domingo, 8 de maio de 2011

Incorporação na espiritualidade

Tanto no livro "Tormentos da Obsessão" quanto no livro "Transição Planetária", Manoel Philomeno de Miranda nos conta passagens onde médiuns desencarnados incorporam espíritos desencarnados que ainda persistem no mal. Nas estórias narradas, o irmão que dá a comunicação é alguém que participa de um processo obsessivo e a espiritualidade tenta, com a comunicação, esclarecê-lo e ajudá-lo.

Em estórias narradas por Chico Xavier e por Divaldo, às vezes tínhamos conhecimento de comunicações vindas das altas esferas por meio dos mentores espirituais. Por exemplo, Divaldo conta que Joana de Ângelis uma vez transmitiu uma comunicação de Santo Antônio de Pádua. Ele apenas via uma luz alcançar sua mentora que se mantinha em posição de concetração e retransmitia a mensagem que lhe vinha do alto.

Portanto, a ideia de uso da psicofonia na espiritualidade não é uma notícia nova. O fato novo para nós é o seu uso para atendimento de obsessores.

Sabemos que a hierarquia no mundo espiritual é feita pelo grau de evolução moral dos espíritos. Um espírito ainda renintente no mal não tem forças para resistir aos comandos da espiritualidade maior. Então por que a incorporação é necessária? Não seria apenas o caso de trazer estes irmãos a presença dos mentores para serem esclarecidos? Qual a finalidade de usar médius desencarnados para incorporar esses irmãos?

Fiquei pensando nisto por vários dias e cheguei a conclusão que estava analisando o problema do ângulo errado. Não é uma questão de necessidade, este é a forma de comunicação usada na espiritualidade.

O perispírito está na base de qualquer comunicação feita na espiritualidade ou com a espiritualidade. Portanto, o médium entra em contato com a entidade que se deseja esclarecer e a comunicação é efetuada. A diferença desse tipo de incorporação para a que existe na mesa mediúnica nas casas espíritas é o grau de pureza. Não existe animismo (interferência do médium) na espiritualidade. Inclusive Manoel Philomeno conta que a fisionomia do médium se altera completamente, acabando por se transformar na do comunicante.

Podemos então deduzir que o médium desencarnado se concentra no irmão a ser esclarecido e a conexão é feita. Devido ao grau de adiantamento moral, ele não pode resistir à comunicação (a chegada é sempre acompanhada de reclamações e xingamentos).

Dois fatos interessantes normalmente acontecem depois da psicofonia no mundo espiritual.

Em primeiro lugar, Manoel Philomeno revela que o irmão obsessor é recolhido para tratamento após a comunicação em alguns casos. Portanto, a incorporação é apenas o primeiro passo para trazer o comunicante para junto dos mentores. Ele é atraído para junto do médium.

Em segundo lugar, quase sempre os médiuns precisam ser socorridos por passes magnéticos para dispersar a energia deletéria. Acredito que a explicação seja o nível de acoplamento que existe entre os dois perispíritos na comunicação. A doação e recepção de fluidos entre médium e comunicante na espiritualidade é maior. Daí vem a dificuldade de se recompor.

Talvez a dúvida final seria saber o motivo dessas incorporações ocorrerem na espiritualidade e não em um centro espírita com a ajuda de médiuns encarnados. Há certamente uma possível explicação para isto: a não existência de trabalhos mediúnicos em número suficiente para atender a demanda.

Afinal, médiuns existem muitos, mas poucos se prontificam ao trabalho árduo da mesa mediúnica.



"A mediunidade, portanto, exercida com a lógica haurida na Codificação Kardequiana, constitui valioso patrimônio para a elevação e a paz. O médium, por isso mesmo, é donatário transitório de oportunidades ímpares para a plenitude, nã se podendo permitir as leviandades de utilizar esse nobre recurso de maneira comprometedora, vulgar, insensata. Todo aquele que se facultar desvirtualizar-lhe a finalidade nobre, qual acontece com qualquer faculdade física ou moral, sofrerá as inevitáveis consequências de que não se libertará com facilidade. No entanto, é bem reduzido o número daqueles servidores que se desincumbem a contento desse ministério, quando o abraçam."
Tormentos da Obsesseão - Divaldo Franco - Manoel Philomeno de Miranda

Carmem Bezzera

2 comentários:

  1. sou médium e trabalho com irmãos que costumo chama-los-los de sofredores,não tenho quem me oriente diretamente por esse motivo lei muito e procuro fazer o melhor.coisas como estas que li nesta pagina ajuda-me muito a orientar-me.meu nome é Alaide,moro em Patos na Paraiba gostaria de receber folhetos com mensagens para distribuir com os frequentadores de nossa casa.

    ResponderExcluir
  2. oi,Alaide

    a codificação feita por Kardec é o melhor material que você pode obter para estudo. Eu te aconselho a montar um grupo de estudos para discutir o que Kardec escreveu.

    Fora a codificação, existem inúmeros livros espíritas que podem te ajudar como Dialogos com as sombras de Herminio de Miranda e Diretrizes de Segurança de Raul Teixeira e Divaldo. O médium não pode parar de estudar. E achar que já sabe o suficiente é um erro que muitos médiuns cometem.

    Eu não tenho folhetos para te enviar. A casa que eu frequento não faz este tipo de trabalho. Mas para atender as pessoas, use os livros de Emmanuel com Fonte Viva.

    Abraços, Carmem

    ResponderExcluir