terça-feira, 31 de julho de 2012

Nosso Lar - Capítulo 37

André Luiz ficou com algumas dúvidas da conversa que teve com a sua mãe sobre o bônus-hora. Ela dissera que o valor da bonificação pertencia exclusivamente a Deus para evitar que erros fossem cometidos. Por isso, ele solicitou explicação a Tobias.
"Aos administradores, em geral, impende a obrigação de contar o tempo de serviços, sendo justo, igualmente, instituírem elementos de respeito e consideração ao mérito do trabalhador; mas, quanto ao valor essencial do aproveitamento justo, só mesmo as Forças Divinas podem determinar com exatidão. Há servidores que, depois de quarenta anos de atividade especial, dela se retiram com a mesma incipiência da primeira hora, provando que gastaram tempo sem empregar dedicação espiritual, assim como existem homens que, atingindo cem anos de existência, dela saem com a mesma ignorância da idade infantil. Tanto é precioso o conceito de sua mamãe - disse Tobias - que basta lembrar as horas dos homens bons e dos maus.Nos primeiros, transformam-se em celeiros de bênçãos do Eterno; nos segundos, em látegos de tormento e remorso, como se fossem entes malditos. Cada filho acerta contas com o Pai, conforme o emprego da oportunidade, ou segundo suas obras."
Esta passagem do livro Nosso Lar me fez lembrar uma estória narrada por Divaldo Franco em uma das suas palestras. Ele contou que um dia recebeu a visita de uma irmã que há anos trabalhava como voluntária em um orfanato. Durante vários minutos, ela se queixou dos problemas enfrentados na tarefa e disse que pensava abandonar o trabalho. Divaldo então olhou bem sério para ela e a aconselhou a largar tudo imediatamente, que não valia a pena ela continuar. Vendo a expressão de espanto da irmã, ele explicou que o trabalho no bem só faz bem ao trabalhador quando ele o faz por amor, e não por obrigação.

Portanto, o que Tobias explica é que não adianta apenas fazer o trabalho definido pela Espiritualidade. É preciso colocar amor e dedicação nele. E quem pode medir o nosso real grau de envolvimento com as tarefas? Somente o Pai que nos criou.

Neste mesmo capítulo, André tem a oportunidade de ouvir uma preleção da Ministra Veneranda. Inicialmente, ela explica o tema escolhido.
"Encontram-se, entre nós, no momento, algumas centenas de ouvintes que se surpreendem com a nossa esfera cheia de formas análogas às do planeta. Não haviam aprendido que o pensamento é a linguagem universal? Não foram informados de que a criação mental é quase tudo em nossa vida?"
Em seguida, ela explica:
"O pensamento é força viva, em toda parte; é atmosfera criadora que envolve o Pai e os filhos, a Causa e os Efeitos, no Lar Universal. Nele, transformam-se homens em anjos, a caminho do céu ou se fazem gênios diabólicos, a caminho do inferno. Apreendem vocês a importância disso? Certo, nas mentes evolvidas, entre os desencarnados e encarnados, basta o intercâmbio mental sem necessidade das formas, e é justo destacar que o pensamento em si é a base de todas as mensagens silenciosas da ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os seres de toda espécie. Dentro desse princípio, o espírito que haja vivido exclusivamente em França poderá comunicar-se no Brasil, pensamento a pensamento, prescindindo de forma verbalista especial, que, nesse caso, será sempre a do receptor; mas isso também exige a afinidade pura. Não estamos, porém, nas esferas de absoluta pureza mental, onde todas as criaturas têm afinidades entre si. Afinamo-nos uns com os outros, em núcleos insulados, e somos compelidos a prosseguir nas construções transitórias da Terra, a fim de regressar aos círculos planetários com maior bagagem evolutiva. Nosso Lar, portanto, como cidade espiritual de transição, é uma bênção a nós concedida por acréscimo de misericórdia, para que alguns poucos se preparem à ascensão, e para que a maioria volte à Terra em serviços redentores. Compreendamos a grandiosidade das leis do pensamento e submetamo-nos a elas, desde hoje."
O discurso da Ministra Veneranda permite diversas reflexões. Vou tentar explicar o pouco que eu conheço sobre o assunto.
  1. Os pensamentos são gerados pelo Espírito (princípio inteligente) e são refletidos nas camadas que compõem a sua vestimenta: corpo mental e corpo espiritual nos desencarnados; corpo mental, corpo espiritual, duplo etérico e corpo físico nos encarnados. 
  2. Os pensamentos criam ondas mentais e formas-pensamento.
  3. As ondas mentais são energias. A Ciência nos ensina que a quantidade de energia de uma onda está proporcionalmente relacionada a sua frequência: quanto mais alta a frequência, maior a energia que ela possui (este assunto já foi discutido no tópico Frequência e vibração).
  4. As formas-pensamentos são as fotografias do que nós pensamos. São as nossas criações mentais. Elas ganham forma graças ao duplo etérico (é de onde tiram a energia para se formar).
  5. O Umbral é resultado do pensamento das criaturas encarnadas e desencarnadas que ainda não se sintonizaram com o serviço no bem. 
  6. As cidades espirituais (Nosso Lar é apenas um exemplo) foram criadas por Espíritos que manipularam o fluido cósmico universal usando o pensamento e a vontade. Elas têm a forma necessária aos habitantes que vão abrigar. 
  7. Os Espíritos desencarnados não precisam fazer uso da fala entre si. Entretanto, o uso da fala é comum em cidades espirituais cujos habitantes ainda estão muito ligados à matéria.
  8. Na mesa mediúnica, o Espírito comunicante vibra (emite sentimentos) e o médium traduz o que capta de acordo com o seu vocabulário e experiência. É por isso que os Espíritos preferem se comunicar com os médiuns com quem possuem afinidade (facilidade de comunicação) e com os médiuns que têm algum conhecimento (desta ou de outros vidas)  do que eles querem transmitir (vocabulário).
"Aprendemos que o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento no templo do próprio eu."
                                      Agenda Cristã, Chico Xavier/André Luiz
 

Carmem Bezerra

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