domingo, 10 de novembro de 2013

Ação e Reação - livro

Nas últimas duas semanas, eu estive relendo o livro "Ação e Reação" de André Luiz psicografado por Chico Xavier. Fiz a opção de não comentar o que lia, capítulo a capítulo, pois a narrativa conta vários casos e não quis estragar o prazer da descoberta de cada leitor. Decidi apenas abordar neste blog alguns pontos do livro que me trouxe uma maior reflexão sobre os ensinamentos dos Espíritos.


A obra narra a estadia de André Luiz e Hilário durante três anos na "Mansão da Paz", casa de acolhimento e reajuste situada em regiões inferiores do Planeta.O objetivo desses dois amigos espirituais é estudar a lei de causa e efeito.
"Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma consequência natural da própria falta cometida. Quer dizer que, em virtude de uma rigorosa justiça distributiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante."
 Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, Item 7
A partir do meu estudo, gostaria de chamar a atenção para os tópicos abaixo encontrados no livro. 
  • A recuperação das lembranças de vidas anteriores não é imediata ao retornar ao mundo espiritual. Depende do nível de equilíbrio do Espírito.
"Os Espíritos que na vida física atendem aos seus deveres com exatidão, retomam pacificamente os domínios da memória, tão logo se desenfaixam do corpo denso, reentrando em comunhão com os laços nobres e dignos que os aguardam na Vida Superior, para a continuidade do serviço de aperfeiçoamento e sublimação que lhes diz respeito; contudo, para nós, consciências intranquilas, a morte no veículo carnal não exprime libertação. Perdemos o carro fisiológico, invisível de nossas culpas; e a culpa, meu amigo, é sempre uma nesga de sombra eclipsando-nos a visão. Nossas faculdades mnemônicas, relativamente às nossas quedas morais, assemelham-se, de certo modo, às conhecidas chapas fotográficas, as quais, se não forem convenientemente protegidas, sempre se inutilizam."
  • Há reencarnações que são planejadas nos planos inferiores. Entretanto, elas são supervisionadas (autorizadas) pelos planos superiores. A Mansão da Paz, visitada por André, faz o planejamento das reencarnações dos irmãos sofredores acolhidos, mas precisa da autorização das esferas mais altas para prosseguir na tarefa.
"Valem como preciosas oportunidades de libertação dos círculos tenebrosos. E como tais renascimentos na carne não possuem senão características de trabalho expiatório, em muitas ocasiões são empreendimentos planejados e executados daqui mesmo, por benfeitores credenciados para agir e ajudar em nome do Senhor."
  • O mundo criado por nossa mente, quando ainda encarnados, nos serve de prisão quando a morte nos chama para a prestação de contas. Podemos ver isto no caso dos viciados em drogas: a morte do corpo não lhes traz paz, eles ainda vão sentir falta da droga e, como não podem mais comprá-la, vão vampirizar os encarnados que as usa.
"Eis por que, efetuada a supressão do corpo somático, no fenômeno vulgar da morte, a criatura desencarnada, movimentando-se num veículo mais plástico e influenciável, pode permanecer longo tempo sob o cativeiro de suas criações menos construtivas, detendo-se em largas faixas de sofrimento e ilusão com aqueles que lhe vivem os mesmos enganos e pesadelos."
  • Muitas vezes o espírita questiona a necessidade de reencarnação. Não seria suficiente o trabalho na espiritualidade? Nós somos forçados a reencarnar após um período de tempo? As respostas para as duas questões é "não". A nossa consciência exige reparação para os erros do passado e a forma de fazer isto é voltando ao mundo físico. 
"À medida que nos demoramos aqui na organização perispirítica, no fiel cumprimento de nossas obrigações para com a Lei, mais se nos dilata o poder mnemônico. Avançando em lucidez, abarcamos mais amplos domínios da memória. Assim é que, depois de largos anos em serviço nas zonas espirituais da Terra, entramos espontaneamente na faixa de recordações menos felizes, identificando novas extensões de nosso "carma" ou de nossa "conta" e, embora sejamos reconhecidos à benevolência dos Instrutores e Amigos que nos perdoam o passado menos digno, jamais condescendemos com as nossas próprias fraquezas e, por isso, vemo-nos impelidos a solicitar das autoridades superiores novas reencarnações difíceis e proveitosas, que nos reeduquem ou nos aproximem da redenção necessária."
  • O corpo físico é um reflexo do corpo espiritual. Como nosso corpo espiritual é plástico e facilmente modelável, muitas doenças são provocadas pela nossa mente em desarmonia. O sentido inverso também é verdadeiro: a cura do corpo espiritual provoca a cura do corpo físico. Muitas vezes a espiritualidade utiliza a nossa hora de sono para medicar o nosso corpo espiritual.
"- As melhoras adquiridas pela organização perispirítica serão apressadamente assimiladas pelas células do equipamento fisiológico. Sabem os médicos terrenos que o sono é um dos ministros mais eficientes da cura. É que, ausente do corpo, muitas vezes consegue a alma prover-se de recursos prodigiosos para a recuperação do veículo carnal em que estagia no mundo."
  • A morte do corpo físico não significa desencarnação. É possível um irmão ficar preso aos despojos do corpo físico por horas, dias ou, mesmo, meses. O que vai definir o tempo para o desencarne é o grau de espiritualização da pessoa..
"Depende do grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea. Alguns serão detidos por algumas horas, outros, talvez, por longos dias... Quem sabe? Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico dita as verdadeiras condições de nossa morte. Quanto mais chafurdamos o ser nas correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras do campo carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim é que 'morte física' não é o mesmo que 'emancipação espiritual'."
  • O mal que fazemos, a nós retorna. É a lei de causa e efeito.
"É indispensável compreendamos que todo mal por nós praticado conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar."

"Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil."
Mateus 5:26

Carmem Bezerra

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