quarta-feira, 5 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 5

Neste Capítulo, André e Gúbio presenciam, na cidade espiritual de zona expiatória que estão visitando, cenas que lembram as estórias sobre o  julgamento dos mortos. A diferença é que os juízes não são anjos de Deus, mas irmãos que necessitam de compaixão. São irmãos infelizes julgando irmãos infelizes.

A partir do relato de André podemos tirar algumas conclusões.
  • Para dominar e impor temor, os governantes da cidade faziam uso de rituais antigos. A preocupação é mais com a forma do que com o conteúdo.
"Procurei a paisagem exterior, curiosamente, tanto quanto me era possível, e vi que funcionários rigorosamente trajados à moda dos lictores da Roma antiga, carregando a simbólica machadinha (fasces) ao ombro, avançavam, ladeados por servidores que sobraçavam grandes tochas a lhes clarearem o caminho. Penetraram o átrio em passos rítmicos e, depois deles, sete andores, sustentados por dignitários diversos daquela corte brutalizada, traziam os juízes, esquisitamente ataviados."

  • Os juízes são pessoas inteligentes que conhecem os ensinamentos de Jesus, mas os usa de forma distorcida.
"- O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo, não obstante usar, como vemos, a verdade contundente."
  • Os infelizes que estão sendo julgados não se rebelam, pois sabem que erraram perante as Leis de Deus.
"- O remorso é uma bênção, sem dúvida, por levar-nos à corrigenda, mas também é uma brecha, através da qual o credor se insinua, cobrando pagamento. A dureza coagula-nos a sensibilidade durante certo tempo; todavia, sempre chega um minuto em que o remorso nos descerra a vida mental aos choques de retorno das nossas próprias emissões."
  • Nas regiões da dor, muitos irmãos infelizes possuem o conhecimento intelectual. Muitas vezes eles fazem uso de equipamentos similares aos usados pelos benfeitores, mas com objetivos bem diferentes.
"- Trata-se de um captador de ondas mentais. A seleção individual exigiria longas horas. As autoridades que dominam nestas regiões preferem a apreciação em grupo, o que se faz possível pelas cores e vibrações do círculo vital que nos rodeia a cada um."
  • Deus permite que tais julgamentos ocorram por ser uma necessidade moral tanto de quem faz o papel de juiz quanto de quem faz o papel de réu. São irmãos que ainda não entenderam a extensão do amor de Deus.
"- Quem se atreveria a nomear um anjo de amor para exercer o papel de carrasco? Ao demais, como acontece na Crosta Planetária, cada posição, além da morte, é ocupada por aquele que a deseja e procura."
Não há como negar que o capítulo se aproxima muito da ideia difundida em várias religiões de um Deus severo que pune com rigor os que erram. A Doutrina Espírita nos mostra que Deus é amor e que nós somos nosso próprio juiz.


Carmem Bezerra

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