sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nosso Lar - Capítulo 15

André Luiz finalmente se encontra com a mãe e aproveita para lamentar a sua situação. A mãe carinhosa aproveita para chamá-lo à razão.
"Não te queixes. Agradeçamos ao Pai a bênção desta reaproximação. Sintamo-nos agora numa escola diferente, onde aprendemos a ser filhos do Senhor. Na posição de mãe terrestre, nem sempre consegui orientar-te como convinha. Também eu trabalho, pois, reajustando o coração. Tuas lágrimas fazem-me voltar à paisagem dos sentimentos humanos. Alguma coisa tenta operar o retrocesso de minha alma. Quero dar razão aos teus lamentos, erigir-te um trono, qual se foras a melhor criatura do Universo; mas essa atitude, presentemente, não se coaduna com as novas lições da vida. Esses gestos são perdoáveis nas esferas da carne; aqui, porém, filho meu, é indispensável atender, antes de tudo, ao Senhor. Não és o único homem desencarnado a reparar os próprios erros, nem sou a única mãe a sentir-se distante dos entes amados. Nossa dor, portanto, não nos edifica pelos prantos que vertemos, ou pelas feridas que sangram em nós, mas pela porta de luz que nos oferece ao espírito, a fim de sermos mais compreensivos e mais humanos. Lágrimas e úlceras constituem o processo de bendita extensão dos nossos mais puros sentimentos."
Esta passagem me tocou profundamente. Como são sábias as palavras da mãe de André! O amor não é sinônimo de cegueira. Embora difícil, é preciso ver os erros das pessoas que amamos.

Na Terra, como seres imperfeitos, normalmente tomamos partido e as dores de quem amamos. Sempre temos uma desculpa e uma tese para defendê-los. Somos em parte responsáveis pelos seus erros. É por este motivo que os nossos inimigos se tornam os nossos melhores professores.


Carmem Bezerra

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