sábado, 16 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - IV

Neste Capítulo, André Luiz nos fala do automatismo do corpo físico. Por exemplo, nós não precisamos ordenar ao intestino que digira a comida e nem ordenar aos pulmões que façam as trocas de gases com o ambiente e com o sangue. Os órgãos do corpo (físico e espiritual) executam estas tarefas de forma automática, ou seja, não precisamos ter consciência de como e quando elas são executadas. Isto acontece porque durante o nosso longo processo evolutivo aprendemos a organizar a estrutura do corpo e a comandar cada um dos seus órgãos.
"Dominando as células vivas, de natureza física e espiritual, como que empalmando-as a seu próprio serviço, de modo a senhorear possibilidades mais amplas de expansão e progresso, sofre no plano terrestre e no plano extraterrestre as profundas experiências que lhe facultarão, no bojo do tempo, o automatismo fisiológico, pelo qual, sem qualquer obstáculo, executa todos os atos primários de manutenção, preservação e renovação da própria vida."

Como já dito anteriormente neste mesmo livro, a célula é um princípio inteligente na fase inicial da evolução. Ela não possui ainda consciência de que é uma criação de Deus, apenas executa as tarefas que lhe são definidas. Portanto, cada célula do corpo físico é comandada pela mente que lhe senhoreia nesta fase evolutiva e de quem recebe influência. É importante observar que a mente ordena estas tarefas de forma automática (inconsciente) já que repetiu esta experiência incontáveis vezes.
"(...) nos reinos menores o ser inferior serve à espécie a que se ajusta, confiando-lhe, maquinalmente, o fruto das próprias conquistas, e a espécie labora em benefício dele, amparando-o com todos os valores por ela assimilados, a fim de que a ascensão da vida não sofra qualquer solução de continuidade."
Podemos entender que a nossa passagem pelo reino celular é essencial para aprender o funcionamento do corpo que um dia vamos organizar no nossa caminhada evolutiva. Aprendemos a servir quem nos é superior para depois comandar quem nos é inferior.
"O veículo do Espírito, além do sepulcro, no plano extrafísico ou quando reconstituído no berço, é a soma de experiências infinitamente repetidas, avançando vagarosamente da obscuridade para a luz. Nele, situamos a individualidade espiritual, que se vale das vidas menores para afirmar-se –, das vidas menores que lhe prestam serviço, dela recolhendo preciosa cooperação para crescerem a seu turno, conforme os inelutáveis objetivos do progresso."
O que André nos fala neste texto não é novidade para a Doutrina Espírita, basta ler a resposta da questão 540 do Livro dos Espíritos que aborda a evolução dos princípios inteligentes nos reinos inferiores da Natureza.
"Primeiramente, executam. Mais tarde, quando suas inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material. Depois, poderão dirigir as do mundo moral. É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo."

Carmem Bezerra

Nenhum comentário:

Postar um comentário