segunda-feira, 29 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 10

Neste Capítulo, André Luiz e Calderaro tentam evitar que uma irmã faça um aborto. Infelizmente, eles não conseguem evitar o triste acontecimento. Além disso, o ódio entre a futura mãe e o ser reencarnante acaba por provocar a morte da irmã que recusou a maternidade.
"Penosamente surpreendido, prossegui no exame da situação, verificando com espanto que o embrião reagia ao ser violentado, como que aderindo, desesperadamente, às paredes placentárias. A mente do filhinho imaturo começou a despertar à medida que aumentava o esforço de extração. Os raios escuros não partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente emitidos pela organização embrionária, estabelecendo maior desarmonia."
É um texto triste, mas que nos lembra qual deve ser a posição dos espíritas em relação ao aborto. Hoje em dia, a mídia e os formadores de opinião tentam vestir o tema como direito da mulher e problema de saúde pública. É um erro. Desde a fecundação, já existe um Espírito destinado ao embrião em formação. Negar a vida a um irmão reencarnante é desobedecer às leis de Deus.


Carmem Bezerra

domingo, 28 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 9

Neste Capítulo, André Luiz acompanha Calderaro em uma reunião mediúnica onde é mostrada a dificuldade do intercâmbio entre as duas esferas da vida. A reunião era composta de onze médiuns sendo que três deles foram isolados pelos Espíritos por não se encontrarem em condição de trabalhar. Eles mantinham o pensamento em assuntos alheios à reunião. Dos médiuns restantes, apenas uma médium tinha condição de entrar em sintonia com o comunicante desencarnado. Mas existia um problema para que a perfeita comunicação se realizasse:  a médium não possuia em seus arquivos mentais o conhecimento científico que o comunicante gostaria de usar e assim poder ser facilmente reconhecido pelos irmãos encarnados.
"- Repara o conjunto. Já fiz meus apontamentos. Com exceção de três pessoas, os demais, em número de oito, guardam atitude favorável. Todos esses se encontram na posição de médiuns, pela passividade que demonstram. Analisa a irmã Eulália e reconhecerás que o estado receptivo mais adiantado lhe pertence; dos oito cooperadores prováveis, é a que mais se aproxima do tipo necessário. No entanto, o nosso amigo médico não encontra em sua organização psicofísica elementos afins perfeitos: nossa colaboradora não se liga a ele através de todos os seus centros perispirituais; não é capaz de elevar-se à mesma frequência de vibração em que se acha o comunicante; não possui suficiente “espaço interior” para comungar-lhe as ideias e conhecimentos; não lhe absorve o entusiasmo total pela Ciência, por ainda não trazer de outras existências, nem haver construído, na experiência atual, as necessárias teclas evolucionárias, que só o trabalho sentido e vivido lhe pode conferir. Eulália manifesta, contudo, um grande poder: o da boa vontade criadora, sem o qual é impossível o inicio da ascensão às zonas mais altas da vida. É a porta mais importante, pela qual se entenderá com o médico desencarnado. Este, a seu turno, para realizar o nobre desejo que o anima, vê-se compelido, em face das circunstâncias, a pôr de lado a nomenclatura oficial, a técnica científica, o patrimônio de palavras que lhe é peculiar, as definições novas, a ficha de renome, que lhe coroa a memória nos círculos dos conhecidos e dos clientes. Poderá identificar-se com Eulália para a mensagem precisa, usando também, a seu turno, a boa vontade; e, adotando esta forma de comunicação, valer-se-á, acima de tudo, da comunhão mental, reduzindo ao mínimo a influência sobre os centros neuropsíquicos; é que, em matéria de mediunismo, há tipos idênticos de faculdades, mas enormes desigualdade nos graus de capacidade receptiva, os quais variam infinitamente, como as pessoas."
A comunicação é dada, mas os participantes da reunião acreditam ter sido uma comunicação anímica (da própria médium), pois acreditam que o comunicante usaria um vocabulário mais científico para se expressar.
"- Nossos amigos encarnados nem sempre examinam as situações pelo prisma da justiça real. Eulália é colaboradora preciosa e sincera. Se ainda não completou as aquisições culturais no campo científico, é suficientemente rica de amor para contribuir à sementeira de luz. Encontra-se, porém, desabrigada, entre os companheiros invigilantes. Permanece sozinha e, assediada como está, é suscetível de abater-se."

Esta é uma questão muito séria nos trabalhos mediúnicos: quando há ou não animismo. O próprio médium (eu sou um exemplo) costuma duvidar de algumas comunicações que recebe. A orientação mais acertada é não reprimir estas comunicações, com o tempo o médium e o grupo vão ganhando mais confiança e as possíveis comunicações anímicas vão desaparecendo. É uma tarefa que requer anos de dedicação e estudo. Nem médiuns do quilate de Chico Xavier e do Divaldo tiveram unanimidade com o trabalho mediúnico (ambos foram acusados de animismo, obsessão e charlatanismo). Para quem ainda está no início da caminhada é preciso exercitar a fé e a paciência.


Carmem Bezerra

sábado, 27 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 8

Neste Capítulo, André Luiz e Calderaro visitam um irmão encarnado que sofre de epilepsia. Calderaro explica para André que esse problema é consequência do passado delituoso do irmão, mas que devido ao seu desejo firme de recuperação e reparação dos erros, ele apresenta sensíveis melhoras.
"- ...mui raramente ocorre por meras alterações no encéfalo, como sejam as que procedem de golpes na cabeça — elucidou o Assistente, cortando-me a observação reticenciosa —, e, geralmente, é enfermidade da alma, independente do corpo físico, que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas. Longe vai o tempo em que a vazão admitia o paraíso ou o purgatório como simples regiões exteriores: céu e inferno, em essência, são estados conscienciais; e, se alguém agiu contra a Lei, ver-se-á dentro de si mesmo em processo retificador, tanto tempo quanto seja necessário. Ante a realidade, portanto, somos compelidos a concluir que, se existem múltiplas enfermidades para as desarmonias do corpo, outras inúmeras há para os desvios da alma."
Mais uma vez, André nos fala que a causa de muitos problemas que enfrentamos na Terra está em nós mesmos. No caso narrado, na encarnação anterior o irmão com atitudes insensatas angariou inimigos e desequilibrou os centros de força do seu corpo espiritual. Após muito sofrer nas regiões inferiores após o desencarne, ele retorna à Terra em uma nova oportunidade e com desejo de reparar os erros cometidos.
"Ao se reaproximar de velhos desafetos, o rapaz, que ainda não consolidou o equilíbrio integral, sujeita-se aos violentos choques psíquicos, com o que as emoções se lhe desvairam, afastando-se da necessária harmonia. A mente desorientada abandona o leme da organização perispirítica e dos elementos fisiológicos, assume condições excêntricas, dispersa as energias, que lhe são peculiares, em movimentos desordenados; passam, então, essas energias a atritarem-se e a emitir radiações de baixa frequência, aproximadamente igual à da que lhe incidia do pensamento alucinado de suas vítimas. Essas emissões destruidoras invadem a matéria delicada do córtex encefálico, assenhoreiam-se dos centros corticais, perturbam as sedes da memória, da fala, da audição, da sensibilidade, da visão, e inúmeras outras sedes do governo de vários estímulos; temos, destarte, o “grande mal”, de sintomatologia aparatosa, determinando as convulsões, nas quais o corpo físico, prostrado, vencido, mais se assemelha a embarcação repentinamente à matroca."
Em desdobramento, o irmão doente pergunta a Calderaro se deve fazer uso de remédios que induzam o sono profundo (hipnóticos) e assim evitar o encontro com os irmãos que o peseguem.
"- Não. Os hipnóticos são úteis só na áspera fase de absoluta ignorância mental, quando é preciso neutralizar as células nervosas ante os prováveis atritos da organização perispirítica. Em teu caso, Marcelo, para a tua consciência que já acordou na espiritualidade superior, o remédio mais eficaz consiste na fé positiva, na autoconfiança, no trabalho digno, em pensamentos enobrecedores. Permanecendo na zona mais alta da personalidade, vencerás os desequilíbrios dos departamentos mais baixos, competindo-te, por isto mesmo, atacar a missão renovadora e sublime que te foi confiada no setor da própria iluminação e no bem do próximo. Os elementos medicamentosos podem exercer tutela despótica sobre o cosmo orgânico, sempre que a mente não se disponha a controlá-la, recorrendo aos fatores educativos."
Note que o Mentor não desaconselha o uso de medicamentos para aliviar os problemas do corpo físico. Ele apenas explica que no caso em discussão, o uso de hipnóticos não ajudará o paciente.

Carmem Bezerra

quinta-feira, 25 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 7

Neste Capítulo, Calderaro e André Luiz visitam um irmão encarnado em situação dolorosa. Ele apresentava apenas 8 anos na vida terrena, era paralítico e emitia gritos e sons próprios da esfera sub-humana.
"Nosso desventurado amigo envenenou para muito tempo os centros ativos da organização perispiritual. Cercado de inimigos e desafetos, frutos da atividade criminosa a que se consagrou voluntariamente, permanece quase embotado pelas sombras resultantes dos seus tremendos erros. No campo consciencial, chora e debate-se, sob o aguilhão de reminiscências torturantes que lhe parecem intérminas; mas os sentidos, mesmo os de natureza física, mantêm-se obnubilados, à maneira de potências desequilibradas, sem rumo... Os pensamentos de revolta e de vingança, emitidos por todos aqueles aos quais deliberadamente ofendeu, vergastaram-lhe o corpo perispiritual por mais de cem anos consecutivos, como choques de desintegração da personalidade, e o infeliz, distante do acesso à zona mais alta do ser, onde situamos o castelo das noções superiores, em vão se debateu no Campo do esforço presente, isto é, à altura da região em que localizamos as energias motoras; é que os adversários implacáveis, apegando-se a ele, através da influência direta, compeliram-lhe a mente a fixar-se nos impulsos automáticos, no império dos instintos; permitiu a Lei que assim acontecesse, naturalmente porque a conduta de nosso infortunado irmão fora igual à do jaguar que se aproveita da força para dominar e ferir. Os abusos da razão e da autoridade constituem faltas graves ante o Eterno Governo dos nossos destinos."
Portanto, Calderaro explicou para André que o corpo espiritual ficou marcado pelo erros cometidos e que o corpo físico é uma cópia do corpo espiritual. O formato animalesco apresentado pelo irmão é apenas consequência do seu passado. O Espírito não regride jamais.
"Examina a conduta do enfermo. Fixando a mente na extrema “região dos impulsos automáticos”, seu padrão de comportamento é efetivamente sub-humano. Volta a viver estados primários, dos quais a individualidade já emergiu há muitos séculos."
Fico imaginando o quanto a Medicina vai evoluir quando finalmente aceitar que a matéria é apenas uma parte (perecível) da individualidade, pois a origem e a razão de muitas doenças incuráveis estão no nosso passado. Não são castigos divinos, mas reflexos de erros cometidos.
- Examinando essa criança sofredora como enigma sem solução, alguns médicos insensatos da Terra se lembrarão talvez da morte suave; ignoram que, entre as paredes deste lar modesto, o Médico Divino, utilizando um corpo incurável e o amor, até o sacrifício, de um coração materno, restitui o equilíbrio a Espíritos eternos, a fim de que sobre as ruínas do passado possam irmanar-se para gloriosos destinos.


Carmem Bezerra

domingo, 21 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 6


Neste Capítulo, André Luiz, Calderaro e Cipriana acompanham o desencarne de uma irmã que sempre manteve a fé em Deus apesar das inúmeras dificuldades durante a sua vida na Terra. Para que ela possa se desligar do corpo físico com tranqüilidade, eles solucionam antes um problema que a atormentava.

“Foi seu derradeiro movimento no corpo exausto. Em breves minutos, as pálpebras físicas cerraram-se para sempre, enquanto os olhos espirituais se abririam entre nós, para a contemplação dos trilhos refulgentes da Eternidade.”

O que o texto nos mostra é que a Espiritualidade Superior procura ajudar, sempre que possível, os encarnados. No caso contado neste texto, a ajuda visava principalmente que a irmã pudesse fazer a passagem com tranqüilidade. Ela mereceu este cuidado todo por nunca ter duvidado ou reclamado nas provas por que passou.

Quantos de nós teremos direito a este tratamento carinhoso quando a nossa hora chegar?



Carmem Bezerra

domingo, 14 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 5


Neste Capítulo, Calderaro recebe a visita da irmã Cipriana que veio ajudar os dois irmãos infelizes, obsediado e obsessor. André se admira pelo fato deles próprios não poderem ajudar, não bastava esclarecê-los? Calderaro explica que no caso em questão não é suficiente ter o conhecimento da verdade, é preciso ser portador do amor fraternal. Ou seja, amar a todos como irmãos e ser capaz, se for o caso, de se sacrificar por eles. O melhor exemplo de portador do divino amor fraternal é Jesus. Nunca nos deixou de amar, mesmo nós o tendo pregado na cruz.

"Estendeu as mãos para os dois desventurados, atingindo-os com o seu amoroso magnetismo, e notei, assombrado, que o poder daquela mulher sublimada lhes modificava o campo vibratório. Sentiram-se ambos desfalecer, oprimidos por uma força que os compelia à quietação. Entreolharam-se com indizível espanto, experimentando o respeito e o temor, presas de comoção irreprimível e desconhecida... Seus olhos espelhavam, no silêncio, angustiosa perquirição, quando a mensageira, avizinhando-se, os tocou de leve na região visual; reparei, de minha parte, que ambos registraram abalo mais forte e indisfarçável."


Lembro-me de uma parábola contada em “Jesus no Lar” em que o Mestre fala que para subir aos céus, o anjo precisa de duas asas: o conhecimento e o amor. O primeiro é mais fácil, pois basta esforço e dedicação. O segundo é mais difícil, pois é necessário aprender a se doar por completo aos outros. Cipriana é um anjo que já tem a asa do amor, enquanto André e Calderaro ainda a almeja.




Carmem Bezerra

sábado, 13 de abril de 2013

No Mundo Maior – Capítulo 4


Neste Capítulo, André Luiz acompanha Calderaro no trabalho de assistência a um irmão obsediado e ao seu obsessor. O primeiro, ainda encarnado, fora responsável pela morte do segundo.

Enquanto discutem o caso, André recebe de Calderaro várias explicações sobre o funcionamento da mente. Abaixo são discutidos apenas alguns pontos deste texto que é bem complexo (tive de lê-lo mais de uma vez).

1 – Para evitar pensar no crime que cometera, o irmão infeliz se devotou ao trabalho, vivendo assim quase que exclusivamente na segunda região do cérebro (domicílio das conquistas atuais). Ele se sentia culpado pelo crime que cometera e, portanto, não acessava a terceira região do cérebro (casa das noções superiores).

“-A mente criminosa, assediada pela presença invariável da vítima, a perturbar-lhe a memória, passou a fixar-se na região intermediária do cérebro, porque a dor do remorso não lhe permitia fácil acesso à esfera superior do organismo perispirítico, onde os princípios mais nobres do ser erguem o santuário de manifestações da Consciência Divina. Aterrorizado pelas recordações, transia-o irreprimível pavor em face dos juízos conscienciais. Por outra parte, cada vez mais interessado em assegurar a felicidade da família, seu único oásis no deserto escaldante das escabrosas reminiscências, o infeliz, então respeitado por força da posição social que o dinheiro lhe conferia, embrenhou-se em atividade febril e ininterrupta. Vivendo mentalmente na região intermediária do cérebro, em caráter quase exclusivo, só sentia alguma calma agindo e trabalhando, de qualquer maneira, mesmo desordenadamente. Intentava a fuga através de todos os meios ao seu alcance. Deitava-se, extenuado pela fadiga do corpo, levantando-se, no dia seguinte, abatido e cansado de inutilmente duelar com o perseguidor invisível, nas horas de sono. Em consequência, provocou o desequilíbrio da organização perispiritual, o que se refletiu na zona motora, implantando o caos orgânico.”

2 – O corpo perispiritual, assim como o corpo físico, evoluiu durante milhões de anos. Os centros de força do corpo astral são os pontos de ligação com os nervos, o córtex motor e os lobos frontais do corpo físico. Estes centros de força não são destruídos com a morte e nem com a reencarnação. Quando um Espírito vai reencarnar, o seu corpo astral é reduzido a um formato bem pequeno (restringimento) onde os centros de força são preservados (existe um cemitério em Nosso Lar para enterrar os corpos astrais dos que vão renascer). Com o nascimento, um novo corpo astral é formado (junto com o corpo físico), mas com os mesmos centros de força. O choque causado nos centros de força com a reencarnação é que provoca o esquecimento das vidas passadas.

“Comparando, entretanto, a nossa situação com o estado menos lúcido de nossos irmãos encarnados, importa não nos esqueça que os nervos, o córtex motor e os lobos frontais, que ora examinamos, constituem apenas regulares pontos de contato entre a organização perispiritual e o aparelho físico, indispensáveis, uma e outro, ao trabalho de enriquecimento e de crescimento do ser eterno. Em linguagem mais simples, são respiradouros dos impulsos, experiências e noções elevadas da personalidade real que não se extingue no túmulo, e que não suportariam a carga de uma dupla vida.”

3 – Considerando as três regiões da mente, o ideal é que vivamos na segunda região com visitas equilibradas às duas outras regiões. A fixação em qualquer das regiões traz desequilíbrio ao corpo astral e, como consequência, doenças para o corpo físico.

“A demora excessiva num desses planos, com as ações que lhe são consequentes, determina a destinação do cosmo individual. A criatura estacionária na região dos impulsos perde-se num labirinto de causas e efeitos, desperdiçando tempo e energia; quem se entrega, de modo absoluto, ao esforço maquinal, sem consulta ao passado e sem organização de bases para o futuro, mecaniza a existência, destituindo-a de luz edificante; os que se refugiam exclusivamente no templo das noções superiores sofrem o perigo da contemplação sem as obras, da meditação sem trabalho, da renúncia sem proveito. Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável se equilibre, valendo-se das conquistas passadas, para orientar os serviços presentes, e amparando-se, ao mesmo tempo, na esperança que flui, cristalina e bela, da fonte superior de idealismo elevado; através dessa fonte ela pode captar do plano divino as energias restauradoras, assim construindo o futuro santificante. E, como nos encontramos indissoluvelmente ligados aos que se afinam conosco, em obediência a indefectíveis desígnios universais, quando nos desequilibramos, pelo excesso de fixação mental, num dos mencionados setores, entramos em contato com as inteligências encarnadas ou desencarnadas em condições análogas às nossas.”




Carmem Bezerra

terça-feira, 9 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 3

Neste Capítulo, André Luiz investiga o desequilíbrio da mente nos encarnados e nos desencarnados. Ele pergunta a Calderaro se a mente desencarnada pode adoencer.
"Embora tenhamos a felicidade de agir num corpo mais sutil e mais leve, graças à natureza de nossos pensamentos e aspirações, já distantes das zonas grosseiras da vida que deixamos, não possuímos ainda o cérebro dos anjos. Constitui-nos incessante trabalho a conservação de nossa forma atual, a caminho de conquistas mais alcandoradas; não podemos descansar nos processos iluminativos; cumpre-nos purificar sempre, selecionar pendores e joeirar concepções, de molde a não interromper a marcha. Milhões vivem aqui, na posição em que nos achamos, mas outros milhões permanecem na carne ou em nossas linhas mais baixas de evolução, sob o guante de atroz demência. É para esses que devemos cogitar da patologia do espírito, socorrendo os mais infelizes e interferindo fraternal e indiretamente na solução de problemas escabrosos em cujos fios negros se enredam. São duendes em desespero, vítimas de si mesmos, em terrível colheita de espinhos e desilusões. O corpo perispiritual humano, vaso de nossas manifestações, é, por ora, a nossa mais alta conquista na Terra, no capítulo das formas. Para as almas esclarecidas, já iluminadas de redentora luz, representa ele uma ponte para o campo superior da vida eterna, ainda não atingido por nós mesmos; para os espíritos vulgares, é a restrição indispensável e justa; para as consciências culpadas, é cadeia intraduzível, pois, além do mais, registra os erros cometidos, guardando-os com todas as particularidades vivas dos negros momentos da queda. O gênero de vida de cada um, no invólucro carnal, determina a densidade do organismo perispirítico após a perda do corpo denso. Ora, o cérebro é o instrumento que traduz a mente, manancial de nossos pensamentos. Através dele, pois, unimo-nos à luz ou à treva, ao bem ou ao mal."
Portanto, o corpo perispiritual pode adoecer e é uma situação bem comum na Espiritualidade, pois muitos não aceitam a morte do corpo físico e se apegam a desejos de vingança, de ódio ou de posse.

Calderaro também faz uma observação interessante sobre o funcionamento da nossa mente.

"- Não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fora um castelo de três andares: no primeiro situamos a “residência de nossos impulsos automáticos”, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o “domicílio das conquistas atuais”, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a “casa das noções superiores”, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro."

O ideal é que vivamos a maior parte do nosso tempo entre o segundo e o terceiro andar da nossa mente. Infelizmente, muitos de nós ainda estão presos aos instintos e aos ganhos da vida material. São pessoas que se acostumaram no primeiro andar e não entendem a necessidade de uma vida mais espiritual.



Carmem Bezerra

sábado, 6 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 2

Neste capítulo, André Luiz reproduz a preleção de Eusébio para os irmãos encarnados. É um texto belíssimo, impossível de ser resumido. Entretanto, gostaria de chamar atenção para  três pontos comentados pelo palestrante.

O primeiro ponto se refere à importância da fé raciocinada. Deus não nos pede que sejamos crentes cegos, mas que nos iluminemos para assim ajudar na iluminação dos outros.

"Enfastiados das repetidas sensações no plano grosseiro da existência, intentais pisar outros domínios. Buscais a novidade, o conforto desconhecido, a solução de torturantes enigmas; todavia, não olvideis que a chama do próprio coração, convertido em santuário de claridade divina, é a única lâmpada capaz de iluminar o mistério espiritual, em nossa marcha pela senda redentora e evolutiva. Ao lado de cada homem e de cada mulher, no mundo, permanece viva a Vontade de Deus, relativamente aos deveres que lhes cumprem. Cada qual tem à sua frente o serviço que lhe compete, como cada dia traz consigo possibilidades especiais de realização no bem. O Universo enquadra-se na ordem absoluta. Aves livres em limitados céus, interferimos no plano divino, criando para nós prisões e liames, libertação e enriquecimento. Insta, pois, nos adaptemos ao equilíbrio divino, atendendo à função insulada que nos cabe, em plena colmeia da vida."

O segundo ponto é a necessidade de trabalho no bem. A fé sem obras é estéril e para nada serve.
"O Plano Superior não se interessa pela incorporação de devotos famintos de um paraíso beatifico. Admitiríeis, porventura, vossa permanência na Crosta Planetária, sem finalidades específicas? se a erva tenra deve produzir consoante objetivos superiores, que dizer da magnífica inteligência do homem encarnado? que não há que esperar da razão iluminada pela fé! Receberíamos tão sagrados depósitos de conhecimento edificante para um sacrifício por nada? teríamos o aljôfar de tais bênçãos para fortalecer o propósito egoístico de alcançar o céu sem escalas preparatórias, sem atividades purificadoras?"
O terceiro ponto é que não somos seres da Terra, mas do Universo. É preciso nos lembrar da nossa origem divina.
"O Governo Universal não nos circunscreveu as atividades à guarda de altares perecíveis. Não fomos convocados a velar no círculo particular duma interpretação exclusivista, senão a cooperar na libertação do Espírito encarnado, abrindo horizontes mais claros à razão humana, refazendo o edifício da fé redentora que as religiões literalistas esqueceram." 



Carmem Bezerra

quarta-feira, 3 de abril de 2013

No Mundo Maior - Capítulo 1

Vamos agora começar o estudo do quinto livro de André Luiz psicografado po Chico Xavier: No Mundo Maior.


No primeiro Capítulo, André Luiz informa que vai participar de um grupo de trabalho que presta socorro espiritual na Terra. Este grupo é liderado po Calderaro.
"Dispondo de uma semana sem obrigações definidas, dentre os encargos que me diziam respeito, solicitei ingresso na turma de adestramento, da qual se fizera Calderaro eminente orientador, tendo-me ele aceito com a gentileza característica dos legítimos missionários do bem e propondo-se conduzir-me carinhosamente. Encontrava-se em oportunidade favorável aos meus propósitos de aprender, pois a equipe de preparação, que lhe recebia ensinamentos, excursionava em outra região, a labutar em atividades edificantes; à vista disso, poderia dispensar-me toda a atenção, auxiliando-me os desejos."
Calderaro e André se dirigem a um local da Crosta Terrestre onde vão ouvir a palestra que Eusébio,  um Espírito das altas esferas, fará para encarnados (em desdobramento) e desencarnados.
"- Temos aqui, em cálculo aproximado, mil e duzentas pessoas. Deste número oitenta per cento se constituem de aprendizes dos templos espiritualistas, em seus ramos diversos, ainda inaptos aos grandes voos do conhecimento, conquanto nutram fervorosas aspirações de colaboração no Plano Divino. São companheiros de elevado potencial de virtudes. Exemplificam a boa vontade, exercitam-se na iluminação interior através de esforço louvável; contudo, ainda não criaram o cerne da confiança para uso próprio. Tremem ante as tempestades naturais do caminho e hesitam no círculo das provas necessárias ao enriquecimento da alma, exigindo de nós particular cuidado, pois que, pelos seus testemunhos de diligência na obra espiritualizante, são os futuros instrumentos para os serviços da frente. Apesar da claridade que lhes assinala as diretrizes, ainda padecem desarmonias e angústias, que lhes ameaçam o equilíbrio incipiente. Não lhes falece, porém, a assistência precisa. Instituições de restauração de forças abrem-lhes as portas acolhedoras em nossas esferas de ação. A libertação pelo sono é o recurso imediato de nossas manifestações de amparo fraterno. A princípio, recebem-nos a influência inconscientemente; em seguida, porém, fortalecem a mente. devagarinho, gravando-nos o concurso na memória, apresentando ideias, alvitres, sugestões, pareceres e inspirações beneficentes e salvadoras, através de recordações imprecisas."
Todo o trabalho no Bem, não importa sob qual bandeira religiosa, sempre recebe ajuda e incentivo da Espiritualidade Superior. É uma pena que as pessoas encarnadas ainda não entendam isto.

 
Carmem Bezerra

terça-feira, 2 de abril de 2013

Obreiros da Vida Eterna - Capítulo 20


Neste Capítulo, André Luiz fala da despedida do grupo na Casa Transitória de Fabiano. Eles vão retornar para Nosso Lar acompanhados de 4 irmãos recém-desencarnados.
"Estranho e indefinível júbilo nos vibrava no peito, empolgado de vigorosa esperança, e, depois de atravessar os círculos de baixo padrão vibratório, em que se localizava o instituto de Fabiano, ganhamos região brilhante e formosa, coberta pelo céu faiscante de estrelas!... Saudando-nos de muito longe, o astro da noite apareceu em maravilhoso plenilúnio, emitindo raios de doce e evanescente claridade que, depois de nos iluminar o caminho numa pulcritude de sonho, desciam, céleres, para a Crosta da Terra, espalhando entre os homens o convite silencioso à meditação na gloriosa obra do Deus."
Dos fatos narrados por André podemos tirar algumas conclusões:
  • O bom trabalhador da seara de Jesus, não importa a religião a que pertença, terá assistência da Espiritualidade superior no momento da passagem para a vida eterna;
  • Não basta ser espírita para que a pessoa tenha tranquilidade no último momento. É preciso entender o que os Espíritos nos ensinaram e aceitar o momento com fé e confiança na bondade do Nosso Pai;
  • Existem Espíritos superiores que habitam as regiões do baixo Umbral para coordenar as atividades de resgate dos irmãos infelizes. A supervisão desses Espíritos é importante para os aprendizes do Bem que ainda não podem sonhar com voos mais altos;
  • Nunca estamos sozinhos, sempre há irmãos que zelam por nós em nome de Deus, Nosso Pai.


Carmem Bezerra