domingo, 6 de setembro de 2015

Estudando o Livro dos Médiuns (II - 7)

Parte II - Capítulo VII - Da bicorporeidade e da transfiguração

Neste Capítulo, Kardec nos fala de dois fenômenos pelas quais o perispírito pode passar.

"Assentam ambos no princípio de que tudo o que ficou dito, das propriedades do perispírito após a morte, se aplica ao perispírito dos vivos. Sabemos que durante o sono o Espírito readquire parte da sua liberdade, isto é, isola-se do corpo e é nesse estado que, em muitas ocasiões, se tem ensejo de observá-lo."

O primeiro fenômeno é a bicorporeidade. Neste caso, isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade. Existem alguns casos famosos envolvendo este tipo de fenômeno.

1 - Santo Antônio de Pádua (1195 - 1231) apareceu em Lisboa para defender o próprio pai em um julgamento enquanto seu corpo estava na cidade de Pádua. No dois lugares, foi visto por dezenas de pessoas.


2- Eurípedes Barsanulfo (1880 - 1918), médium brasileiro, que costumava usar o fenômeno para ajudar alguém que estava distante.


Do fenômeno bicorporeidade, devemos entender que a alma tem a faculdade de se emancipar e de se desprender do corpo ainda durante a vida física. Enquanto o corpo dorme, a alma pode se transportar para vários lugares. Se o perispírito fica tangível, ele pode ser visto e pode interagir com as outras pessoas.

"Eis como: o Espírito encarnado, ao sentir que lhe vem o sono, pode pedir a Deus lhe seja permitido transportar-se a um lugar qualquer. Seu Espírito, ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, acompanhado de uma parte do seu perispírito, e deixa a matéria imunda num estado próximo do da morte. Digo próximo do da morte, porque no corpo ficou um laço que liga o perispírito e a alma à matéria, laço este que não pode ser definido. O corpo aparece, então, no lugar desejado. Creio ser isto o que queres saber."

O segundo fenômeno é a transfiguração. Neste caso, a modificação do perispírito se reflete no corpo físico.

"Perdendo ele a sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, ficar velado, como se mergulhado numa bruma. Poderá então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante, se tal for a vontade do Espírito e se este dispuser de poder para tanto. Um outro Espírito, combinando seus fluidos com os do primeiro, poderá, a essa combinação de fluidos, imprimir a aparência que lhe é própria, de tal sorte, que o corpo real desapareça sob o envoltório fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito. Esta parece ser a verdadeira causa do estranho fenômeno e raro, cumpra se diga, da transfiguração."

Por último, Kardec nos fala dos agêneres, espíritos temporariamente materializados.

"Diremos tão-somente que é uma variedade da aparição tangível. É o estado de certos Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva, ao ponto de causar completa ilusão."

Portanto, um agênere não é uma pessoa encarnada em desdobramento ou com modificação do perispírito. É um Espírito que se torna visível por um determinado tempo.


Carmem Bezerra

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