sábado, 30 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - IX

Neste Capítulo, André Luiz fala da evolução do cérebro que sai do pensamento fragmentário (inteligência rudimentar) nos animais até chegar ao pensamento contínuo no homem. Isto significa que não paramos de produzir pensamentos, mesmo quando estamos dormindo.
"No regaço do tempo, os Arquitetos Divinos auxiliam a consciência fragmentária na construção do cérebro, o maravilhoso ninho da mente, necessitada de mais ampla exteriorização."

André fala que os neurônios se renovam. Ele não são estáveis e imutáveis como acreditava a Ciência na época (1958). Somente em 2003, os cientistas começaram a admitir esta verdade. Hoje a Ciência estuda a possibilidade de reparar danos ao cérebro usando algum método para renovação dos neurônios.
"Os neurônios nascem e se renovam, milhões de vezes, no plano físico e no plano extrafísico, na estruturação de cérebros experimentais, com mais vivos e mais amplos ingredientes do corpo espiritual, quando em função nos tecidos físicos, até que se ergam em unidades morfológicas definitivas do sistema nervoso."
André também informa que existe um pigmento ocre no núcleo do neurônio que está estreitamente relacionado com o corpo espiritual e tem função muito importante na vida do pensamento. Este pigmento é chamado no Mundo Espiritual de fator de fixação e é encontrado em maior abundância na madureza e na velhice, pois normalmente pessoas nestas fases da vida costumam se acomodar nas situações em que se encontram. Ou seja, as crianças e os jovens são mais inquietos e mais questionadores: eles não costumam fixar o pensamento em uma única coisa.
"O pigmento ocre que a ciência humana observa, sem maiores definições, é conhecido no Mundo Espiritual como fator de fixação, como que a encerrar a mente em si mesma, quando esta se distancia do movimento renovador em que a vida se exprime e avança, adensando-se ou rarefazendo-se ele, nos círculos humanos, conforme a atitude mental do Espírito na quota de tempo em que se lhe perdure a existência carnal."
Há também uma substância invisível no neurônio que "representa alimento psíquico, haurindo pelo corpo espiritual no laboratório da vida cósmica, através da respiração, durante o repouso físico para a restauração das células fatigadas e insubstituíveis". Acredito que André neste parágrafo esteja falando da energia que absorvemos do fluido cósmico universal através dos centros vitais.


Carmem Bezerra

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - VIII

Neste Capítulo, André Luiz aborda a evolução do corpo (físico e espiritual) a partir do estudo do metabolismo dos organismos vivos. A Wikipédia apresenta a seguinte definição:
"Metabolismo é o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. O termo 'metabolismo celular' é usado em referência ao conjunto de todas as reações químicas que ocorrem nas células. Estas reações são responsáveis pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes na célula e constituem a base da vida, permitindo o crescimento e reprodução das células, mantendo as suas estruturas e adequando respostas aos seus ambientes."
André nos mostra que a evolução do corpo físico foi ancorada no lento aprendizado de como nutrir e de como preservar o corpo físico. Em cada etapa evolutiva, o princípio inteligente, ainda longe da forma humana, aprende a sobreviver e a conhecer as funções que vão dar suporte ao corpo físico. Este aprendizado vai moldando o corpo espiritual usado para moldar o corpo físico.
"Não apenas tecidos e órgãos do corpo físico se esboçam nas formas rudimentares da Natureza, mas também os centros vitais do corpo espiritual, que, obedecendo aos impulsos da mente, se organizam em moldes seguros, com a capacidade de assimilar as partículas multifárias da vitalidade cósmica, oriundas das fontes vivas de força que alimentam o Universo."
Portanto, o corpo espiritual (e consequentemente, o corpo físico) é obra da nossa mente. Nós aprendemos a construí-lo em milhões de vidas que tivemos nos reinos inferiores. O metabolismo é a ferramenta usada para interagir com o meio e para sobreviver no meio.
"Laborando pacientemente nos séculos e alcançando a civilização elementar do paleolítico, a mente humana controla então, quase que plenamente, o corpo que se exprime, formado sob a tutela e o auxílio incessante dos Construtores Espirituais, passando a administrar as ocorrências do metabolismo, em sua organização e adaptação, através da coordenação de seus próprios impulsos sobre os elementos albuminóides do citoplasma, em que as forças físicas e espirituais se jungem no campo da experiência terrestre."
Uma mente desequilibrada pode levar ao desequilíbrio das células sob a sua responsabilidade, fazendo com que doenças não programadas apareçam. Por isso a necessidade de cultivarmos amor e caridade. Estas são as ferramentas certas no nosso longo caminho até a angelitude.
"O metabolismo subordina-se, desse modo, à direção espiritual, tanto mais intensa e exatamente, quanto maior a quota de responsabilidade do ser pelo conhecimento e discernimento de que disponha, e, em plena floração da inteligência, podemos identificá-lo não apenas no embate das forças orgânicas, mas também no domínio da alma, porquanto raciocínio organizado é pensamento dinâmico e, com o pensamento consciente e vivo, o homem arroja de si mesmo forças criadoras e renovadoras, forjando, desse modo, na matéria, no espaço e no tempo, os meandros de seu próprio destino."

Carmem Bezerra

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - VII

Neste Capítulo, André Luiz estuda a herança genética e a sua lenta evolução nos seres orgânicos sob a orientação dos Espíritos Superiores.
"Com a passagem do tempo e sob a inspiração dos Arquitetos Espirituais que lhe orientam a evolução da forma, avança na rota do progresso, plasmando implementos novos no veículo de expressão."
O princípio inteligente nasce e renasce em uma determinada forma com objetivo de aprender e progredir.
"Com alicerces na hereditariedade, toma a forma física e se desvencilha dela, para retomá-la em nova reencarnação capaz de elevar-lhe o nível cultural ou moral, quando não seja para refazer tarefas que deixou viciadas ou esquecidas na retaguarda."
Nós somos herdeiros de nós mesmos, pois temos os corpos físico e espiritual que conseguimos criar. A mente tem nesta construção um importante papel: ela fornece a planta em que se baseará esses corpos. No início do processo evolutivo, a mente é totalmente dirigida por Espíritos amigos. À medida que ganhamos consciência e discernimento, vamos nos tornando responsáveis pelos nossos erros e acertos e, como consequência, pelos corpos que criamos para o nosso uso.
"Portanto, como é fácil de sentir e apreender, o corpo herda naturalmente do corpo, segundo as disposições da mente que se ajusta a outras mentes, nos circuitos da afinidade, cabendo, pois, ao homem responsável reconhecer que a hereditariedade relativa mas compulsória lhe talhará o corpo físico de que necessita em determinada encarnação, não lhe sendo possível alterar o plano de serviço que mereceu ou de que foi incumbido, segundo as suas aquisições e necessidades, mas pode, pela própria conduta feliz ou infeliz, acentuar ou esbater a coloração dos programas que lhe indicam a rota, através dos bióforos ou unidades de força psicossomática que atuam no citoplasma, projetando sobre as células e, conseqüentemente, sobre o corpo os estados da mente, que estará enobrecendo ou agravando a própria situação, de acordo com a sua escolha do bem ou do mal."

Carmem Bezerra

domingo, 24 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - VI

Neste Capítulo, André Luiz narra o longo caminho percorrido pelo princípio inteligente para evoluir na Terra quando esta ainda era um planeta primitivo. Ele nos lembra que à medida que o princípio inteligente evoluía e assumia novas formas físicas, as espécies mais primitivas eram continuadas por outros princípios em estágios mais atrasados na escala evolutiva. Outra coisa que o autor espiritual nos fala é que a reprodução teve importante papel neste processo, pois permitiu selecionar os genes a serem usados na construção de corpos físicos.
"O princípio inteligente é experimentado de modos múltiplos no laboratório da Natureza, constituindo-se-lhe, pouco a pouco, a organização físico-espiritual e traçando-se-lhe entre a Terra e o Céu a destinação finalista. Com o amparo dos Trabalhadores Divinos, fixa em si mesmo os selos vivos da reprodutividade, que se definem e aperfeiçoam no regaço dos milênios, deixando na retaguarda, como filtros de transformismo, não somente os reinos mineral e vegetal, institutos de recepção e expansão da onda criadora da vida, em seu fluxo incessante, como também certas classes de organismos outros que passariam a coexistir com os elementos em ascensão, qual acontece ainda hoje, quando observamos ao lado da inteligência humana, relativamente aprimorada, plantas e vermes que já existiam no pré-câmbrico inferior."

Todo o processo evolutivo na Terra foi supervisionado por Espíritos dos Planos Superiores. O acaso não existe na criação. Tudo obedece a um plano cuidadosamente traçado.
"Com a Supervisão Celeste, o princípio inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos."

É como os Espíritos já nos esclareceram na questão 540 do Livro dos Espíritos:
"Mais tarde, quando suas inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material. Depois, poderão dirigir as do mundo moral."
Não existe angelitude ociosa. Afinal, cada ser contribui, de acordo com a sua capacidade, nas tarefas da criação.


Carmem Bezerra

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - V

Neste Capítulo, André Luiz continua o estudo das células do nosso corpo como princípios inteligentes ainda na escala inicial da evolução. A mente organiza, comanda e supervisiona o serviço das células e, por isso, a mente influencia  o comportamento e o aprendizado desses princípios inteligentes.
"Com o transcurso dos evos (séculos), surpreendemos as células como princípios inteligentes de feição rudimentar, a serviço do princípio inteligente em estágio mais nobre nos animais superiores e nas criaturas humanas, renovando-se continuamente, no corpo físico e no corpo espiritual, em modulações vibratórias diversas, conforme a situação da inteligência que as senhoreia, depois do berço ou depois do túmulo."
A Ciência acredita que o corpo humano possui entre 10 e 50 trilhões de células, onde o tempo de vida de uma célula pode variar de dias à vida inteira do corpo físico. Quando uma célula morre, ela pode ser substituída por uma nova célula. Isto significa que, dependendo do tipo de célula, o princípio inteligente pode retornar imediatamente em um novo envoltório físico.
"(...) obriga as células ao trabalho de que necessita para expressar-se, trabalho este que, à custa de repetições quase infinitas, se torna perfeitamente automático para as unidades celulares que se renovam, de maneira incessante, na execução das tarefas que a vida lhes assinala."
Da mesma forma que a mente influencia as células do corpo físico, ela pode influenciar a vida inferior que a rodeia. Quando a emissão é de ondas vibratórias negativas, temos o que a cultura popular chama de mau olhado.
"E é ainda aí, pelo mesmo teor de semelhante saturação, que vamos entender as demonstrações do faquirismo e outras realizadas em sessões experimentais do Espiritismo, nas quais a mente superconcentrada pode arremessar fluídos de impulsão sobre vidas inferiores, como seja a das plantas, imprimindo-lhes desenvolvimento anormal, e explicar os fenômenos da materialização mediúnica."
Quando ficamos presos a sentimentos inferiores, nossa mente emite ondas vibratórias negativas que afetam o nosso corpo espiritual. Se esta situação continua por um longo período, ela acaba por debilitar o corpo físico, predispondo-o a doenças não programadas.


Carmem Bezerra

sábado, 16 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - IV

Neste Capítulo, André Luiz nos fala do automatismo do corpo físico. Por exemplo, nós não precisamos ordenar ao intestino que digira a comida e nem ordenar aos pulmões que façam as trocas de gases com o ambiente e com o sangue. Os órgãos do corpo (físico e espiritual) executam estas tarefas de forma automática, ou seja, não precisamos ter consciência de como e quando elas são executadas. Isto acontece porque durante o nosso longo processo evolutivo aprendemos a organizar a estrutura do corpo e a comandar cada um dos seus órgãos.
"Dominando as células vivas, de natureza física e espiritual, como que empalmando-as a seu próprio serviço, de modo a senhorear possibilidades mais amplas de expansão e progresso, sofre no plano terrestre e no plano extraterrestre as profundas experiências que lhe facultarão, no bojo do tempo, o automatismo fisiológico, pelo qual, sem qualquer obstáculo, executa todos os atos primários de manutenção, preservação e renovação da própria vida."

Como já dito anteriormente neste mesmo livro, a célula é um princípio inteligente na fase inicial da evolução. Ela não possui ainda consciência de que é uma criação de Deus, apenas executa as tarefas que lhe são definidas. Portanto, cada célula do corpo físico é comandada pela mente que lhe senhoreia nesta fase evolutiva e de quem recebe influência. É importante observar que a mente ordena estas tarefas de forma automática (inconsciente) já que repetiu esta experiência incontáveis vezes.
"(...) nos reinos menores o ser inferior serve à espécie a que se ajusta, confiando-lhe, maquinalmente, o fruto das próprias conquistas, e a espécie labora em benefício dele, amparando-o com todos os valores por ela assimilados, a fim de que a ascensão da vida não sofra qualquer solução de continuidade."
Podemos entender que a nossa passagem pelo reino celular é essencial para aprender o funcionamento do corpo que um dia vamos organizar no nossa caminhada evolutiva. Aprendemos a servir quem nos é superior para depois comandar quem nos é inferior.
"O veículo do Espírito, além do sepulcro, no plano extrafísico ou quando reconstituído no berço, é a soma de experiências infinitamente repetidas, avançando vagarosamente da obscuridade para a luz. Nele, situamos a individualidade espiritual, que se vale das vidas menores para afirmar-se –, das vidas menores que lhe prestam serviço, dela recolhendo preciosa cooperação para crescerem a seu turno, conforme os inelutáveis objetivos do progresso."
O que André nos fala neste texto não é novidade para a Doutrina Espírita, basta ler a resposta da questão 540 do Livro dos Espíritos que aborda a evolução dos princípios inteligentes nos reinos inferiores da Natureza.
"Primeiramente, executam. Mais tarde, quando suas inteligências já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material. Depois, poderão dirigir as do mundo moral. É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo."

Carmem Bezerra

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - III

Neste Capítulo, André Luiz mostra que a evolução do princípio inteligente no mundo físico se confunde com a evolução do seu corpo espiritual. Abaixo alguns pontos extraídos do texto do autor espiritual.
  • Segundo a ciência, devido às altas temperaturas o nosso planeta era uma rocha derretida que depois se solidificou com o esfriamento e formou a superfície. Houve então um grande período de chuvas que formou os oceanos e provocou o surgimento dos continentes. A vida orgânica teria surgido nestes oceanos. Entretanto, a ciência tenta até hoje descobrir o fenômeno natutal que provou o surgimento da vida. O Espiritismo tem a resposta: o princípio inteligente começa a sua longa caminhada até a angelitude no reino mineral. Portanto, já existia vida no nosso planeta antes mesmo do primeiro ser orgânico aparecer. A passagem do princípio inteligente do reino mineral para o reino vegetal é uma etapa que a ciência ainda ignora no seu estudo sobre a origem da vida.
"A imensa fornalha atômica estava habilitada a receber as sementes da vida e, sob o impulso dos Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, vemos o seio da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a espraiar-se no colo da paisagem primitiva. Dessa geleia cósmica verte o princípio inteligente, em suas primeiras manifestações..."
  • A hipótese mais aceita pela ciência do surgimento do reino vegetal é que as plantas evoluíram a partir de algas que viviam nas águas.
"Evidenciam-se, desde então, as bactérias rudimentares, cujas espécies se perderam nos alicerces profundos da evolução, lavrando os minerais na construção do solo, dividindo-se por raças e grupos numerosos, plasmando, pela reprodução assexuada, as células primevas, que se responsabilizariam pelas eclosões do reino vegetal em seu início."
  • Até o surgimento do pitecantropoides da era quaternária, o princípio inteligente vivendo na Terra apresentava apenas instinto. A partir deste ponto, é possível verificar o despertar da razão com este ancestral. De acordo com a Ciência, os primeiros pitecantropos ou "homo erectus" datam de cerca de 500.000 anos e conheciam o fogo.
"(...) alcançando os pitecantropoides da era quaternária, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão."
  • A evolução se processa nos dois lados da vida (material e espiritual). Como a ciência só reconhece o lado material da evolução, os cientistas nunca vão conseguir fechar a equação sobre a origem e a evolução da vida na Terra.
"Compreendendo-se, porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanando da Esfera Espiritual, trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual a bolota de carvalho encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, não podemos circunscrever-lhe a experiência ao plano físico simplesmente considerado, porquanto, através do nascimento e morte da forma, sofre constantes modificações nos dois planos em que se manifesta, razão pela qual variados elos da evolução fogem à pesquisa dos naturalistas, por representarem estágios da consciência fragmentária fora do campo carnal propriamente dito, nas regiões extrafísicas, em que essa mesma consciência incompleta prossegue elaborando o seu veículo sutil, então classificado como protoforma humana, correspondente ao grau evolutivo em que se encontra."
Carmem Bezerra

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - II

Neste capítulo, André Luiz resume boa parte do conhecimento que temos hoje sobre o corpo espiritual (a maioria desse conhecimento está em outros livros de André Luiz). Abaixo apenas alguns pontos encontrados no texto (vale muito a pena ler o Capítulo inteiro).
  • O corpo mental molda o corpo espiritual que molda o corpo físico. Logo, o remorso por algo que fizemos ao próximo danifica o corpo espiritual e este dano se reflete no próximo corpo físico gerado. 
"Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação."

  • O corpo espiritual também é formado por células que são princípios inteligentes sob o comando da mente que as senhoreia.
"(o corpo espiritual) em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas coloides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta."
  • O governo das células (físico e espiritual) é de responsabilidade dos centros vitais. Quando um espírito sofre o processo de restringimento do corpo espiritual para reencarnar, os centros de força são mantidos pois eles têm a programação das células e órgãos do novo corpo físico.
  • O centro coronário tem grande importância por servir de ligação entre o mundo espiritual e o mundo físico através da pineal e por influenciar todos os outros centros. 
"Dele parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta."
  • As células são princípios inteligentes ainda no início da sua caminhada evolutiva. Na fase em que se encontram, elas apenas obedecem as ordens da mente a que estão ligadas.
"Essas células que obedecem às ordens do Espírito, diferenciando-se e adaptando-se às condições por ele criadas, procedem do elemento primitivo, comum, de que todos provimos em laboriosa marcha no decurso dos milênios, desde o seio tépido do oceano, quando as formações protoplásmicas nos lastrearam as manifestações primeiras."
  • A exteriorização dos centros vitais é usada pela Espiritualidade no tratamento de doenças. Isto significa que o perispírito é afastado do corpo físico para receber medicação. A melhora do corpo espiritual irá provocar a melhora do corpo físico.
"(...) os centros vitais a que nos referimos são também exteriorizáveis, quando a criatura se encontre no campo da encarnação, fenômeno esse a que atendem habitualmente os médicos e enfermeiros desencarnados, durante o sono vulgar, no auxílio a doentes físicos de todas as latitudes da Terra, plasmando renovações e transformações no comportamento celular, mediante intervenções no corpo espiritual, segundo a lei do merecimento, recursos esses que se popularizarão na medicina terrestre do grande futuro."
  • Depois da morte do corpo físico, o corpo espiritual costuma sofrer alterações para se adaptar ao novo tipo de vida que terá até a próxima reencarnação.
"(...) apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte carnal, principalmente no centro gástrico, pela diferenciação dos alimentos de que se provê, e no centro genésico, quando há sublimação do amor, na comunhão das almas que se reúnem no matrimônio divino das próprias forças, gerando novas fórmulas de aperfeiçoamento e progresso para o reino do Espírito."
Carmem Bezerra

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte - I

Neste primeiro Capítulo, André Luiz nos fala de fluido cósmico. Ele não apresenta nenhum conceito novo neste tópico, apenas relembra o que os Espíritos já nos ensinaram sobre o assunto. A questão 27 do Livro dos Espíritos nos explica o tópico de forma bem clara.
Questão 27. Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?

Sim e acima de ambos, Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material é necessário ajuntara fluido universal, que exerce o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, demasiado grosseira para que o espírito possa exercer alguma ação sobre ela Embora, de certo ponto de vista, se pudesse considerá-lo como elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se fosse simplesmente matéria não haveria razão para que o espírito não o fosse também. Ele esta colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria; suscetível em suas inumeráveis combinações com esta, e sob a ação do espírito de produzir infinita variedade de coisas, das quais não conheceis mais do que uma ínfima parte. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se serve, é o princípio sem o qual a matéria permaneceria em perpétuo estado de dispersão, e não adquiriria jamais as propriedades que a gravidade lhe dá.
Segundo Kardec, o fluido cósmico é a matéria básica a partir da qual todas as outras se formam. Além disso, o codificador nos diz que ele é o veículo da transmissão dos pensamentos dos Espíritos.

Abaixo, alguns pontos do texto que merecem atenção.
  • Os Espíritos das esferas celestes usam o fluido cósmico para moldar os sistemas estelares conforme a vontade de Deus. Eles são co-criadores em plano maior. No livro "A Caminho da Luz", Emmanuel nos narra o trabalho feito por Jesus para que a Terra fosse criada e para que ela se tornasse habitável por seres inteligentes. Portanto, o Mestre é co-criador da Terra, já que a criação de tudo o que existe vem de Deus.
"Devido à atuação desses Arquitetos Maiores, surgem nas galáxias as organizações estelares como vastos continentes do Universo em evolução e as nebulosas intra-galácticas como imensos domínios do Universo, encerrando a evolução em estado potencial, todas gravitando ao redor de pontos atrativos, com admirável uniformidade coordenadora."
  • André Luiz descreve o Big Bang da seguinte forma: pela força do pensamento dos Espíritos Superiores, os átomos (criados a partir do fluido cósmico) são agrupados e depois reduzidos (diminuição dos espaços entre núcleos e elétrons). A ciência nos fala que esta massa densa sofreu uma explosão e que a partir daí sugiram as estrelas e os planetas que conhecemos. É interessante observar que hoje em dia, a ciência já admite que o Big Bang pode não ter sido a origem de tudo, apenas a origem do universo que conhecemos.
"Sob a orientação das Inteligências Superiores, congregam-se os átomos em colmeias imensas e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladamente reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas, sem perda de movimento, para que se transformem na massa nuclear adensada, de que se esculpem os planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço ao desenvolvimento."
  • Nós, Espíritos ainda imperfeitos, somos co-criadores em plano menor. Afinal, o pensamento é energia que plasma o fluido cósmico que nos circunda, somos assim criadores de belezas e de atrocidades. Além disso, durante o nosso processo evolutivo aprendemos a moldar com o nosso pensamento o corpo espiritual que temos. É por isso que somos o único responsável por danos ao nosso corpo perispiritual. 
"Em análogo alicerce, as Inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluído cósmico, em permanente circulação no Universo, para a Co-criação em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada. Dentro das mesmas bases, plasmam também os lugares entenebrecidos pela purgação infernal, gerados pelas mentes desequilibradas ou criminosas nos círculos inferiores e abismais, e que valem por aglutinações de duração breve, no microcosmo em que estagiam, sob o mesmo princípio de comando mental com que as Inteligências Maiores modelam as edificações macrocósmicas, que desafiam a passagem dos milênios."
Para facilitar o entendimento sobre fluido cósmico, podemos nos visualizar morando em um grande recipiente cheio desse material. Os pensamentos são energias liberadas por nós para o ambiente. Pensamentos bons formam quadros agradáveis, enquanto pensamentos ruins formam quadros tenebrosos. Atualmente somo co-criadores inconscientes e imaturos. No futuro seremos capazes de usar a força do pensamento para cumprir as tarefas a nós outorgadas por Deus.


Carmem Bezerra

domingo, 10 de novembro de 2013

Ação e Reação - livro

Nas últimas duas semanas, eu estive relendo o livro "Ação e Reação" de André Luiz psicografado por Chico Xavier. Fiz a opção de não comentar o que lia, capítulo a capítulo, pois a narrativa conta vários casos e não quis estragar o prazer da descoberta de cada leitor. Decidi apenas abordar neste blog alguns pontos do livro que me trouxe uma maior reflexão sobre os ensinamentos dos Espíritos.


A obra narra a estadia de André Luiz e Hilário durante três anos na "Mansão da Paz", casa de acolhimento e reajuste situada em regiões inferiores do Planeta.O objetivo desses dois amigos espirituais é estudar a lei de causa e efeito.
"Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma consequência natural da própria falta cometida. Quer dizer que, em virtude de uma rigorosa justiça distributiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante."
 Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, Item 7
A partir do meu estudo, gostaria de chamar a atenção para os tópicos abaixo encontrados no livro. 
  • A recuperação das lembranças de vidas anteriores não é imediata ao retornar ao mundo espiritual. Depende do nível de equilíbrio do Espírito.
"Os Espíritos que na vida física atendem aos seus deveres com exatidão, retomam pacificamente os domínios da memória, tão logo se desenfaixam do corpo denso, reentrando em comunhão com os laços nobres e dignos que os aguardam na Vida Superior, para a continuidade do serviço de aperfeiçoamento e sublimação que lhes diz respeito; contudo, para nós, consciências intranquilas, a morte no veículo carnal não exprime libertação. Perdemos o carro fisiológico, invisível de nossas culpas; e a culpa, meu amigo, é sempre uma nesga de sombra eclipsando-nos a visão. Nossas faculdades mnemônicas, relativamente às nossas quedas morais, assemelham-se, de certo modo, às conhecidas chapas fotográficas, as quais, se não forem convenientemente protegidas, sempre se inutilizam."
  • Há reencarnações que são planejadas nos planos inferiores. Entretanto, elas são supervisionadas (autorizadas) pelos planos superiores. A Mansão da Paz, visitada por André, faz o planejamento das reencarnações dos irmãos sofredores acolhidos, mas precisa da autorização das esferas mais altas para prosseguir na tarefa.
"Valem como preciosas oportunidades de libertação dos círculos tenebrosos. E como tais renascimentos na carne não possuem senão características de trabalho expiatório, em muitas ocasiões são empreendimentos planejados e executados daqui mesmo, por benfeitores credenciados para agir e ajudar em nome do Senhor."
  • O mundo criado por nossa mente, quando ainda encarnados, nos serve de prisão quando a morte nos chama para a prestação de contas. Podemos ver isto no caso dos viciados em drogas: a morte do corpo não lhes traz paz, eles ainda vão sentir falta da droga e, como não podem mais comprá-la, vão vampirizar os encarnados que as usa.
"Eis por que, efetuada a supressão do corpo somático, no fenômeno vulgar da morte, a criatura desencarnada, movimentando-se num veículo mais plástico e influenciável, pode permanecer longo tempo sob o cativeiro de suas criações menos construtivas, detendo-se em largas faixas de sofrimento e ilusão com aqueles que lhe vivem os mesmos enganos e pesadelos."
  • Muitas vezes o espírita questiona a necessidade de reencarnação. Não seria suficiente o trabalho na espiritualidade? Nós somos forçados a reencarnar após um período de tempo? As respostas para as duas questões é "não". A nossa consciência exige reparação para os erros do passado e a forma de fazer isto é voltando ao mundo físico. 
"À medida que nos demoramos aqui na organização perispirítica, no fiel cumprimento de nossas obrigações para com a Lei, mais se nos dilata o poder mnemônico. Avançando em lucidez, abarcamos mais amplos domínios da memória. Assim é que, depois de largos anos em serviço nas zonas espirituais da Terra, entramos espontaneamente na faixa de recordações menos felizes, identificando novas extensões de nosso "carma" ou de nossa "conta" e, embora sejamos reconhecidos à benevolência dos Instrutores e Amigos que nos perdoam o passado menos digno, jamais condescendemos com as nossas próprias fraquezas e, por isso, vemo-nos impelidos a solicitar das autoridades superiores novas reencarnações difíceis e proveitosas, que nos reeduquem ou nos aproximem da redenção necessária."
  • O corpo físico é um reflexo do corpo espiritual. Como nosso corpo espiritual é plástico e facilmente modelável, muitas doenças são provocadas pela nossa mente em desarmonia. O sentido inverso também é verdadeiro: a cura do corpo espiritual provoca a cura do corpo físico. Muitas vezes a espiritualidade utiliza a nossa hora de sono para medicar o nosso corpo espiritual.
"- As melhoras adquiridas pela organização perispirítica serão apressadamente assimiladas pelas células do equipamento fisiológico. Sabem os médicos terrenos que o sono é um dos ministros mais eficientes da cura. É que, ausente do corpo, muitas vezes consegue a alma prover-se de recursos prodigiosos para a recuperação do veículo carnal em que estagia no mundo."
  • A morte do corpo físico não significa desencarnação. É possível um irmão ficar preso aos despojos do corpo físico por horas, dias ou, mesmo, meses. O que vai definir o tempo para o desencarne é o grau de espiritualização da pessoa..
"Depende do grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea. Alguns serão detidos por algumas horas, outros, talvez, por longos dias... Quem sabe? Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico dita as verdadeiras condições de nossa morte. Quanto mais chafurdamos o ser nas correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras do campo carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim é que 'morte física' não é o mesmo que 'emancipação espiritual'."
  • O mal que fazemos, a nós retorna. É a lei de causa e efeito.
"É indispensável compreendamos que todo mal por nós praticado conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar."

"Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil."
Mateus 5:26

Carmem Bezerra