domingo, 28 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 9

Neste Capítulo, André Luiz acompanha Calderaro em uma reunião mediúnica onde é mostrada a dificuldade do intercâmbio entre as duas esferas da vida. A reunião era composta de onze médiuns sendo que três deles foram isolados pelos Espíritos por não se encontrarem em condição de trabalhar. Eles mantinham o pensamento em assuntos alheios à reunião. Dos médiuns restantes, apenas uma médium tinha condição de entrar em sintonia com o comunicante desencarnado. Mas existia um problema para que a perfeita comunicação se realizasse:  a médium não possuia em seus arquivos mentais o conhecimento científico que o comunicante gostaria de usar e assim poder ser facilmente reconhecido pelos irmãos encarnados.
"- Repara o conjunto. Já fiz meus apontamentos. Com exceção de três pessoas, os demais, em número de oito, guardam atitude favorável. Todos esses se encontram na posição de médiuns, pela passividade que demonstram. Analisa a irmã Eulália e reconhecerás que o estado receptivo mais adiantado lhe pertence; dos oito cooperadores prováveis, é a que mais se aproxima do tipo necessário. No entanto, o nosso amigo médico não encontra em sua organização psicofísica elementos afins perfeitos: nossa colaboradora não se liga a ele através de todos os seus centros perispirituais; não é capaz de elevar-se à mesma frequência de vibração em que se acha o comunicante; não possui suficiente “espaço interior” para comungar-lhe as ideias e conhecimentos; não lhe absorve o entusiasmo total pela Ciência, por ainda não trazer de outras existências, nem haver construído, na experiência atual, as necessárias teclas evolucionárias, que só o trabalho sentido e vivido lhe pode conferir. Eulália manifesta, contudo, um grande poder: o da boa vontade criadora, sem o qual é impossível o inicio da ascensão às zonas mais altas da vida. É a porta mais importante, pela qual se entenderá com o médico desencarnado. Este, a seu turno, para realizar o nobre desejo que o anima, vê-se compelido, em face das circunstâncias, a pôr de lado a nomenclatura oficial, a técnica científica, o patrimônio de palavras que lhe é peculiar, as definições novas, a ficha de renome, que lhe coroa a memória nos círculos dos conhecidos e dos clientes. Poderá identificar-se com Eulália para a mensagem precisa, usando também, a seu turno, a boa vontade; e, adotando esta forma de comunicação, valer-se-á, acima de tudo, da comunhão mental, reduzindo ao mínimo a influência sobre os centros neuropsíquicos; é que, em matéria de mediunismo, há tipos idênticos de faculdades, mas enormes desigualdade nos graus de capacidade receptiva, os quais variam infinitamente, como as pessoas."
A comunicação é dada, mas os participantes da reunião acreditam ter sido uma comunicação anímica (da própria médium), pois acreditam que o comunicante usaria um vocabulário mais científico para se expressar.
"- Nossos amigos encarnados nem sempre examinam as situações pelo prisma da justiça real. Eulália é colaboradora preciosa e sincera. Se ainda não completou as aquisições culturais no campo científico, é suficientemente rica de amor para contribuir à sementeira de luz. Encontra-se, porém, desabrigada, entre os companheiros invigilantes. Permanece sozinha e, assediada como está, é suscetível de abater-se."

Esta é uma questão muito séria nos trabalhos mediúnicos: quando há ou não animismo. O próprio médium (eu sou um exemplo) costuma duvidar de algumas comunicações que recebe. A orientação mais acertada é não reprimir estas comunicações, com o tempo o médium e o grupo vão ganhando mais confiança e as possíveis comunicações anímicas vão desaparecendo. É uma tarefa que requer anos de dedicação e estudo. Nem médiuns do quilate de Chico Xavier e do Divaldo tiveram unanimidade com o trabalho mediúnico (ambos foram acusados de animismo, obsessão e charlatanismo). Para quem ainda está no início da caminhada é preciso exercitar a fé e a paciência.


Carmem Bezerra

Um comentário:

  1. Wilton,veja que importante estas observações finais inclusive,a\cerca daquilo que já comentamos muito.

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