quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Estudando o Livro dos Médiuns (II - 5)

Parte II - Capítulo V - Das manifestações físicas espontâneas

No começo do Capítulo, Kardec relembra o que já discutiu sobre os fenômenos físicos e fala da necessidade de um médium doador de fluido e de um Espírito mais materializado.

"Estes fenômenos, conquanto operados por Espíritos inferiores, são com freqüência provocados por Espíritos de ordem mais elevada, com o fim de demonstrarem a existência de seres incorpóreos e de uma potência superior ao homem. A repercussão que eles têm, o próprio temor que causam, chamam a atenção e acabarão por fazer que se rendam os mais incrédulos."

Em seguida, o codificador chama atenção para o fenômeno de transporte de objetos e cita o Espírito Erasto para diferenciar esta categoria.

"Evidente é, pois, e o vosso raciocínio, estou certo, o sancionará, que os fatos de tangibilidade, como pancadas, suspensão e movimentos, são fenômenos simples, que se operam mediante a concentração e a dilatação de certos fluidos e que podem ser provocados e obtidos pela vontade e pelo trabalho dos médiuns aptos a isso, quando secundados por Espíritos amigos e benevolentes, ao passo que os fatos de transporte são múltiplos, complexos, exigem um concurso de circunstâncias especiais, não se podem operar senão por um único Espírito e um único médium e necessitam, além do que a tangibilidade reclama, uma combinação muito especial, para isolar e tornar invisíveis o objeto, ou os objetos destinados ao transporte."

Existem duas teorias de como os objetos são transportados de um lugar a outro.

1 - Segundo o Espírito Erasto, o objeto é envolvido no fluido do Espírito e do médium, a matéria se dilata e pode ser movida.

"Ele (o Espírito) não envolve o objeto com a sua própria personalidade; mas, como o seu fluido pessoal é dilatável, combina uma parte desse fluido com o fluido animalizado do médium e é nesta combinação que oculta e transporta o objeto que escolheu para transportar."

2 - Segundo André Luiz, no capítulo 28 do  livro "Nos Domínios da Mediunidade", a matéria pode ser desmaterializada por técnicos competentes.

"Você não pode esquecer que as flores transpuseram o tapume de alvenaria, penetrando aqui com semelhante auxilio. De idêntica maneira, caso encontrássemos utilidade num lance dessa natureza, o instrumento que nos serve de base ao trabalho poderia ser removido para o exterior com a mesma facilidade. As cidadelas atômicas, em qualquer construção da forma física, não são fortalezas maciças, qual acontece em nossa própria esfera de ação. O espaço persiste em todas as formações e, através dele, os elementos se interpenetram. Chegará o dia em que a ciência dos homens poderá reintegrar as unidades e as constituições atômicas, com a segurança dentro da qual vai aprendendo a desintegrá-las."

Na realidade, podemos juntar as duas teorias em uma só: ao juntar os fluidos do Espírito e do médium à matéria, esta se dilata, se tornando invisível aos olhos das pessoas encarnadas. Portanto, este fenômeno produz invisibilidade da matéria, mas não a sua desagregação.

O Espírito Erasto também chama a atenção que o peso da matéria influencia no transporte dos objetos.

"A massa dos fluidos combinados é proporcional à dos objetos. Numa palavra, a força deve estar em proporção com a resistência; donde se segue que, se o Espírito apenas traz uma flor ou um objeto leve, é muitas vezes porque não encontra no médium, ou em si mesmo, os elementos necessários para um esforço mais considerável."


Carmem Bezerra

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