quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Depois da Vida

Acabei de ler "Depois da Vida". O livro, psicografado por Divaldo Franco,  apresenta 30 depoimentos de irmãos desercanados falando o que encontraram no Mundo Maior.


O livro está dividido em três partes. Na primeira parte, temos 10 depoimentos de Espíritos sofredores. Na segunda parte, são 10 depoimentos de Espíritos em recuperação. E na parte final, temos mais 10 depoimentos, mas desta vez de Espíritos felizes.

Cada estória me tocou profundamente. Nos erros confessados, eu me perguntei se teria agido de forma diferente. Provavelmente eu teria cometido os mesmos erros. Nas estórias dos Espíritos felizes, eu senti o quanto ainda preciso progredir. Em especial, me emocionei com a estória da mãe de oito filhos com diversos problemas (idiotia, mongolismo, alcolismo, tuberculose, etc) e que nunca se revoltou. Sempre acreditou que Deus a amparava em cada momento. Que fé esta irmã tem!

Entretanto, a estória que me mostrou a necessidade de alterar o meu caminho foi a de um Espírito feliz que, em determinado momento da sua vida, optou por não dar grande importância às lutas políticas do mundo e investir a sua força na divulgação do Espiritismo.
"... (Doutrina Espírita) demonstrando-me que havia um outro campo de batalha e um outro mundo promissor, para os quais me deveria voltar, canalizando as forças do coração despedaçado e da mente irrigada por ideias revolucionárias, por filosofias arbitrárias, mediante cuja diretriz poderia encontrar a paz."
Nos últimos 15 dias, eu tenho me estressado com problemas no trabalho devido à inércia de algumas pessoas, em especial, de uma pessoa com cargo de chefia. Na minha busca pela produtividade e pela solução dos problemas, pisei em alguns calos e fui repreendida. Senti o meu orgulho ferido e pensei em responder a altura. O texto acima me trouxe a paz e a certeza que não devo dar tanta importância às lutas efêmeras. Existem lutas mais importantes como a divulgação da nossa Doutrina. Vamos deixar que César cuide das suas coisas, eu prefiro cuidar das coisas de Deus.

Carmem Bezerra

domingo, 18 de novembro de 2012

A Vida Além do Véu

Terminei de ler o livro "A Vida Além do Véu" do Reverendo George Vale Owen e gostaria de tecer alguns comentários. Especialmente, gostaria de fazer uma comparação com o livro "Nosso Lar" de André Luiz.


O livro "A Vida Além do Véu" foi psicografado por um sacerdote da Igreja Anglicana no ano de 1913 que nada (ou pouco) conhecia do Espiritismo. O principal autor espiritual é a mãe do médium: mulher simples, sem muita instrução, mas de muita fé nos ensinamentos da Igreja que frequentava quando encarnada. A transmissão da obra foi feita por psicografia mecânica. No livro, o médium duvida e muitas vezes questiona se as informações são verdadeiras, pois não entende como é possível este tipo de comunicação. Enquanto, a autora espiritual várias vezes se desculpa em não conseguir explicar direito o que acontece no Mundo Maior. Ela argumenta que não possui conhecimento científico para entender tudo o que ver e ouve na Espiritualidade.


O livro "Nosso Lar" foi psicografado na década de 40 pelo médium espírita Chico Xavier. O autor espiritual usa o nome de André Luiz e informa que foi médico e pesquisador famoso no Brasil. Portanto, alguém com conhecimento e curiosidade científica.

Lembrando as diferenças acima comentadas, é interessante observar:

  1. Cidades espirituais - a autora espiritual do primeiro livro não fala no Umbral, ela parece não ter passado pela região. Entretanto, ela comenta que há uma ponte que liga a região onde ela fica e a região onde ficam irmãos sofredores. Ela ajudou alguns desses irmãos depois que eles cruzaram a ponte, mas nunca esteve no outro lado.
  2. Crianças, animais e plantas - temos uma descrição bem parecida nos dois livros.
  3. Escolas de aprendizado - a autora fala em várias palestras que assistiu e em vários cursos que frequentou. Normalmente, há alguma apresentação lúdica para facilitar a compreensão do que é falado. Mas ela muitas vezes enfatiza que não conseguiu entender tudo.
  4. Pensamento e vontade - a autora comenta que um dos estudos foi a materialização de objetos/animais. O objetivo era entender a força criativa do pensamento.
  5. Simbolismo - em várias passagens, ela narra acontecimentos que lembram passagens do Velho e do Novo Testamento. São rituais que estão na Bíblia e que são repetidos na Erraticidade. As pessoas que estão no grupo dela de estudo e que presenciam tais acontecimentos possuem formação religiosa semelhante. Portanto, é preciso entender tais eventos como necessidades destes Espíritos. 
  6. Reencarnação - em uma oportunidade, ela é informada da necessidade de alguns espíritos de voltarem a Terra para completar a instrução. Entretanto, ela não questiona como será este retorno. Ela parece acreditar que será apenas uma visita aos encarnados como ela costuma fazer.
  7. Locomoção - a autora usa a volitação ou outros meios de transporte como carruagem.
  8. Esferas espirituais - ela obteve autorização para visitar esferas superiores a que morava. O objetivo era aprendizado. Fala em especial de uma cidade da música, onde todos os cidadãos trabalhavam com música (letras, instrumentos, arranjos, etc).

A conclusão que tirei é que os dois livros falam a mesma coisa, mas usam linguagens diferentes, pois os autores espirituais têm níveis intelectuais distintos.

A autora do primeiro livro parece não entender a profundidade de tudo que presencia. É uma criança que ainda está percorrendo os primeiros degraus do conhecimento, mas que possui muita fé e confiança na mensagem do Divino Mestre. Nela o desenvolvimento moral é maior que o desenvolvimento intelectual.

Por outro lado, André Luiz questionou e quis entender o funcionamento das coisas no Mundo Maior. Portanto, ele nos presenteou com uma obra mais completa. E, por isso, os seus livros são considerados como um complemento à Codificação de Kardec.

Concluindo: não vi qualquer sinal de plágio de Chico Xavier com o livro "Nosso Lar" como querem alguns inimigos do Espiritismo. Para responder a essas pessoas, basta reproduzir uma frase de Sir Artur Conan Doyle que está no prefácio do livro "Vida Além do Véu":
"Como poderia dar-se essa concordância nas ideias gerais, se não fosse inspirada de verdade?"

Carmem Bezerra


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Alquimia da Mente

Antes de iniciar o estudo do terceiro livro de André Luiz, eu decidi ler outros livros que me ajudassem a entender um pouco mais o que o nosso irmão de Nosso Lar narra. Há algum tempo eu tinha comprado o livro "Alquimia da Mente" de Hermínio Miranda, mas não tinha tido tempo de lê-lo ainda. Decidi então começar por ele.


Logo no primeiro capítulo, eu pude notar o pouco que eu conheço a Doutrina Espírita. O autor levanta várias questões que eu nunca tinha parado para pensar:

  • por que os Espíritos enfatizam que alma e Espírito não são a mesma coisa (questão 134 do LE)?
  • por que os Espíritos falaram ser necessária a união do espírito à matéria para intelectualizar a matéria (questão 25 do LE)?
  • por que várias pessoas relatam flashes de memória (um filme que mostra toda a vida passando) no desencarne?
  • seria a matéria dotada de um psiquismo específico ainda que inconsciente?
  • para que serve o lado direito do cérebro?
  • como funciona a mediunidade?

As perguntas acima são apenas uma pequena amostra das questões levantadas pelo pesquisador espírita. Não achei um livro fácil de ler, mas é um livro apaixonante. Em várias passagens, o autor usa "Evolução em Dois Mundos" de Chico Xavier e André Luiz para fundamentar as suas opiniões. Além disso, ele discute a teoria de Jung sobre inconsciente e sonhos. Eu não tinha ideia que o psiquiatra suiço tinha se aproximado tanto das ideias espíritas.

Agora eu vou ler "A Vida Além do Véu" do Reverendo inglês Vale Owen. O livro fala da vida espiritual da mãe do autor após a sua morte. O pastor psicografou este livro em 1920, mais de 10 anos antes de Chico Xavier ter psicografado "Nosso Lar". Por isso, algumas pessoas acusam o nosso Chico de ter cometido plágio. Ou seja, fatos similares narrados nos dois livros não são usados para confirmar a veracidade do que é narrado, mas para acusar o nosso Chico de plágio. O engraçado é que essas pessoas não citam os outros 15 livros de André Luiz, Chico teria plagiado eles de onde?




Carmem Bezerra








quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Os Mensageiros - Capítulo 51

Neste capítulo, Aniceto, André Luiz e Vicente se despedem dos trabalhadores do posto de atendimento que fica na casa de Dona Isabel. É hora de retornar a Nosso Lar para novas tarefas.

Neste momento de reflexão, André nota o quanto aprendeu ao acompanhar o querido mentor nas suas atividades de socorro aos irmãos encarnados e desencarnados da Crosta terrestre.
"Compreendi, então, que a fé não constitui uma afirmativa de lábios, nem uma adesão de ordem estatística. Procurá-la-ia, em vão, na esfera sectária, nas disputas vulgares, nos cultos exteriores alteráveis todos os dias. Era, sim, uma fonte dágua viva, nascendo espontaneamente em minha alma. Traduzia-se em reverência profunda, aliada ao mais alto conceito de serviço e responsabilidade, diante das sublimes concessões do eterno Pai. Encontrara um tesouro inacessível à destruição e um bem intransferível, por nascido e consolidado em mim mesmo."
Mais um vez, André nos lembra: não adianta apenas seguir determinadas formalidades religiosas, é preciso ter a fé viva, a fé operante. É como costuma dizer um amigo meu: não basta entrar no Espiritismo, é preciso que o Espiritismo entre em você.


Carmem Bezerra

Os Mensageiros - Capítulo 50

Neste capítulo, André Luiz nota que os parentes emitiam recursos magnéticos em favor do moribundo: uma rede de fios cinzentos e fracamente iluminados parecia ligar os encarnados. Aniceto então esclarece:
"A aflição dos familiares encarnados, aqui presentes, poderá dificultar-nos a ação. Observem como todos eles emitem recursos magnéticos em benefício do moribundo."
Para facilitar o desligamento, Aniceto provoca uma melhora aparente no doente e os parentes se afastam para descansar um pouco.
"Aproveitou Aniceto a serenidade ambiente e começou a retirar o corpo espiritual de Fernando, desligando-o dos despojos, reparando eu que iniciava a operação pelos calcanhares, terminando na cabeça, à qual, por fim, parecia estar preso o moribundo por extenso cordão, tal como se dá com os nascituros terrenos. Aniceto cortou-o com esforço. O corpo de Fernando deu um estremeção, chamando o médico humano ao novo quadro, a operação não fora curta e fácil. Demorara-se longos minutos, durante os quais vi o nosso instrutor empregar todo o cabedal de sua atenção e talvez de suas energias magnéticas."
André nos narra no texto acima como Aniceto faz o desligamento de Fernando. A dificuldade se deve a falta de preparação espiritual e o apego à vida material do moribundo. Notem que o último liame cortado é o que liga a cabeça do corpo físico com a cabeça do corpo espiritual, ou seja, a ligação do centro de força coronário.

Fiquei pensando como podemos interpretar este capítulo e o capítulo anterior. Voltando à definição de Hermínio Miranda, podemos dizer que temos duas fases onde a duração de cada fase depende do adiantamento moral do Espírito desencarnando.
  1. Morte física - os órgãos do corpo físico vão morrendo por falta de alimentação e os órgãos correspondentes no corpo espiritual vão se desprendendo do corpo físico (as ligações célula-a-célula são rompidas). O corpo espiritual é então projetado aos pedaços para fora do corpo físico.
  2. Desencarnação - os liames que ligam o corpo físico ao corpo espiritual através dos centros de força são cortados. Enquanto esta fase não é completada, o Espírito ainda está ligado à matéria, embora o corpo físico esteja morto. Isto significa que, se esta fase se prolongar por muito tempo, o Espírito irá sentir a decomposição do corpo.
Não tenho a certeza da divisão que coloquei acima. Apenas me parece lógica diante do que eu li até agora. Sei que, nos próximos livros, André Luiz se aprofunda no tema. Assim eu terei então oportunidade de tirar as minhas dúvidas e aprofundar os meus conhecimentos.

 
Carmem Bezerra