domingo, 18 de setembro de 2011

O Médium na Casa Espírita

Eu sempre evitei falar da minha participação na mesa mediúnica dentro da Casa Espírita. Como ainda estou na educação mediúnica e não tenho ainda certeza sobre este trabalho, sempre me calei sobre isto. Quando me perguntam sobre os trabalhos que faço na Casa, falo de todos os meus outros trabalhos, nunca falo na mesa mediúnica.

Sempre considerei esta minha atitude como prudente devido a minha insegurança como médium. Se ninguém sabe, ninguém pergunta e assim não preciso externizar as minhas dúvidas. E nem aparentar uma segurança que não tenho.

Entretanto, tenho um amigo na Casa que é também meu companheiro em outra atividade. Este amigo não tem qualquer receio de dizer que faz parte da mesa mediúnica e, quando estou por perto, sempre me aponta como outra pessoa do trabalho mediúnico.

Hoje, muitas pessoas na Casa já sabem que trabalho na mesa mediúnica. Isto tem me trazido algumas situações que tem me preocupado. As pessoas me procuram para pedir ajuda, para me dar nomes para rezar. Noto o respeito com que as pessoas se dirigem a mim para contar os seus problemas e me pedir conselho. Como falar para estas pessoas que pouco sei? Que o fato de trabalhar na mesa não significa que eu saiba mais que elas?

Às vezes fico com a impressão que elas esperam que eu diga algo sobrenatural do tipo "o mentor da Casa está dizendo para você não desistir, que você está no caminho certo".  Esperam talvez que eu capte alguma mensagem e lhe diga algo que elas ainda não sabem.

Isto me angustia. Mesmo tendo o maior cuidado no que falo para estas pessoas, sempre fico com a impressão que posso ter falado algo que não devia. Não me considero como alguém diferente. Não vejo o que as outras pessoas vêem. Acho que o trabalho na mesa não torna ninguém especial ou superior. Desde que comecei o trabalho, noto que adquiri um melhor conhecimento sobre mim mesma, mas só isso. Tenho as mesmas dúvidas, incertezas e medos da maioria dos espíritas.


PRECE AOS MÉDIUNS
Deus-todo-Poderoso, permiti aos bons Espíritos na comunicação que solicito. Preservai-me da presunção de crer-me ao abrigo dos maus Espíritos; do orgulho que poderia me enganar sobre o valor do que obtenho; de todo sentimento contrário à caridade, com respeito aos outros médiuns. Se estou induzido ao erro, inspirai a alguém o pensamento que me fará aceitar a crítica com reconhecimento, e tomar para mim mesmo, e não para os outros, os conselhos que quererão me ditar os bons espíritos. Se estou tentado em abusar do que quer que seja, ou de me envaidecer da faculdade que vos aprouve me conceder, eu vos peço me retirar, antes de permitir que seja desviada de seu fim providencial, que é o bem de todos, e meu próprio adiantamento moral.
Allan Kardec

Carmem Bezerra

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