segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Somos 7 bilhões!

O assunto mais comentado nos últimos dias é a informação da ONU de que agora somos 7 bilhões de pessoas morando no planeta Terra. No Capítulo 7 do livro "Unidos pelo Amor", psicografado por Wanderley S. de Oliveira, Ermance Dufaux nos diz que na realidade somos "30 bilhões de seres inteligentes compondo a população geral do planeta".


A médium de Kardec completa: "algumas conjecturas otimistas levam-nos a calcular um contigente de espíritas em 1%. Esses dados servem-nos para aferir o que representa ser espírita em pleno século XXI, considerando alguns poucos milhoões de criaturas adeptas das propostas doutrinárias, ou com alguma forma de contato com as obras elementares do Espiritismo."

Portanto, segundo Dufaux, apenas uma pequena parte dos espíritos encarnados e desencarnados que vivem na órbita terrestre já tiveram contato com a Doutrina Espírita. É muito pouco para um planeta que está passando do estágio de "expiação e prova" para o estágio de "regeneração". Isto significa que muitos dos espíritos hoje encarnados estão tendo a sua última oportunidade de aprendizado nesta escola divina. Quem não conseguir acompanhar o progresso do planeta será levado para outra morada do Pai. Serão os exilados da Terra.

É importante entender que o Espiritismo não é a única forma de conseguir o entendimento do que está acontecendo na Terra. Mas é a que nos responde de forma mais ampla e direta as nossas dúvidas.

Que o nosso irmão de número 7 bi seja bem-vindo! Que ele traga muita luz e muita reflexão para todos nós!

56 – Prece –Deus de infinita bondade, já que te aprouve permitir ao Espírito desta criança voltar novamente às provas terrenas, para o seu próprio progresso, concede-lhe a luz necessária, a fim de aprender a conhecer-te, amar-te e adorar-te. Faze, pelo teu supremo poder, que esta alma se regenere na fonte dos teus divinos ensinamentos. Que, sob a proteção do seu Anjo da Guarda, sua inteligência se fortaleça e se desenvolva, aspirando a aproximar-se cada vez mais de ti. Que a Ciência do Espiritismo seja a luz brilhante a iluminar o seu caminho, através dos escolhos da existência. Que ele saiba, enfim, compreender toda a extensão do teu amor, que nos submete à prova para nos purificar. Senhor, lança o teu olhar paterno sobre a família a que confiaste esta alma, para que ela possa compreender a importância da sua missão, e faze germinar nesta criança as boas sementes, até o momento em que ela possa, por si mesma, Senhor, e através de suas próprias aspirações, elevar-se gloriosamente para ti. Digna-te, ó meu Deus, ouvir esta humilde prece, em nome e pelos méritos daquele que disse: “Deixai vir a mim os pequeninos, porque o Reino dos Céus é daquele que se lhes assemelham!”
Evangelho Segundo o Espiritismo


Carmem Bezerra

domingo, 16 de outubro de 2011

A responsabilidade dos participantes da mesa mediúnica

No capítulo 6 do livro "Dimensões Espirituais do Centro Espírita", Suelly Caldas Schubert chama a atenção para a dificuldade de se conseguir um "grupo mediúnico homogêneo, no qual os seus integrantes estejam em boa sitonia e afinização, que cultivem o mesmo ideal, que entendam a grande responsabilidade assumida e que estejam buscando com a mesma intensidade a própria transformação moral".



Eu participo de um grupo de educação mediúnica e começo a entender a profunidade da colocação feita pela querida estudiosa da Codificação Espírita. Eu considero o meu grupo harmonioso e que as pessoas gostam umas das outras. Não há excessos, apenas preocupação e carinho recíprocos. Entretanto, noto que pequenas atitudes dos participantes têm, provavelmente, impedido uma caminhada mais proveitosa na seara da mediunidade.

Duas coisas em especial têm me preocupado. A primeira preocupação é em relação às conversas mantidas pelo grupo antes da reunião. Fala-se de qualquer assunto, sem nenhuma preocupação com o ambiente da sala. Na realidade, tenho a minha parcela de culpa nestas conversas e não me sinto a vontade para fazer qualquer advertência ao grupo.

A segunda preocupação é em relação às faltas dos membros do grupo. Todos avisam quando vão faltar e explicam o porquê. O problema é que o número de faltosos às vezes compromete o bom andamento das reuniões. Isto acontece principalmente quando a reunião acontece com um número de médiuns esclarecedores insuficientes para atender aos médiuns psicofônicos. Há uma nítida queda na quantidade e na qualidade dos atendimentos.  A Espiritualidade parece evitar atendimentos mais complicados quando o grupo não está com sua capacidade plena.

Já ouvi alguns médiuns reclamarem que estão há anos na Educação Mediúnica e que ainda não foram selecionados para a reunião de Desobsessão ou de Socorro Espiritual. A medida que analiso o meu grupo, eu entendo a razão para isto. Um grupo homogêneo não é feito apenas de pessoas que matém o mesmo laço de amizade e carinho, mas um grupo de pessoas que coloca a tarefa mediúnica em primeiro lugar. Esta visão do trabalho é ainda muito difícil. Afinal existem mil e umas coisas lá fora, a Espiritualidade que entenda e se vire com o que a gente pode fornecer.


Prece de Gratidão

Senhor Jesus, muito obrigada!
Pelo ar que nos dá,
pelo pão que nos deste,
pela roupa que nos veste,
pela alegria que possuímos,
por tudo de que nos nutrimos.
Muito obrigada, pela beleza da paisagem,
pelas aves que voam no céu de anil,
pelas Tuas dádivas mil!
Muito obrigada, Senhor!
Pelos olhos que temos...
olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o mar,
que contemplam toda beleza!
Olhos que se iluminam de amor
ante o majestoso festival de cor
da generosa Natureza!
E os que perderam a visão ?
Deixa-me rogar por eles
Ao Teu nobre Coração!
Eu sei que depois desta vida,
além da morte,
voltarão a ver com alegria incontida...
Muito obrigada pelos ouvidos meus,
pelos ouvidos que me foram dados por Deus.
Obrigado, Senhor, porque posso escutar
o Teu nome sublime, e, assim, posso amar.
Obrigada pelos ouvidos que registram:
a sinfonia da vida,
no trabalho, na dor, na lida...
o gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro,
as lágrimas doridas do mundo inteiro
e a voz longínqua do cancioneiro...
E os que perderam a faculdade de escutar ?
Deixa-me por eles rogar...
Eu sei que no Teu Reino voltarão a sonhar.
Obrigada, Senhor, pela minha voz.
Mas também pela voz que ama,
pela voz que canta,
pela voz que ajuda,
pela voz que socorre,
pela voz que ensina,
pela voz que ilumina...
E pela voz que fala de amor,
obrigada, Senhor!
Recordo-me, sofrendo, daqueles
que perderam o dom de falar
e o teu nome sequer podem pronunciar!...
Os que vivem atormentados na afasia
e não podem cantar nem à noite, nem ao dia...
Eu suplico por eles,
Sabendo que mais tarde,
no Teu Reino, voltarão a falar.
Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhas
alavancas da ação, do progresso, da redenção.
Agradeço pelas mãos que acenam adeuses,
pelas mãos que fazem ternura,
e que socorrem na amargura;
pelas mãos que acarinham,
pelas mãos que elaboram as leis
e pelas que as feridas cicatrizam
retificando as carnes partidas,
a fim de diminuírem as dores de muitas vidas!
Pelas mãos que trabalham o solo,
que amparam o sofrimento e estancam lágrimas,
pelas mãos que ajudam os que sofrem,
os que padecem...
Pelas mãos que brilham nestes traços,
como estrelas sublimes fulgindo nos meus braços!
...E pelos pés que me levam a marchar,
ereto, firme a caminhar,
pés da renúncia que seguem
humildes e nobres sem reclamar.
E os que estão amputados, os aleijados,
os feridos e os deformados,
os que estão retidos na expiação
por crimes praticados noutra encarnação.
Eu rogo por eles e posso afirmar
que no Teu Reino, após a lida
desta dolorosa vida,
poderão bailar
e em transportes sublimes com os seus braços
também afagar
Sei que lá tudo é possível
quando Tu queres ofertar,
mesmo o que na Terra parece incrível!
Obrigado, Senhor, pelo meu lar,
o recanto de paz ou escola de amor,
a mansão de glória
ou pequeno quartinho,
o palácio ou tapera, o tugúrio ou a casa de miséria!
Obrigada, Senhor, pelo amor que eu tenho e
pelo lar que é meu...
Mas, se eu sequer
nem um lar tiver
ou teto amigo para me abrigar
nem outra coisa para me confortar,
se eu não possuir nada,
senão as estradas e as estrelas do céu,
como sendo o leito de repouso e o suave lençol,
e ao meu lado ninguém existir: vivendo e
chorando sozinho, ao léu...
Sem um alguém para me consolar
direi, cantarei, ainda:
Obrigada, Senhor,
porque Te amo e sei que me amas,
porque me deste a vida
jovial, alegre, por Teu amor favorecida...
Obrigada, Senhor, porque nasci,
Obrigada, porque Creio em Ti.
...E porque me socorres com amor,
Hoje e sempre,
Obrigada, Senhor!
Amélia Rodrigues - Psicografado por Divaldo Pereira Franco


Carmem Bezerra

domingo, 9 de outubro de 2011

Quero ser Chico Xavier

Quando a doutrina Espírita se tornou a bola da vez na mídia, eu fiquei encantada. Imaginei logo que este tinha sido o caminho escolhido pela Espiritualidade para tornar a Codificação conhecida de um maior número de pessoas. Afinal, qual é o brasileiro que não acompanha novela?

Quando "Nosso Lar" e "Chico Xavier" chegaram ao cinema, eu vibrei como se eu fosse a responsável pelos filmes. Acompanhei ansiosa o número de espectadores de cada película. Imaginei logo que os dois filmes levariam as pessoas, pelo menos, a pensar sobre a vida na Terra e o que se pode esperar depois da morte do corpo físico.

Não me lembrei que determinadas ações provocam efeitos colaterais. E que estes efeitos podem ser bastante danosos.

As pessoas fixaram a atenção na mediunidade de Chico Xavier e acham que podem continuar a partir de onde ele parou. Muitas pessoas realmente possuem mediunidade ostensiva, mas não querem perder tempo com o estudo. Se acham com o direito de pular etapas e ir direito para a mesa mediúnica. Quando uma Casa Espírita não aceita a imposição, o médium simplesmente muda de Casa. E vai de uma Casa a outra até encontrar alguém que se curve a sua vontade.

No domingo passado, durante o II Congresso do CEJA-Barra, alguns palestrantes reclamaram do excesso de estudo e cuidados de alguns Centros Espíritas. Um palestrante até reclamou de que uma Casa exigiu que ele fizesse um novo curso de passes só porque ele passou alguns anos sem dar passe. O palestrante achou mais fácil mudar de Casa do que fazer um novo curso. Pelo entusiasmo do público ao aplaudir o palestrante, acho que muitos concordaram com ele.

Fiquei imaginando Chico Xavier chegando em uma Casa Espírita  e esta solicitando que ele fizesse um curso sobre a mediunidade antes de ser colocado para trabalhar na mesa mediúnica. Eu não tenho dúvidas qual seria a reação do nosso Chico. Ele seria o aluno mais aplicado desse curso. Ninguém ouviria dele uma única reclamação.

Depois de 150 anos, as pessoas parecem ainda não ter entendido o que os Espíritos nos ensinaram na Codificação. A busca pelo trabalho mediúnico parace ser apenas a busca pelos holofotes. Afinal, o Espiritismo se tornou o must do momento.

"Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos médiuns dotados das mais belas faculdades e que, se não fora esta imperfeição, teriam podido tornar-se instrumentos notáveis e muito úteis, ao passo que, presas de Espíritos mentirosos, suas faculdades, depois de se haverem pervertido, aniquilaram-se e mais de um se viu humilhado por amaríssimas decepções".
Livro dos Médiuns



Carmem Bezerra

domingo, 2 de outubro de 2011

A Mediunidade em Nossas Vidas

Estive hoje no II Congresso CEJA-BARRA cujo tema era "A Mediunidade em Nossas Vidas".  Foi um dia que eu diria altamente proveitoso. Dos palestrantes programados, só não apareceu Suelly Caldas Schubert que, por ordens médicas, precisou ficar em repouso em Juiz de Fora. Foi uma pena, pois nunca tive oportunidade de assistir uma palestra dela. Quem sabe na próxima vez eu tenho mais sorte?

É difícil dizer os momentos que mais gostei, mas algumas frases ficaram pregadas no meu consciente que não posso deixar de repassá-las.

1 - "O homem que olha para fora, sonha. O homem que olha para dentro, desabrocha" - o palestrante queria, com esta frase, enfatizar a necessidade de autoconhecimento, de invertir em nós mesmos.

2 - "A obsessão é principalmente uma questão de alimentação" - há obsessão porque há a necessidade dos desencarnados em se sentir novamente encarnados. O palestrante lembrou do caso envolvendo alimentos narrado por André Luiz em Nosso Lar. Ele lembrou também a necessidade que ainda temos do alimento animal.

3 - "O que os outros pensam e os que os outros dizem não alteram o que eu sou" - esta frase é do Chico Xavier e, como costume, perfeita. Mas como é dificil ignorar o que os outros pensam e falam da gente. Há em nós uma necessidade da aprovação e da admiração dos outros. Como consequência, acabamos fazendo o que os outros esperam de nós e não o que realmente gostaríamos de fazer.

Marlene Nobre falou na palestra do seu livro "Obsessão e suas máscaras". É um estudo em cima dos livros de André Luiz mostrando as diversas formas que a obsessão pode aparecer na nossa vida. Já coloquei na minha listinha de compras.

Apesar do dia maravilhoso não consigo ficar sem fazer um comentário: quanto ainda estamos distantes dos ensinamentos do Divino Mestre em nossas vidas! Fiquei observando os companheiros de fé durante todo dia e fiquei triste com várias atitudes que vi. Nós entramos no Espiritismo, mas não fomos ainda capazes de deixar o Espiritismo entrar em nós. Temos um longo caminho pela frente.

Uma sugestão para o próximo Congresso do CEJA-Barra: "Como ser Espírita nas pequenas coisas".


"Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida para que a vida nos abençoe. Aos companheiros de caminho, ofertarás algo de teu coração, qual se estivesses espontaneamente no dever de pagar a cada um diminuto pedágio de amor".
Meimei

Carmem Bezerra