domingo, 24 de fevereiro de 2013

Obreiros da Vida Eterna - Capítulo 1

Neste Capítulo, André Luiz nos fala de uma palestra que assistiu antes de iniciar novas tarefas na Crosta Terrestre, onde ele e mais três pessoas irão acompanhar o desencarne de cinco trabalhadores do bem.

Na palestra, Albano Metelo relembra a importância de ajudar os irmãos que se perderam no caminho. Ninguém é feliz vendo outras pessoas infelizes. Ele humildemente conta a própria experiência.

"Cheguei a sentir-me feliz, diante da posição que me distanciava de tamanhas angústias. Contudo, quando mais me vangloriava, dentro de mim mesmo, embalado na expectativa de atravessar mais altos cumes, eis que, certa noite, notei que o vale se represava de fulgente luz. Que sol misericordioso visitava o antro sombrio da dor? Seres angélicos desciam, céleres, de radiosos pináculos, acorrendo às zonas mais baixas, obedecendo ao poder de atração da claridade bendita. Que acontecera? — perguntei ousadamente, interpelando um dos áulicos celestiais. — “O Senhor Jesus visita hoje os que erram nas trevas do mundo, libertando consciências escravizadas”. Nem mais uma palavra. O mensageiro do Plano Divino não podia conceder-me mais tempo. Urgia descer para colaborar com o Mestre do Amor, diminuindo os desastres das quedas morais, amenizando padecimentos, pensando feridas, secando lágrimas atenuando o mal, e, sobretudo, abrindo horizontes novos à Ciência e à Religião, de modo a desfazer a multimilenária noite da Ignorância. Novamente sozinho, na peregrinação para o Alto, reconsiderei a atitude que me fizera impaciente. Em verdade, para onde marchava meu Espírito, despreocupado da imensa família humana, junto da qual haurira minhas mais ricas aquisições para a vida imortal? porque enojar-me, ante o vale, se o próprio Jesus, que me centralizava as aspirações, trabalhava, solícito, para que a Luz de Cima penetrasse as entranhas da Terra? não praticava eu o crime execrável da usura, olvidando aqueles entre os quais adquirira o roteiro destinado à minha própria ascensão? como subir sozinho, organizando um céu exclusivo para minha alma, lastimavelmente abstraído dos valores da cooperação que o mundo me prodigalizava com generosidade e abundância?"

Pelo relato, vemos que o exemplo é sempre o melhor remédio. Jesus não acusou e nem cobrou nada de ninguém. Simplesmente trabalhou em silêncio. Mas todos entenderam. É preciso aprender a amar e isto só se consegue ajudando os irmãos que se perderam na caminhada.


Carmem Bezerra

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Missionários da Luz - Capítulo 20

Neste capítulo, André Luiz é informado por Lísias que Alexandre deixará o grupo de trabalho temporariamente e se dirigirá para planos mais altos na Espiritualidade. A reação de André à notícia é bem humana: ele se sente abandonado pelo querido mentor e fica magoado. Notando a reação infantil de André, Lísias lhe chama à razão.
"- Nada de egoísmo, André! Sabemos que Alexandre se ausentará em serviço, mas ainda mesmo que a sua excursão fosse muito longa e plenamente consagrada ao repouso recreativo, cabe a nós outros, seus devedores, a participação da alegria de seus elevados merecimentos. É necessário examinar o bem que ainda se pode fazer, vibrando de júbilo e esperança com as realizações porvindouras, para não sermos indolentes e improdutivos; não devemos, porém, esquecer o bem que se fez ou que recebemos, a fim de não sermos ingratos."
De noite, André e Lísias se dirigem à reunião para a qual tinham sido convidados apenas os sessenta e oito discípulos de Alexandre. O mentor em seu discurso aproveita para lembrar a necessidade do progresso individual que se obtém com vigilância e trabalho. E, especial, ele chama a atenção para a idolatria com os que ocupam cargo de liderança.
"- Alguns colaboradores, a quem muito devo, endereçaram-me apelos para que permaneça em nossa colônia de trabalho, gentileza que agradeço, comovido. Não vibra em minhas palavras qualquer prurido de personalidade, mas a estima recíproca e fiel a que nos devotamos. Urge considerar, porém, meus amigos, que este servo humilde não deve absorver o lugar que Jesus deve ocupar em suas vidas. É muito difícil descobrir o amor sem jaça e a ele nos entregarmos sem reservas. E porque essa dificuldade é flagrante em todos os caminhos de nossa evolução, quase sempre incidimos no velho erro da idolatria. É bem verdade que nos encontramos numa assembleia de corações simples e amigos, e que não cabem nesta sala vastas e maciças considerações filosóficas, para restringirmo-nos nos ao abençoado setor do sentimento. Mas, não posso ver fugir a oportunidade de sérias reflexões em torno do problema dos laços sagrados que nos unem, sem algemar-nos uns aos outros. Nossa estrada de aperfeiçoamento, bem como a senda de progresso da Humanidade terrestre, em geral, têm sido tortuoso caminho no qual pisamos sobre os ídolos quebrados. Sucedem-se nossas reencarnações e as civilizações repetem o curso em longas espirais de recapitulação, porque temos sido invigilantes quanto aos caminhos retos."
É impossível ler este texto sem nos lembrar do papel do médium no Movimento Espírita. O que Alexandre fala, deve ser também aplicado aos médiuns. Não podemos considerar os médiuns como ídolos. Eles são nossos irmãos, não nossos líderes. Devemos a eles respeito e ajuda. Mas não podemos endeusá-los.

Como nos ensinou os Espíritos através de Kardec, tudo que ouvimos e lemos deve passar pelo crivo da razão. Os médiuns são irmãos de caminhada, o nosso Guia e Mestre é apenas um: Jesus.

Para fechar o estudo deste belíssimo livro, reproduzo abaixo a oração de despedida de Alexandre.

Senhor,
Sejam para o teu coração misericordioso
Todas as nossas alegrias, esperanças e aspirações!
Ensina-nos a executar teus propósitos desconhecidos,
Abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço
E ajuda-nos a compreender a tua vontade!...
Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bênçãos infinitas,
Converte-nos as dificuldades em estímulos santos,
Transforma os obstáculos da senda em renovadas lições...
Em teu nome,
Semearemos o bem onde surjam espinhos do mal,
Acenderemos tua luz onde a treva demore,
Verteremos o bálsamo do teu amor onde corra o pranto do sofrimento,
Proclamaremos tua bênção onde haja condenações,
Desfraldaremos tua bandeira de paz junto às guerras do ódio!
Senhor,
Dá que possamos servir-te
Com a fidelidade com que nos amas,
E perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de tua obra.
Fortifica-nos o coração
Para que o passado não nos perturbe e o futuro não nos inquiete,
A fim de que possamos honrar-te a confiança no dia de hoje,
Que nos deste
Para a renovação permanente até à vitória final.
Somos tutelados na Terra,
Confundidos na lembrança
De erros milenares,
Mas queremos, agora,
Com todas as forças d’alma,
Nossa libertação em teu amor para sempre!
Arranca-nos do coração as raízes do mal,
Liberta-nos dos desejos inferiores,
Dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de teu plano divino
E ampara-nos para que sejamos
Servos leais de tua infinita sabedoria!
Dá-nos o equilíbrio de tua lei,
Apaga o incêndio das paixões que, por vezes,
Irrompe, ainda,
No âmago de nossos sentimentos,
Ameaçando-nos a construção da espiritualidade superior
Conserva-nos em tua inspiração redentora,
No ilimitado amor que nos reservaste
E que, integrados no teu trabalho de aperfeiçoamento incessante,
Possamos atender-te os sublimes desígnios,
Em todos os momentos,
Convertendo-nos em servidores fiéis de tua luz, para sempre!
Assim seja.
Carmem Bezerra

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Missionários da Luz - Capítulo 19

Neste capítulo, André Luiz acompanha o serviço de passe em uma Casa Espírita. Ao observar os trabalhadores desencarnados, ele pergunta ao Alexandre se esses trabalhadores precisam ter requisitos especiais.

"- Sim - explicou o mentor amigo -, na execução da tarefa que lhes está subordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros setores de nossa atuação. Precisam revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados. O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em semelhante serviço, se ainda não conseguiu manter um padrão superior de elevação mental contínua, condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes. O missionário do auxilio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino. Cumpre-me acentuar, todavia, que semelhantes requisitos, em nosso plano, constituem exigências a que não se pode fugir, quando, na esfera carnal, a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nossos círculos de ação ao servidor humano, ainda incompleto no terreno das qualidades desejáveis."

André também pergunta se é possível o trabalhador encarnado, envolvido pelos fluidos mais densos,  desenvolver a capacidade radiante, depois da edificação da boa vontade real a serviço do próximo.

"- Conseguida a qualidade básica, o candidato ao serviço precisa considerar a necessidade de sua elevação urgente, para que as suas obras se elevem no mesmo ritmo. Falaremos tão-só das conquistas mais simples e imediatas que deve fazer, dentro de si mesmo. Antes de tudo, é necessário equilibrar o campo das emoções. Não é possível fornecer forças construtivas a alguém, ainda mesmo na condição de instrumento útil, se fazemos sistemático desperdício das irradiações vitais Um sistema nervoso esgotado, oprimido, é um canal que não responde pelas interrupções havidas. A mágoa excessiva, a paixão desvairada, a inquietude obsidente, constituem barreiras que impedem a passagem das energias auxiliadoras. Por outro lado, é preciso examinar também as necessidades fisiológicas, a par dos requisitos de ordem psíquica. A fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares é indispensável, por parte do próprio interessado em atender as tarefas do bem. O excesso de alimentação produz odores fétidos, através dos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades radiantes, porquanto provoca dejeções anormais e desarmonias de vulto no aparelho gastrintestinal, interessando a intimidade das células. O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares."

Ao observar uma irmã encarnada que apresentava problemas na válvula mitral do coração devido a aborrecimentos que tivera em casa, André recebe explicação de Anacleto que chefiava o serviço de passes.

"- Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio. Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômenos sem maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos. Isto acontece, mormente quando os interessados não têm vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males."

É por isso que a Espiritualidade costuma nos dizer que muitas doenças existem por causa da nossa falta de vigilância. Para deixar bem claro a importância deste tema, Aniceto volta a falar da necessidade do equilíbrio emocional quando André observa outro irmão encarnado com uma situação crítica em vários órgãos.

"Toda perturbação mental é ascendente de graves processos patológicos. Afligir a mente é alterar as funções do corpo. Por isso, qualquer inquietação intima chama-se desarmonia e as perturbações orgânicas chamam-se enfermidades."

Para fechar o estudo deste capítulo, é importante enfatizar que a ajuda espiritual não está restrita à Casa Espírita. Qualquer pessoa em sintonia com os ensinamentos do Mestre Jesus recebe o auxílio da Espiritualidade conforme disse Alexandre para André neste belíssimo texto.

"Em todo lugar onde haja merecimento nos que sofrem e boa vontade nos que auxiliam, podemos ministrar o benefício espiritual com relativa eficiência."


Carmem Bezerra

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Missionários da Luz - Capítulo 18

Neste capítulo, André Luiz acompanha Alexandre a uma reunião de desobsessão em uma Casa Espírita. A reunião visa ajudar 5 irmãos encarnados que estão sendo perseguidos implacavelmente por irmãos desencarnados.

Alexandre informa a André que apenas uma jovem entre os 5 obsediados revela possibilidades de melhoras mais rápidas. André então pergunta se esta jovem possui uma proteção especial por parte da Espiritualidade Maior.
"- Não se trata de proteção, mas de esforço próprio. O obsidiado, além de enfermo, representante de outros enfermos, quase sempre é também uma criatura repleta de torturantes problemas espirituais. Se lhe falta vontade firme para a auto-educação, para a disciplina de si mesma, é quase certo que prolongará sua condição dolorosa além da morte. Que acontece a um homem indiferente ao governo do próprio lar? Indubitavelmente será assediado por mil e uma questões, no curso de cada dia, e acabará vencido, convertendo-se em joguete das circunstâncias. Imagine agora que esse homem indiferente esteja cercado de inimigos que ele mesmo criou, adversários que lhe espreitam os menores gestos, tomados de sinistros propósitos, na maioria das vezes... Se não desperta para as realidades da situação, empunhando as armas da resistência e valendo-se do auxilio exterior que lhe é prestado pelos amigos, é razoável que permaneça esmagado. Esta, a definição da maior percentagem dos casos espirituais de que estamos tratando."
André nota a paciência com que os Espíritos doutrinadores tratam os obsessores. Eles não ordenam que abandonem o propósito de vingança, mas tentam argumentar que eles próprios estão se prejudicando com tais planos. Ao ver a surpresa de André, Alexandre vem em seu socorro.
"- O trabalho de esclarecimento espiritual, depois da morte, entre as criaturas, exige de nós outros muita atenção e carinho. É preciso saber semear na «terra abandonada» dos corações desiludidos, que se afastam da Crosta sob tempestades de ódio e angústia desconhecida. Diz o Livro Sagrado que no princípio era o Verbo... Também aqui, diante do caos desolado dos Espíritos infelizes, é necessário utilizar o verbo no principio da verdadeira iluminação. Não podemos criar sem amor, e somente quando nos preparamos devidamente, edificaremos com êxito para a vida eterna. "
Pelo texto de André, é possível notar a importância do trabalho mediúnico feito nas reuniões de desobsessão e a importância de mantermos os pensamentos em sintonia com o alto. Em relação ao pensamento, um dos doutrinadores, ao conversar com um Espírito obsessor, diz uma frase que é perfeita para todos nós:
"Não podemos evitar que a ave de rapina cruze os ares, sobre a nossa fronte, mas podemos impedir que faça ninho em nossa cabeça."


 Carmem Bezerra

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Missionários da Luz - Capítulo 17

Neste capítulo, André Luiz acompanha o atendimento a um sacerdote desencarnado que vive na região das trevas. O irmão é levado a uma reunião mediúnica, onde incorpora em uma médium e é esclarecido por um doutrinador. Todo esse processo é solicitado e acompanhado pela mãe do ex-sacerdote.

Na estória narrada por André vale a pena enfatizar duas passagens.

Na primeira passagem, André pergunta se há realmente necessidade da ajuda dos irmãos encarnados. Não seria possível ajudar aos desencarnados sem fazer uso da mesa mediúnica? O Mentor Alexandre explica que o trabalho de esclarecimento poderia ser feito sem a ajuda dos encarnados, mas a mesa mediúnica também ajuda os irmãos encarnados, pois ao ouvir as estórias e o sofrimento dos desencarnados, os trabalhadores encarnados podem refletir melhor sobre a própria conduta na Terra. Além disso, o contato do desencarnado com o médium (choque anímico) ajuda na recuperação do sofredor.

"- Não - explicou o instrutor -, não é um recurso imprescindível. Temos variados agrupamentos de servidores do nosso plano, dedicados exclusivamente a esse gênero de auxílio. As atividades de regeneração em nossa colônia estão repletas de institutos consagrados à caridade fraternal, no setor de iluminação dos transviados. Os postos de socorro e as organizações de emergência, nos diversos departamentos de nossas esferas de ação, contam com avançados núcleos de serviço da mesma ordem. Em determinados casos, porém, a cooperação do magnetismo humano pode influir mais intensamente, em beneficio dos necessitados que se encontrem cativos das zonas de sensação, na crosta do Mundo. Mesmo aí, contudo, a colaboração dos amigos terrenos, embora seja apreciável, não constitui fator absoluto e imprescindível; mas, quando é possível e útil, valemo-nos do concurso de médiuns e doutrinadores humanos, não só para facilitar a solução desejada, senão também para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros envolvidos na carne, despertando-lhes o coração para a espiritualidade."

Na segunda passagem, André observa que vários ajudantes de serviço recolhiam as forças mentais emitidas pelos irmãos presentes, inclusive as que fluíam abundantemente do organismo mediúnico. Notando o espanto de André, Alexandre explica do que se trata.

"- Esse material - explicou-me ele, bondosamente - representa vigorosos recursos plásticos para que os benfeitores de nossa esfera se façam visíveis aos irmãos perturbados e aflitos ou para que materializem provisoriamente certas imagens ou quadros, indispensáveis ao reavivamento da emotividade e da confiança nas almas infelizes. Com os raios e energias, de variada expressão, emitida pelo homem encarnado, podemos formar certos serviços de importância para todos aqueles que se encontrem presos ao padrão vibratório do homem comum, não obstante permanecerem distantes do corpo físico."

Eu entendo que essas energias são peculiares a todos os seres vivos e que elas vem do duplo etérico. Por isso só os encarnados podem ser doadores. Como muitos desencarnados estão mais próximos do mundo material do que do mundo espiritual, este material é essencial para produzir fenômenos como "materializar" um Espírito que já pertence a uma ordem superior, tornando-o visível.




Carmem Bezerra