domingo, 7 de julho de 2013

Libertação - Capítulo 19

Neste Capítulo, André nos narra o encontro entre Margarida (em desdobramento) e Matilde. A primeira tinha sido obsidiada pela falange de Gregório até conseguir a libertação com a ajuda dos trabalhadores espirituais comandados por Gúbio. A segunda é uma entidade das altas esferas e que já foi mãe de Margarida em uma encarnação. Matilde informa a Margarida que voltará à romagem terrestre como sua filha.
"- Em razão disto, espero não desconheças a santidade do ministério maternal, na orientação dos Espíritos renascentes. Nossas melhores possibilidades se perdem na “esfera do recomeço”, por falta de braços decididos e conscientes que nos guiem através dos labirintos do mundo. Carinho, quase sempre, não falta no santuário familiar, onde a alma se habilita à recapitulação de valiosa aventura; entretanto, a ternura absoluta é tão nociva quanto a absoluta aspereza. Não ignoras, filha amada, que a entidade mais enobrecida, em retomando o veículo de carne, é compelida a sofrer-lhe os regulamentos. As leis fisiológicas, que dominam na Crosta, não fazem exceção. Impõem-se sobre os justos com o mesmo rigor dentro do qual funcionam para os pecadores. O anjo que desça ao fundo da mina de carvão continuará naturalmente a ser um anjo na vida íntima; entretanto, não escapará ao clima deprimente do sub-solo. O esquecimento temporário me acompanhará, nos abafadores das células físicas, mas o êxito desejável somente me felicitará se eu puder contar com a tua orientação robusta e vigilante."

É impossível não se emocionar com o pedido da benfeitora. Matilde é um espírito de esferas mais elevadas, mesmo assim tem medo de falhar quando voltar à carne. Ela sabe que o esquecimento vem com a nova roupagem e que a mente jovem é bastante influenciável. Ela pede então a Margarida que não a cubra com excesso de mimos, mas que lhe forneça uma educação equilibrada entre o amor e o dever.

Muitos espíritos nobres que voltaram a Terra em missão tiveram essa dificuldade relatada por Matilde. São Francisco de Assis é o caso mais emblemático. Na infância e juventude cometeu todos os excessos que a riqueza e o poder da sua família permitia. Foi preciso uma situação extrema para que o espírito superasse as dificuldades da carne e a sua missão pudesse ser iniciada.

O único espírito que não sofreu influência da carne na sua passagem pela Terra foi Jesus. O Mestre nunca desconheceu a sua missão. Os Espíritos contam que quando Jesus, ainda bebê, foi apresentado no Templo, Simeão o reconheceu como o Messias esperado, mas questionou como um filho de carpinteiro iria guiar o povo de Israel. Jesus então bateu três vezes com sua mãozinha no coração de Simeão, mas ele não entendeu a resposta. Quando desencarnou, os bons espíritos explicaram para Simeão que Jesus tinha lhe respondido que guiaria o povo de Israel pelo coração.

Carmem Bezerra

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