domingo, 15 de maio de 2011

A mente e o perispírito

No livro "Tormentos da Obsessão", Manoel de Philomeno nos conta o caso de um irmão desencarnado coberto por uma espécie de casulo.

"O Espírito assim revestido movia-se com dificuldade, aprisionado por resistente fios sucessivos que o imobilizavam quase, apertando no hórrido envoltório de colaração cinza e de estrutura viscosa".

O mentor explicou para Manoel Philomeno que a própria mente do desencarnado criou o casulo que agora o aprisiona. Ele reencarnara na Terra em lar espírita com definidos compromissos na área política-religiosa. Infelizmente, o irmão não soube aproveitar a oportunidade recebida, tomando atitudes que só fizeram aumentar a lista de seus débitos.

Quando a vida lhe mostrou os erros que tinha cometido, não aproveitou a oportunidade para voltar à luta digna. Isolou-se do mundo e entrou em depressão.

"Tentando ocultar o drama, o seu inconsciente começou a criar a teia vibratória que terminou por envolvê-lo então sob direcionamento de adversário espirtual".

Para libertar o irmão em sofrimento, Manoel Philomeno nos conta que foi feita então uma intervenção cirúrgica para retirar o espírito de dentro do casulo e para romper a ligação do infeliz irmão com o seu obsessor. Para executar esta tarefa, foi necessária a participação de um grupo de trabalhadores do bem (anestesista, instrumentador, cirurgião, etc).

Quando li este capítulo do livro, a primeira pergunta que me veio à cabeça foi sobre a necessidade desta cirurgia. Manoel Philomeno narra em diversas partes do livro a superioridade moral dos mentores que trabalham no Nosocômio Esperança sob a direção do Espírito Eurípedes Barsanulfo. Não consigo imaginar Jesus precisando de bisturi para fazer algum tipo de operação na Espiritualidade.

Ok. Besteira minha. Sempre olho para os extremos e me esqueço de como se vai de um lado para outro.

A evolução não dá saltos. Alguns pecorrem a estrada rapidamente, outros possuem um ritmo mais lento. Mas a estrada é uma só.

No Nosocômio Esperança, existem espíritos de todos os níveis. Certamente, Eurípedes Barsanulfo (e muitos outros) não precisaria de bisturi para libertar o irmão. Mas a espiritualidade, assim como a Terra, é uma escola divina. Por que se furtar a fornecer aos irmãos do caminho uma oportunidade de apredizagem?

Muitas das tarefas que hoje fazemos automaticamente passaram pela aprendizagem mecânica (andar, comer, respirar, pensar, etc). Portanto, a cirurgia na espiritualidade é também uma atividade que faz parte do nosso currículo evolutivo. Um dia esses espíritos que usam o bisturi para operar, usarão como instrumento apenas a força do seu amor.


Carmem Bezerra

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