Ao contar a estória para Narcisa, esta lhe perguntou se aproveitara o ensejo para pedir desculpas.
"Desculpou-se com o Silveira? Olhe que é grande felicidade reconhecer os próprios erros. Já que você pode examinar-se a si mesmo com bastante luz de entendimento, identificando-se como antigo ofensor, não perca a oportunidade de se fazer amigo. Vá, meu caro, e abrace-o de outra maneira. Aproveite o momento, porque o Silveira é ocupadíssimo e talvez não se ofereça tão cedo outra oportunidade."Ao falar com o antigo devedor, André é surpreendido pela sua generosidade.
"Ora, André, quem haverá isento de faltas? Acaso, poderia você acreditar que vivi isento de erros? Além disso, seu pai foi meu verdadeiro instrutor. Devemos-lhe, meus filhos e eu, abençoadas lições de esforço pessoal. Sem aquela atitude enérgica que nos subtraiu as possibilidades materiais, que seria de nós no tocante ao progresso do espírito? Renovamos, aqui, todos os velhos conceitos da vida humana. Nossos adversários não são propriamente inimigos e, sim, benfeitores. Não se entregue a lembranças tristes. Trabalhemos com o Senhor, reconhecendo o infinito da vida."Na realidade, esta é a nossa grande dificuldade na Terra: encarar as vicissitudes da vida como oportunidades para se melhorar como Espíritos. Todo mundo sabe que um dia vai morrer. Todo mundo sabe que desta vida não se leva um único centavo. Mas o que fazemos com este conhecimento? Muito pouco. Escolhemos algumas desculpas e copiamos o comportamento dos nossos pais e avós.
Nós sabemos o caminho (Cristo), temos uma bússola para não nos perder (Kardec) e sabemos qual é o nosso destino (Deus). Por que andamos tão devagar?
"A alma corajosa não é aquela que se dispõe a revidar o golpe recebido e sim aquela que sabe desculpar e esquecer."Emmanuel/Chico Xavier
Carmem Bezerra
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