sexta-feira, 13 de julho de 2012

Nosso Lar - Capítulo 24

Ao ligar o aparelho transmissor, Elísias e André Luiz ouvem um apelo da colônia Moradia ligada às zonas inferiores.
“Lembrai-vos de que a paz necessita de trabalhadores de defesa! Colaborai conosco na medida de vossas forças!... Há serviço para todos, desde os campos da crosta às nossas portas!... Que o Senhor nos abençoe.”
Elísias explica que uma nova Guerra Mundial se aproxima apesar de todos os esforços feitos pela Espiritualidade para evitá-la. A data é agosto de 1939 (os historiadores consideram que a 2a Guerra Mundial se iniciou em 1 de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha Nazista).

André Luiz fica perplexo com a notícia e estranha o fato de estar ouvindo a noticia falada em português. Lísias esclarece:
"Estamos ainda muito longe das regiões ideais da mente pura. Tal como na Terra, os que se afinam perfeitamente entre si podem permutar pensamentos, sem as barreiras idiomáticas; mas, de modo geral, não podemos prescindir da forma, no lato sentido da expressão. Nosso campo de lutas é imensurável. A humanidade terrestre, constituída de milhões de seres, une-se à humanidade invisível do planeta, que integra muitos bilhões de criaturas. Não seria, portanto, possível atingir as zonas aperfeiçoadas, logo após a morte do corpo físico. Os patrimônios nacionais e linguísticos remanescem ainda aqui, condicionados a fronteiras psíquicas. Nos mais diversos setores de nossa atividade espiritual, existe elevado número de espíritos libertos de todas as limitações, mas insta considerar que a regra é sofrer-se dessas restrições. Nada enganará o princípio de sequência, imperante nas leis evolutivas."
Na mesa mediúnica, muitas vezes os Espíritos sofredores tiveram sua última encarnação em país de língua não portuguesa. Entretanto, isto não impede a comunicação, pois são usadas imagens e sentimentos. O médium capta o que o Espírito comunicante sente e vê. Ele normalmente não capta palavras.

André quer então saber de Lísias se não é possível evitar uma nova guerra mundial.
“Infelizmente a situação geral é muito crítica. Para atender às solicitações de "Moradia" e de outros núcleos que funcionam nas vizinhanças do Umbral, reunimos aqui numerosas assembleias, mas o Ministério da União Divina esclareceu que a humanidade carnal, como personalidade coletiva, está nas condições do homem insaciável que devorou excesso de substâncias no banquete comum. A crise orgânica é inevitável. Nutriram-se várias nações de orgulho criminoso, vaidade e egoísmo feroz. Experimentam, agora, a necessidade de expelir os venenos letais.”
Podemos entender que a Espiritualidade Superior deixou que as coisas na Terra seguissem o rumo traçado pelos seus habitantes. A humanidade precisava aprender sobre o mau uso do seu livre arbítrio. Foi uma lição amarga, mas necessária para a nossa evolução moral. A Espiritualidade poderia ter impedido a 2a Grande Guerra? Sim, poderia. Mas não levaria muito tempo para que a humanidade entrasse em um novo ciclo bélico e uma novo clima para uma guerra mundial se formasse. Imaginem se a 2a Grande Guerra tivesse acontecido na década de 60 ou de 70. Com o avanço tecnológico que tivemos (basta lembrar a bomba atômica), talvez a Terra não mais existisse. Quando a doença está incubada, é melhor deixar que ela se manifeste para ser logo tratada. Se a deixamos escondida, ela se fortalece e os remédios conhecidos podem já não ter efeito.
"Corrigirás o mal com o bem, afastarás a agressão com a paciência, extinguirás o ódio com o amor, desfarás a condenação com a benção."

Alma e Coração, Emmanuel/Chico Xavier



Carmem Bezerra

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