"- Evidente engano! - aduziu Gregório, ferino — minha mãe separou-se de mim, há alguns séculos. Ao demais, ainda que me interessasse tal reencontro, estamos fundamentalmente divorciados um do outro. Ela serve ao Cordeiro, eu sirvo aos Dragões."André explica, em nota de rodapé, que os seguidores do Dragão são os espíritos caídos no mal desde eras primitivas do planeta Terra. Não são, entretanto, espíritos criados para o mal, apenas irmãos que se retém nas zonas inferiores da vida.
"- Se ainda não consegues ouvir os recursos interpostos pela Lei do Cordeiro Divino que nos recomenda o amor recíproco e santificante, não te ensurdeças aos apelos do coração materno. Ajuda-nos a liberar Margarida, salvando-a da destrutiva perseguição. Não se faz imperioso o teu concurso pessoal. Bastar-nos-á tua indiferença, a fim de que nos orientemos com a precisa liberdade."Gregório acaba cedendo ao pedido de Gúbio por acreditar que ele não conseguirá obter êxito e para atender ao pedido da mãe de quem ainda se lembra com carinho.
"- Não creio nas possibilidades do tentame; todavia, concordo com a providência a que recorres. Não interferirei."Este texto mostra que a Lei Divina é sempre respeitada. Margarida havia cometido faltas graves em relação a Gregório. Como Gregório não era capaz de a perdoar, não cabia interferência à força no caso. O débito deveria ser pago por Margarida. Com a permissão de Gregório, Gúbio poderia agir em favor de Margarida. A dívida não seria perdoada, apenas a cobrança seria adiada.
Carmem Bezerra
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