domingo, 16 de outubro de 2011

A responsabilidade dos participantes da mesa mediúnica

No capítulo 6 do livro "Dimensões Espirituais do Centro Espírita", Suelly Caldas Schubert chama a atenção para a dificuldade de se conseguir um "grupo mediúnico homogêneo, no qual os seus integrantes estejam em boa sitonia e afinização, que cultivem o mesmo ideal, que entendam a grande responsabilidade assumida e que estejam buscando com a mesma intensidade a própria transformação moral".



Eu participo de um grupo de educação mediúnica e começo a entender a profunidade da colocação feita pela querida estudiosa da Codificação Espírita. Eu considero o meu grupo harmonioso e que as pessoas gostam umas das outras. Não há excessos, apenas preocupação e carinho recíprocos. Entretanto, noto que pequenas atitudes dos participantes têm, provavelmente, impedido uma caminhada mais proveitosa na seara da mediunidade.

Duas coisas em especial têm me preocupado. A primeira preocupação é em relação às conversas mantidas pelo grupo antes da reunião. Fala-se de qualquer assunto, sem nenhuma preocupação com o ambiente da sala. Na realidade, tenho a minha parcela de culpa nestas conversas e não me sinto a vontade para fazer qualquer advertência ao grupo.

A segunda preocupação é em relação às faltas dos membros do grupo. Todos avisam quando vão faltar e explicam o porquê. O problema é que o número de faltosos às vezes compromete o bom andamento das reuniões. Isto acontece principalmente quando a reunião acontece com um número de médiuns esclarecedores insuficientes para atender aos médiuns psicofônicos. Há uma nítida queda na quantidade e na qualidade dos atendimentos.  A Espiritualidade parece evitar atendimentos mais complicados quando o grupo não está com sua capacidade plena.

Já ouvi alguns médiuns reclamarem que estão há anos na Educação Mediúnica e que ainda não foram selecionados para a reunião de Desobsessão ou de Socorro Espiritual. A medida que analiso o meu grupo, eu entendo a razão para isto. Um grupo homogêneo não é feito apenas de pessoas que matém o mesmo laço de amizade e carinho, mas um grupo de pessoas que coloca a tarefa mediúnica em primeiro lugar. Esta visão do trabalho é ainda muito difícil. Afinal existem mil e umas coisas lá fora, a Espiritualidade que entenda e se vire com o que a gente pode fornecer.


Prece de Gratidão

Senhor Jesus, muito obrigada!
Pelo ar que nos dá,
pelo pão que nos deste,
pela roupa que nos veste,
pela alegria que possuímos,
por tudo de que nos nutrimos.
Muito obrigada, pela beleza da paisagem,
pelas aves que voam no céu de anil,
pelas Tuas dádivas mil!
Muito obrigada, Senhor!
Pelos olhos que temos...
olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o mar,
que contemplam toda beleza!
Olhos que se iluminam de amor
ante o majestoso festival de cor
da generosa Natureza!
E os que perderam a visão ?
Deixa-me rogar por eles
Ao Teu nobre Coração!
Eu sei que depois desta vida,
além da morte,
voltarão a ver com alegria incontida...
Muito obrigada pelos ouvidos meus,
pelos ouvidos que me foram dados por Deus.
Obrigado, Senhor, porque posso escutar
o Teu nome sublime, e, assim, posso amar.
Obrigada pelos ouvidos que registram:
a sinfonia da vida,
no trabalho, na dor, na lida...
o gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro,
as lágrimas doridas do mundo inteiro
e a voz longínqua do cancioneiro...
E os que perderam a faculdade de escutar ?
Deixa-me por eles rogar...
Eu sei que no Teu Reino voltarão a sonhar.
Obrigada, Senhor, pela minha voz.
Mas também pela voz que ama,
pela voz que canta,
pela voz que ajuda,
pela voz que socorre,
pela voz que ensina,
pela voz que ilumina...
E pela voz que fala de amor,
obrigada, Senhor!
Recordo-me, sofrendo, daqueles
que perderam o dom de falar
e o teu nome sequer podem pronunciar!...
Os que vivem atormentados na afasia
e não podem cantar nem à noite, nem ao dia...
Eu suplico por eles,
Sabendo que mais tarde,
no Teu Reino, voltarão a falar.
Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhas
alavancas da ação, do progresso, da redenção.
Agradeço pelas mãos que acenam adeuses,
pelas mãos que fazem ternura,
e que socorrem na amargura;
pelas mãos que acarinham,
pelas mãos que elaboram as leis
e pelas que as feridas cicatrizam
retificando as carnes partidas,
a fim de diminuírem as dores de muitas vidas!
Pelas mãos que trabalham o solo,
que amparam o sofrimento e estancam lágrimas,
pelas mãos que ajudam os que sofrem,
os que padecem...
Pelas mãos que brilham nestes traços,
como estrelas sublimes fulgindo nos meus braços!
...E pelos pés que me levam a marchar,
ereto, firme a caminhar,
pés da renúncia que seguem
humildes e nobres sem reclamar.
E os que estão amputados, os aleijados,
os feridos e os deformados,
os que estão retidos na expiação
por crimes praticados noutra encarnação.
Eu rogo por eles e posso afirmar
que no Teu Reino, após a lida
desta dolorosa vida,
poderão bailar
e em transportes sublimes com os seus braços
também afagar
Sei que lá tudo é possível
quando Tu queres ofertar,
mesmo o que na Terra parece incrível!
Obrigado, Senhor, pelo meu lar,
o recanto de paz ou escola de amor,
a mansão de glória
ou pequeno quartinho,
o palácio ou tapera, o tugúrio ou a casa de miséria!
Obrigada, Senhor, pelo amor que eu tenho e
pelo lar que é meu...
Mas, se eu sequer
nem um lar tiver
ou teto amigo para me abrigar
nem outra coisa para me confortar,
se eu não possuir nada,
senão as estradas e as estrelas do céu,
como sendo o leito de repouso e o suave lençol,
e ao meu lado ninguém existir: vivendo e
chorando sozinho, ao léu...
Sem um alguém para me consolar
direi, cantarei, ainda:
Obrigada, Senhor,
porque Te amo e sei que me amas,
porque me deste a vida
jovial, alegre, por Teu amor favorecida...
Obrigada, Senhor, porque nasci,
Obrigada, porque Creio em Ti.
...E porque me socorres com amor,
Hoje e sempre,
Obrigada, Senhor!
Amélia Rodrigues - Psicografado por Divaldo Pereira Franco


Carmem Bezerra

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