sábado, 18 de agosto de 2012

Nosso Lar - Capítulo 49

André Luiz finalmente recebe autorização para visitar a sua família na Terra. Para a sua surpresa, encontra os filhos crescidos  e a esposa casada com Ernesto que estava acamado. Tinham se passado quase 10 anos desde o seu desencarne.

Clarêncio o aconselha:
"Compreendo suas mágoas e rejubilo-me pela ótima oportunidade deste testemunho. Não tenho diretrizes novas. Qualquer conselho de minha parte, portanto, seria intempestivo. Apenas, meu caro, não posso esquecer que aquela recomendação de Jesus para que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, opera sempre, quando seguida, verdadeiros milagres de felicidade e compreensão, em nossos caminhos."
André então encontra serenidade para pensar em tudo que aprendeu desde o seu desencarne.
"Então, em face da realidade, absolutamente só no testemunho, comecei a ponderar o alcance da recomendação evangélica e refleti com mais serenidade. Afinal de contas, por que condenar o procedimento de Zélia? E se fosse eu o viúvo na Terra? Teria, acaso, suportado a prolongada solidão? Não teria recorrido a mil pretextos para justificar novo consórcio? E o pobre enfermo? Como e por que odiá-lo? Não era também meu irmão na Casa de Nosso Pai? Não estaria o lar, talvez, em piores condições, se Zélia não lhe houvesse aceitado a aliança afetiva? Preciso era, pois, lutar contra o egoísmo feroz. Jesus conduzira-me a outras fontes. Não podia proceder como homem da Terra. Minha família não era, apenas, uma esposa e três filhos na Terra. Era, sim, constituída de centenas de enfermos nas Câmaras de Retificação e estendia-se, agora, à comunidade universal. Dominado de novos pensamentos, senti que a linfa do verdadeiro amor começava a brotar das feridas benéficas que a realidade me abrira no coração."
André mostra nesta passagem do livro que o trabalho nas Câmaras de Retificação o ajudou a evoluir moralmente. Ele deixa o ciúme de lado e tenta ver um irmão no marido da antiga companheira. Não imaginem ter sido fácil para ele. Muitos falham em situações semelhantes e ficam presos na Terra, obsediando os antigos seres amados. Aprender a amar sem nada pedir em troca é talvez a lição mais difícil da Escola Terra.

"As ideias são como as sementes: não podem germinar antes da estação própria, e a não ser em terreno preparado."
              Capítulo XXIV, Evangelho Segundo o Espiritismo.

 Carmem Bezerra

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