domingo, 1 de dezembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - XII

Neste Capítulo, André Luiz nos fala da desencarnação nas diferentes fases da evolução do princípio inteligente. É um texto bem interessante que esclarece vários pontos da Doutrina Espírita.
  • Animais - não possuem ainda pensamento contínuo, por isso não conseguem manter o corpo espiritual por muito tempo após a morte do corpo físico. Neste caso, existem 3 possibilidades: o retorno imediato em um novo corpo físico; o sono profundo (letargia) enquanto aguarda uma nova oportunidade na matéria; ou o aproveitamento em serviços na Espiritualidade por um tempo. Na terceira possibilidade, André não esclarece como a forma do princípio inteligente se mantém no Mundo Espiritual. Mas, pela resposta da questão 540 do Livro dos Espíritos, pode-se imaginar que existem Espíritos com a tarefa de orientar esses princípios inteligentes, ajudando-os durante o período em que estão longe da matéria pesada.
"Em razão disso, efetuada a histólise dos tecidos celulares, nos sucessos recônditos da morte física, dilata-se-lhes o período de vida latente, na esfera espiritual, onde, com exceção de raras espécies, se demoram por tempo curto, incapazes de manobrar os órgãos do aparelho psicossomático que lhes é característico, por ausência de substância mental consciente."
  • Homem primitivo - consegue manter a forma do corpo espiritual, pois já possui pensamento contínuo. Mas ele não consegue visualizar na morte do corpo físico um novo caminho e, por isso, se mantém junto aos membros do seu grupo que continuam a viver na matéria.
"Não dispõe, nessa fase, de suprimento espiritual que o ajude a pensar em termos diferentes da vida tribal em que se apóia. O espetáculo da vastidão cósmica perturba-lhe o olhar e a visita de seres extraterrestres, mesmo benevolentes e sábios, infunde-lhe pavor, crendo-se à frente de deuses bons ou maus, cuja natureza ele próprio se incumbe de fantasiar, na exiguidade das próprias concepções."
  • Ovoides - fixo na ideia de retornar ao convívio com os seus, o homem primitivo pode perder o seu corpo espiritual. A mente, que é responsável pela manutenção da forma no plano extrafísico, direciona toda a sua energia a um único pensamento (monoideia): retomar o corpo físico. A perda do corpo espiritual também pode ocorrer no homem mais desenvolvido intelectualmente quando o desejo de vingança lhe consome todos os seus pensamentos.
"Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovoide, o que ocorre, aliás, a inúmeros desencarnados outros, em situação de desequilíbrio, cabendo-nos notar que essa forma, segundo a nossa maneira atual de percepção, expressa o corpo mental da individualidade, a encerrar consigo, conforme os princípios ontogenéticos da Criação Divina, todos os órgãos virtuais de exteriorização da alma, nos círculos terrestres e espirituais, assim como o ovo, aparentemente simples, guarda hoje a ave poderosa de amanhã, ou como a semente minúscula, que conserva nos tecidos embrionários a árvore vigorosa em que se transformará no porvir."
  • Revisão das experiências - na gestação, o feto recapitula todas as fases que passou como princípio inteligente; na morte do corpo físico, a mente recapitula todas as fases da última existência enquanto transfere estes arquivos para o corpo espiritual.
"É que a mente, no limiar da recomposição de seu próprio veículo, seja no renascimento biológico ou na desencarnação, revisa automaticamente e de modo rápido todas as experiências por ela própria vividas, imprimindo magneticamente às células, que se desdobrarão em unidades físicas e psicossomáticas, no corpo físico e no corpo espiritual, as diretrizes a que estarão sujeitas, dentro do novo ciclo de evolução em que ingressam."

Carmem Bezerra

Nenhum comentário:

Postar um comentário