sábado, 4 de agosto de 2012

Nosso Lar - Capítulo 38

André é convidado por Tobias para visitá-lo. Ele então descobre que Tobias casou duas vezes na Terra e que as duas esposas moram com ele em Nosso Lar. A primeira esposa, Hilda, é a companheira de lutas e sua esposa espiritual. A segunda esposa, Luciana, é a irmã querida que o auxiliou quando ficou viúvo e com filhos para criar.

Luciana explica para André:
"O matrimônio espiritual realiza-se, alma com alma, representando os demais, simples conciliações indispensáveis à solução de necessidades ou processos retificadores, embora todos sejam sagrados."
André quer então saber como o casamento se processa em Nosso Lar. Tobias então lhe esclarece:
"Pela combinação vibratória, ou então, para ser mais explícito, pela afinidade máxima ou completa."
Podemos entender que a afininidade espiritual é quem determina a união dos Espíritos. Emmanuel falou sobre isto no livro O Consolador. 
322 – Há uma gradação do amor, no sei das manifestações da natureza visível e invisível?
– Sem dúvida, essa gradação existiu em todos os tempos, como gradativa é a posição de todos os seres na escala infinita do progresso. O amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal. Desde as manifestações mais humildes dos reinos inferiores da Natureza, observamos a exteriorização do amor em sua feição divina. Na poeira cósmica, sínteses da vida, têm as atrações magnéticas profundas; nos corpos simples, vemos as chamadas “precipitações” da química; nos reinos mineral e vegetal verificamos o problema das combinações indispensáveis. Nas expressões da vida animal; observamos o amor em todo, em gradações infinitas, da violência à ternura, nas manifestações do irracional. No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade. Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes, observaremos a união dos seres como um ponto sagrado, de referência dessa lei única que dirige o Universo. Das expressões de sexualidade, o amor caminha para o supersexualismo, marchando sempre para as sublimadas emoções da espiritualidade pura, pela renúncia e pelo trabalho santificantes, até alcançar o amor divino, atributo dos seres angelicais, que se edificaram para a união com Deus, na execução de seus sagrados desígnios do Universo.

No nível evolutivo em que nos encontramos, ainda precisamos de um companheiro (ou companheira) para compartilhar as nossas lutas. Esta pessoa é a que temos mais afinidade espiritual. Chegará o dia em que veremos em cada irmão o companheiro amado. O amor não será exclusivo, mas universal. Pois, como nos ensina a questão 298 do Livro dos Espíritos, não existem almas gêmeas.
"As almas que devem unir-se estão predestinadas a essa união desde a origem e cada um de nós tem, em alguma parte do universo, sua metade à qual um dia fatalmente se unirá?
– Não. Não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre todos os Espíritos, mas em diferentes graus, de acordo com a categoria que ocupam, ou seja, de acordo com a perfeição que adquiriram: quanto mais perfeitos, mais unidos. Da discórdia nascem todos os males humanos; da concórdia resulta a felicidade completa."
Em relação ao casamento dos Espíritos, a questão 200 do Livro dos Espíritos responde ao que André Luiz queria saber.
Os Espíritos têm sexo?
– Não como o entendeis, porque o sexo depende do organismo físico. Existe entre eles amor e simpatia, mas fundados na identidade dos sentimentos.

Carmem Bezerra

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