Parte II - Capítulo XXIII - Da obsessão
Neste Capítulo, Kardec fala de obsessão, isto é, o domínio que alguns Espíritos inferiores logram adquirir sobre certas pessoas. Abaixo é apresentado um resumo das principais partes deste texto.De acordo com o grau de influência, o codificador classificar a obsessão em três tipos:
- Obsessão simples - quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados.
- Fascinação - é uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente.
- Subjugação - é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários.
- Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado, pela escrita, pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
- Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
- Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
- Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam;
- Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;
- Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;
- Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
- Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a seu mau grado;
- Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o objeto.
Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o caráter que ela reveste. As imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo à libertação do médium. O mais seguro meio de a pessoa se livrar dos Espíritos inferiores é atrair os bons pela prática do bem. Sem dúvida, os bons Espíritos têm mais poder do que os maus, e a vontade deles basta para afastar estes últimos; eles, porém, só assistem os que os secundam pelos esforços que fazem por melhorar-se, sem o que se afastam e deixam o campo livre aos maus, que se tornam assim, em certos casos, instrumentos de punição, visto que os bons permitem que ajam para esse fim.
Carmem Bezerra
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