quarta-feira, 31 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 25 e 26

No Capítulo 25, Odila retorna ao antigo lar na Terra e ajuda a unir os membros da família. O que não se mostra uma tarefa fácil inicialmente, pois ela precisa ajudar na reconciliação do seu ex-marido (Amaro) com a nova mulher (Zulmira). Entretanto, a irmã Clara está ao seu lado para incentivá-la na tarefa.
"- Prossigamos firmes. Todo bem que fizeres a Zulmira redundará em favor de ti mesma. Não esmoreças. Ajuda-te. A vontade, à procura do bem, realiza milagres em nós mesmos. O sacrifício é o preço da verdadeira felicidade."
Ninguém fica livre dos sentimentos cultivados na Terra ao abandonar o corpo físico: o amor e o ódio são sentimentos que nascem no espírito e não na carne. Odila amava muito Amaro e se sentiu traída quando ele casou com Zulmira após a sua morte. Foi necessária a ajuda dos amigos espirituais para que ela aceitasse a situação e passasse a ver Amaro e Zulmira como irmãos de caminhada.

No Capítulo 26,  finalmente Odila se encontra com o filho Júlio que desencarnara já algum tempo. A criança se encontra adoentada, pois sentia os efeitos do suicídio que cometera em encarnação anterior. Por ainda não possuir maiores conhecimentos sobre reencarnação e sobre a lei de causa e efeito, Odila não é capaz de entender a situação do filho.
- Aflige-me encontrá-lo assim, não posso atinar com a razão de uma úlcera tão grande, sem o corpo de carne... não tenho bases para entender de uma só vez tudo quanto vejo, mesmo porque também eu andava louca, incapaz de raciocinar...
Clara e Clarêncio decidem que ainda não é hora de explicar a situação de Júlio para Odila. É melhor primeiro que ela acompanhe o pequeno por algum tempo.


Carmem Bezerra

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 23 e 24

No Capítulo 23, a irmã Clara visita a casa onde vive Zulmira obsediada por Odila. Antes de conversar com Odila, Clara faz uma oração e André Luiz observa que dela partem raios de inúmeras cores, transformando a casa em um ambiente de paz.
"- Irmã Clara já atingiu o total equilíbrio dos centros de força que irradiam ondulações luminosas e distintas. Em oração, ao influxo da mente enaltecida, emite as vibrações do seu sentimento purificado, que constituem projeções de harmonia e beleza a lhe fluírem do ser. Se partilhássemos com ela a mesma posição evolutiva, entraríamos agora em relação imediata com o elevado plano de consciência em que se exterioriza e, então, em vez de somente observarmos este deslumbramento de luz e cor, perceberíamos a mensagem glorificada que lhe nasce do coração, de vez que as irradiações sob nossos olhos são música e linguagem, sabedoria e amor do pensamento a expressar-se maravilhoso e vivo... A sintonia espiritual perfeita, porém, só é possível entre aqueles que se confundem na afinidade completa..."
Clara conversa com a Odila e a convence a seguir com ela para refazimento em outro lugar.
"- Agora, Zulmira poderá recuperar-se. A adversária retirou-se sem a violência que lhe prejudicaria o campo mental."
No Capítulo 24, André nos narra que, apesar de Odila não mais estar obsediando Zulmira, esta não apresenta melhora aparente.
"- Acha-se agora liberta, contudo, reclama estímulo para subtrair-se à exaustão. Falta-lhe a vontade de lutar e viver. Confiemos, no entanto. A própria Odila favorecer-lhe-á a recuperação. A medida que se lhe restaure a visão espiritual, a primeira esposa de Amaro aceitará o imperativo de renúncia e fraternidade para construir o futuro que lhe interessa."
Recuperada, Odila volta ao lar terrestre e começa a ajudar Zulmira.


Carmem Bezerra

domingo, 28 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 21 e 22

No Capítulo 21, Clarêncio fornece mais explicações para André Luiz e Hilário sobre o perispírito.
  • O desequilíbrio da mente provoca o desequilíbrio dos centros de força causando dano ao corpo espiritual.
"Nossos deslizes de ordem moral estabelecem a condensação de fluidos inferiores de natureza gravitante, no campo electromagnético de nossa organização, compelindo-nos a natural cativeiro em derredor das vidas começantes às quais nos imantamos."
  • Nos selvagens, o perispírito ainda não tem uma forma bem definida. São necessários inúmeras reencarnações para atingir o nível de evolução que nós temos atualmente. Portanto, a medida que o espírito evolui em conhecimento e em moral, o perispírito também evolui e o corpo físico reflete esta evolução.
"O instrumento perispirítico do selvagem deve ser classificado como protoforma humana, extremamente condensado pela sua integração com a matéria mais densa. Está para o organismo aprimorado dos Espíritos algo enobrecidos, como um macaco antropomorfo está para o homem bem-posto das cidades modernas. Em criaturas dessa espécie, a vida moral está começando a aparecer e o perispírito nelas ainda se encontra enormemente pastoso. Por esse motivo, permanecerão muito tempo na escola da experiência, como o bloco de pedra rude sob marteladas, antes de oferecer de si mesmo a obra-prima... Despenderão séculos e séculos para se rarefazerem, usando múltiplas formas, de modo a conquistarem as qualidades superiores que, em lhes sutilizando a organização, lhes conferirão novas possibilidades de crescimento consciencial. O instinto e a inteligência pouco a pouco se transformam em conhecimento e responsabilidade e semelhante renovação outorga ao ser mais avançados equipamentos de manifestação... O prodigioso corpo do homem na Crosta Terrestre foi erigido pacientemente, no curso dos séculos, e o delicado veículo do Espírito, nos planos mais elevados, vem sendo construído, célula a célula, na esteira dos milênios incessantes..."
  • Nós ainda estamos presos a formas. Precisamos de um corpo material (mesmo que seja apenas o perispírito) para entrar em contato com os outros seres e para que nos sirva  como instrumento de aprendizado. 
"... até que nos transfiramos de residência, aptos a deixar, em definitivo, o caminho das formas, colocando-nos na direção das esferas do Espírito Puro, onde nos aguardam os inconcebíveis, os inimagináveis recursos da suprema sublimação."
  • A s doenças tem normalmente origem no nosso desequilíbrio moral (muitas vezes geradas na  vida presente). Exceções existem quando espíritos mais evoluídos encarnam com algum problema de saúde para nos dar exemplo de amor e confiança em Deus.
"A percentagem quase total das enfermidades humanas guarda origem no psiquismo."
No Capítulo 22, o grupo visita a Irmã Clara. Eles vão pedir ajuda para Odila que está obsediando Zulmira. Enquanto aguardam para conversar com Clara, eles têm a oportunidade de ouvi-la discutir sobre a força da palavra falada.
  • O pensamento é energia gerada pelo espírito. Quando falamos, estamos apenas exteriorizando  o que pensamos. Depois de gerada, a fala ganha forma e independência. Não é mais possível alterá-la. Bons pensamentos geram energia boa que gera falas agradáveis. 
"Conforme estudamos na noite de hoje, a palavra, qualquer que ela seja,surge invariavelmente dotada de energias elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmica. A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga electromagnética, regulada pela voz. Por isso mesmo, em todos os nossos campos de atividade, a voz nos tonaliza a exteriorização, reclamando apuro de vida interior, de vez que a palavra, depois do impulso mental, vive na base da criação; é por ela que os homens se aproximam e se ajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz, o trabalho pode ser favorecido ou retardado, no espaço e no tempo."
  • O melhor instrumento de educação ainda é o exemplo. Por mais que tenhamos razão, as vezes é preferível calar. A palavra deve ser usada apenas para esclarecer e ajudar. Nunca para ferir o outro irmão.
"- Nossa vida pode ser comparada a grande curso educativo, em cujas classes inumeráveis damos e recebemos, ajudamos e somos ajudados. A serenidade, em todas as circunstâncias, será sempre a nossa melhor conselheira, mas, em alguns aspectos de nossa luta, a indignação é necessária para marcar a nossa repulsa contra os atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor. Essa elevada tensão de espírito, porém, nunca deve arrojar-se à violência e jamais deve perder a dignidade de que fomos investidos, recebendo da Divina Confiança a graça do conhecimento superior. Basta, dentro dela, a nossa abstenção dos atos que intimamente reprovamos, porque a nossa atitude é uma corrente de indução magnética. Em torno de nós, quem simpatiza conosco geralmente faz aquilo que nos vê fazer. Nosso exemplo, em razão disso, é um fulcro de atração. Precisamos, assim, de muita cautela com a palavra, nos momentos de tensão alta do nosso mundo emotivo, a fim de que a nossa voz não se desmande em gritos selvagens ou em considerações cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros, semeando espinheiros de antipatia e revolta que nos prejudicarão a própria tarefa."

Carmem Bezerra

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 17, 18, 19 e 20

Nos Capítulos 17, 18 e 19, pela narração de André Luiz descobrimos como as vidas de Amaro (Armando), Zulmira (Lina), Júlio, Antonina (Lola), Leonardo e Mário Silva (Esteves) se entrelaçaram na segunda metade do século XIX e como eles voltaram a se encontrar no século XX. Para ajudar Mário Silva a relembrar a vida passada, o Ministro Clarêncio faz uso de passes. Entretanto, nenhum tratamento foi necessário para Amaro, ele relembrou o passado sem dificuldades. Isto aconteceu por ele ser uma entidade mais espiritualizada e pronta para o resgate do passado.

No Capítulo 20, recebemos de Clarêncio várias elucidações sobre o perispírito. Vale a pena comentá-las com mais detalhes.

  • O perispírito (ou corpo fluídico, ou corpo espiritual) é "gerenciado" por sete centros de força (figura acima) que recebem a energia gerada pela nossa mente. Se temos uma mente equilibrada, a energia gerada mantém o corpo espiritual harmonizado. Se temos uma mente presa a ideias de ódio, inveja ou tristeza, a energia que alimenta o corpo espiritual é ruim e pode danificá-lo. Isto significa que a mente perturbada pode gerar desarmonia em um ou mais centros de força. Quando um dos centros está desequilibrado, ele puxa mais energia dos outros centros, colocando todo o corpo espiritual em desequilíbrio. Como estes centros de força estão ligados ao corpo físico através dos plexos nervosos, a desarmonia constante no perispírito gera doenças no corpo físico.
"- Como não desconhecem, o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo electromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado."
  • O perispírito é espelho da nossa mente. Quanto mais espiritualizada é a pessoa, menos material é o seu corpo espiritual. A medida que evoluímos moralmente, nos desprendemos da matéria: deixamos de precisar dela para nos sentir vivos.
"Nossa posição mental determina o peso específico do nosso envoltório espiritual e, consequentemente, o «habitat» que lhe compete. Mero problema de padrão vibratório. Cada qual de nós respira em determinado tipo de onda. Quanto mais primitiva se revela a condição da mente, mais fraco é o influxo vibratório do pensamento, induzindo a compulsória aglutinação do ser às regiões da consciência embrionária ou torturada, onde se reúnem as vidas inferiores que lhe são afins, O crescimento do influxo mental, no veículo eletromagnético em que nos movemos, após abandonar o corpo terrestre, está na medida da experiência adquirida e arquivada em nosso próprio espírito. Atentos a semelhante realidade, é fácil compreender que sublimamos ou desequilibramos o delicado agente de nossas manifestações, conforme o tipo de pensamento que nos flui da vida íntima. Quanto mais nos avizinhamos da esfera animal, maior é a condensação obscurecente de nossa organização, e quanto mais nos elevamos, ao preço de esforço próprio, no rumo das gloriosas construções do espírito, maior é a sutileza de nosso envoltório, que passa a combinar-se facilmente com a beleza, com a harmonia e com a luz reinantes na Criação Divina."
  • Quando desequilibramos, com os nossos atos e pensamentos, um dos centros de força, temos na vida física a oportunidade para reequilibrá-lo. No caso narrado por André, o pequeno Júlio fora suicida na vida anterior. Ele usara de formicida para tentar se matar. Tendo sido salvo nesta tentativa, tentara novamente o suicídio por afogamento. A atitude de Júlio danificou seriamente o centro de força laríngeo e isto repercutirá no corpo físico da sua próxima reencarnação.
"- Quando a nossa mente, por atos contrários à Lei Divina, prejudica a harmonia de qualquer um desses fulcros de força de nossa alma, naturalmente se escraviza aos efeitos da ação desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste. No caso de Júlio, observamo-lo como autor da perturbação no «centro laríngeo», alteração que se expressa por enfermidade ou desequilíbrio a acompanhá-lo fatalmente à reencarnação."
Como já disse André neste mesmo livro, nós somos herdeiros de nós mesmos.


Carmem Bezerra

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 15 e 16

Nos Capítulos 15 e 16, André nos narra que o drama vivido por Leonardo, Lola e Esteves está entrelaçado com o drama de Zulmira e Amaro. A prece sincera de Evelina pedindo ajuda para o pai (Amaro) e para a madrasta (Zulmira) também trouxe ajuda para Leonardo, Lola e Esteves.

Este texto me fez lembrar o que Jesus nos falou sobre a fé. Afinal foi a prece sincera de uma jovem que fez com que ajuda espiritual fosse enviada. Não foi um prece formal repetindo palavras conhecidas. Foi uma prece íntima, pedindo ajuda para as pessoas que ela amava.
“Em verdade vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá. Nada vos será impossível.”


Carmem Bezerra

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 13 e 14

Nestes Capítulos, André começa a contar sobre a ajuda espiritual providenciada ao avô de Antonina, Leonardo, que mesmo depois de desencarnado continua a morar na casa da neta. Para entender a razão do sofrimento de Leonardo, Clarêncio aplica-lhe um passe e o faz voltar ao período da juventude. Hilário e André então observam que o corpo espiritual passa a apresentar aspecto jovem, como se Leonardo tivesse entrado na máquina do tempo e regressado com a aparência juvenil.
"- Não nos esqueçamos de que temos diante de nós o veículo espiritual, por excelência vibrátil. O corpo da alma modifica-se, profundamente, segundo o tipo de emoção que lhe flui do âmago. Isso, aliás, não é novidade. Na própria Terra, a máscara física altera-se na alegria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão. Em nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exteriorizam aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do perispírito giram em mais alto padrão vibratório, com movimentos mais intensivos que as moléculas do corpo carnal. A consciência, por fulcro anímico, expressa-se, desse modo, na matéria sutil com poderes plásticos mais avançados."
A neta de Leonardo, em desdobramento, aparece na sala com uma aparência diferente: ela agora se apresenta como Lola Ibarruri, antiga amante de Leonardo.
"Nossa irmã exige tão somente leve auxílio magnético para lembrar-se. Basta-lhe a emotividade anormal do reencontro para cair na Posição vibratória do Passado, de vez que ainda não se encontra quitada com a Lei."
Leonardo e Lola não se recordam de que foram avô e neta, mas apenas amantes na ligação anterior.
"- Encontram-se ambos imobilizados em certo momento do pretérito, num encontro provocado por influência magnética. Em tais recursos utilizados por nosso plano, no tratamento salutar das moléstias da alma, determinados centros da memória se reavivam, ao passo que outros empalidecem. As sensações do presente dão lugar às sensações do Passado, para efeito de reajustamento perante o futuro. O fenômeno, porém, é momentâneo. A breves minutos regressarão à consciência normal, melhorados para a boa luta."
Portanto, esta passagem do texto nos fala que os dois são levados ao passado para que possam se entender e para que as feridas sejam curadas. Na discussão, Leonardo chama por Esteves, outro amante de Lola, que ele havia assassinado.
"- Sob a Positiva invocação de Leonardo, Esteves, parcialmente libertado pelo sono, comparece ao desafio. O repouso noturno favorece tais entendimentos, pela atração magnética mais intensivamente facilitada, quando o envoltório de matéria densa exige recuperação."
Esteves e Lola estão encarnados, eles possuem atualmente outras vidas e interesses. Entretanto, o passado faz parte deles e precisa ser resolvido. Na Espiritualidade, nada é jogado para debaixo do tapete e esquecido. Para seguirmos em frente, precisamos resgatar nossos débitos. Na estória narrada por André Luiz, este é o momento para Leonardo, Lola e Esteves se entenderem.


Carmem Bezerra

terça-feira, 23 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 11 e 12

No Capítulo 11, André Luiz narra a conversa com duas trabalhadoras do educandário que visitava com Clarêncio e Hilário. Como uma dessas irmãs trabalhava ajudando seguidores da Igreja Católica Romana, Hilário então quis saber como era possível auxiliar católicos já que eles não aceitavam a comunicação com os mortos.
"- Muito simplesmente, o culto da oração é o meio mais seguro para a nossa influência. A mente que se coloca em prece estabelece um fio de intercâmbio natural conosco..."
A trabalhadora também explica que a missa católica pode ser um ambiente para a ajuda espiritual.
"Se o ato religioso é simples, partilhado por mentes e corações sinceros, inclinados à caridade evangélica e centralizados na luz da oração, com os melhores sentimentos que possuem, o culto se reveste de grande valor, pelas vibrações de paz e carinho que arremessa na direção daquele a quem é endereçado. Frequentemente, as missas humildes, realizadas aos primeiros cânticos da manhã, são as mais favoráveis ao nosso concurso. Podemos, com mais segurança, articular as possibilidades ao nosso alcance e ambientá-las a benefício daqueles que esperam de nós o amparo necessário."
Ela esclarece que quando um templo religioso é dedicado à memória de alguém, as pessoas envolvidas na obra do bem são sempre assistidas pela espiritualidade, mesmo que a obra leve o nome de alguém que não tem elevação espiritual.
"- Numa contingência dessas, mensageiros de Jesus responsabilizar-se-iam pela instituição, distribuindo aí os benefícios adequados aos merecimentos e necessidades de cada um."
No Capítulo 12, o grupo reconduz Antonina para o lar após o seu encontro com o filho desencarnado. Clarêncio aproveita para analisar a situação de Leonardo, avô de Antonina, que continua morando com ela depois da morte do corpo físico. O perispírito de Leonardo se apresentava tão pesado e tão denso quanto a túnica de carne.
"- O psicossoma ou o perispírito da definição espírita não é idêntico de maneira absoluta em todos nós, assim como, na realidade, não existem dois corpos físicos totalmente iguais. Cada criatura vive num carro celular diferente, apesar das peças semelhantes, impostas pela lei das formas. No círculo de matéria densa, sofre a alma encarnada os efeitos da herança recolhida dos pais, entretanto, na essência, a lei da herança funciona invariavelmente do indivíduo para ele mesmo. Detemos tão somente o que seja exclusivamente nosso ou aquilo que buscamos. Renascemos na Terra, junto daqueles que se afinam com o nosso modo de ser. O dipsômano (alcoólatra) não adquire o hábito desregrado dos pais, mas sim, quase sempre, ele mesmo já se confiava ao vício do álcool, antes de renascer. E há beberrões desencarnados que se aderem àqueles que se fazem instrumentos deles próprios."
Nós moldamos o nosso corpo espiritual com os nossos atos e pensamentos e o copo espiritual modela o corpo físico. Portanto, somos herdeiros de nós mesmos.


Carmem Bezerra

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 9 e 10

Nos Capítulos 9 e 10, André Luiz fala da visita que fez, junto com Clarêncio e Hilário, a um local no plano espiritual onde são recolhidos espíritos desencarnados na fase infantil. Da narrativa podemos destacar:
  •  Existência de colônias educativas para os espíritos que estão em condição de continuar o aprendizado na esfera espiritual. Neste caso, são espíritos equilibrados apesar do pouco tempo que passaram na Terra. Como ainda estão muito próximos da matéria, eles precisam continuar a evolução natural do corpo espiritual.
"- É o Lar da Bênção. Nesta hora, muitas irmãs da Terra chegam em visita a filhinhos desencarnados. Temos aqui importante colônia educativa, misto de escola de mães e domicílio dos pequeninos que regressam da esfera carnal."
  • Algumas vezes, a vida curta de um espírito na Terra está relacionada a sua necessidade de expurgar mais rapidamente as energias negativas que acoplou ao seu corpo espiritual na última existência.
"- A carne, de certo modo, em muitas circunstâncias não é apenas um vaso divino para o crescimento de nossas potencialidades, mas também uma espécie de carvão milagroso, absorvendo-nos os tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial."
  • Algumas vezes, espíritos reencarnam por curto período para ajudar almas queridas. Quando são de condição mais elevada, eles recobram a consciência no plano espiritual e reassumem a forma que tinham antes da última reencarnação. Portanto, eles não precisam da colônia educativa.
"Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a respectiva apresentação que lhes era costumeira."
Quando o espírito que desencarna criança não tem condição de continuar a sua evolução na Espiritualidade, ele é tratado e encaminhado para uma nova encarnação.


Carmem Bezerra

domingo, 21 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 7 e 8

No Capítulo 7, André Luiz nos fala de Leonardo Pires, desencarnado há cerca de 20 anos, que continua a morar na casa da neta Antonina. Ele tem consciência da morte do corpo físico, mas não consegue seguir adiante, pois se sente culpado por crime cometido quando jovem.

O caso de Leonardo é muito comum na Terra. Sem preparo religioso para a vida depois da morte, muitos irmãos continuam a morar com os seus entes queridos ou no ambiente que lhes era familiar quando encarnados. Isto acontece porque são entidades ainda muito apegadas à matéria.

No Capítulo 8, André relata a viagem astral feita com Antonina para que ela se encontrasse com o filhinho desencarnado. Admirada com a sensação de paz e a beleza das paisagens, Antonina pergunta a Clarêncio porque as pessoas não se recordam destas visitas ao plano espiritual quando acordam.
"Na condição espiritual em que ainda nos situamos, não sabemos orientar os nossos desejos para o melhor. Nosso amor ainda é insignificante migalha de luz, sepultada nas trevas do nosso egoísmo, qual ouro que se acolhe no chão, em porções infinitesimais, no corpo gigantesco da escória. Assim como as fibras do cérebro são as últimas a se consolidarem no veículo físico em que encarnamos na Terra, a memória perfeita é o derradeiro altar que instalamos, em definitivo, no templo de nossa alma, que, no Planeta, ainda se encontra em fases iniciais de desenvolvimento. É por isso que nossas recordações são fragmentárias... Todavia, de existência a existência, de ascensão em ascensão, nossa memória gradativamente converte-se em visão imperecível, a serviço de nosso espírito imortal..."
Portanto, à medida que evoluímos moralmente, nós vamos nos aproximar mais do Plano Espiritual e o nosso cérebro físico terá maior capacidade de reter as lembranças dos desdobramentos.


Carmem Bezerra

terça-feira, 16 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 5 e 6

No Capítulo 5, Clarêncio fala para André do mar como um local repleto de energias, onde os espíritos encarnados e desencarnados vão para se recuperar. Passagem semelhante pode ser encontrada no livro "Voltei" do autor espiritual irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier.
"- O oceano é miraculoso reservatório de forças; até aqui, muitos companheiros de nosso plano trazem os irmãos doentes, ainda ligados ao corpo da Terra, de modo a receberem refazimento e repouso. Enfermeiros e amigos desencarnados desvelam-se na reconstituição das energias de seus tutelados. Qual acontece na montanha arborizada, a atmosfera marinha permanece impregnada por infinitos recursos de vitalidade da Natureza. O oxigênio sem mácula, casado às emanações do planeta, converte-se em precioso alimento de nossa organização espiritual, principalmente quando ainda nos achamos direta ou indiretamente associados aos fluidos da matéria mais densa."
No Capítulo 6, André acompanha uma lição do verdadeiro amor. O pai abandonara a mulher e os quatro filhos. Um deles revoltado questiona à mãe se é possível perdoá-lo como nos instruiu Jesus.
"- Oh! meu filho! - comentou a nobre mulher - não te detenhas nesse problema. Porque alimentar rancor contra o homem que te deu a vida? Como condená-lo se não sabemos tudo o que lhe aconteceu? Seria realmente melhor para o nosso bem estar se ele estivesse conosco, mas, se devemos suportar a ausência dele, que os nossos melhores pensamentos o acompanhem. Teu pai, meu filho, com a permissão do Céu, deu-te o corpo em que aprendes a servir a Deus. Por esse motivo, é credor de teu maior carinho. Há serviços que não podemos pagar senão com amor."
André não diz se esta mulher é espírita, mas isto não tem a menor importância. Ela é uma verdadeira cristã. É alguém em quem devemos nos espelhar.


Carmem Bezerra

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 3 e 4

Nos Capítulos 3 e 4, André Luiz fornece mais informações sobre o drama vivido por Evelina. Sua mãe, Odila, desencarnara há alguns anos deixando órfãos ela e o Júlio. O pai de Evelina, Amaro, casara então com Zulmira que sentia ciúmes dos filhos do primeiro casamento, em especial do pequeno Júlio de oito anos.

Em um passeio em um fim de semana, Zulmira deixou Júlio se afogar na praia. Ela poderia tê-lo salvado, mas preferiu ficar livre de uma vez do filho da outra mulher. Sentindo-se culpada pela morte do menino, Zulmira passou a ser obsidiada pela primeira esposa que já a perseguia desde o casamento.
"- O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam... Zulmira, pelo remorso destrutivo, tombou no mesmo nível emocional de Odila e ambas se digladiam num conflito de morte, inacessível aos olhos humanos comuns. É um caso em que a medicina terrestre não consegue interferência."
Clarêncio explica que a morte de Júlio já estava programada quando ele reencarnara, mas Zulmira era responsável pelas ideias que alimentara a respeito e por não ter tentado impedir o acontecimento naquele momento.
"- Júlio trazia consigo a morte prematura no quadro de provações. Era um suicida reencarnado... A segunda esposa de Amaro, porém, sofre o resultado das infelizes deliberações que albergou no espírito. Padece o retorno das vibrações envenenadas que arremessou na direção do menino. Pelo ciúme, criou ao redor de si mesma um ambiente pestilencial, em que os seus próprios pensamentos malignos conseguiram prosperar, assim como um fruto apodrecido desenvolve em si mesmo os vermes que o devoram. Supondo-se responsável pela morte da criança, de vez que asilou o delituoso plano a que nos referimos, Zulmira abandonou-se ao mal que trazia consigo, imantando-se, ainda, ao mal de que a adversária é portadora, e tornou-se, por isso, enferma e dementada."
Mais uma vez André nos lembra que somos responsáveis não só por nossos atos, como por nossos pensamentos. Quando desejamos mal a outro, estamos usando nossas energias para atacar outra pessoa. E tudo que parte de nós, retorna a nós. Neste caso narrado por André, Zulmira abriu uma porta na sua defesa pessoal ao desejar o mal da criança. Esta porta passou a ser usada por Odila para obsidiá-la.

 
Carmem Bezerra

domingo, 14 de julho de 2013

Entre a Terra e o Céu - Capítulos 1 e 2

Estou iniciando hoje o estudo do oitavo livro de André Luiz com psicografia de Chico Xavier.  Como os capítulos são pequenos, eu vou tentar fazer dois capítulos por estudo. O meu objetivo é terminar o estudo de todos os livros de André até o começo de 2014 para então começar a reler os livros de Manoel Philomeno de Miranda.

No primeiro capítulo, o Ministro Clarêncio fala para André e Hilário sobre a importância da prece.
"Todas as nossas aspirações movimentam energias para o bem ou para o mal. Por isso mesmo, a direção delas permanece afeta à nossa responsabilidade. Analisemos com cuidado a nossa escolha, em qualquer problema ou situação do caminho que nos é dado percorrer, porquanto o nosso pensamento voará, diante de nós, atraindo e formando a realização que nos propomos atingir e, em qualquer setor da existência, a vida responde, segundo a nossa solicitação. Seremos devedores dela pelo que houvermos recebido."
A prece nada mais é que o pensamento em busca de Deus. Sempre somos ouvidos pelos Mensageiros Divinos quando nos sintonizamos com o bem. E somos ouvidos pelos irmãos infelizes quando buscamos o mal. Portanto, todo pedido encontra o seu destinatário. Decidir se queremos enviar uma mensagem a Deus ou aos irmãos infelizes é escolha nossa.

No segundo capítulo, Clarêncio é informado de uma prece refratada feita por Evelina, irmã que saiu de Nosso Lar para reencarnar na Terra.
"- A prece refratada é aquela cujo impulso luminoso teve a sua direção desviada, passando a outro objetivo."
Clarêncio então explica que Evelina pede em sua oração a ajuda da mãe desencarnada para os problemas existentes no próprio lar. O problema é que a mãe não possui condições espirituais de responder ao pedido de socorro da jovem. Como a prece é sincera e voltada para o bem, ela é recebida pela equipe de Clarêncio. Afinal, toda prece sincera merece uma resposta.


Carmem Bezerra

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Libertação - Capítulo 20

No Capítulo final, André Luiz nos fala do encontro tão esperado entre Matilde e Gregório. A conversa entre as duas entidades em condições espirituais tão diferentes ocorre no caminho entre a crosta terrestre e o posto de socorro onde Gúbio está levando os irmãos infelizes resgatados.

No início, Gregório não acredita que a voz que lhe fala é a da sua mãe e exige que o espírito lhe apareça para acreditar. Quando Matilde se torna visível, Gregório emocionado se rende ao seu amor.
"Verificara-se, ali, naquele abraço, espantoso choque entre a luz e a treva, e a treva não resistiu... Gregório, como que abalado nos refolhos do ser, regressara à fragilidade infantil, em pleno desmaio da força que o sustinha. Finalmente, iniciara sua libertação."
Foram necessários séculos para que a libertação de Gregório fosse possível. Somente quando ele começou a se modificar internamente é que Matilde lhe foi ao encontro. Esta estória narrada por André é um verdadeiro hino de amor de Deus por suas criaturas.


Carmem Bezerra

domingo, 7 de julho de 2013

Libertação - Capítulo 19

Neste Capítulo, André nos narra o encontro entre Margarida (em desdobramento) e Matilde. A primeira tinha sido obsidiada pela falange de Gregório até conseguir a libertação com a ajuda dos trabalhadores espirituais comandados por Gúbio. A segunda é uma entidade das altas esferas e que já foi mãe de Margarida em uma encarnação. Matilde informa a Margarida que voltará à romagem terrestre como sua filha.
"- Em razão disto, espero não desconheças a santidade do ministério maternal, na orientação dos Espíritos renascentes. Nossas melhores possibilidades se perdem na “esfera do recomeço”, por falta de braços decididos e conscientes que nos guiem através dos labirintos do mundo. Carinho, quase sempre, não falta no santuário familiar, onde a alma se habilita à recapitulação de valiosa aventura; entretanto, a ternura absoluta é tão nociva quanto a absoluta aspereza. Não ignoras, filha amada, que a entidade mais enobrecida, em retomando o veículo de carne, é compelida a sofrer-lhe os regulamentos. As leis fisiológicas, que dominam na Crosta, não fazem exceção. Impõem-se sobre os justos com o mesmo rigor dentro do qual funcionam para os pecadores. O anjo que desça ao fundo da mina de carvão continuará naturalmente a ser um anjo na vida íntima; entretanto, não escapará ao clima deprimente do sub-solo. O esquecimento temporário me acompanhará, nos abafadores das células físicas, mas o êxito desejável somente me felicitará se eu puder contar com a tua orientação robusta e vigilante."

É impossível não se emocionar com o pedido da benfeitora. Matilde é um espírito de esferas mais elevadas, mesmo assim tem medo de falhar quando voltar à carne. Ela sabe que o esquecimento vem com a nova roupagem e que a mente jovem é bastante influenciável. Ela pede então a Margarida que não a cubra com excesso de mimos, mas que lhe forneça uma educação equilibrada entre o amor e o dever.

Muitos espíritos nobres que voltaram a Terra em missão tiveram essa dificuldade relatada por Matilde. São Francisco de Assis é o caso mais emblemático. Na infância e juventude cometeu todos os excessos que a riqueza e o poder da sua família permitia. Foi preciso uma situação extrema para que o espírito superasse as dificuldades da carne e a sua missão pudesse ser iniciada.

O único espírito que não sofreu influência da carne na sua passagem pela Terra foi Jesus. O Mestre nunca desconheceu a sua missão. Os Espíritos contam que quando Jesus, ainda bebê, foi apresentado no Templo, Simeão o reconheceu como o Messias esperado, mas questionou como um filho de carpinteiro iria guiar o povo de Israel. Jesus então bateu três vezes com sua mãozinha no coração de Simeão, mas ele não entendeu a resposta. Quando desencarnou, os bons espíritos explicaram para Simeão que Jesus tinha lhe respondido que guiaria o povo de Israel pelo coração.

Carmem Bezerra

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Libertação - Capítulo 18

Antes do encontro esperado com Gregório, Matilde aparece para falar com os irmãos que se encontram na casa de Margarida em busca de socorro. Como Matilde é um espírito de esferas mais elevadas, ela se materializa na crosta terrestre usando a matéria do perispírito de Gúbio.
"Mais alguns instantes e Matilde surgiu diante de nós, venerável e bela. O fenômeno da materialização de uma entidade sublimada ali se fizera prodigioso aos nossos olhos, em processo quase análogo ao que se verifica nos círculos carnais."
Na materialização, o espírito usa a matéria do corpo de um médium. Para que o espírito possa se materializar na Terra é preciso que um médium de efeitos físicos doe ectoplasma (material fluídico). Com este material, o espírito se torna tangível e palpável. Quando o processo termina, o material doado para o fenômeno retorna para o médium.

O caso mais famoso relatado na Terra é a do espírito Kate King e da médium Florence Cook. O fenômeno foi estudado pelo físico inglês William Crookes durante vários meses. Ele submeteu o espírito materializado e a médium a vários testes. A conclusão do cientista foi que o fenômeno era legítimo (não tinha fraude) e que era uma prova da comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual.


No caso narrado por André, Gúbio foi o doador de material fluídico (retirado do seu próprio perispírito) para que Matilde pudesse ser vista pelo irmãos infelizes. Portanto, os fenômenos mediúnicos ocorrem na Espiritualidade de forma similar ao que ocorrem na Terra.

A preleção feita por Matilde é belíssima e merece ser lida com atenção. É um verdadeiro hino de amor e confiança na bondade de Deus.
"Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual. A criatura, encarnada ou desencarnada, onde estiver, respira entre os raios de vida superior ou inferior que emite, ao redor dos próprios passos, tal qual a aranha que se confunde nos fios escuros que produz ou da andorinha que corta os altos céus com as próprias asas. Todos nós exteriorizamos energias, com as quais nos revestimos, e que nos definem muito mais que as palavras."
No trecho acima, Matilde nos lembra que somos os únicos responsáveis pelo mundo que criamos ao nosso redor. A felicidade, ou a infelicidade, é tecida por nós mesmos nas atitudes, palavras e pensamentos do dia a dia.

 
Carmem Bezerra