sábado, 28 de julho de 2012

Nosso Lar - Capítulo 36

Após um dia de intenso trabalho nas Câmaras de Retificação, André Luiz recolhe-se para repousar e se ver arrebatado durante o sono para esfera superior onde se encontra com a sua mãe.
“Fui conduzido, então, por ela, a prodigioso bosque, onde as flores eram dotadas de singular propriedade – a de reter a luz, revelando a festa permanente do perfume e da cor. Tapetes dourados e luminosos estendiam-se, dessa maneira, sob as grandes árvores sussurrantes ao vento. Minhas impressões de felicidade e paz eram inexcedíveis. O sonho não era propriamente qual se verifica na Terra. Eu sabia, perfeitamente, que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em Nosso Lar, e tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso. Minhas noções de espaço e tempo eram exatas. A riqueza de emoções, por sua vez, afirmava-se cada vez mais intensa.”
Pela narrativa de André, ele experimentou um desdobramento enquanto dormia.

Antes de discutir o que ocorreu a André Luiz , é preciso primeiro entender o desdobramento dos seres encarnados. Como já discutimos neste estudo, nós somos formados por, pelos menos, 5 camadas (alguns estudiosos afirmam que existem mais camadas).
  1. Espírito - é a nossa essência. É o que somos.
  2. Corpo mental - é a divisória entre o Espírito e a matéria. É indestrutível.
  3. Corpo espiritual - é a vestimenta do Espírito no plano espiritual. Também é material, embora seja mais sutil que o corpo físico. Sua formação depende do nível evolutivo do Espírito e do mundo em que ele habita.
  4. Duplo etérico - é o campo energético do corpo físico. Ele se dissolve com a morte.
  5. Corpo físico - vestimenta grosseira e temporárea que nos permite viver na Terra.

Quando há um desdobramento durante o sono físico, há um distanciamento entre o Espírito-Corpo Mental-Corpo Espiritual e o Duplo Etérico-Corpo Físico. Naturalmente, não há desligamento, pois isto representaria a morte. Todas as conexões são mantidas. Enquanto o Espírito-Corpo Mental-Corpo Espiritual se distancia em busca de seus objetivos (que podem ser, ou não, elevados), o Duplo Etérico-Corpo Físico fica em repouso.

No capítulo 11 do livro Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz observa uma situação onde o desdobramento de um encarnado não foi perfeito e parte do duplo etérico acompanhou o corpo espiritual (isto tornou o corpo espiritual mais pesado e com dificuldade de locomoção). O mentor, que comandava o desdobramento, fez o Espírito retornar ao corpo físico e, através de passes, corrigiu a situação.

Sabemos que um ser desencarnado não possui nem duplo etérico e nem corpo físico. Então como André Luiz  se desdobrou durante o sono? Para responder a isto é preciso lembrar o que Kardec falou sobre densidade do perispírito no Livro dos Médius (Segunda Parte, Capítulo IV, item 74, questão XII).
"Nos Espíritos moralmente adiantados, é mais sutil e se aproxima da dos Espíritos elevados; nos Espíritos inferiores, ao contrário, aproxima-se da matéria e é o que faz que os Espíritos de baixa condição conservem por muito tempo as ilusões da vida terrestre. Esses pensam e obram como se ainda fossem vivos; experimentam os mesmos desejos e quase que se poderia dizer a mesma sensualidade."
Levando em consideração o que André nos narra na sua estória, podemos imaginar que ele ainda tinha um corpo espiritual bastante materializado (na época em que ele narrou o acontecimento). Para ascender à esfera onde sua mãe estava, ele precisou de ajuda dos mentores espirituais que devem ter tomando duas providências: separação da camada mais grosseira do perispírito (a separação é feita de forma natural e definitiva à medida que o Espírito vai evoluindo) e transporte (André visualizou um barco com uma pessoa no leme). Também é possível imaginar que o nosso corpo espiritual tem várias camadas e que estas camadas vão sendo abandonadas (como o corpo físico na morte) à medida que o Espírito evolui.

O desdobramento de André Luiz deve ser entendido como merecimento da mãe (ela o solitou em oração) e como incentivo ao trabalho que André iniciara de boa vontade.
“Aprendemos que o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento no templo do próprio eu.”
                           Agenda Cristã, Chico Xavier/André Luiz.

Carmem Bezerra

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