quarta-feira, 8 de maio de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 15

Neste Capítulo, André Luiz acompanha Calderaro para uma palestra ministrada para irmãos encarnados em desdobramento. André fica admirado ao ser informado que a palestra está sendo dada para católicos e evangélicos e não para os espíritas.
- Importa compreender que a Proteção Divina desconhece privilégios. A graça celestial é como o fruto que sempre surge na fronde do esforço terrestre: onde houver colaboração digna do homem, aí se acha o amparo de Deus. Não é a confissão religiosa que nos interessa em sentido fundamental, senão a revelação de fé viva, a atitude positiva da alma na jornada de elevação. Claro é que as escolas da crença variam, situando-se cada uma em um círculo diferente. Quanto mais rudimentar é o curso de entendimento religioso, maior é a combatividade inferior, que traça fronteiras infelizes de opinião e acirra hostilidades deploráveis, como se Deus não passasse dum ditador em dificuldades para manter-se no poder. Constituindo o Espiritismo evangélico prodigioso núcleo de compreensão sublime, é razoável seja considerado uma escola cristã mais elevada e mais rica. Possuindo tamanhas bênçãos de conhecimento e de amor, cumpre-lhe estendê-las a todos os companheiros, ainda quando esses companheiros se mostrem rebeldes e ingratos em consequência da ignorância de que ainda não conseguiram afastar-se. A compaixão de Jesus poderia ser medida pelo estado de evolução daqueles que o seguiam de perto. Diante da mente encarcerada no vaidoso intelectualismo de muitas personalidades importantes de sua época, vemo-lo inflamado de energia divina; pelo contrário, em Jerusalém, no último dia, à frente do populacho exaltado e ignorante, arraigado embora aos princípios da crença, encontramo-lo silencioso e humilde, solicitando perdão para quantos o feriam.
Ao ler o trecho acima, eu fiquei com a impressão que a Espiritualidade aproveitou para, através do livro de André, dá um puxão de orelha nos adeptos da Doutrina Espírita. Mais uma vez, somos lembrados que Jesus não fundou qualquer religião, mas uma doutrina de amor. Não há razão para guerras religiosas em nome do Cristo.
“Jesus fundou a Religião do Amor Universal, que os sacerdotes políticos dividiram em várias escolas orientadas pelo sectarismo injustificável. Mau grado esse erro lastimável dos homens, a essência dos vossos princípios é aquela mesma que sustentou a coragem e a nobreza dos trabalhadores sacrificados nos primeiros dias do Cristianismo."

O orador deixa bem claro para os seus ouvintes que ele não está pedindo que eles mudem de religião, mas que mudem de atitude em relação aos irmãos da mesma ou de outra fé.
"- Não se vos reclama a transferência do depósito espiritual da crença veneranda. Em todos os setores, onde a sementeira do Cristo desabrocha, é possível honrar a Divina Lei, gravando-lhe os parágrafos sublimes no coração. O que se pede do vosso espírito de crença é o aproveitamento das bênçãos celestiais esparzidas sobre vós em caudalosas correntes de luz."
Este texto me fez lembrar de uma estória contada sobre Eurípedes Barsanulfo no livro "Dimensões Espirituais do Centro Espírita" de Suely Caldas Schubert, publicado pela FEBContam que Eurípedes, em desdobramento, foi levado para um lugar nas altas esferas. De repente, ele se viu na presença de Jesus e notou que o Mestre chorava. Comovido, Eurípedes quis saber porque Jesus estava chorando.
"Senhor, por que choras? Choras pelos descrentes do Mundo?"
Jesus então lhe respondeu:
"Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amor. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam."


Carmem Bezerra

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