terça-feira, 16 de outubro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 24

Neste capítulo, temos um exemplo belíssimo do valor da oração sincera. Ismália, esposa de Alfredo, é convidada a fazer a oração do final do dia no Posto de Socorro. Todos estão no pavilhão com os irmãos adormecidos.
"Ismália, então, num gesto de indefinível delicadeza, começou a orar, acompanhada por todos nós, em silêncio, salientando-se, porém, que lhe seguíamos a rogativa, frase por frase, atendendo a recomendações do nosso orientador, que aconselhou repetir, em pensamento, cada expressão, a fim de imprimir o máximo ritmo e harmonia ao verbo, ao som e à ideia, numa só vibração."
Neste trecho, André nos lembra a importância de unificar o pensamento do grupo em oração. Quanto mais unidas as pessoas neste momento, mais forte é a corrente de energia que se forma entre elas. Isto também vale na mesa mediúnica. Quando o coordenador faz a prece inicial dos trabalhos, todo o grupo deve acompanhá-lo silenciosamente. Quando há um membro do grupo que não acompanha em pensamento a oração (está pensando em outra coisa), ele é isolado pela equipe espiritual para não atrapalhar os trabalhos.

Durante uma pausa da oração, André observa a luz que saía de várias trabalhadores presentes.
"Cada qual parecia, ali, apresentar uma expressão luminosa, gradativa. As senhoras que acompanhavam Ismália estavam quase semelhantes a ela, como se trajassem soberbos costumes radiosos, em que predominava a cor azul. Depois delas, em brilho, vinha a luz de Aniceto, de um lilás surpreendente. Em seguida, tínhamos Alfredo, cuja luz era de um verde suave e sugestivo, sem grande esplendor. Depois dele, vinham alguns servidores ostentando na fronte claridades sublimes, expressas em variadas cores, e, logo após, Vicente e eu, mostrávamos fraca luminosidade, a qual, porém, nos enchia de brilho intenso, considerando que a maioria dos cooperadores em serviço apresentava o corpo obscuro, como acontece na esfera carnal."
Não existem subterfúgios na Espiritualidade. Nós nos apresentamos como realmente somos: com as nossas conquistas e fracassos. Naquele momento, André pode visualizar o nível de adiantamento dos tarefereiros do Posto de Socorro.

Quando Ismália terminou a prece, pequenos flocos  esbranquiçados desciam do alto em direção aos trabalhadores.
"Os flocos leves desapareciam ao tocar-nos, começando, porém, a sair de nossa fronte e do peito grandes bolhas luminosas, com a coloração da claridade de que estávamos revestidos, elevando-se no ar e atingindo as múmias. Ainda aí, reparava o problema da gradação espiritual. As luzes emitidas por Ismália eram mais brilhantes, intensas e rápidas, alcançando muitos enfermos de uma só vez. Em seguida, vinham as fornecidas pelas senhoras do seu círculo pessoal. Depois, tínhamos as de Aniceto, de Alfredo e dos demais. Os servos de corpo obscuro emitiam vibrações fracas, mas visivelmente luminosas. Cada qual, naquele instante de contato com o plano superior, revelava o valor próprio na cooperação que podia prestar."
Vendo o assombro de André e Vicente, Aniceto explica o que se passara.
"Na prece encontramos a produção avançada de elementos-força. Eles chegam da Providência em quantidade igual para todos os que se deem ao trabalho divino da intercessão, mas cada Espírito tem uma capacidade diferente para receber. Essa capacidade é a conquista individual para o mais alto. E como Deus socorre o homem pelo homem e atende a alma pela alma, cada um de nós somente poderá auxiliar os semelhantes e colaborar com o Senhor, com as qualidades de elevação já conquistadas na vida."
Portanto, só somos capazes de doar aquilo que já temos. É preciso primeiro aprender a amar para, então, doarmos amor.


Carmem Bezerra

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