domingo, 2 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 4

Neste Capítulo, André Luiz narra a chegada a uma cidade governada por espíritos perversos e o primeiro encontro com Gregório, irmão que há séculos se nega a reconhecer a verdade pregada pelo Cristo. Abaixo alguns comentários sobre passagens do texto.
  • A cidade é localizada próxima da Crosta Terrestre já que seus habitantes são seres bem materializados.
"Após a travessia de várias regiões, 'em descida', com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras."
"Não estamos em cavernas infernais, mas atingimos grande império de inteligências perversas e atrasadas, anexo aos círculos da Crosta, onde os homens terrestres lhes sofrem permanente influenciação."
  • Existência de animais com aspecto horripilante - são espíritos ainda no início de sua caminhada evolutiva. Eles lá vivem pois é o ambiente que lhes é mais adequado no momento. Basta lembrar que em Nosso Lar também há animais.
"Aves agoureiras, de grande tamanho, de uma espécie que poderá ser situada entre os corvídeos. crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas."
  • A paisagem é desoladora mostrando o tipo de energia dos moradores do local. Ao observar o local, André se lembra da descrição que Dante Alighieri faz do inferno no livro "A Divina Comédia".
"A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a ideia de braços erguidos em súplicas dolorosas."
  • Os visitantes usam a matéria do ambiente para modificar o períspirito e assim poder ser vistos pelos irmãos infelizes.
"Nossas organizações perispiríticas, à maneira de escafandro estruturado em material absorvente, por ato deliberado de nossa vontade, não devem reagir contra as baixas vibrações deste plano."
"Reparei, confundido, que a voluntária integração com os elementos inferiores do plano nos desfigurava enormemente. Pouco a pouco, sentimo-nos pesados e tive a ideia de que fora, de improviso, religado, de novo, ao corpo de carne, porque, embora me sentisse dono da própria individualidade, me via revestido de matéria densa, como se fosse obrigado a envergar inesperada armadura."
  • No nosso caminho evolutivo, já estivemos em ambientes similares, apenas não nos lembramos deles. Os habitantes destas cidades não estão esquecidos pelo Pai. Eles estão no ambiente em que podem viver e aprender. Quando estiverem mais esclarecidos, habitarão mundos mais evoluídos.
"Já perambulamos por estes sítios sombrios e inquietantes, mas os choques biológicos do renascimento e da desencarnação, mais ou menos recentes, não te permitem, nem a Elói, o desabrocho de reminiscências completas do passado. Comigo, porém, a situação é diversa. A extensão de meu tempo, na vida livre, já me confere recordações mais dilatadas e, de antemão, conheço as lições que constituam novidade. Muitos de nossos companheiros, guindados à altura, não mais identificam nestas paragens senão motivos de cansaço, repugnância e pavor; todavia, é forçoso observar que o pântano, invariavelmente, é uma zona da natureza pedindo o socorro dos servos mais fortes e generosos."
  • Além dos irmãos perversos, há também na cidade os irmãos que ainda não possuem condição de reencarnar na espécie humana: estão no nível evolutivo entre o homem e o animal.
"Estamos numa colônia purgatorial de vasta expressão. Quem não cumpre aqui dolorosa penitência regenerativa, pode ser considerado inteligência sub-humana. Milhares de criaturas, utilizadas nos serviços mais rudes da natureza, movimentam-se nestes sítios em posição infraterrestre. A ignorância, por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de tendências dignas, candidatam-se à humanidade que conhecemos na Crosta. Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a ideia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão. O contato com certos indivíduos inclina-os ao bem ou ao mal e somos responsabilizados pelas Forças Superiores que nos governam, quanto ao tipo de influência que exercermos sobre a mente infantil de semelhantes criaturas. Com respeito aos Espíritos que se mostram nestas ruas Sinistras, exibindo formas quase animalescas, neles reparamos várias demonstrações da anormalidade a que somos conduzidos pela desarmonia interna. Nossa atividade mental nos marca o perispírito."
  • A proximidade de cidades, como a descrita por André Luiz, permite que o intercâmbio entre os dois lados da vida seja frequente. O que facilita este intercâmbio é o nível do pensamento emitido pelos encarnados. Por isso, os desencarnados dessas cidades lutam para que o nível moral na Terra não mude e, de preferência, que piore.
"- Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, qual se fossem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre. Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto. Quais fetos adiantados absorvendo as energias do seio materno, consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, esse desespero com que defendem no mundo os poderes da inércia e essa aversão com que interpretam qualquer progresso espiritual ou qualquer avanço do homem na montanha de santificação. No fundo, as bases econômicas de toda essa gente residem, ainda, na esfera dos homens comuns e, por isto, preservam, apaixonadamente, o sistema de furto psíquico, dentro do qual se sustentam, junto às comunidades da Terra."
Ninguém foi criado para o mal. Quem vive nesta faixa mental um dia irá despertar para o bem e será mais um dos seus trabalhadores. Entender isto nos ajuda a ver nos irmãos infelizes pessoas que precisam da nossa oração e compreensão.


Carmem Bezerra

Nenhum comentário:

Postar um comentário