domingo, 28 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 21 e 22

No Capítulo 21, Clarêncio fornece mais explicações para André Luiz e Hilário sobre o perispírito.
  • O desequilíbrio da mente provoca o desequilíbrio dos centros de força causando dano ao corpo espiritual.
"Nossos deslizes de ordem moral estabelecem a condensação de fluidos inferiores de natureza gravitante, no campo electromagnético de nossa organização, compelindo-nos a natural cativeiro em derredor das vidas começantes às quais nos imantamos."
  • Nos selvagens, o perispírito ainda não tem uma forma bem definida. São necessários inúmeras reencarnações para atingir o nível de evolução que nós temos atualmente. Portanto, a medida que o espírito evolui em conhecimento e em moral, o perispírito também evolui e o corpo físico reflete esta evolução.
"O instrumento perispirítico do selvagem deve ser classificado como protoforma humana, extremamente condensado pela sua integração com a matéria mais densa. Está para o organismo aprimorado dos Espíritos algo enobrecidos, como um macaco antropomorfo está para o homem bem-posto das cidades modernas. Em criaturas dessa espécie, a vida moral está começando a aparecer e o perispírito nelas ainda se encontra enormemente pastoso. Por esse motivo, permanecerão muito tempo na escola da experiência, como o bloco de pedra rude sob marteladas, antes de oferecer de si mesmo a obra-prima... Despenderão séculos e séculos para se rarefazerem, usando múltiplas formas, de modo a conquistarem as qualidades superiores que, em lhes sutilizando a organização, lhes conferirão novas possibilidades de crescimento consciencial. O instinto e a inteligência pouco a pouco se transformam em conhecimento e responsabilidade e semelhante renovação outorga ao ser mais avançados equipamentos de manifestação... O prodigioso corpo do homem na Crosta Terrestre foi erigido pacientemente, no curso dos séculos, e o delicado veículo do Espírito, nos planos mais elevados, vem sendo construído, célula a célula, na esteira dos milênios incessantes..."
  • Nós ainda estamos presos a formas. Precisamos de um corpo material (mesmo que seja apenas o perispírito) para entrar em contato com os outros seres e para que nos sirva  como instrumento de aprendizado. 
"... até que nos transfiramos de residência, aptos a deixar, em definitivo, o caminho das formas, colocando-nos na direção das esferas do Espírito Puro, onde nos aguardam os inconcebíveis, os inimagináveis recursos da suprema sublimação."
  • A s doenças tem normalmente origem no nosso desequilíbrio moral (muitas vezes geradas na  vida presente). Exceções existem quando espíritos mais evoluídos encarnam com algum problema de saúde para nos dar exemplo de amor e confiança em Deus.
"A percentagem quase total das enfermidades humanas guarda origem no psiquismo."
No Capítulo 22, o grupo visita a Irmã Clara. Eles vão pedir ajuda para Odila que está obsediando Zulmira. Enquanto aguardam para conversar com Clara, eles têm a oportunidade de ouvi-la discutir sobre a força da palavra falada.
  • O pensamento é energia gerada pelo espírito. Quando falamos, estamos apenas exteriorizando  o que pensamos. Depois de gerada, a fala ganha forma e independência. Não é mais possível alterá-la. Bons pensamentos geram energia boa que gera falas agradáveis. 
"Conforme estudamos na noite de hoje, a palavra, qualquer que ela seja,surge invariavelmente dotada de energias elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmica. A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga electromagnética, regulada pela voz. Por isso mesmo, em todos os nossos campos de atividade, a voz nos tonaliza a exteriorização, reclamando apuro de vida interior, de vez que a palavra, depois do impulso mental, vive na base da criação; é por ela que os homens se aproximam e se ajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz, o trabalho pode ser favorecido ou retardado, no espaço e no tempo."
  • O melhor instrumento de educação ainda é o exemplo. Por mais que tenhamos razão, as vezes é preferível calar. A palavra deve ser usada apenas para esclarecer e ajudar. Nunca para ferir o outro irmão.
"- Nossa vida pode ser comparada a grande curso educativo, em cujas classes inumeráveis damos e recebemos, ajudamos e somos ajudados. A serenidade, em todas as circunstâncias, será sempre a nossa melhor conselheira, mas, em alguns aspectos de nossa luta, a indignação é necessária para marcar a nossa repulsa contra os atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor. Essa elevada tensão de espírito, porém, nunca deve arrojar-se à violência e jamais deve perder a dignidade de que fomos investidos, recebendo da Divina Confiança a graça do conhecimento superior. Basta, dentro dela, a nossa abstenção dos atos que intimamente reprovamos, porque a nossa atitude é uma corrente de indução magnética. Em torno de nós, quem simpatiza conosco geralmente faz aquilo que nos vê fazer. Nosso exemplo, em razão disso, é um fulcro de atração. Precisamos, assim, de muita cautela com a palavra, nos momentos de tensão alta do nosso mundo emotivo, a fim de que a nossa voz não se desmande em gritos selvagens ou em considerações cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros, semeando espinheiros de antipatia e revolta que nos prejudicarão a própria tarefa."

Carmem Bezerra

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