domingo, 12 de maio de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 17

Neste Capítulo, André Luiz e Calderaro se juntam à comissão socorrista que irá trabalhar nos abismos purgatoriais. Entretanto, André não obtém permissão para entrar nas cavernas. A responsável pelo grupo explica para André que ele ainda não tem a preparação necessária para visitar os abismos. André então acompanha a equipe até o limiar das cavernas e fica aguardando, junto a Calderaro, a volta dos trabalhadores.

Calderaro aproveita para explicar o que André vê na região:
  • Os irmãos que vivem na região não estão abandonados pela Espiritualidade Maior. Eles são atendidos à medida em que vão se recuperando. 
"Funcionam, por aqui, inúmeros postos de socorro e variadas escolas, em que muita gente pratica a abnegação. Os padecentes e as personalidades torturadas são atendidas, de acordo com as possibilidades de aproveitamento que demonstram."
  • Alguns irmãos sofredores conseguem volitar, mas esta capacidade é bem limitada.
"Não te surpreendas. A volitação depende, fundamentalmente, da força mental armazenada pela inteligência; importa, contudo, considerar que os voos altíssimos da alma só se fazem possíveis quando à intelectualidade elevada se alia o amor sublime. Há Espíritos perversos com vigorosa capacidade volitiva, apesar de circunscritos a baixas incursões. São donos de imenso poder de raciocínio e manejam certas forças da Natureza, mas sem característicos de sublimação no sentimento, o que lhes impede grandes ascensões."
  • A situação mental dos irmãos é semelhante aos dos alienados mentais do manicômio que eles visitaram anteriormente: eles se recusam a aceitar a realidade em que vivem.
"Temos aqui, nestas assembleias de incompreensão e dor, infindas fileiras de loucos que voluntariamente se arredaram das realidades da vida. Fixaram a mente nas zonas mais baixas do ser, e, olvidando o sagrado patrimônio da razão, cometeram faltas graves, contraindo pesados débitos. Já viste, em nossa organização espiritual de vida coletiva, irmãos sofredores convenientemente amparados; alguns ainda sofrem estranhas perturbações alucinatórias, outros são guardados à maneira de múmias perispiríticas em letargia profunda, aguardando-se-lhes o despertar; outros povoam vastas enfermarias para se reerguerem espiritualmente pouco a pouco... Aqui, no entanto, se congregam verdadeiras tribos de criminosos e delinquentes, atraídos uns aos outros, consoante a natureza de faltas que os identificam. Muitos são inteligentes e, intelectualmente falando, esclarecidos, mas, sem réstia de amor que lhes exalce o coração, erram de obstáculo a obstáculo, de pesadelo a pesadelo... O choque da desencarnação para eles, ainda impermeáveis ao auxilio santificante, pela dureza que lhes assinala os sentimentos, parece galvanizá-los na posição mental em que se encontravam no momento do trânsito entre as duas esferas, e, dessa forma, não é fácil de logo arrancá-los do desequilíbrio a que imprevidentes se precipitaram. Retardam-se, às vezes, anos a fio, obstinando-se nos erros a que se habituaram, e, vigorando impulsos inferiores pela incessante permuta de energias uns com os outros, passam, em geral, a viver, não só a perturbação própria, mas também o desequilíbrio dos demais companheiros de infortúnio."
Como a Espiritualidade já nos alertou inúmeras vezes: o céu e o inferno estão dentro de nós.

 
Carmem Bezerra

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