terça-feira, 9 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 3

Neste Capítulo, André Luiz investiga o desequilíbrio da mente nos encarnados e nos desencarnados. Ele pergunta a Calderaro se a mente desencarnada pode adoencer.
"Embora tenhamos a felicidade de agir num corpo mais sutil e mais leve, graças à natureza de nossos pensamentos e aspirações, já distantes das zonas grosseiras da vida que deixamos, não possuímos ainda o cérebro dos anjos. Constitui-nos incessante trabalho a conservação de nossa forma atual, a caminho de conquistas mais alcandoradas; não podemos descansar nos processos iluminativos; cumpre-nos purificar sempre, selecionar pendores e joeirar concepções, de molde a não interromper a marcha. Milhões vivem aqui, na posição em que nos achamos, mas outros milhões permanecem na carne ou em nossas linhas mais baixas de evolução, sob o guante de atroz demência. É para esses que devemos cogitar da patologia do espírito, socorrendo os mais infelizes e interferindo fraternal e indiretamente na solução de problemas escabrosos em cujos fios negros se enredam. São duendes em desespero, vítimas de si mesmos, em terrível colheita de espinhos e desilusões. O corpo perispiritual humano, vaso de nossas manifestações, é, por ora, a nossa mais alta conquista na Terra, no capítulo das formas. Para as almas esclarecidas, já iluminadas de redentora luz, representa ele uma ponte para o campo superior da vida eterna, ainda não atingido por nós mesmos; para os espíritos vulgares, é a restrição indispensável e justa; para as consciências culpadas, é cadeia intraduzível, pois, além do mais, registra os erros cometidos, guardando-os com todas as particularidades vivas dos negros momentos da queda. O gênero de vida de cada um, no invólucro carnal, determina a densidade do organismo perispirítico após a perda do corpo denso. Ora, o cérebro é o instrumento que traduz a mente, manancial de nossos pensamentos. Através dele, pois, unimo-nos à luz ou à treva, ao bem ou ao mal."
Portanto, o corpo perispiritual pode adoecer e é uma situação bem comum na Espiritualidade, pois muitos não aceitam a morte do corpo físico e se apegam a desejos de vingança, de ódio ou de posse.

Calderaro também faz uma observação interessante sobre o funcionamento da nossa mente.

"- Não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fora um castelo de três andares: no primeiro situamos a “residência de nossos impulsos automáticos”, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o “domicílio das conquistas atuais”, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a “casa das noções superiores”, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro."

O ideal é que vivamos a maior parte do nosso tempo entre o segundo e o terceiro andar da nossa mente. Infelizmente, muitos de nós ainda estão presos aos instintos e aos ganhos da vida material. São pessoas que se acostumaram no primeiro andar e não entendem a necessidade de uma vida mais espiritual.



Carmem Bezerra

2 comentários:

  1. Você tem um talento maravilhoso para interpreter os livros espíritas. Parabéns!!!
    Desejo que muitos possam aproveitar desta iniciativa.
    Abraços fraternos
    Lina

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    1. Oi, Lina

      Obrigada pela sua msg. Este blog foi a maneira que encontrei para me obrigar a estudar a Doutrina Espírita.

      Fico feliz que outras pessoas possam aproveitar o que eu descubro.

      Abraços, Carmem

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