sábado, 19 de setembro de 2015

Estudando o Livro dos Médiuns (II - 23)

Parte II - Capítulo XXIII - Da obsessão

Neste Capítulo, Kardec fala de obsessão, isto é, o domínio que alguns Espíritos inferiores logram adquirir sobre certas pessoas. Abaixo é apresentado um resumo das principais partes deste texto.

De acordo com o grau de influência, o codificador classificar a obsessão em três tipos:
  • Obsessão simples - quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados.
  • Fascinação - é uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente.
  • Subjugação - é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários.
Pode-se reconhecer a obsessão pelas seguintes características:
  1. Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado, pela escrita, pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
  2. Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
  3. Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
  4. Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam;
  5. Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;
  6. Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;
  7. Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
  8. Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a seu mau grado;
  9. Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o objeto.
As causas da obsessão variam, de acordo com o caráter do Espírito. É, às vezes, uma vingança que este toma de um indivíduo de quem guarda queixas da sua vida presente ou do tempo de outra existência. Muitas vezes, também, não há mais do que o desejo de fazer mal. Esses Espíritos agem, não raro por ódio e inveja do bem; daí o lançarem suas vistas malfazejas sobre as pessoas mais honestas.

Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o caráter que ela reveste. As imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo à libertação do médium. O mais seguro meio de a pessoa se livrar dos Espíritos inferiores é atrair os bons pela prática do bem. Sem dúvida, os bons Espíritos têm mais poder do que os maus, e a vontade deles basta para afastar estes últimos; eles, porém, só assistem os que os secundam pelos esforços que fazem por melhorar-se, sem o que se afastam e deixam o campo livre aos maus, que se tornam assim, em certos casos, instrumentos de punição, visto que os bons permitem que ajam para esse fim.


Carmem Bezerra

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