizes que praticamos, semi-inconscientemente, sugestionados uns pelos outros, porquanto, perante a Lei, a nossa vontade é responsável em todos os nossos problemas de sintonia."

Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XV

Neste Capítulo, André Luiz lembra como funciona as cargas elétricas: quando há equilíbrio de cargas em um corpo (igualdade com positivo e negativo), o objeto está eletricamente neutro; quando a quantidade de carga está em desequilíbrio, o objeto está carregado eletricamente e exerce força de atração ou repulsão sobre os outros objetos.

As ondas mentais de uma pessoa podem ser comparadas a um campo de elétrons que atraem ou afastam as ondas mentais de pessoas encarnadas e desencarnadas.
"Dentro de certa analogia, temos também as correntes de elétrons mentais, por toda a parte, formando cargas que aderem ao campo magnético dos indivíduos, ou que vagueiam, entre eles, à maneira de campos elétricos que acabam atraídos por aqueles que, excessivamente carregados, se lhes afeiçoem à natureza."

As correntes mentais são energias propagadas a partir da mente. Quando as ondas mentais de um encarnado se encontram com o princípio vital (duplo etérico) formam a aura.
"Correntes vivas fluem do íntimo de cada Inteligência, a se lhe projetarem no “halo energético”, estruturando-lhe a aura ou fotosfera psíquica, à base de cargas magnéticas constantes, conforme a natureza que lhes é peculiar, de certa forma semelhantes às correntes de força que partem da massa planetária, compondo a atmosfera que a envolve."
As correntes mentais são classificadas por André em
  • Construtivas - neste caso, há harmonia nas ondas mentais atraindo seres em igual sintonia.
"Seja no esforço intelectual em elevado labor, na criação artística, nas obras de benemerência ou de educação, seja nas dedicações domésticas, nas tarefas sociais, nas profissões diversas, nas administrações públicas ou particulares, nos empreendimentos do comércio ou da indústria, no amanho da terra, no trato dos animais, nos desportos e em todos os departamentos de ação, o Espírito é chamado a servir bem, isto é, a servir no benefício de todos, sob pena de conturbar a circulação das próprias energias mentais, agravando os estados de tensão."
  • Destrutivas - neste caso, a desarmonia gera ondas mentais perturbadoras atraindo seres em igual situação.
"Acumulando em si mesma as forças autogeradas em processos de profundo desequilíbrio, a alma exterioriza forças mentais desajustadas e destrutivas, pelas quais atrai as forças do mesmo teor, caindo frequentemente em cegueira obsessiva, da qual muitas vezes se afasta, desorientada, pela porta indesejável do remorso, após converter-se em intérprete de inqualificáveis delitos."

Carmem Bezerra

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XIV

Neste Capítulo, André Luiz discute o uso da hipnose na cura de algumas doenças nervosas. Neste caso, o hipnotizador não é o responsável pela cura, ele apenas induz o paciente a acreditar que ele pode se curar (imprime novas modalidades às ondas mentais do hipnotizado) . O que ocorre é a auto-cura.
"... o magnetizador agiu apenas como recurso de excitação e influência, porque as oscilações mentais em ação restaurativa dos tecidos celulares foram exteriorizadas pelo próprio consulente."
André lembra que é possível, durante a hipnose, programar um reflexo condicionado de forma que o paciente sempre que veja um determinado objeto repita os procedimentos feitos na consulta (alterando assim as ondas mentais) .
"Semelhante medida, que explica o suposto poder curativo de certas relíquias materiais ou dos chamados talismãs da magia, pode ser interpretada como reflexo condicionado específico, porquanto, sem a presença do hipnotizador, suscetível de imprimir novas modalidades à onda mental de que tratamos, o objeto aludido servirá – muito particularmente nesse caso – como reflexo determinado para o refazimento orgânico, em certo sentido."
Um ponto importante é abordado pelo autor espiritual no início do texto e que não pode ser ignorado neste estudo: ele esclarece que não está sugerindo o uso da hipnose nas casas espíritas. O objetivo ao abordar este tema é apenas mostrar o funcionamento da mente nos fenômenos mediúnicos.
"A utilização dos fenômenos hipnóticos serve, neste livro, simplesmente para explicar os mecanismos da mediunidade, e não para induzir os companheiros do Espiritismo a praticá-los em suas tarefas, porquanto o nosso objetivo primordial é o serviço da Doutrina Espírita que devemos tomar por disciplinadora de todos os fenômenos que nos rodeiam, na esfera das ocorrências mediúnicas, a beneficio de nossa própria melhoria moral."


Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XIII

Neste Capítulo, André Luiz explica que é possível alterar a onda mental com a hipnose.
"Desde que se rendam, profundamente, à sugestão inicial recebida, começam a emitir certo tipo de onda mental com todas as potencialidades criadoras da ideação comum, e ficam habilitadas a plasmar as formas-pensamentos que lhes sejam sugeridas, formas essas que, estruturadas pelos movimentos de ação dos princípios mentais exteriorizados, reagem sobre elas próprias, determinando os efeitos ou alucinações que lhes imprima a vontade a que se submetem."

A hipnose não age de igual forma em todas as pessoas, algumas são mais passivas que outras. Por isso, André classifica a hipnose em dois grupos:
  • Hipnose vulgar e letargia - semelhante ao sono comum, as ordens são recebidas pelo cérebro físico. Neste tipo de hipnose é fácil induzir o hipnotizado a sentir o ambiente de forma diferente do que realmente está (por exemplo, muito frio ou muito quente).
  • Catalepsia e sonambulismo - há o desprendimento total ou parcial do perispírito, mesmo assim a mente do corpo espiritual acata as ordens recebidas e coordena o corpo físico para a execução. Neste tipo de hipnose, pode-se conseguir que o hipnotizado assuma outra personalidade (pense que é outra pessoa).
Entretanto, o hipnotizado não aceita qualquer tipo de ordem. Quando ele recebe alguma ordem que vai contra a sua moral, ele não a executa: ninguém pode apagar ou sobrepor o que o Espírito já aprendeu como certo e errado.
"Isso, porém, não aconteceria de modo tão simples se a sugestão envolvesse processos de mais alta responsabilidade na esfera da consciência, porquanto nos atos mais complexos do Espírito, para que haja sintonia nas ações que envolvam compromisso moral, é imprescindível que a onda do hipnotizador se case perfeitamente à onda do hipnotizado, com plena identidade de tendências ou opiniões, qual se estivessem jungidos, moralmente, um ao outro nos recessos da afinidade profunda."

Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XII

Neste Capítulo, André Luiz nos fala da importância do reflexo condicionado para a evolução moral e psíquica dos seres.

O reflexo é a relação entre o estímulo e a resposta. Quando aprendemos que determinada ação corresponde a uma determinada reação e que o resultado nos agrada, a tendência é repetir (ou esperar que se repita) a ação. É por isso que procuramos conviver com pessoas que possuem os mesmos gostos e ideias: podemos falar do que gostamos e no que acreditamos. Isto nos traz bem estar e nos ajuda a progredir.
"É nesses reflexos condicionados da atividade psíquica que principiam para o homem de pensamentos elementares os processos inconscientes da conjugação mediúnica, porquanto, emitindo a onda das ideias que lhe são próprias, ao redor dos temas que lhe sejam afins, exterioriza na direção dos outros as imagens e estímulos que acalenta consigo, recebendo, depois, sobre si mesmo os princípios mentais que exteriorizou, enriquecidos de outros agentes que se lhe sintonizem com as criações mentais."

À medida que nos tornamos conscientes do que é certo e do que é errado, muitas vezes precisamos nos reeducar: abolindo hábitos nocivos e criando hábitos saudáveis. No lugar de falar da vida alheia, comentar as belezas da vida. No lugar de reclamar do mau atendimento, compreender e se colocar na posição de quem está nos servindo. No lugar de criticar a família e os amigos, ajudá-los a evoluir. Tudo é uma questão de postura diante dos fatos da vida. E se estamos com os reflexos errados, é preciso reprogramá-los. Isto se faz repetindo-os várias vezes de forma consciente até que eles se tornem naturais (automáticos).
"Temos plenamente evidenciada a auto-sugestão, encorajando essa ou aquela ligação, esse ou aquele hábito, demonstrando a necessidade de autopoliciamento em todos os interesses de nossa vida mental, porquanto, conquistada a razão, com a prerrogativa da escolha de nossos objetivos, todo o alvo de nossa atenção se converte em fator indutivo, compelindo-nos a emitir os valores do pensamento contínuo na direção em que se nos fixe a idéia, direção essa na qual encontramos os princípios combináveis com os nossos, razão por que, automaticamente, estamos ligados em espírito com todos os encarnados ou desencarnados que pensam como pensamos, tão mais estreitamente quão mais estreita a distância entre nós e eles, isto é, quanto mais intimamente estejamos comungando a atmosfera mental uns dos outros, independentemente de fatores espaciais."

Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo XI

Neste Capítulo, André Luiz explica que os pensamentos de encarnados e desencarnados são propagados por meio de ondas mentais. Este mecanismo funciona da mesma forma das ondas de rádio (conhecidas também por ondas hertzianas) que transmitem vozes para quem está na frequência definida. Portanto, quem está em sintonia espiritual com uma entidade desencarnada pode captar-lhe os pensamentos. Esta é origem dos fenômenos espirituais como psicografia e psicofonia.
"Examinando sumariamente as forças corpusculares de que se constituem todas as correntes atômicas do Plano Físico, podemos compreender, sem dificuldade, no pensamento ou radiação mental, a substância de todos os fenômenos do espírito, a expressar-se por ondas de múltiplas frequências. Valendo-nos de ideia imperfeita, podemos compará-lo, de início, à onda hertziana, tomando o cérebro como sendo um aparelho emissor e receptor ao mesmo tempo."

Não há como fingir o que não somos, pois na Espiritualidade é possível ver as  imagens que os nossos pensamentos criam.
"Sempre que pensamos, expressando o campo íntimo na ideação e na palavra, na atitude e no exemplo, criamos formas-pensamentos ou imagens-moldes que arrojamos para fora de nós, pela atmosfera psíquica que nos caracteriza a presença."

Não é difícil entender porque Jesus nos mandou vigiar e orar. O ambiente que criamos ao nosso redor é o que vamos encontrar após o desencarne. Não há mudanças bruscas. Por isso, aprender a cultivar em nós harmonia, otimismo e amor é a forma de se sintonizar com o caminho indicado por Jesus.
"Compreendendo-se que toda partícula de matéria em movimentação se caracteriza por impulso inconfundível, fácil ser-nos-á observar que cada Espírito, pelo poder vibratório de que seja dotado, imprimirá aos seus recursos mentais o tipo de onda ou fluxo energético que lhe define a personalidade, a evidenciar-se nas faixas superiores da vida, na proporção das grandezas morais, do ponto de vista de amor e sabedoria, que já tenha acumulado em si mesmo."

Carmem Bezerra

domingo, 29 de dezembro de 2013

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo X

Neste Capítulo, André Luiz discute a qualidade da corrente mental considerando a sua origem. Como ela é produzida a partir da matéria mental que cada um possui, a elevação moral vai definir a qualidade da energia gerada e propagada por cada um de nós.
"Em identidade de circunstâncias, apesar da diversidade dos processos, toda partícula da corrente mental, nascida das emoções e desejos recônditos do Espírito, através dos fenômenos íntimos e profundos da consciência, cuja estrutura ainda não conseguimos abordar, se desloca, produzindo irradiações eletromagnéticas, cuja frequência varia conforme os estados mentais do emissor, qual acontece na chama, cujos fótons arremessados em todas as direções são constituídos por grânulos de força cujo poder se revela mais ou menos intenso, segundo a frequência da onda em que se expressam."
Portanto, a qualidade da corrente mental depende também quando levamos em consideração os diversos graus evolutivos dos seres vivendo na Terra.
"Nos reinos inferiores da Natureza, a corrente mental restringe-se a impulsos de sustentação nos seres de constituição primária, a começar dos minerais, preponderando nos vegetais e avançando pelo domínio dos animais de formação mais simples, para se evidenciar mais complexa nos animais superiores que já conquistaram bases mais amplas à produção do pensamento contínuo."
Só quando o princípio inteligente adquire o pensamento contínuo (começa a entender as leis morais) é que ele passa a ser considerado Espírito. Neste ponto, a mente consegue criar imagens, a partir da matéria mental, que são exteriorizadas para o meio: criamos em cima da criação de Deus. Passamos assim a a ser co-criadores da vida.
"No cérebro humano, gabinete da alma erguida a estágios mais nobres na senda evolutiva, ela não se exprime tão só à maneira de impulso necessário à sustentação dos circuitos orgânicos, com base na nutrição e reprodução. É pensamento contínuo, fluxo energético incessante, revestido de poder criador inimaginável."

Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo IX

Neste Capítulo, André Luiz novamente compara o cérebro a um gerador que alimentado por pensamentos utiliza a matéria mental para liberar energia para o meio. Esta energia em contato com o princípio vital forma a aura dos encarnados.
"É aí, nesse microcosmo prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do Espírito, é manipulada e expressa, em movimento constante, produzindo correntes que se exteriorizam, no espaço e no tempo, conservando mais amplo poder na aura da personalidade em que se exprime, através de ação e reação permanentes, como acontece no gerador comum, em que o fluxo energético atinge valor máximo, segundo a resistência integral do campo, diminuindo de intensidade na curva de saturação."

André cita três casos em que a corrente mental não consegue se expandir interagindo com o ambiente:
  • mentes primitivas ou reiteradamente ociosas - não faz uso ou não possui capacidade de manipular a matéria mental;
  • monoideísmo - existe fixação com uma única ideia e fica indiferente ao que lhe cerca;
  • deficiência orgânica - devido à enfermidade ou pertubação temporária, a mente em desequilíbrio não consegue processar o que existe ao redor.

Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo VIII

Neste Capítulo, André Luiz explica a mediunidade ostensiva a partir do estudo do campo magnético.

Cada elétron de um átomo gira em torno de si mesmo (movimento conhecido por spin) que pode ser de dentro para fora ou de fora para dentro. Um átomo quando está em equilíbrio, os spins de seus elétrons se anulam (se compensam). Quando há desajustes entre os spins dos elétrons da camada periférica do átomo, o campo magnético criado atrai outros átomos para poder se equilibrar.


"Geralmente, nas camadas do sistema atômico, os chamados “spins” ou diminutos vórtices magnéticos, revelando natureza positiva ou negativa, se compensam uns aos outros, mas não em determinados elementos, como seja o átomo de ferro, no qual existem quatro “spins” ou efeitos magnéticos desajustados nas camadas periféricas, provocando as avançadas peculiaridades magnéticas que se exteriorizam dele, porquanto, reunido a outros átomos da mesma substância, faz que se conjuguem, ocasionando a formação espontânea de ímãs microscópicos ou, mais propriamente, “domínios”."
Portanto, um campo magnético consiste num campo criado por ação de correntes elétricas e é detectado pela força que exerce sobre outros materiais magnéticos e cargas elétricas em movimento.

A mediunidade pode ser compreendida como um campo magnético. Se estamos equilibrados perante os deveres da vida (dívidas de outras vidas e desta) e ainda muito ligados aos problemas da matéria, ela nos passa quase despercebida. Se estamos endividados ou comprometidos com algum plano maior, ela se mostra com todo o seu potencial (independentemente da nossa vontade). Neste caso, é preciso encontrar o equilíbrio da mediunidade com o trabalho no bem.
"Perceberemos nas mentes ajustadas aos imperativos da experiência humana, mesmo naquelas de sensibilidade mediúnica normal, criaturas em que os “spins” ou efeitos magnéticos da atividade espiritual se evidenciam necessariamente harmonizados, presidindo a formação dos “domínios” ou ímãs diminutos do mundo íntimo em processo de integração, através do qual o campo magnético se mostra entrosado às emoções comuns, ao passo que, nas organizações mentais em que os “spins” ou efeitos magnéticos do pensamento apareçam descontrabalançados, as propriedades magnéticas patenteiam teor avançado, tanto maior quanto mais vasta a descompensação, plasmando condições mediúnicas variáveis por exigirem o auxílio de correntes de força que lhes ofereçam o necessário equilíbrio, o que ocorre tanto com as grandes almas que aceitam ministérios de abnegação e renúncia em planos inferiores, aí permanecendo em posição de desnível, como também com as almas menos enobrecidas, embora em outro sentido, segregadas em aflitivo desajuste nas reencarnações reparadoras por se haverem onerado perante a Lei."

Carmem Bezerra 

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo VII

Neste Capítulo, André Luiz apresenta analogia entre os circuitos elétrico, hidráulico e mediúnico.
  • A corrente mediúnica pode ser comparada ao curso dágua ou ao fluxo elétrico - para haver comunicação é preciso um meio (médium) e uma força mecânica (aceitação) para colocar elétrons/água (mensagens) em movimento (transmissão).
  • A sintonia psíquica é semelhante à pressão hidráulica, pois os dois lados precisam encontrar um ponto de equilíbrio - o médium deve diminuir ou aumentar o seu padrão vibratório para entrar em sintonia com o espírito comunicante (depende se este é um Espírito sofredor ou se é o guia espiritual do médium). No caso de um Espírito superior, o comunicante desce o seu padrão vibratório até onde o médium consegue subir o seu padrão vibratório para, assim, a comunicação ser possível.
  • Falta de concentração ou dúvidas do médium correspondem aos problemas encontrados na fiação elétrica para a propagação dos elétrons e nos canos para a passagem da água - dificultam ou impedem a comunicação.
"Recorremos às comparações em foco apenas para lembrar aos nossos companheiros de estudo a imagem de “correntes circulantes”, recordando, ainda, que a corrente líquida, comumente vagarosa, a corrente elétrica muito rápida e a corrente mental ultra-rápida podem ser adaptadas, controladas, aproveitadas ou conduzidas, não podendo, entretanto, suportar indefinida armazenagem ou detenção, sob pena de provocarem o aparecimento de charcos, explosões e rupturas, respectivamente."
O médium é responsável pela boa comunicação. É preciso entender que o trabalho feito pela Espiritualidade para o intercâmbio seja possível é muito maior do que temos noção. Por isso, os médiuns devem considerar os estudos e a prática do bem como necessários e não apenas opcionais (quando tiver tempo). Ninguém pode participar da mesa mediúnica como se participa de uma mesa de bar. Precisamos fazer a nossa parte, pois os nossos amigos espirituais sempre fazem a parte que lhes competem.
"E no aproveitamento da corrente mental, no circuito mediúnico, são necessários instrumentos receptores capazes de atender às exigências da emissão, para qualquer serviço de essência elevada, compreendendo-se, desse modo, que a corrente líquida, a corrente elétrica e a corrente mental dependem, nos seus efeitos, da condução que se lhes imprima."

Carmem Bezerra

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo VI

Neste Capítulo, André Luiz continua a explicação sobre o funcionamento da comunicação mediúnica comparando-a, desta vez, com um circuito elétrico.

Circuito elétrico é um conjunto formado por um gerador elétrico, um condutor em circuito fechado e um elemento capaz de utilizar a energia produzida pelo gerador. 
Para que a comunicação mediúnica ocorra é também preciso fechar o circuito: o médium entra com a passividade/aceitação e o comunicante desencarnado transmite o pensamento.
"O circuito mediúnico, dessa maneira, expressa uma “vontade-apelo” e uma “vontade-resposta”, respectivamente, no trajeto ida e volta, definindo o comando da entidade comunicante e a concordância do médium, fenômeno esse exatamente aplicável tanto à esfera dos Espíritos desencarnados, quanto à dos Espíritos encarnados, porquanto exprime conjugação natural ou provocada nos domínios da inteligência, totalizando os serviços de associação, assimilação, transformação e transmissão da energia mental."
Entre os componentes de um circuito elétrico podemos destacar:
  • Resistor -  capaz de controlar a corrente elétrica que passa sobre os componentes do circuito. No circuito mediúnico, é preciso harmonizar o padrão vibratório entre médium e comunicante. Para isto, há gasto de energia por parte do médium.

"Igualmente no circuito mediúnico, a resistência significa a dissipação de energia mental, destinada à sustentação de base entre o Espírito comunicante e o médium."
  • Indutor - capaz de armazenar energia elétrica no campo magnético criado pelas correntes que circulam por ele. No circuito mediúnico, quando há equilíbrio entre médium e comunicante, energia é armazenada para posterior uso em caso de necessidade, evitando assim danos nos perispíritos dos envolvidos na comunicação.
"Em virtude de semelhante princípio, se aparece alguma alteração na corrente mental, surge nas profundezas da conjugação mediúnica certo aumento de força, impedindo a variação. Se a violência interfere criando mudanças bruscas, a indutância no plano mental determina uma descarga magnética, cujos efeitos se hierarquizam, conforme a intensidade da integração em andamento, porquanto o circuito mediúnico, envolvendo implementos fisiopsicossomáticos e tecidos celulares complexos no plano físico e no plano espiritual, mostra-se fortemente indutivo e não deve ser submetido a interrupções intempestivas, sendo necessário atenuar-se-lhe a intensidade, quando se lhe trace a terminação, para que se impossibilite a formação de extracorrentes magnéticas, capazes de operar desajustes e perturbações físicas, perispiríticas e emocionais, de resultados imprevisíveis para o médium, quanto para a entidade em processo de comunicação."
  • Capacitor - capaz de armazenar energia em um campo elétrico. A comunicação é feita através de pensamentos. O médium reveste o que recebe com as palavras e a vivência que possui. Por isso, para que a comunicação seja autêntica é preciso haver sintonia entre médium e comunicante.

"Em identidade de circunstâncias, no circuito mediúnico, capacitância exprime a propriedade pela qual se verifica o armazenamento de recursos espirituais no circuito, recursos esses que correspondem à sintonia psíquica."
Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo V

Neste Capítulo, André Luiz explica como funciona a comunicação mediúnica utilizando o conceito de gerador elétrico. Como dito outras vezes, o Espírito pode ser entendido como uma usina elétrica.
"O Espírito, encarnado ou desencarnado, na essência, pode ser comparado a um dínamo complexo, em que se verifica a transubstanciação do trabalho psicofísico em forças mento-eletromagnéticas, forças essas que guardam consigo, no laboratório das células em que circulam e se harmonizam, a propriedade de agentes emissores e receptores, conservadores e regeneradores de energia."
Um gerador elétrico possui um polo negativo correspondente ao terminal de menor potencial elétrico e um polo positivo correspondente ao terminal de maior potencial elétrico. Quando colocado em um circuito, o gerador fornece energia potencial elétrica para as cargas, que entram em movimento, saindo do polo negativo para o polo positivo. Portanto, um gerador elétrico é o agente do circuito que o abastece, fornecendo energia elétrica às cargas que o atravessam.
"Figuremos dois campos elétricos separados, cada um deles com cargas de natureza contrária, com uma diferença de potencial entre eles. Estabelecido um fio condutor entre ambos, a corrente elétrica se improvisa, do centro negativo para o centro positivo, até que seja alcançado o justo equilíbrio entre os dois centros, anulando-se, desde então, a diferença de potencial existente. Se desejamos manter a diferença de potencial a que nos referimos, é indispensável interpor entre ambos um gerador elétrico, por intermédio do qual se nutra, constante, o fluxo eletrônico entre um e outro, de vez que a corrente circulará no condutor, em vista do campo elétrico existente entre os dois corpos."
Logo, é possível entender o médium e o comunicante desencarnado como dois polos com cargas diferentes: uma positiva e outra negativa. Quando o médium aceita a comunicação (não duvida, não tem medo), o circuito é fechado, e os pensamentos do comunicante passam a fluir em direção ao médium.
"Estabelecido um fio condutor de um para o outro que, em nosso problema, representa o pensamento de aceitação ou adesão do médium, a corrente mental desse ou daquele teor se improvisa em regime de ação e reação, atingindo-se o necessário equilíbrio entre ambos, anulando-se, desde então, a diferença existente, pela integração das forças conjuntas em clima de afinidade."

Carmem Bezerra

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo IV

Neste Capítulo, André Luiz explica matéria mental usando os conceitos da Física discutidos nos três primeiros capítulos do livro. Vou tentar resumir o que eu entendi.
  • O mundo macro e o mundo micro se estruturam de forma similar. Esta estruturação é obtida com a ajuda de agentes que estão em diferentes níveis evolutivos na criação como explica a questão 540 do Livro dos Espíritos: "tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo".
"No macrocosmo e no microcosmo, tateamos as manifestações da Eterna Sabedoria que mobiliza agentes incontáveis para a estruturação de sistemas e formas, em variedade infinita de graus e fases, e entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande surge a inteligência humana, dotada igualmente da faculdade de mentalizar e co-criar, empalmando, para isso, os recursos intrínsecos à vida ambiente."
  • A compreensão que temos hoje da matéria no mundo físico pode ser estendida para o mundo extra-físico. Isto significa que a organização da matéria mais etérea é parecida com a da matéria mais grosseira.
"Temos, ainda aqui, as formações corpusculares, com bases nos sistemas atômicos em diferentes condições vibratórias, considerando os átomos, tanto no plano físico, quanto no plano mental, como associações de cargas positivas e negativas."
  • Podemos interpretar o Espírito como uma usina que propaga energia por meio de ondas para o meio. Esta ondas são
    • de comprimento longo - quando a mente se encontra em seu estado normal de atenção;
    • de comprimento médio - quando a mente se encontra em oração ou em meditação;
    • de comprimento curto - quando a mente se encontra agitada.
"Assim considerando, a matéria mental, embora em aspectos fundamentalmente diversos, obedece a princípios idênticos àqueles que regem as associações atômicas, na esfera física, demonstrando a divina unidade de plano do Universo."
  • Nós percebemos o campo mental das outras pessoas assim com elas percebem o nosso. Por isso nos ligamos às mentes apenas daqueles que nos afeiçoamos.
"Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade."

Para ler mais sobre matéria mental, acesse o artigo "Fluxo do Pensamento - Leis do Campo Mental" de Nubor Orlando Facure.

Carmem Bezerra

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo III

Neste Capítulo, André Luiz discute a evolução da Ciência até chegar à criação da mecânica ondulatória. Esta teoria afirma que cada partícula (massa) tem uma onda a ela associada e que matéria e energia são estados diferentes da mesma partícula subatômica. Além disso, Albert Einstein mostrou que matéria e energia estão relacionadas e que a luz é composta de partículas (matéria) chamada fótons.


Portanto, a Ciência, no século XX, conseguiu com as teorias de De Broglie e de Einstein  conciliar vibração e peso, onda e massa.
"O homem passou a compreender, enfim, que a matéria é simples vestimenta das forças que o servem nas múltiplas faixas da Natureza e que todos os domínios da substância palpável podem ser plenamente analisados e explicados em linguagem matemática, embora o plano das causas continue para ele indevassado, tanto quanto para nós, as criaturas terrestres temporariamente apartadas da vida física."
Outra descoberta de Einstein foi que uma partícula de massa influencia o espaço ao seu redor, por isso não seria possível definir uma única equação para representar o espaço ao redor de todos os corpos materiais. Einstein chamou de campo o espaço que uma partícula influencia.
"A proposição de Einstein, no entanto, não resolve o problema, porque a indagação quanto à matéria de base para o campo continua desafiando o raciocínio, motivo pelo qual, escrevendo da esfera extrafísica, na tentativa de analisar, mais acuradamente, o fenômeno da transmissão mediúnica, definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação."


Carmem Bezerra

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo II

Neste Capítulo, André Luiz apresenta um resumo da evolução da Ciência no campo da microfísica. Esta retrospectiva faz um apanhado das descobertas e questionamentos sobre o assunto desde Tales de Mileto (600 a.C.) até meados do século XX (época da escrita do livro).
"Nas vésperas do século XX, a Ciência já considera a Natureza terrestre como percorrida por ondas inumeráveis que cruzam todas as faixas do Planeta, sem jamais se misturarem."
 
O estudo da estrutura do átomo permitiu que a Ciência explicasse a relação entre calor, luz, energia e matéria. Além disso, foi descoberto que alguns átomos eram instáveis e que perdiam partículas até se estabilizarem.
"A Ciência percebeu, afinal, que a radioatividade era como que a fala dos átomos, asseverando que eles nasciam e morriam ou apareciam e desapareciam no reservatório da Natureza."



Carmem Bezerra

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Mecanismos da Mediunidade - Capítulo I

Neste Capítulo, André Luiz nos lembra que a Ciência admite que vivemos em um reino de ondas transfiguradas em luz, eletricidade, calor ou matéria. Portanto, podemos representar tudo o que conhecemos por ondas.



Por outro lado, a Doutrina Espírita nos ensina que vivemos mergulhados no fluido cósmico universal. Nós influenciamos o ambiente ao nosso redor por meio de palavras, pensamentos e atitudes.
"Nesse reino de energias, em que a matéria concentrada estrutura o Globo de nossa moradia e em que a matéria em expansão lhe forma o clima peculiar, a vida desenvolve agitação. E toda agitação produz ondas. Uma frase que emitimos ou um instrumento que vibra criam ondas sonoras."
A origem de tudo conhecido em nosso mundo material é o átomo (atualmente a Ciência também discute as sub-partículas atômicas).
"À falta de terminologia mais clara, diremos que uma onda é determinada forma de ressurreição da energia, por intermédio do elemento particular que a veicula ou estabelece. Partindo de semelhante princípio, entenderemos que a fonte primordial de qualquer irradiação é o átomo ou partes dele em agitação, despedindo raios ou ondas que se articulam, de acordo com as oscilações que emite."
"Simplificando conceitos em torno da escala das ondas, recordemos que, oscilando de maneira integral, sacudidos simplesmente nos elétrons de suas órbitas ou excitados apenas em seus núcleos, os átomos lançam de si ondas que produzem calor e som, luz e raios gama, através de inumeráveis combinações."

Nós não somos capazes de identificar todos os tipos de onda a olho nu. Por exemplo, a luz com comprimentos de onda diferentes aparece-nos com cores diferentes. O espectro visível se situa entre os 380nm (violeta/azul) e os 780nm (vermelho) do espectro.



Por outro lado, os sons audíveis pelo ouvido humano têm uma frequência entre 20 Hz e 20.000 Hz. Abaixo e acima desta faixa estão, respectivamente, infrassom e ultrassom.


Já que vivemos em um mundo de ondas, nós também emitimos ondas e recebemos ondas emitidas por outros Espíritos. É a nossa sitonia espiritual quem define o tipo de onda que assimilaremos.
"E o homem, colocado nas faixas desse imenso domínio, em que a matéria quanto mais estudada mais se revela qual feixe de forças em temporária associação, somente assinala as ondas que se lhe afinam com o modo de ser."
Carmem Bezerra

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Segunda Parte - I a XX

Nesta segunda parte do livro, André Luiz responde a perguntas. Não é informado quem fez as perguntas, mas não é difícil imaginar que elas foram formuladas por estudiosos espíritas, provavelmente ligados à FEB. Abaixo uma breve apresentação das informações dadas pelo autor espiritual.

I - Alimentação dos desencarnados: além dos alimentos que digerimos para a manutenção do corpo físico, precisamos de outras fontes de energia como o sol e a respiração. Além disso, o corpo espiritual, através dos centros de força, é capaz de captar o fluído cósmico e transformá-lo na energia que precisa. É também através desses centros de energia que alimentamos e somos alimentados com a energia emitida por cada um de nós.
"Essa alimentação psíquica, por intermédio das projeções magnéticas trocadas entre aqueles que se amam, é muito mais importante que o nutricionista do mundo possa imaginar, de vez que, por ela, se origina a ideal euforia orgânica e mental da personalidade. Daí porque toda criatura tem necessidade de amar e receber amor para que se lhe mantenha o equilíbrio geral."
II - Linguagem dos desencarnados: à medida que o Espírito evolui moralmente, ele não precisa mais de palavras para se expressar e ser entendido. A comunicação é feita mente a mente.
"– Incontestavelmente, a linguagem do Espírito é, acima de tudo, a imagem que exterioriza de si próprio."
III - Corpo espiritual e volitação: neste capítulo, André responde a várias perguntas sobre o corpo espirtual como volitação, alteração do formato e cor, ferimentos, exteriorização dos centros vitais, etc.

IV - Linhas morfológicas dos desencarnados: ao desencarnar, o Espírito normalmente mantém a aparência do corpo físico. Com o tempo e o conhecimento que vai adquirindo (ou lembrando), a aparência pode ser modificada.
"Cabe, entretanto, considerar que isso ocorre apenas com os Espíritos, aliás em maioria esmagadora, que ainda não dispõem de bastante aperfeiçoamento moral e intelectual, pois quanto mais elevado se lhes descortine o degrau de progresso, mais amplo se lhes revela o poder plástico sobre as células que lhes entretecem o instrumento de manifestação. Em alto nível, a Inteligência opera em minutos certas alterações que as entidades de cultura mediana gastam, por vezes, alguns anos a efetuar."
V - Apresentação dos desencarnados: André nos fala neste Capítulo que alguns Espíritos tem a capacidade de definir a própria indumentária, enquanto outros (a maioria) ainda precisam de ajuda.
"Decerto, não falta indumentária digna às criaturas que se emanciparam do vaso físico, roupagem, toda ela, confeccionada com esmero e carinho por mãos hábeis e nobres da esfera extrafísica."
VI - Justiça na Espiritualidade: Espíritos mais nobres verificam a situação do desencarnado e decidem como o caso deve ser tratado. O objetivo sempre é a evolução moral.
"– No mundo espiritual, decerto, a autoridade da Justiça funciona com maior segurança, embora saibamos que o mecanismo da regeneração vige, antes de tudo, na consciência do próprio indivíduo."
VII - Vida social dos desencarnados: dois terços dos desencarnados ainda estão muito ligados às coisas da Terra, por isso se organizam em cidades e vivem de acordo com o padrão que tinham no corpo físico.
"Com esses dois terços de criaturas ainda ligadas, desse ou daquele modo, aos núcleos terrenos, encontramos um terço de Espíritos relativamente enobrecidos que se transformam em condutores da marcha ascensional dos companheiros, pelos méritos com que se fazem segura instrumentação das Esferas Superiores."
VIII - Matrimônio e divórcio: neste Capítulo, André defende a instituição do casamento e diz que o divórcio só deve ser acatado quando não há outra alternativa. É preciso entender que não existem uniões fortuitas.
"Não podemos olvidar que, na Terra, o matrimônio pode assumir aspectos variados, objetivando múltiplos fins. Em razão disso, acidentalmente, o homem ou a mulher encarnados podem experimentar o casamento terrestre diversas vezes, sem encontrar a companhia das almas afins com as quais realizariam a união ideal. Isso porque, comumente, é preciso resgatar essa ou aquela dívida que contraímos com a energia sexual, aplicada de maneira infeliz ante os princípios de causa e efeito."
IX - Separação entre cônjuges espirituais: é possível que cônjuges espirituais não possam reencarnar como casal, pois precisam efetuar trabalho específico onde o matrimônio não faz parte.
"– Pode acontecer, por exemplo, que as autoridades superiores escolham um dos cônjuges para serviço particular entre os homens, atendendo a qualidades especiais que possua e com que deva satisfazer a questões e eventualidades terrestres. Além disso, esse ou aquele cônjuge, após venturoso estágio na esfera superior, necessita regressar aos círculos carnais para experiências difíceis no resgate de compromissos determinados."
X - Disciplina afetiva: à medida que o Espírito evolui, ele consegue vencer todos os instintos e as necessidades que herdou durante a sua evolução moral e física. O sexo é um dos instrumentos divinos que devemos aprender a dar o devido valor e respeito.
"Nos planos enobrecidos, realiza-se também o casamento das almas, conjugadas no amor puro, verdadeira união esponsalícia de caráter santificante, gerando obras admiráveis de progresso e beleza, na edificação coletiva, e quando semelhante enlace deva ser adiado, por circunstâncias inamovíveis, os Espíritos de comportamento superior aceitam, na Terra, a luta pela sublimação das forças genésicas, aplicando-as em trabalho digno, com abstenção do comércio poligâmico, tanto mais intensamente quanto mais ativo se lhes revele o esforço no acrisolamento próprio."
XI - Conduta afetiva: com a elevação moral, o Espírito passa a ver toda a humanidade como uma família e acaba com os seus instintos primitivos de posse e exclusividade.
"– Quanto mais elevado o grau de aprimoramento da alma, mais reclamará espontaneamente de si própria a necessária disciplina das energias do mundo afetivo, somente despendendo-as no circuito de forças em que se completa com a alma a que se encontra consorciada, ou, então, em serviço nobre, através do qual opere a evasão das cargas magnéticas de seus impulsos genésicos, transferindo-as para o trabalho em que se lhe projetam a sensibilidade e a inteligência."
XII - Diferenciação dos sexos: o sexo é um instrumento de evolução intelectual e moral. Precisamos passar por corpos masculinos e femininos para adquirir determinados conhecimentos.
"Quanto à perda dos característicos sexuais, estamos informados de que ocorrerá, espontaneamente, quando as almas humanas tiverem assimilado todas as experiências necessárias à própria sublimação, rumando, após milênios de burilamento, para a situação angélica, em que o indivíduo deterá todas as qualidades nobres inerentes à masculinidade e à feminilidade, refletindo em si, nos degraus avançados da perfeição, a glória divina do Criador."
XIII - Gestação frustrada: a mente tanto pode simular uma gravidez que não existe quanto pode levar a interrupção de uma gravidez real.
"– Em todos os casos em que há formação fetal, sem que haja a presença de entidade reencarnante, o fenômeno obedece aos moldes mentais maternos."
XIV - Aborto criminoso: exceto no caso de perigo para a vida da mãe, o aborto é sempre criminoso. Mesmo que a sociedade aceite tal comportamento, o ato é contra as leis de Deus e os responsáveis terão que responder pela vida que ceifaram.
"Em face de semelhantes fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada do resgate próprio, suportando nos ombros as conseqüências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, a fim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de Espíritos incursos em regeneração da mesma espécie."
XV - Passe magnético: a mente influencia as milhões de células que formam o corpo físico. Cada célula é um princípio inteligente ainda no início da escala evolutiva. O passe é uma transfusão de energia que através da corrente sanguínea alcança todas as células renovando a energia.
"Reconhecendo-se a capacidade do fluído magnético para que as criaturas se influenciem reciprocamente, com muito mais amplitude e eficiência atuará ele sobre as entidades celulares do Estado Orgânico – particularmente as sanguíneas e as histiocitárias –, determinando-lhes o nível satisfatório, a migração ou a extrema mobilidade, a fabricação de anticorpos ou, ainda, a improvisação de outros recursos combativos e imunológicos, na defesa contra as invasões bacterianas e na redução ou extinção dos processos patogênicos, por intermédio de ordens automáticas da consciência profunda."
XVI - Determinação do sexo: atualmente a ciência permite escolher o sexo da criança que vai nascer. Se um determinado Espírito estiver programado para nascer em um corpo, ele nascerá, mesmo que as características do corpo não estejam de acordo com o seu nível de entendimento e com as suas necessidades para aquela encarnação.
" ... semelhante ingerência na esfera dos destinos humanos traria consequências imprevisíveis à organização moral, entre as criaturas, porque essa atuação indébita se verificaria apenas no campo morfológico, impondo talvez inversões desnecessárias e imprimindo graves complicações ao foro íntimo de quantos fossem submetidos a tais processos de experimentação, positivamente contrários à inteligência que reflete a Sabedoria de Deus."
XVII - Desencarnação: neste Capítulo, André Luiz fala das mortes prematuras. Ele explica que tais acontecimentos normalmente estão ligados a encarnações anteriores interrompidas por suicídios ou por vidas desregradas. Esses Espíritos precisam primeiro se reequilibrar antes de seguir na sua caminhada evolutiva. É um tratamento de socorro espiritual.
"Ante o impacto da desencarnação provocada, semelhantes recursos da alma entram em pavoroso colapso, sob traumatismo para o qual não há termo correlato na diagnose terrestre."
XVIII - Evolução e destino: neste Capítulo, André explica que ninguém é destinado a fazer o mal, que a permanência do espírito no plano extrafísico está relacionada ao grau de aproveitamento que possa ter, que o trabalho da Espiritualidade para aperfeiçoar as formas físicas na Terra é contínuo e que o cão, o macaco, o gato, o elefante, o muar e o cavalo são os animais que possuem maior riqueza mental, embora ainda não tenham o pensamento contínuo.
"Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser relapso ou vicioso, madraço ou delinquente, com passagem justificada no latrocínio ou na dipsomania, no meretrício ou na ociosidade, no homicídio ou no suicídio, Padecemos, sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a recapitulação de nossas próprias experiências, o impulso de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa, de tornar a ser o que já fomos, em contra-posição ao que devemos ser."
XIX - Predisposições mórbidas: André informa que o estado mórbido muitas vezes tem origem em vidas passadas. Embora o consciente nada registre, a mente pode se sentir culpada e temer o momento em que terá que saldar a dívida.
"Essas enquistações de energias profundas, no imo de nossa alma, expressando as chamadas dívidas cármicas, por se filiarem a causas infelizes que nós mesmos plasmamos na senda do destino, são perfeitamente transferíveis de uma existência para outra. Isso porque, se nos comprometemos diante da Lei Divina em qualquer idade da nossa vida responsável, é lógico venhamos a resgatar as nossas obrigações em qualquer tempo, dentro das mesmas circunstâncias nas quais patrocinamos a ofensa em prejuízo dos outros."
XX - Invasão microbiana: muitas vezes as doenças se instalam facilmente no corpo físico devido ao desequilíbrio da mente que provoca desarmonia nas células sob a nossa responsabilidade.
"Não será lícito, porém, esquecer que o bem constante gera o bem constante e que, mantida a nossa movimentação infatigável no bem, todo o mal por nós amontoado se atenua, gradativamente, desaparecendo ao impacto das vibrações de auxílio, nascidas, a nosso favor, em todos aqueles aos quais dirijamos a mensagem de entendimento e amor puro, sem necessidade expressa de recorrermos ao concurso da enfermidade para eliminar os resquícios de treva que, eventualmente, se nos incorporem, ainda, ao fundo mental."

Carmem Bezerra

sábado, 14 de dezembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - XX

Neste Capítulo, André Luiz fala da evolução religiosa e moral dos habitantes da Terra. Esta evolução teve como consequência o aprimoramento do corpo espiritual. Afinal, é a nossa mente quem fornece o molde ao corpo sutil.
"Era necessário satisfazer ao acrisolamento do seu veículo sutil, na essência íntima, assegurar-lhe o transformismo anímico, revesti-lo de luminosidade e beleza e apurar-lhe os princípios para que, além do angusto círculo humano, pudesse retratar a glória dos planos superiores."

Para acelerar a nossa evolução, Espíritos de outros planetas foram trazidos à Terra. Eram irmãos que não acompanharam a evolução moral do lugar em que viviam, mas que estavam mais adiantados intelectualmente que os habitantes da Terra. É o caso dos exilados da Capela.
"Quando mais angustiosos se lhe esboçavam os problemas da dor, com a guerra íntima entre a razão e a animalidade, grande massa de Espíritos ilustrados, mas decaídos de outro sistema cósmico, renasceu no tronco genealógico das tribos terrestres, qual enxerto revitalizador, embora isso representasse para eles amarga penitência expiatória."

Quando a humanidade estava em condição de entender os ensinamentos divinos e dar um salto evolutivo, três mensageiros nasceram na Terra.

  1. Moisés - médium e líder espiritual do povo judeu.
  2. "Moisés instalara o princípio da justiça, coordenando a vida e influenciando-a de fora para dentro."
  3. Jesus - governador do nosso planeta e guia espiritual de toda a humanidade.
  4. "Jesus inaugurou na Terra o princípio do amor, a exteriorizar-se do coração, de dentro para fora, traçando-lhe a rota para Deus."
  5. Kardec - cientista e professor.
  6. "E eis que o Cristianismo grandioso e simples ressurge agora no Espiritismo, induzindo-nos à sublimação da vida íntima, para que nossa alma se liberte da sombra que a densifica, encaminhando-se, renovada, para as culminâncias da Luz."

Carmem Bezerra

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - XIX

Neste Capítulo, André Luiz discute desencarnação e reencarnação. Na realidade, ele apresenta um resumo do que já falou nos outros livros de sua autoria.
  • A morte é o momento de encontrar a nossa própria consciência. Não existe julgamento final, mas uma prestação de contas, onde cada um é o seu próprio juiz, réu e carcereiro.
"Efetivamente, logo após a morte física, sofre a alma culpada minucioso processo de purgação, tanto mais produtivo quanto mais se lhe exteriorize a dor do arrependimento, e, apenas depois disso, consegue elevar-se a esferas de reconforto e reeducação."
  • Os desencarnados se agrupam na espiritualidade de acordo com a sintonia mental. Por isso, o devedor se vê, a pós a morte do corpo físico, frente ao seu credor. Este ambiente é o que as religiões denominaram de inferno.
"Além-túmulo, no entanto, o estabelecimento depurativo como que reúne em si os órgãos de repressão e de cura, porquanto as consciências empedernidas aí se congregam às consciências enfermas, na comunhão dolorosa, mas necessária, em que o mal é defrontado pelo próprio mal, a fim de que, em se examinando nos semelhantes, esmoreça por si na faina destruidora em que se desmanda."
  • As reencarnações se diferenciam ao infinito. Cada uma de acordo com o merecimento de quem vai retomar a veste de carne. Há reencarnações especiais onde a limitação do corpo físico é necessária para a recuperação do irmão infeliz. Há reencarnações onde  o merecimento do reencarnante leva a um estudo cuidadoso de como será o corpo físico. E há as reencarnações onde o processo segue as leis naturais da hereditariedade.
"Entre ambas as classes, porém, contamos com milhões de Espíritos medianos na evolução, portadores de créditos apreciáveis e dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de preparo e esmero de previsão."
O que nunca devemos esquecer é que Deus é nosso pai amoroso e que anjos, em Seu Nome, estão sempre a velar por nós.


Carmem Bezerra

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - XVIII

Neste Capítulo, André Luiz discorre sobre a evolução sexual do princípio inteligente: do hermafroditismo nos reinos inferiores até o surgimento das glândulas sexuais da espécie humana. É preciso entender que esta evolução está relacionada com a evolução da nossa mente. Projetamos no corpo físico as nossas conquistas morais e intelectuais.
"A sede real do sexo não se acha, dessa maneira, no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em sua estrutura complexa."
Devemos encarar o sexo como mais um instrumento disponibilizado para a nossa evolução, mas que, infelizmente, muitos usam de forma errada.
"Entretanto, importa reconhecer que à medida que se nos dilata o afastamento da animalidade quase absoluta, para a integração com a Humanidade, o amor assume dimensões mais elevadas, tanto para os que se verticalizam na virtude como para os que se horizontalizam na inteligência."
Evoluiremos na questão sexual à medida que evoluirmos moralmente. A sociedade atual vê sexo como algo banal e descompromissado. Dia virá em que seremos capazes de entendê-lo como instrumento da nossa evolução.
"Compreendamos, pois, que o sexo reside na mente, a expressar-se no corpo espiritual, e conseqüentemente no corpo físico, por santuário criativo de nosso amor perante a vida, e, em razão disso, ninguém escarnecerá dele, desarmonizando-lhe as forças, sem escarnecer e desarmonizar a si mesmo."

Carmem Bezerra

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - XVII

Neste Capítulo, André Luiz nos fala do papel do corpo espiritual na mediunidade. Inicialmente, ele define o que é a aura humana ou halo energético que todos os seres vivos possuem.
"No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura."

É o pensamento quem define a cor da nossa aura e é o fluido vital quem dá forma às imagens que são exteriorizadas a partir da nossa mente (e que podem ser vistas por desencarnados e por sensitivos). Podemos então dizer que a aura é o nosso cartão de visita para a Espiritualidade, pois ela informa qual o nosso potencial na comunicação mediúnica.
"É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico."
No início do processo evolutivo humano, o intercâmbio mediúnico se restringia a sugestões para os encarnados e foram denominados de intuições. Com o passar dos tempos e com a evolução moral dos encarnados foi possível aumentar esse intercâmbio durante o sono do corpo físico.
"Amadurecido para pensar e lançando de si a substância de seus propósitos mais íntimos, ensaiou, pouco a pouco, tal como aprendera, vagarosamente, o desprendimento definitivo nas operações da morte, o desprendimento parcial do corpo sutil, durante o sono, desenfaixando-o do veículo de matéria mais densa, embora sustentando-o, ligado a ele, por laços fluídico-magnéticos, a se dilatarem levemente dos plexos e, com mais segurança, da fossa romboide."
Com a contínua evolução no campo moral, o intercâmbio deixou de ocorrer apenas durante o sono físico e passou a ser atributo do corpo físico.
"Consolidadas semelhantes relações com o Plano Espiritual, por intermédio da hipnose comum, começaram na Terra os movimentos da mediunidade espontânea, porquanto os encarnados que demonstrassem capacidades mediúnicas mais evidentes, pela comunhão menos estreita entre as células do corpo físico e do corpo espiritual, em certas regiões do campo somático, passaram das observações durante o sono às observações da vigília, a princípio fragmentárias, mas acentuáveis com o tempo, conforme os graus de cultura a que fossem expostos."
A mediunidade é encontrada em várias culturas e em todas as épocas. Existem relatos na cultura popular, nos livros religiosos (principalmente na Bíblia), em casos científicos e em reportagens da mídia. Nem sempre são estórias edificantes. Mas é preciso entender que ela faz parte de todos nós. Alguns a têm mais desenvolvida (não necessariamente por merecimento), outras a têm ainda latente. Da mesma forma que um dia aprendemos a dominar a voz para se comunicar com os nossos companheiros de jornada na Terra, um dia vamos aprender a fazer da mediunidade um instrumento comum de comunicação com os nossos irmãos desencarnados.
"A mediunidade, no entanto, é faculdade inerente à própria vida e, com todas as suas deficiências e grandezas, acertos e desacertos, é qual o dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e tantos infortúnios na Terra."
Carmem Bezerra