sábado, 29 de junho de 2013

Palestras na FEB

Hoje eu fui assistir a palestra de Richard Simonetti na FEB. O tema foi a fé. Valeu a pena, ele é ótimo palestrante e transmite tranquilidade e segurança no que fala.

No próximo sábado (06/07/13), das 9 às 12 horas, terá palestra da Suely Caldas Schubert na FEB. Vou também.


Carmem Bezerra

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 17

Após o socorro a Margarida, o ambiente doméstico muda completamente. São colocadas barreiras protetoras ao redor da casa para impedir a entrada de espíritos perturbadores e são colocados sinais luminosos nas janelas para indicar atendimento fraterno a espíritos sofredores. Dezenas de irmãos necessitados começam então a chegar e são recebidos por Gúbio e sua equipe.
"Tive a ideia de que a missão de Gúbio se convertera, de repente, numa avançada instituição de pronto-socorro espiritual."
André também narra que seguidores de Gregório aparecem para ameaçar o trabalho sendo feito, mas nada conseguem e vão embora prometendo voltar com o próprio chefe. O trabalho assim se encaminha para o seu momento mais difícil: o resgate de Gregório. Não adianta libertar Margarida se Gregório, seu principal credor, não for capaz de perdoá-la. É preciso obter a renovação dos dois.
"Se Deus é por nós, quem será contra nós?" Romanos 8:31

 
Carmem Bezerra

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 16

Neste Capítulo, André acompanha o drama da médium que atendeu Margarida. A médium,  Dona Isaura, sente ciúme excessivo do marido. Este sentimento é usado por espíritos obsessores para desarmonizar o casal e assim provocar o fim do núcleo familiar espírita.

Em relação à médium, André pode observar o seguinte:
"Enquanto perduravam os trabalhos, mostrava radiações brilhantes, em derredor do cérebro, oferecendo simpático ambiente pessoal; entretanto, encerrada que foi a sessão, cercou-se de emissões de substância fluídica cinzento-escura, qual se houvesse repentinamente apagado, em torno dela, alguma lâmpada invisível."
Podemos entender pelas palavras de André que a médium recebia do mentores espirituais toda a assistência durante a reunião. Quando a reunião terminava, ela voltava a remoer o seu drama íntimo e passava a sintonizar com os obsessores. O Guia Espiritual de Dona Isaura esclarece que tudo está sendo feito para ajuda-la, mas respeitando o seu livre arbítrio.
"- Educação não vem por imposição. Cada Espírito deverá a si mesmo a ascensão sublime ou a queda deplorável."
O que André nos conta neste texto é que os bons Espíritos respeitam a pessoa do médium. Eles aconselham e nos acompanham nos momentos difíceis, mas não constrangem ninguém a fazer ou agir como eles gostariam. Somos livres para usar bem, ou não, a oportunidade trazida pela mediunidade.


Carmem Bezerra

domingo, 23 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 15

Neste Capítulo, Margarida finalmente recebe ajuda eficiente em uma reunião familiar espírita. O grupo doméstico é composto de oito pessoas encarnadas e vinte e um irmãos desencarnados. Sidônio, o diretor espiritual dos trabalhos, explica para Gúbio a situação do grupo.
"- Nosso agrupamento produz satisfatoriamente; entretanto, poderia levar a efeito mais ampla colheita de bênçãos se a confiança no bem e o ideal de servir fossem mais dilatados em nossos colaboradores no plano físico. Sabemos que a instrumentalidade é essencial em qualquer serviço. O braço é intérprete do pensamento, o operário é complemento do administrador, o aprendiz é veículo do mestre. Sem companheiros encarnados que nos correspondam aos objetivos na ação santificante, como estabelecer a espiritualidade superior na Crosta da Terra? Efetivamente, encontramos irmãos dispostos ao concurso fraternal, embora, forçoso é dizer, a maioria espere a mediunidade espetacular, a fim de cooperar conosco. Não procuram saber que todos somos médiuns de alguma força boa ou má, em nossas faculdades receptivas. Não aceitam as necessidades do serviço que nos aconselham a buscar desenvolvimento substancial na auto-iluminação, através do serviço aos nossos semelhantes, e tocam a exigir dons medianímicos, quais se fossem dádivas milagrosas a serem transmitidas graciosamente àqueles que se lhes candidatam aos benefícios, por intermédio da antiga “varinha de condão”. Esquecem-se de que a mediunidade é uma energia peculiar a todos, em maior ou menor grau de exteriorização, energia essa que se encontra subordinada aos princípios de direção e à lei do uso, tanto quanto a enxada que pode ser mobilizada para servir ou ferir, conforme o impulso que a orienta, melhorando sempre, quando em serviço metódico, ou revestindo-se de ferrugem asfixiante e destrutiva, quando em constante repouso. Nossos amigos não percebem o valor de uma atitude desassombrada e permanente de fé positiva, dentro do caminho louvável, haja o que houver, e, não obstante cuidarmos devotadamente da crença deles, com a mesma ternura consagrada pelo lavrador vigilante à plantinha tenra que encerra a esperança do porvir, basta que espíritos perturbadores ou maliciosos os visitem, sutis, à maneira de melros num arrozal, e lá se vão os germens superiores que lhes confiamos, incessantemente, ao solo do coração. De um instante para outro, duvidam de nosso esforço, desconfiam de si mesmos, cerram os olhos ante a grandeza das leis que os cercam nos ângulos da natureza terrestre, e as energias mentais que deveriam centralizar em construção ativa e santificante, com vistas ao aprimoramento próprio, são desbaratadas quase que diariamente pela argumentação mentirosa de espíritos ingratos e menos permeáveis ao bem."
Esta análise é aplicável à grande maioria dos grupos da mesa mediúnica em todo o Brasil. Inclusive ao que faço parte. Esperamos sempre a "mediunidade espetacular" para nos dedicarmos mais ao trabalho. Somos fiéis seguidores do Cristo e de Kardec nas horas da reunião. Mas fora do ambiente protegido pela Espiritualidade, nos comportamos como qualquer outra pessoa que não conhece a Doutrina dos Espíritos. Isto acontece porque não levamos ainda gravado no peito os ensinamentos do Divino Mestre.

Carmem Bezerra

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 14

Neste Capítulo, Gúbio ajuda outro obsessor de Margarida. Mais uma vez o instrutor mostra que o bem é a única resposta para os nossos problemas. Não importa o quão difícil é o momento, devemos confiar e seguir em frente. Não se deve responder o mal com o mal.

Este texto me fez lembrar de um conselho que uma vez recebi dos Espíritos: "Ama mais, perdoa mais e ajuda mais".

O problema é que a carne nos faz agir conforme as necessidades da carne. E ainda somos muito influenciados por ela. É preciso que nos espiritualizemos mais para entender e viver os ensinamentos do Cristo.

Temos ainda uma longa caminhada a nossa frente!
"Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também. E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso." (Lucas 6:27-36)


Carmem Bezerra

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Palestras de Simonetti e de Schubert na FEB

A FEB anunciou que no próximo dia 29/06/13 (sábado), Richard Simonetti dará uma palestra na sede histórica (Avenida passos, 30 - primeiro andar - Centro - Rio de Janeiro) das 10 às 12 horas. Eu gosto muito dos livros dele, mas não tive até agora a oportunidade de ouvi-lo. Não sei se é preciso se inscrever. Acredito que é só aparecer (bem cedo de preferência)


Também foi anunciada a palestra de Suely Caldas Schubert na sede histórica para o dia 06/07/13 (sábado), mas ainda não divulgaram o horário. É outra escritora espírita por quem eu tenho um imenso carinho e admiração, mas até agora não tive oportunidade de ouvir.


Estou feliz pela FEB nos propiciar a oportunidade de ouvir estes dois estudiosos da doutrina. Eu vou. E você?

Carmem Bezerra

Libertação - Capítulo 13

Neste Capítulo, André Luiz nos conta que Gúbio aproveita o repouso noturno para conseguir entendimento entre Saldanha e o pai de Margarida, juiz que condenou injustamente o filho de Saldanha provocando uma série de desgraças.
"- O homem encarnado na Terra é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina, à maneira do seixo que desce, rolando nos séculos, do cimo do monte para o seio recôndito do mar. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor... Indébita é a nossa interferência nos destinos uns dos outros, quando nossos pés trilham retos caminhos. Todavia, se nos desviamos da rota adequada, é razoável o apelo do amor para que a dor diminua."
Neste belo texto de reconciliação, André nos mostra que o caminho da evolução moral passa pela compreensão de que somos todos irmãos e de que todos nós possuímos débitos pesados no passado. Perdoar quem nos ofendeu é uma forma de diminuir as nossas próprias dívidas.
"Portanto, quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda."  Mateus 5: 23-24


Carmem Bezerra

terça-feira, 18 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 12

Este Capítulo é um dos mais belos que já li nos livros de André Luiz. Como contado pelo autor espiritual, Gúbio se oferece para ajudar Saldanha nos seus problemas familiares, sem nada pedir em troca, sem tentar doutrinar o angustiado obsessor.

A oração que Gúbio faz pelos familiares de Saldanha é um hino de amor e fé nos ensinamentos do Cristo. Merece ser lida e meditada por todos nós. Abaixo apenas um pequeno trecho. 
"Misericordioso amigo, não nos deixe, sem rumo, relegados à limitação dos nossos próprios sentimentos...Acrescenta-nos a fé vacilante, descortina-nos as raízes comuns da vida, a fim de compreendermos, finalmente, que somos irmãos uns dos outros. Ensina-nos que não existe outra lei, fora do sacrifício, que nos possa facultar o anelado crescimento para os mundos divinos. Impele-nos à compreensão do drama redentor a que nos achamos vinculados. Ajuda-nos a converter o ódio em amor, porque não sabemos, em nossa condição de inferioridade, senão transformar o amor em ódio, quando os teus desígnios se modificam, a nosso respeito."
Questionado por Saldanha quais eram as armas justas no serviço de salvação, Gúbio não vacila e dar uma resposta que também nos serve na seara espírita.
"- Em todos os lugares, um grande amor pode socorrer o amor menor, dilatando-lhe as fronteiras e impelindo-o para o Alto, e, em toda parte, a grande fé, vitoriosa e sublime, pode auxiliar a fé pequenina e vacilante, arrebatando-a às culminâncias da vida."
Este capítulo nos diz que o exemplo é sempre mais poderoso que qualquer discurso. Gúbio não se impôs pelas palavras, mas pela ação no bem. Ele não falou sobre o amor de Deus, ele mostrou o que esse amor é capaz de fazer. 



Carmem Bezerra

domingo, 16 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 11

Neste Capítulo André narra a visita de Margarida e seu marido a um famoso professor em ciências psíquicas, em busca da cura espiritual para a doença que atormenta Margarida. André não tem dificuldade de observar que a paciente não encontrará a ajuda necessária.
"O professor pôs-se imediatamente a combinar o preço do trabalho de que se encarregaria, exigindo adiantadamente de Gabriel significativo pagamento. O intercâmbio ali, entre as duas esferas, se resumia a negócio tão comum quanto outro qualquer."
Quando o médium usa o dom que recebeu de Deus para ganhar dinheiro, ele não é ajudado pela Espiritualidade Maior e fica à mercê de irmãos infelizes. É só lembrar o que Jesus nos disse: "Dai de graça o que de graça recebeste".

Durante o atendimento a Margarida, o médium se desliga do corpo para conversar com os irmãos desencarnados que o assistem. André observa então um grande fluxo de energias que emana do médium durante o desdobramento e que esta energia serve de alimento para os espíritos que o assistem.
"- Esta força não é patrimônio de privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de acuradas meditações. É o “spiritus subtilissimus” de Newton, o “fluido magnético” de Mesmer e a “emanação ódica” de Rei chenbach. No fundo, é a energia plástica da mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em que todas as correntes da vida se banham e se refazem, nos mais diversos reinos da natureza, dentro do Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito. Nasce o homem e renasce, centenas de vezes, para aprender a usá-la, desenvolvê-la, enriquecê-la, sublimá-la, engrandecê-la e divinizá-la. Entretanto, na maioria das vezes, a criatura foge à luta que interpreta por sofrimento e aflição, quando é inestimável recurso de auto-aprimoramento, adiando a própria santificação, caminho único de nossa aproximação do Criador."
Aconselhado pelos espíritos que o assistem, o médium diz para Margarida que o seu problema é apenas orgânico, que nada tem de espiritual.

Este texto de André reforça o aviso sobre os "consultores espíritas". Pessoas que se dizem espíritas (na realidade apenas usam o nome) e cobram pela ajuda que podem dar. Mesmo que estas pessoas sejam médiuns, elas não são confiáveis. O mais sensato é manter distância delas.

 
Carmem Bezerra

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 10

Neste Capítulo, André Luiz e Gúbio acompanham o sofrimento de Margarida e o serviço minucioso dos obsessores junto dela. Em nenhum momento, há a tentativa por parte de Gúbio para doutrinar os irmãos que obsidiam Margarida. Ele apenas observa o trabalho sendo feito e tenta entender a motivação da pessoa que está comandando os obsessores por ordem de Gregório. Esta pessoa, de nome Saldanha, narra a sua triste estória e afirma que o pai atual de Margarida é em parte culpado pelo sofrimento que ele e sua família estão passando.

Quando o médico da família aparece para consultar Margarida, André nota que ele vem acompanhado por um Espírito amigo. Os obsessores não se incomodam nem com a presença do médico e nem com a presença do Espírito de nome Maurício. Eles acreditam que nada pode reverter o quadro em que se encontra Margarida. Entretanto, Maurício consegue fazer com que o médico sugira ao marido de Margarida que a leve ao um centro espírita.

André obtém permissão para acompanhar o médico até a sua residência e assim pode entabular conversa com o espírito que o acompanha. Maurício explica qual a sua função junto ao médico.
"- Todos os médicos, ainda mesmo quando materialistas de mente impermeável à fé religiosa, contam com amigos espirituais que os auxiliam. A saúde humana é dos mais preciosos dons divinos. Quando a criatura, por relaxamento ou indisciplina, delibera menosprezá-la, faz-se difícil o socorro aos seus centros de equilíbrio, porque, em todos os lugares, o pior surdo é aquele que não quer ouvir. Todavia, por parte de quantos ajudam a marcha humana, da esfera espiritual, há sempre medidas de proteção à harmonia orgânica, para que a saúde das criaturas não seja prejudicada. Claro que há erros tremendos em medicina e que não podemos evitar. Nossa colaboração não pode ultrapassar o campo receptivo daquele que se interessa pela cura alheia ou pelo próprio reajustamento."
Ao chegar na casa do médico, André nota que há uma grande desarmonia na família. A segunda mulher do médico não se entende com os filhos do primeiro casamento e nem com o próprio marido. Durante o repouso físico da família, André observa que o corpo espiritual da esposa tem um aspecto horrível, parecendo uma bruxa, em verdadeiro contraste à beleza física que ela apresenta. Ele então se lembra do livro de Oscar Wide: O Retrato de Dorian Gray.
"- Sim, meu amigo — disse, tolerante —, a imaginação de Wilde não fantasiou, O homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no intimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição à forma perispirítica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso. Há criaturas belas e admiráveis na carne e que, no fundo, são verdadeiros monstros mentais, do mesmo modo que há corpos torturados e detestados, no mundo, escondendo Espíritos angélicos, de celestial formosura."
Mais uma vez, André nos lembra que não é possível usar máscaras no Mundo Espiritual. Nos apresentamos como realmente somos.



Carmem Bezerra

terça-feira, 11 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 9

Com a autorização de Gregório, Gúbio e André Luiz são levados até a residência de Margarida na Terra. A situação encontrada por eles é chocante: dezenas de desencarnados faziam minucioso trabalho de obsessão a Margarida com o objetivo de induzi-la ao suicídio.
"Dois desencarnados, de horrível aspecto fisionômico, inclinavam-se, confiantes e dominadores, sobre o busto da enferma, submetendo-a a complicada operação magnética. Essa particularidade do quadro ambiente dava para espantar. No entanto, meu assombro foi muito mais longe, quando concentrei todo o meu potencial de atenção na cabeça da jovem singularmente abatida. Interpenetrando a matéria espessa da cabeceira em que descansava, surgiam algumas dezenas de corpos ovoides, de vários tamanhos e de cor plúmbea, assemelhando-se a grandes sementes vivas, atadas ao cérebro da paciente através de fios sutilíssimos, cuidadosamente dispostos na medula alongada."
No quadro relatado por André, os ovoides são usados para sugar a energia da pessoa encarnada e para mantê-la em sintonia com pensamentos deprimentes.

Quando Margarida e o marido vão a uma missa católica, eles são acompanhados pelo grupo de obsessores. Na Igreja, André tem a oportunidade de observar que a Espiritualidade Maior não abandona os adeptos de qualquer religião, mesmo que os responsáveis pelas Igrejas na Terra não estejam entre os servidores do Cristo.
"A liturgia anunciou o inicio da cerimônia, mas, com grande assombro para mim, o sacerdote e os acólitos, não obstante se dirigirem para o campo de luz do altar-mor, envergando soberba vestimenta, jaziam em sombras, sucedendo o mesmo aos assistentes. Entretanto, procedendo de mais alto, três entidades de sublime posição hierárquica se fizeram visíveis à santa mesa, com o evidente propósito de ali semearem os benefícios divinos. Magnetizaram as águas expostas, saturando-as de princípios salutares e vitalizantes, como acontece nas sessões de Espiritismo Cristão, e, em seguida, passaram a fluidificar as hóstias, transmitindo-lhes energias sagradas à fina contextura. Admirado, voltei a observar a plateia religiosa, mas os irmãos ignorantes que operavam no templo, sem corpo físico, tanto quanto ocorria aos encarnados, nem de longe registravam a presença dos nobres emissários espirituais que agiam em nome do Infinito Bem."
Para assombro de André, apenas uma pessoa na missa consegue receber o alimento espiritual preparado pelas três entidades celestiais.
"Intensa luminosidade fluía do sacrário, envolvendo todo o material do culto, mas, surpreendido, reparei que o sacerdote, ao erguer a oferta sublime, apagou a luz que a revestia com os raios cinzento-escuros que ele próprio expedia em todas as direções. Logo após, quando se preparou a distribuir o alimento eucarístico entre os onze comungantes que se prosternavam, humildes, à mesa adornada de alvo linho, notei que as hóstias, no prateado recipiente que as custodiava, eram autênticas flores de farinha, coroadas de doce esplendor. Irradiavam luz com tanta força que o magnetismo obscuro das mãos do ministro não conseguia inutilizá-las. Todavia, à frente da boca que se dispunha a receber o pão simbólico, enegreciam como por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem, cuja contrição era irrepreensível, recolheu a flor divina com a pureza desejável. vi a hóstia, qual foco de fluidos luminescentes, atravessar a faringe, alojando-se-lhe a claridade em pleno coração."
O ponto mais interessante deste Capítulo é que ele mostra que o crente fiel, independentemente de religião, é sempre assistido pelos irmãos das Esferas Superiores. Afinal eles não estão interessados na religião escolhida, mas no avanço moral de cada um.


Carmem Bezerra

domingo, 9 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 8

Neste Capítulo, André Luiz assisti ao diálogo entre o instrutor Gúbio e o ex-sacerdote católico Gregório (já ouvi no meio espírita que este é na realidade um papa da Igreja Romana). O primeiro solicita a permissão para ajudar Margarida, irmã encarnada que está sendo obsidiada por uma falange de Gregório. Para obter a permissão, Gúbio informa que foi enviado nesta missão por Matilde, mãe de Gregório na última encarnação.
"- Evidente engano! - aduziu Gregório, ferino — minha mãe separou-se de mim, há alguns séculos. Ao demais, ainda que me interessasse tal reencontro, estamos fundamentalmente divorciados um do outro. Ela serve ao Cordeiro, eu sirvo aos Dragões."
André explica, em nota de rodapé, que os seguidores do Dragão são os espíritos caídos no mal desde eras primitivas do planeta Terra. Não são, entretanto, espíritos criados para o mal, apenas irmãos que se retém nas zonas inferiores da vida.
"- Se ainda não consegues ouvir os recursos interpostos pela Lei do Cordeiro Divino que nos recomenda o amor recíproco e santificante, não te ensurdeças aos apelos do coração materno. Ajuda-nos a liberar Margarida, salvando-a da destrutiva perseguição. Não se faz imperioso o teu concurso pessoal. Bastar-nos-á tua indiferença, a fim de que nos orientemos com a precisa liberdade."
Gregório acaba cedendo ao pedido de Gúbio por acreditar que ele não conseguirá obter êxito e para atender ao pedido da mãe de quem ainda se lembra com carinho.
"- Não creio nas possibilidades do tentame; todavia, concordo com a providência a que recorres. Não interferirei."
Este texto mostra que a Lei Divina é sempre respeitada. Margarida havia cometido faltas graves em relação a Gregório. Como Gregório não era capaz de a perdoar, não cabia interferência à força no caso. O débito deveria ser pago por Margarida. Com a permissão de Gregório, Gúbio poderia agir em favor de Margarida. A dívida não seria perdoada, apenas a cobrança seria adiada.


Carmem Bezerra 

Libertação - Capítulo 7

Neste Capítulo, André Luiz tem a oportunidade de continuar o estudo sobre ovoides com o instrutor Gúbio. Com esta finalidade, eles observam uma irmã desencarnada em profundo estado de desequilíbrio.

"Percebi que a infeliz se cercava de três formas ovóides, diferençadas entre si nas disposições e nas cores, que me seriam, porém, imperceptíveis aos olhos, caso não desenvolvesse, ali, todo o meu potencial de atenção."
Gúbio então explica que os ovóides perderam o perispírito por se apegarem ao desejo de vingança contra a antiga proprietária de uma fazenda onde eram escravos.
"Os impiedosos adversários prosseguiram na obra deplorável e, ainda mesmo depois de perderem a organização perispirítica, aderiram a ela, com os princípios de matéria mental em que se revestem. A revolta e o pavor do desconhecido, com absoluta ausência de perdão, ligam-nos uns aos outros, quais algemas de bronze. A infeliz perseguida, na posição em que se encontra, não os vê, não os apalpa, mas sente-lhes a presença e ouve-lhes as vozes, através da  inconfundível acústica da consciência. Vive atormentada, sem direção. Tem o comportamento de um ser quase irresponsável."
Gúbio informa que a reencarnação da antiga dona de escravos já estava sendo preparada e que ela receberá como filhos os atuais inimigos. Entretanto, não seria um renascimento tranquilo na carne já que ela não será separada dos perseguidores até que estivesse pronta para recebê-los como filhos.
"Seguida de perto pela influência dos seres que com ela se projetaram no abismo mental do ódio, terá infância dolorosa e sombria pelos pesares desconhecidos que se lhe acumularão, incompreensivelmente, na alma opressa. Conhecerá enfermidades de diagnose impossível, por enquanto, no quadro dos conhecimentos humanos, por se originarem da persistente e invisível atuação dos inimigos de outra época... Terá mocidade torturada por sonhos de maternidade e não repousará, intimamente, enquanto não oscular, no próprio colo, os três adversários convertidos, então, em filhinhos tenros de sua ternura sedenta de paz... Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na forja do sacrifício, recambiando-os à estrada certa, será, na condição de mãe, um ímã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor."

"O plantio é livre, a colheita é obrigatória"

Carmem Bezerra

sábado, 8 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 6

Neste Capítulo, André Luiz introduz o conceito de ovoides, até então desconhecido no meio espírita. Atualmente, existem vários livros que falam sobre o assunto. Inclusive André Luiz volta ao assunto no livro "Evolução em dois mundos".

Em primeiro lugar, é preciso entender que existe uma confusão linguística em relação ao termo perispírito. Na Codificação, Kardec chamou de perispírito ao envoltório que liga a alma ao corpo (Questão 135 do Livro dos Espíritos). Nos seus livros, André Luiz nos informa da existência do corpo mental e do duplo etérico. Alguns estudiosos da Doutrina Espírita defendem que, para sermos fiéis aos termos usados pelo Codificador, devemos chamar de perispírito ao conjunto formado pelo corpo mental, corpo espiritual e duplo etérico. Outros estudiosos acreditam que Kardec falou apenas de um dos corpos que temos entre o Espírito e o corpo físico e que tudo não foi dito pelos Espíritos por ainda não haver maturidade para isto.


No livro em estudo, André adota a segunda posição: o perispírito é apenas um dos corpos que temos. Através do Instrutor Gúbio aprendemos que um espírito perde o períspirito em três situações:
  1. Quando o Espírito evolui e deixa a esfera da matéria densa. Ele vai recriar o perispírito usando a matéria do mundo em vai morar;
  2. Quando o Espírito reencarna, ele perde o perispírito e o reconstrói junto com um novo corpo físico;
  3. Quando o Espírito, em profundo desequilíbrio, fixa o pensamento em uma única ideia (normalmente de vingança ou de remorso). É como se o fluxo de energia entre o corpo mental e o perispírito fosse cortado e este morresse (atrofia das células do corpo espiritual por falta de uso).
"Os primeiros são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, enquanto que os segundos são colegas nossos, que já merecem a reencarnação trabalhada por valores intercessores, mas, tanto quanto ocorre aos companheiros respeitáveis desses dois tipos, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual. Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que por muitos anos elegeram em centro de interesses fundamentais. Grande número, nessas circunstâncias, mormente os participantes de condenáveis delitos, imantam-se aos que se lhes associaram nos crimes. "
No terceiro caso discutido acima, os Espíritos assumem a forma de ovoides e são usados para obsidiar irmãos encarnados e desencarnados.
"Ante o intervalo espontâneo, reparei, não longe de nós, como que ligadas às personalidades sob nosso exame, certas formas indecisas, obscuras. Semelhavam-se a pequenas esferas ovoides, cada uma das quais pouco maior que um crânio humano. Variavam profusamente nas particularidades. Algumas denunciavam movimento próprio, ao jeito de grandes amebas, respirando naquele clima espiritual; outras, contudo, pareciam em repouso, aparentemente inertes, ligadas ao halo vital das personalidades em movimento."

Para recompor o perispírito, é preciso que estes espíritos reencarnem.
"Em verdade, agora se categorizam em conta de fetos ou amebas mentais, mobilizáveis, contudo, por entidades perversas ou rebeladas. O caminho de semelhantes companheiros é a reencarnação na Crosta da Terra ou em setores outros de vida congênere, qual ocorre à semente destinada à cova escura para trabalhos de produção, seleção e aprimoramento."
Em "Diretrizes de Segurança", Divaldo afirma na questão 83 que é possível um ovoide se comunicar na mesa mediúnica.
"Como a vida do ovoide é um estágio somente mental, a comunicação mediúnica proporciona-lhe uma pré-recomposição do perispírito, em face da união com o do médium, preparando-o para a futura reencarnação."
Nada fica fora da misericórdia divina, mas todos colhem o que plantam.


Carmem Bezerra 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 5

Neste Capítulo, André e Gúbio presenciam, na cidade espiritual de zona expiatória que estão visitando, cenas que lembram as estórias sobre o  julgamento dos mortos. A diferença é que os juízes não são anjos de Deus, mas irmãos que necessitam de compaixão. São irmãos infelizes julgando irmãos infelizes.

A partir do relato de André podemos tirar algumas conclusões.
  • Para dominar e impor temor, os governantes da cidade faziam uso de rituais antigos. A preocupação é mais com a forma do que com o conteúdo.
"Procurei a paisagem exterior, curiosamente, tanto quanto me era possível, e vi que funcionários rigorosamente trajados à moda dos lictores da Roma antiga, carregando a simbólica machadinha (fasces) ao ombro, avançavam, ladeados por servidores que sobraçavam grandes tochas a lhes clarearem o caminho. Penetraram o átrio em passos rítmicos e, depois deles, sete andores, sustentados por dignitários diversos daquela corte brutalizada, traziam os juízes, esquisitamente ataviados."

  • Os juízes são pessoas inteligentes que conhecem os ensinamentos de Jesus, mas os usa de forma distorcida.
"- O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo, não obstante usar, como vemos, a verdade contundente."
  • Os infelizes que estão sendo julgados não se rebelam, pois sabem que erraram perante as Leis de Deus.
"- O remorso é uma bênção, sem dúvida, por levar-nos à corrigenda, mas também é uma brecha, através da qual o credor se insinua, cobrando pagamento. A dureza coagula-nos a sensibilidade durante certo tempo; todavia, sempre chega um minuto em que o remorso nos descerra a vida mental aos choques de retorno das nossas próprias emissões."
  • Nas regiões da dor, muitos irmãos infelizes possuem o conhecimento intelectual. Muitas vezes eles fazem uso de equipamentos similares aos usados pelos benfeitores, mas com objetivos bem diferentes.
"- Trata-se de um captador de ondas mentais. A seleção individual exigiria longas horas. As autoridades que dominam nestas regiões preferem a apreciação em grupo, o que se faz possível pelas cores e vibrações do círculo vital que nos rodeia a cada um."
  • Deus permite que tais julgamentos ocorram por ser uma necessidade moral tanto de quem faz o papel de juiz quanto de quem faz o papel de réu. São irmãos que ainda não entenderam a extensão do amor de Deus.
"- Quem se atreveria a nomear um anjo de amor para exercer o papel de carrasco? Ao demais, como acontece na Crosta Planetária, cada posição, além da morte, é ocupada por aquele que a deseja e procura."
Não há como negar que o capítulo se aproxima muito da ideia difundida em várias religiões de um Deus severo que pune com rigor os que erram. A Doutrina Espírita nos mostra que Deus é amor e que nós somos nosso próprio juiz.


Carmem Bezerra

domingo, 2 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 4

Neste Capítulo, André Luiz narra a chegada a uma cidade governada por espíritos perversos e o primeiro encontro com Gregório, irmão que há séculos se nega a reconhecer a verdade pregada pelo Cristo. Abaixo alguns comentários sobre passagens do texto.
  • A cidade é localizada próxima da Crosta Terrestre já que seus habitantes são seres bem materializados.
"Após a travessia de várias regiões, 'em descida', com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras."
"Não estamos em cavernas infernais, mas atingimos grande império de inteligências perversas e atrasadas, anexo aos círculos da Crosta, onde os homens terrestres lhes sofrem permanente influenciação."
  • Existência de animais com aspecto horripilante - são espíritos ainda no início de sua caminhada evolutiva. Eles lá vivem pois é o ambiente que lhes é mais adequado no momento. Basta lembrar que em Nosso Lar também há animais.
"Aves agoureiras, de grande tamanho, de uma espécie que poderá ser situada entre os corvídeos. crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas."
  • A paisagem é desoladora mostrando o tipo de energia dos moradores do local. Ao observar o local, André se lembra da descrição que Dante Alighieri faz do inferno no livro "A Divina Comédia".
"A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a ideia de braços erguidos em súplicas dolorosas."
  • Os visitantes usam a matéria do ambiente para modificar o períspirito e assim poder ser vistos pelos irmãos infelizes.
"Nossas organizações perispiríticas, à maneira de escafandro estruturado em material absorvente, por ato deliberado de nossa vontade, não devem reagir contra as baixas vibrações deste plano."
"Reparei, confundido, que a voluntária integração com os elementos inferiores do plano nos desfigurava enormemente. Pouco a pouco, sentimo-nos pesados e tive a ideia de que fora, de improviso, religado, de novo, ao corpo de carne, porque, embora me sentisse dono da própria individualidade, me via revestido de matéria densa, como se fosse obrigado a envergar inesperada armadura."
  • No nosso caminho evolutivo, já estivemos em ambientes similares, apenas não nos lembramos deles. Os habitantes destas cidades não estão esquecidos pelo Pai. Eles estão no ambiente em que podem viver e aprender. Quando estiverem mais esclarecidos, habitarão mundos mais evoluídos.
"Já perambulamos por estes sítios sombrios e inquietantes, mas os choques biológicos do renascimento e da desencarnação, mais ou menos recentes, não te permitem, nem a Elói, o desabrocho de reminiscências completas do passado. Comigo, porém, a situação é diversa. A extensão de meu tempo, na vida livre, já me confere recordações mais dilatadas e, de antemão, conheço as lições que constituam novidade. Muitos de nossos companheiros, guindados à altura, não mais identificam nestas paragens senão motivos de cansaço, repugnância e pavor; todavia, é forçoso observar que o pântano, invariavelmente, é uma zona da natureza pedindo o socorro dos servos mais fortes e generosos."
  • Além dos irmãos perversos, há também na cidade os irmãos que ainda não possuem condição de reencarnar na espécie humana: estão no nível evolutivo entre o homem e o animal.
"Estamos numa colônia purgatorial de vasta expressão. Quem não cumpre aqui dolorosa penitência regenerativa, pode ser considerado inteligência sub-humana. Milhares de criaturas, utilizadas nos serviços mais rudes da natureza, movimentam-se nestes sítios em posição infraterrestre. A ignorância, por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de tendências dignas, candidatam-se à humanidade que conhecemos na Crosta. Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a ideia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão. O contato com certos indivíduos inclina-os ao bem ou ao mal e somos responsabilizados pelas Forças Superiores que nos governam, quanto ao tipo de influência que exercermos sobre a mente infantil de semelhantes criaturas. Com respeito aos Espíritos que se mostram nestas ruas Sinistras, exibindo formas quase animalescas, neles reparamos várias demonstrações da anormalidade a que somos conduzidos pela desarmonia interna. Nossa atividade mental nos marca o perispírito."
  • A proximidade de cidades, como a descrita por André Luiz, permite que o intercâmbio entre os dois lados da vida seja frequente. O que facilita este intercâmbio é o nível do pensamento emitido pelos encarnados. Por isso, os desencarnados dessas cidades lutam para que o nível moral na Terra não mude e, de preferência, que piore.
"- Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, qual se fossem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre. Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto. Quais fetos adiantados absorvendo as energias do seio materno, consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, esse desespero com que defendem no mundo os poderes da inércia e essa aversão com que interpretam qualquer progresso espiritual ou qualquer avanço do homem na montanha de santificação. No fundo, as bases econômicas de toda essa gente residem, ainda, na esfera dos homens comuns e, por isto, preservam, apaixonadamente, o sistema de furto psíquico, dentro do qual se sustentam, junto às comunidades da Terra."
Ninguém foi criado para o mal. Quem vive nesta faixa mental um dia irá despertar para o bem e será mais um dos seus trabalhadores. Entender isto nos ajuda a ver nos irmãos infelizes pessoas que precisam da nossa oração e compreensão.


Carmem Bezerra

sábado, 1 de junho de 2013

Libertação - Capítulo 3

Neste Capítulo, André Luiz presencia a conversa do Instrutor Gúbio com Matilde, um espírito de esferas mais altas. Eles programam uma missão para ajudar Gregório e Margarida. O primeiro foi filho de Matilde em uma encarnação passada, enquanto a segunda foi filha de Gúbio.
"- Irmão Gúbio, agradeço-te o concurso dadivoso. Creio haver chegado, efetivamente, o instante de aceitar-te a ajuda fraterna, em favor da libertação de meu infortunado Gregório. Espero, há séculos, pela renovação e penitência dele. Impressionado pelos imensos recursos do poder, no passado distante, cometeu hediondos crimes da inteligência. Internado em perigosa organização de transviados morais, especializou-se, depois da morte, em oprimir ignorantes e infelizes. Pelo endurecimento do coração, conquistou a confiança de gênios cruéis, desempenhando presentemente a detestável função de grande sacerdote em mistérios escuros. Chefia condenável falange de centenas de outros espíritos desditosos, cristalizados no mal, e que lhe obedecem com deplorável cegueira e quase absoluta fidelidade. Agravou o passivo de suas dívidas clamorosas, trazidas da insânia terrestre, e vem sendo instrumento infeliz nas mãos de inimigos do bem, poderosos e ingratos... Há cinquenta anos, porém, já consigo aproximar-me dele, mentalmente. Recalcitrante e duro, a princípio, Gregório agora experimenta algum tédio, o que constituí uma bênção nos corações infiéis ao Senhor. Já lhe surpreendo no espírito rudimentos de necessária transformação."
Margarida e Gregório possuem uma relação antiga e conflituosa. Na época da estória narrada por André, Margarida estava encarnada na Terra sendo obsediada por Gregório que vivia há séculos em uma colônia purgatorial de vasta expressão.

O objetivo da missão comandada por Gúbio é libertar Margarida da influência de Gregório e convencer Gregório a adotar uma nova postura perante as Leis Divinas.


Carmem Bezerra