segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nos Domínios da Mediunidade - Capítulo 9

Neste capítulo, André Luiz nos apresenta um caso de possessão. É importante lembrar que Kardec entendeu inicialmente pelas respostas dos Espíritos que não era possível ocorrer possessão (um espírito toma posse de um corpo físico, expulsando o espírito encarnado).
473. Pode um Espírito tomar temporariamente o invólucro corporal de uma pessoa viva, isto é, introduzir-se num corpo animado e obrar em lugar do outro que se acha encarnado neste corpo?
“O Espírito não entra em um corpo como entras numa casa. Identifica-se com um Espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que os seus, a fim de obrar conjuntamente com ele. Mas, o encarnado é sempre quem atua, conforme quer, sobre a matéria de que se acha revestido. Um Espírito não pode substituir-se ao que está encarnado, por isso que este terá que permanecer ligado ao seu corpo até ao termo fixado para sua existência material.”
474. Desde que não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, pode a alma ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada?
“Sem dúvida, e são esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa dominação não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la. Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos”.
A medida que Kardec foi se aprofundando no assunto, ele entendeu que a possessão é possível. Neste caso, o encarnado não entende o que está lhe acontecendo: é completamente inconsciente, não oferecendo qualquer resistência à vontade do obsessor. O caso narrado por André se enquadra nesta definição.
- Sim, considerado como enfermo terrestre, está no momento sem recursos de ligação com o cérebro carnal. Todas as células do córtex sofrem o bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão desorganizados. Todo o cerebelo está empastado de fluidos deletérios. As vias do equilíbrio aparecem completamente perturbadas. Pedro temporariamente não dispõe de controle para governar-se, nem de memória comum para marcar a inquietante ocorrência de que é protagonista. Isso, porém, acontece no setor da forma de matéria densa, porque, em espírito, está arquivando todas as particularidades da situação em que se encontra, de modo a enriquecer o patrimônio das próprias experiências.
Mas por que ocorrem possessões? Porque existem credores e devedores.
"Qual ocorre em muitos processos semelhantes, os reencontros de ambos são agora mais espaçados, dando azo ao fenômeno que observamos, em razão de o rapaz ainda trazer o corpo perispirítico provisoriamente lesado em centros importantes."
Devemos entender o nosso corpo espiritual como a nossa armadura. Quando deixamos os maus sentimentos nos dominar, abrimos buracos na nossa proteção (danificamos os nossos centros de força). Quanto maior o nosso erro, maior a nossa vulnerabilidade diante do cobrador. Portanto, é a dívida do passado que torna possível a possessão do corpo físico por outro espírito.

“Digo-te que dali não sairás enquanto não tiveres pago até o último ceitil!”


Carmem Bezerra 

Nenhum comentário:

Postar um comentário