sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A cura espiritual na Casa Espírita

Estive lendo a reportagem da revista "Isto É" sobre o médium João de Deus. O texto apresenta entrevistas com várias pessoas que se disseram curadas ou que tiveram pessoas queridas curadas pela mediunidade de João Teixeira de Faria em Abadiânia, GO. Fiquei encantada pelo trabalho de assistência e cura desenvolvido pelo médium e sua equipe.


Enquanto lia a reportagem, eu me lembrei do livro "Trilhas da Libertação" (Divaldo Frando/Manoel Philomeno de Miranda)  que narra a estória de um médium curador que usava mal suas habilidades mediúnicas. Como deve ser difícil ter este tipo de mediúnidade e não cair em erros! Fico pensando nos irmãos desesperados por uma cura e que, muitas vezes, vêem o médium como a última esperança. Do outro lado, tem pessoas interessadas ou agradecidas que sufocam o médium com elogios e mesuras. O médium precisa de muito equilíbrio para lidar com essas situações e exercer com dignidade o mandato mediúnico.

No livro "Trilhas da Libertação", o Mentor Espiritual avisa que o tempo das curas espirituais feitas por um determinado médium está chegando ao seu fim. Não deverão mais surgir grandes médiuns com este dom. A cura será obtida, quando permitida, através apenas dos grupos de passe. Não haverá mais o médium de cura como centro das atividades de cura. Qualquer tratamento será feito por um grupo.

Isto faz sentido. Basta lembrar o fenômeno das mesas girantes no século XIX. Para chamar a atenção das pessoas e iniciar a codificação da Doutrina Espírita, a Espiritualidade fez uso de fenômenos surpreendentes que chocaram e encantaram os europeus. Muitos tentaram provar a falsidade dos fenômenos e só chegaram a conclusão da sua veracidade.


Hoje ninguém mais fala em mesas girantes. Elas não mais existem, pois elas não são mais necessárias. A Doutrina foi codificada e os fenômenos foram devidamente explicados. Então para que continuar com estas demonstrações? Não faria sentido!

Podemos usar o mesmo raciocínio para as operações espirituais. Os espetáculos que existiam e ainda existem são necessários para chamar a atenção de todos para uma verdade: as doenças não se encontram no nosso corpo físico, mas no nosso corpo espiritual. Quando a Ciência aceitar isto como paradigma, teremos um avanço enorme nos tratamentos e curas médicas. Acredito que este seja o objetivo dos nossos irmãos do Mundo Maior ao permitir este tipo de manifestação mediúnica.


"Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível" (Mt 17.20).

Carmem Bezerra





2 comentários:

  1. O Espiritismo não veio para curar corpos materiais

    http://orebate-jorgehessen.blogspot.com/2012/02/o-espiritismo-nao-veio-para-curar.html

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  2. Concordo, mas isto não quer dizer que não possa haver curas. Jesus não veio ao nosso mundo para curar corpos físicos, mas para pregar a lei do amor. No entanto, o Divino Mestre não deixou de curar a quem o procurava e tinha fé. A cura física deve ser entendida como uma oportunidade de crescimento espiritual. Dos dez leprosos que o Cristo curou, apenas um voltou para agradecer. Foi o único que realmente entendeu o significado da graça recebida.

    Os livros de Manoel Philomeno de Miranda nos falam de equipes espirituais dedicadas a cura do corpo espiritual. Para isto, os médicos espirituais precisam estudar bem o perispírito e são ajudados por Mentores Superiores. São estes médicos que ajudam os médiuns de cura na Terra. Portanto, devemos encarar a cura do corpo físico com mais um degrau a ser pecorrido nessa escola chamada Terra.

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