segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Missionários da Luz - Capítulo 20

Neste capítulo, André Luiz é informado por Lísias que Alexandre deixará o grupo de trabalho temporariamente e se dirigirá para planos mais altos na Espiritualidade. A reação de André à notícia é bem humana: ele se sente abandonado pelo querido mentor e fica magoado. Notando a reação infantil de André, Lísias lhe chama à razão.
"- Nada de egoísmo, André! Sabemos que Alexandre se ausentará em serviço, mas ainda mesmo que a sua excursão fosse muito longa e plenamente consagrada ao repouso recreativo, cabe a nós outros, seus devedores, a participação da alegria de seus elevados merecimentos. É necessário examinar o bem que ainda se pode fazer, vibrando de júbilo e esperança com as realizações porvindouras, para não sermos indolentes e improdutivos; não devemos, porém, esquecer o bem que se fez ou que recebemos, a fim de não sermos ingratos."
De noite, André e Lísias se dirigem à reunião para a qual tinham sido convidados apenas os sessenta e oito discípulos de Alexandre. O mentor em seu discurso aproveita para lembrar a necessidade do progresso individual que se obtém com vigilância e trabalho. E, especial, ele chama a atenção para a idolatria com os que ocupam cargo de liderança.
"- Alguns colaboradores, a quem muito devo, endereçaram-me apelos para que permaneça em nossa colônia de trabalho, gentileza que agradeço, comovido. Não vibra em minhas palavras qualquer prurido de personalidade, mas a estima recíproca e fiel a que nos devotamos. Urge considerar, porém, meus amigos, que este servo humilde não deve absorver o lugar que Jesus deve ocupar em suas vidas. É muito difícil descobrir o amor sem jaça e a ele nos entregarmos sem reservas. E porque essa dificuldade é flagrante em todos os caminhos de nossa evolução, quase sempre incidimos no velho erro da idolatria. É bem verdade que nos encontramos numa assembleia de corações simples e amigos, e que não cabem nesta sala vastas e maciças considerações filosóficas, para restringirmo-nos nos ao abençoado setor do sentimento. Mas, não posso ver fugir a oportunidade de sérias reflexões em torno do problema dos laços sagrados que nos unem, sem algemar-nos uns aos outros. Nossa estrada de aperfeiçoamento, bem como a senda de progresso da Humanidade terrestre, em geral, têm sido tortuoso caminho no qual pisamos sobre os ídolos quebrados. Sucedem-se nossas reencarnações e as civilizações repetem o curso em longas espirais de recapitulação, porque temos sido invigilantes quanto aos caminhos retos."
É impossível ler este texto sem nos lembrar do papel do médium no Movimento Espírita. O que Alexandre fala, deve ser também aplicado aos médiuns. Não podemos considerar os médiuns como ídolos. Eles são nossos irmãos, não nossos líderes. Devemos a eles respeito e ajuda. Mas não podemos endeusá-los.

Como nos ensinou os Espíritos através de Kardec, tudo que ouvimos e lemos deve passar pelo crivo da razão. Os médiuns são irmãos de caminhada, o nosso Guia e Mestre é apenas um: Jesus.

Para fechar o estudo deste belíssimo livro, reproduzo abaixo a oração de despedida de Alexandre.

Senhor,
Sejam para o teu coração misericordioso
Todas as nossas alegrias, esperanças e aspirações!
Ensina-nos a executar teus propósitos desconhecidos,
Abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço
E ajuda-nos a compreender a tua vontade!...
Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bênçãos infinitas,
Converte-nos as dificuldades em estímulos santos,
Transforma os obstáculos da senda em renovadas lições...
Em teu nome,
Semearemos o bem onde surjam espinhos do mal,
Acenderemos tua luz onde a treva demore,
Verteremos o bálsamo do teu amor onde corra o pranto do sofrimento,
Proclamaremos tua bênção onde haja condenações,
Desfraldaremos tua bandeira de paz junto às guerras do ódio!
Senhor,
Dá que possamos servir-te
Com a fidelidade com que nos amas,
E perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de tua obra.
Fortifica-nos o coração
Para que o passado não nos perturbe e o futuro não nos inquiete,
A fim de que possamos honrar-te a confiança no dia de hoje,
Que nos deste
Para a renovação permanente até à vitória final.
Somos tutelados na Terra,
Confundidos na lembrança
De erros milenares,
Mas queremos, agora,
Com todas as forças d’alma,
Nossa libertação em teu amor para sempre!
Arranca-nos do coração as raízes do mal,
Liberta-nos dos desejos inferiores,
Dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de teu plano divino
E ampara-nos para que sejamos
Servos leais de tua infinita sabedoria!
Dá-nos o equilíbrio de tua lei,
Apaga o incêndio das paixões que, por vezes,
Irrompe, ainda,
No âmago de nossos sentimentos,
Ameaçando-nos a construção da espiritualidade superior
Conserva-nos em tua inspiração redentora,
No ilimitado amor que nos reservaste
E que, integrados no teu trabalho de aperfeiçoamento incessante,
Possamos atender-te os sublimes desígnios,
Em todos os momentos,
Convertendo-nos em servidores fiéis de tua luz, para sempre!
Assim seja.
Carmem Bezerra

2 comentários:

  1. Como faço pra seguir seu blog ? Não estou achando o botão de seguir. Muito interessante por sinal. Adoro os temas sobre os quais voce escreve. Vou começar o compêndio de André Luiz esse mês, quero ler todos. Um abraço! Bruno.

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  2. Oi, Bruno
    acho que consegui incluir o botão de seguidores. Não gostei da posição em que ele ficou (em cima), vou tentar modificar depois.

    Eu estou relendo André Luiz e estou vendo o pouco que tinha entendido da primeira vez. Seja bem crítico em relação ao que escrevi e me mande as suas dúvidas. Adoraria discutir os livros com alguém.

    Abraços, Carmem

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