sábado, 28 de setembro de 2013

Nos Domínios da Mediunidade - Capítulo 22

Neste Capítulo, André assiste a uma reunião mediúnica onde a médium manisfesta a personalidade de uma mulher que quer vingança por ter sido assassinada. O problema é que não tinha qualquer espírito sofredor ao lado da médium.
"- Estamos diante do passado de nossa companheira. A mágoa e o azedume, tanto quanto a personalidade supostamente exótica de que dá testemunho, tudo procede dela mesma... Ante a aproximação de antigo desafeto, que ainda a persegue de nosso plano, revive a experiência dolorosa que lhe ocorreu, em cidade do Velho Mundo, no século passado, e entra em seguida a padecer insopitável melancolia. Recomeçou a luta na carne, na presente reencarnação, possuída de novas esperanças, contudo, tão logo experimenta a visitação espiritual do antigo verdugo, que a ela se enleia, através de vigorosos laços de amor e ódio, perturba-se-lhe a vida mental, necessitada de mais ampla reeducação."
Este é um caso de animismo e não de uma comunicação mediúnica. O fenômeno anímico é uma manifestação da alma do médium, já que a alma do médium pode manifestar-se como qualquer outro espírito. Na realidade não existe fenômeno mediúnico sem uma quota anímica. Isto significa que em toda comunicação o médium coloca algo de si na manifestação. Com o tempo e a educação mediúnica, o médium tende a ser mais passivo e a permitir uma manifestação mais autêntica.

A melhor forma de tratar o animismo puro (sem a participação de um espírito além do médium) é com compreensão. Afinal, é um espírito que se apresenta na mesa mediúnica para obter ajuda, mesmo que seja o espírito do médium.
"- Muitos companheiros matriculados no serviço de implantação da Nova Era, sob a égide do Espiritismo, vêm convertendo a teoria animista num travão injustificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do bem; portanto, não nos cabe adotar como justas as palavras mistificação inconsciente ou subconsciente, para batizar o fenômeno. Na realidade, a manifestação decorre dos próprios sentimentos de nossa amiga, arrojados ao pretérito, de onde recolhe as impressões deprimentes de que se vê possuída, externando-as no meio em que se encontra. E a pobrezinha efetua isso quase na posição de perfeita sonâmbula, porquanto se concentra totalmente nas recordações que já assinalamos, como se reunisse todas as energias da memória numa simples ferida, com inteira despreocupação das responsabilidades que a reencarnação atual lhe confere. Achamo-nos, por esse motivo, perante uma doente mental, requisitando-nos o maior carinho para que se recupere. Para sanar-lhe a inquietação, todavia, não nos bastam diagnósticos complicados ou meras definições técnicas no campo verbalista, se não houver o calor da assistência amiga."

Carmem Bezerra

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