domingo, 26 de maio de 2013

Testemunhos de Chico Xavier

Antes de ler o sétimo livro de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier, eu decidi ler o livro "Testemunhos de Chico Xavier" de Suely Caldas Schubert.


Neste belíssimo trabalho de pesquisa, temos a transcrição de várias cartas enviadas por Chico Xavier, entre 1943 e 1964, à Wantuil de Freitas, presidente da FEB. Wantuil foi presidente da FEB por 27 anos (1943-1970) e a sua gestão foi marcada por vários momentos importantes para o Espiritismo no Brasil:
  • assinatura do Pacto Áureo com o objetivo de unificar todas as instituições espíritas no nosso país;
  • revogação das portarias que durante o Governo Vargas impediam o livre funcionamento dos centros espíritas;
  • processo judicial da família de Humberto de Campos;
  • criação do Departamento Editorial da FEB.
Este livro foi publicado quando ainda Chico Xavier estava encarnado, assim Suely Caldas teve a oportunidade de dirimir qualquer dúvida sobre o conteúdo das cartas com o próprio Chico. Nota-se, entretanto, a preocupação da autora e da FEB em não polemizar qualquer assunto. Situações delicadas são comentadas sem informar os nomes das pessoas envolvidas. O intuito é mostrar o trabalho destes dois espíritas na divulgação da Doutrina dos Espíritos sem criar novas polêmicas.


A partir da leitura é possível verificar:
  • O nível de compreensão existente entre os dois trabalhadores do bem. Um parece completar o pensamento do outro. É como diz a autora: eles tinham a missão de divulgar o livro espírita e estavam conscientes disso.
  • As principais dificuldades enfrentadas pelos dois foram dentro do movimento espírita e não com os adeptos de outras religiões. Nos momentos de maiores tribulações, um consolava o outro.
  • Wantuil fazia uma rigorosa análise dos trabalhos que recebia de Chico e dos outros médiuns. Quando tinha dúvida, escrevia ao médium e pedia para questionar o autor espiritual. Algumas vezes, chegava a conclusão que não devia publicar, pois o trabalho ainda não estava amadurecido o suficiente. Isto aconteceu, por exemplo, com um manuscrito de Hilário Silva, psicografado por Chico Xavier. O autor espiritual refez o trabalho que depois foi lançado pela FEB com o nome "Almas em Desfile".
  • Chico incentivava o trabalho de outros médiuns e não perdia a oportunidade de elogiar a mediunidade e o trabalho de Yvonne do Amaral Pereira, Zilda Gama e Waldo Vieira. Não há nele qualquer resquício de ciúme ou inveja nos comentários. É pura admiração e esperança que o trabalho renda frutos para a Doutrina.
  • É possível entender algumas passagens que aparecem nos livros de André Luiz, já que os dois comentam e identificam algumas situações.
O que mais me impressionou no texto foram a paciência e a tolerância do Chico. Se os espíritas conseguissem seguir o exemplo, não teríamos tantos problemas nas Casas Espíritas.

Carmem Bezerra

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