sábado, 27 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 8

Neste Capítulo, André Luiz e Calderaro visitam um irmão encarnado que sofre de epilepsia. Calderaro explica para André que esse problema é consequência do passado delituoso do irmão, mas que devido ao seu desejo firme de recuperação e reparação dos erros, ele apresenta sensíveis melhoras.
"- ...mui raramente ocorre por meras alterações no encéfalo, como sejam as que procedem de golpes na cabeça — elucidou o Assistente, cortando-me a observação reticenciosa —, e, geralmente, é enfermidade da alma, independente do corpo físico, que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas. Longe vai o tempo em que a vazão admitia o paraíso ou o purgatório como simples regiões exteriores: céu e inferno, em essência, são estados conscienciais; e, se alguém agiu contra a Lei, ver-se-á dentro de si mesmo em processo retificador, tanto tempo quanto seja necessário. Ante a realidade, portanto, somos compelidos a concluir que, se existem múltiplas enfermidades para as desarmonias do corpo, outras inúmeras há para os desvios da alma."
Mais uma vez, André nos fala que a causa de muitos problemas que enfrentamos na Terra está em nós mesmos. No caso narrado, na encarnação anterior o irmão com atitudes insensatas angariou inimigos e desequilibrou os centros de força do seu corpo espiritual. Após muito sofrer nas regiões inferiores após o desencarne, ele retorna à Terra em uma nova oportunidade e com desejo de reparar os erros cometidos.
"Ao se reaproximar de velhos desafetos, o rapaz, que ainda não consolidou o equilíbrio integral, sujeita-se aos violentos choques psíquicos, com o que as emoções se lhe desvairam, afastando-se da necessária harmonia. A mente desorientada abandona o leme da organização perispirítica e dos elementos fisiológicos, assume condições excêntricas, dispersa as energias, que lhe são peculiares, em movimentos desordenados; passam, então, essas energias a atritarem-se e a emitir radiações de baixa frequência, aproximadamente igual à da que lhe incidia do pensamento alucinado de suas vítimas. Essas emissões destruidoras invadem a matéria delicada do córtex encefálico, assenhoreiam-se dos centros corticais, perturbam as sedes da memória, da fala, da audição, da sensibilidade, da visão, e inúmeras outras sedes do governo de vários estímulos; temos, destarte, o “grande mal”, de sintomatologia aparatosa, determinando as convulsões, nas quais o corpo físico, prostrado, vencido, mais se assemelha a embarcação repentinamente à matroca."
Em desdobramento, o irmão doente pergunta a Calderaro se deve fazer uso de remédios que induzam o sono profundo (hipnóticos) e assim evitar o encontro com os irmãos que o peseguem.
"- Não. Os hipnóticos são úteis só na áspera fase de absoluta ignorância mental, quando é preciso neutralizar as células nervosas ante os prováveis atritos da organização perispirítica. Em teu caso, Marcelo, para a tua consciência que já acordou na espiritualidade superior, o remédio mais eficaz consiste na fé positiva, na autoconfiança, no trabalho digno, em pensamentos enobrecedores. Permanecendo na zona mais alta da personalidade, vencerás os desequilíbrios dos departamentos mais baixos, competindo-te, por isto mesmo, atacar a missão renovadora e sublime que te foi confiada no setor da própria iluminação e no bem do próximo. Os elementos medicamentosos podem exercer tutela despótica sobre o cosmo orgânico, sempre que a mente não se disponha a controlá-la, recorrendo aos fatores educativos."
Note que o Mentor não desaconselha o uso de medicamentos para aliviar os problemas do corpo físico. Ele apenas explica que no caso em discussão, o uso de hipnóticos não ajudará o paciente.

Carmem Bezerra

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